Inércia Irrelevante




Talvez a luz da vela signifique mais do que apenas uma luz…
Talvez uma música signifique mais do que uma simples melodia…
Tudo tem mais do que um simples significado…
São simples as coisas,
E complexos os seus segredos…
Demasiados!
Para que sejam percebidos por comuns mortais…





Os professores se entreolharam, e antes de saírem para chamar todos alunos de Hogwarts Edw entra correndo no Salão, suando e com um corte no rosto, junto de outra garota mulata, que parecia querer desmaiar.

-Dumbledore... –Ele murmurou ofegante. –Harry...

Todos olhavam assustados para ele, com medo do que viria a dizer.Ele sangrava muito.

A garota desmaiou, no que Dumbledore com um gesto muito rápido a fez levitar no ar antes de chocar-se contra o chão.

-A Gina! –conseguiu por fim dizer. –Eles levaram a Gina!!!


Seus olhos arderam como nunca haviam ardido.Seu coração pareceu ter parado de bater, e as pessoas de Hogwarts foram sumindo pouco a pouco.

Era como se a única coisa que existisse fosse aquela dor que cortava e latejava, a dor e remorso de ter deixado Gina lá sozinha.De ter prometido trazer Nicolly, e não ter voltado...Deixado que a levassem.

A única coisa que pensou fazer foi sair correndo do Salão, rumo ao Salão Comunal da Grifinória.Para ver com seus próprios olhos o que acabará de ouvir, para conseguir digerir a terrível idéia de sua Gina ter sido levada por aqueles monstros encapuzados.

Mais alguns alunos fizeram menção de sair para constatar com seus próprios olhos também, mas Dumbledore, com um gesto da mão, impediu que todos fossem, fazendo-os parar de supetão, observando atentos o diretor.

Flashback:

Lá estava Gina, deitada como morta num Sofá do Salão.

O que teria acontecido com sua irmã?Será que ela estaria bem?E se...Ela morresse?Não!Isso era impossível!Ontem ela estava perfeitamente bem, e derrepente, do nada ela aparecesse desmaiada...!O que realmente acontecera com sua pobre irmã?Será que isso era sério?Não poderia deixar que nada acontecesse a ela!Teria que faze-la recobrar os sentidos.

-O que ela tem?-Nicolly perguntou sem conseguir parar de chorar olhando Gina deitada imóvel e pálida no sofá vermelho da Grifinória.

Correu em direção de Nicolly que chorava ajoelhada do lado do sofá onde permanecia o corpo inerte da ruiva.

-O que aconteceu com ela?-O ruivo repetiu a pergunta, desesperado.

-Fred, eu juro, eu não sei!-Nicolly engasgou-se.

O ruivo se aproximou e colocou uma mão na testa da ruivinha, Rony olhava meio assustado sem ação alguma!

Hermione parecia que iria desmaiar a qualquer minuto, pois estava tão pálida quanto Gina.

-Meu, ela tá super gelada!-Murmurou pegando-a no colo.

Os braços da ruivinha ficaram jogados do lado do corpo, como que se não servisse mais pra nada!Os cabelos soltos e sem brilho deixavam-na sem cor, junto com a boca que antes era vermelha e que agora estava branca.

-Vou levá-la na Ala-Hospitalar!-Disse meio confuso.

-Os principais elementos diagnósticos são os reflexos pupilares e tendinosos.Eles continuam existindo até o momento da recuperação ou morte da pessoa!Caso a Gina seja salva, ela vai ter que ser reaquecida entre 37º, 38º a 40ºC.

-Ela vai morrer?-Jorge perguntou encostando-se a uma pilastra.

-Não!


Abriu os olhos quando pisou no salão.A lembrança de quando Gina tinha desmaiado, quando tinha mostrado seus primeiros diagnósticos da maldição, fora terrível.Naqueles momentos fora que descobriu sentir algo muito forte por Gina, algo que seu interior desconhecia, ou até mesmo tentara ocultar todos aqueles anos.

Entrou no Salão, e não havia ninguém, apenas a poltrona onde ela a minutos atrás estava sentada, e em cima, seu pequeno cachecol, jogado, como se nunca tivesse a pertencido.

Sentiu vontade de gritar, chorar, se entregar para a morte naquele momento, mas essa não seria a atitude sábia.Seria a fácil, mas nunca a sábia.

Malditos Comensais, malditas forças das trevas, mas bendito era o amor, que o unira e que o permitira salvar Gina, a qualquer custo.

Sentiu seu estômago dando pancadas e os olhos arderem.Então permitiu-se chorar, sentindo-se o mais inútil de todos que podiam existir.




Estavam voando a toda velocidade.As capas pretas esvoaçando com o vento.O frio cortante contra seu rosto, e o pior era que sabia o que estava fazendo, e quem estava trazendo.

Draco empalideceu levemente. Seus olhos se voltaram quase imperceptivelmente para os Comensais as suas costas, um deles carregava Gina, de uma forma tão brutal que quase amaldiçoara o desgraçado, ao ver metade do corpo da ruiva caído da vassoura.

Seus olhos pálidos se arregalaram, então se estreitaram. Ele olhou para Afshan. “Se eu estou entendendo, então...” Ele perguntou friamente, “a oferta que Voldemort me fez ainda está de pé?”.
Draco se manteve em silêncio. Ele tinha estado muito branco, e por um momento pensou ter visto Gina ter feio um movimento brusco.De fato, fez um olhar muito parecido ao de Lucius, e ainda mais parecido com o homem em seu sonho, que estava inundado de suor e tinha gritado por causa da dor do veneno em suas veias. Mas quando ele falou, sua voz era controlada e cuidadosa.
-Eu não tenho nenhuma lealdade para com o limite entre a fraqueza e corrupção.- ele disse.-Eu quero mais que isto. Você pode me oferecer mais do que isto?
-Veja bem rapaz...-Afshan começou, mais como um grito. –Eu não lhe ofereço porcaria nenhuma.Quem te oferece é o Lord das Trevas.
As sobrancelhas de Afshan se curvaram juntas. Diferente de Draco, ele não parecia controlado, simplesmente distante. Mas toda a sua atenção estava focada em Draco, isto era muito evidente.
-Porque estão me trazendo com vocês?O ataque em Hogwarts não era apenas para assustar as pessoas?-Esganiçou-se, dando um giro com a vassoura, desviando-se de um Comensal que passou a milímetros.-Não me contaram o plano todo.São uns bandos de infelizes!
-Pensou que fossemos honestos?-O comensal riu de forma repugnante.-Só contamos o que você precisava saber garoto!
Ao longe avistaram, acima de um morro, um castelo.Negro, onde seu topo se perdia entre as neblinas escuras.
-Chegamos...-Draco murmurou, olhando dos Comensais, para Gina, ainda desacordada.
E sentiu que seu coração iria explodir.Não podia sair tão fora de controle, ou tudo estaria perdido.


-Filho da puta!-Gritou nervosa, lágrimas escorrendo de forma violenta de seu rosto, enquanto Nicolly a olhava em desespero, e em uma forma realmente cansativa.-Me acertou em cheio.
-Você esperava o que hein Cassandra?Que ao ver você com uma varinha e trajada de comensal, o Harry soltasse gritinhos de prazer?
-Aquele bastardo!-Grunhiu.-Tudo saiu do controle e agora Gina não está aqui, Malfoy sumiu, e eu fico aqui sem saber o que fazer.QUE MERDA!
-CALMA!-Nicolly gritou, fiando desesperada ao olhar Cassandra chorar e gritar ao mesmo tempo.-Você com esse desespero todo não serve de nada.
-E quer que eu faça o que?Estragamos tudo, achamos que éramos capazes de contornar essa situação, mas esquecemos com quem que estávamos lidando.
-E quem foi que disse que o jogo era fácil?

-Estamos jogando com vidas, inferno!Isso é coisa que se faça?

-Espera...- Nicolly murmurou, tentando arranjar soluções.-Se o Malfoy sumiu também, certamente ele deve estar com Gina.

-Reze para que ele esteja Nicolly...Reze!

Enxugou as lágrimas com as costas das mãos.

-Eu vou acabar com Voldemort!

-Esse é seu plano? –Nick sorriu torto.-Me parece um pouco complicado.

-Não tenho planos Nicolly, sou uma idiota, e não tenho um plano.

-O que vamos fazer agora?

-Agora... Eu vou chorar mais um pouco, depois... Depois? Não sei...




O Diretor entra no Salão Comunal, e observa Harry chorando abraçado ao cachecol da ruiva.Seus soluços não contidos. Estava desolado, definitivamente, nunca vira Harry daquela forma.

-Harry.

O moreno não se virou.Sabia quem estava as suas costas, sabia que o diretor o observava com pesar.Mas não queria que ninguém sentisse pena dele, a não ser si próprio, por ter deixado que a mulher que amava fosse levada.

-Harry, não foi culpa sua e você sabe disso.

-Sei? –Ironizou, sem virar-se para o diretor.

-Talvez você nunca tenha entendido o que seus sonhos realmente quiseram dizer... –Dumbledore murmurou. –Talvez eu precise te contar uma história.

Harry virou-se quase instantaneamente, fitando os olhos azuis claro do diretor, com tanto ódio que não podia se conter.

-Ah, é mesmo? –Riu em deboche.-Sabe que adoro histórias não é ?

Dessa vez Dumbledore simplesmente parecia não ter entendido nada.Seus longos dedos eram abertos e fechados ao longo do corpo. Mas mesmo assim ele sorriu, o que fez Harry sentir uma pitada de remorso pela arrogância.

-Harry, Gina tem certas características... Únicas que a tornam muito importante sabe? Vou ir mais longe aqui e dizer que ela forma um tipo de triângulo metafórico com você e Voldemort.

-Quê? –sentiu-se tonto às palavras do diretor.

-Sim, quando ela esteve sobe o poder do diário, Voldemort conheceu as partes mais intimas de seu coração, da mesma forma que ele pode conhecer o seu.Gina sobreviveu a ele, como você também.Existe uma ligação entre seus sonhos, os de Gina, e Voldemort.

-Não está claro.-Harry murmurou.

-Eu não esperava que ficasse tão rapidamente.Mas o que quero dizer, é que ele não pretende liquidar Gina, ele pretende...

-Me liquidar!-Harry completou.-Desde o inicio!

-Harry, as coisas não são tão diretas assim.

-Porque você nunca me dá frases completas?Sempre deixa algo nas entrelinhas?

-Porque preciso que você descubra... –O diretor murmurou. –Eu tenho apenas deduções Harry.Não estou certo em tudo.

-Definitivamente Não mesmo!-Sussurrou.

-Porém, tenho uma história pra te contar, lembra-se?

O moreno continuou encarando o diretor, sem dizer palavra alguma.

-Você bem sabe que os fundadores de Hogwarts eram Helga Hufflepuff, fundadora da Lufa-Lufa, era honesta e leal, e trabalhava por prazer. Rowena Ravenclaw, fundadora da Corvinal, era muito bonita e sábia. Salazar Slytherin, fundador da sonserina, era ofidioglota e só queria que bruxos de puro sangue freqüentassem a escola, era astucioso e usava qualquer meio para atingir seus objetivos, e por fim, Godric Gryffindor, fundador da Grifinória, era audacioso e valente.

-Sei...Já sei disso sim!

-Seus nomes serão eternizados até que todos saibam que eles realmente existiram, e enquanto cada pessoa ter em si um espírito oculto e além da imaginação.-O diretor concluiu, ignorando o comentário de Harry.

-E o que isso tem haver?-Harry quase gritou, em meio ao seu desespero por Gina.

-Meu caro Harry, existem quatro elementos essências, que também são terra, fogo, ar e água.E a cada fundador, fora dado um desses elementos.

-Sim?-Harry falou num fio de voz.-Mas por que está me dizendo essas coisas?

-Existem quatro armas também, que são destinadas e foram feitas por cada um dos fundadores.

-Feitas por eles?-Harry parecia começar a entender.

-De certa forma, o importante, é que cada um deles tinha uma arma muito poderosa.

-O Sr quer dizer...

-Eu não quero dizer nada Harry. –O diretor virou-se e parou de encarar o moreno.

-Onde posso encontrar essas armas?Elas realmente existem?

-Não sei.

-Não sabe?

-Não sei Harry!- repetiu –Porém, elas seriam a única saída para seu desespero.

Harry pareceu se irritar mais ainda naquele momento, ao ver que Dumbledore nunca lhe passava total confiança.

-Muito obrigado pela historinha. –ironizou –Mas tenho que fazer alguma coisa por Gina.

Levantou-se, pronto pra sair do Salão Comunal, quando Dumbledore pigarreou.

-Filho, leve isso...

Olhou pra trás e Dumbledore lhe estendeu um livro de tamanho médio, grosso, lacrado com fivelas douradas, com a pintura de uma fênix na capa.

Harry estendeu a mão e pegou o livro sem muito interesse.De nada lhe serviria um livro em meio à guerra certo?

-Obrigada!-Não deixou de agradecer.




Passaram um pouco mais de meia hora apenas para passar pelos encantamentos, e para destruí-los.Draco parecia cansado, com os olhos fundos, olhou para Afshan e sentiu nojo.

-Me deixe carregar a Weasley.Você parece muito cansado.-Tentou parecer frio, e achava, com muita sorte, que havia conseguido.

-Não sei se é uma boa idéia.-O comensal grunhiu, praticamente arrastando a ruiva desacordada.

-Não é uma boa idéia, mas é uma idéia.-Conseguiu responder.

-Okay, leve-a, já fiz isso por muito tempo. –Jogou Gina nos braços de Draco, que se conteve para não segurá-la com delicadeza.

Entraram no Grande Hall da mansão, ou castelo, como fosse.Era enorme e por incrível que pareça, estava clara, uma luz tão branca que enlouquecia.

Seu pai estava lá, parado olhando atentamente para a porta que se abrira abruptamente.Sua mãe sentada em uma cadeira, os olhos fundos, e o rosto cansado, e bem na sua frente, uma figura tenebrosa, com um capuz negro, os olhos de veias vermelhas saltadas, e um terrível cheiro de enxofre.

-Draco Malfoy...- ele grunhiu ao ver o loiro carregando a ruiva desacordada em seus braços.

E os olhos vermelhos passaram do rosto pálido do loiro, até o corpo de Gina, inerte, sem vida alguma.

Draco não parecia estar olhando para alguém.Simplesmente tentava não inalar aquele cheiro horrível, e evitava acima de tudo, olhar aquelas terríveis órbitas fulminantes.

-acertou em cheio!-respondeu, antipático, vendo que o Lord das trevas contorcia os lábios devorados em uma terrível tentativa de sorriso.

-Vejo que me trouxe um brinde?

-O que?Han?-olhou de Gina para a criatura, e sentiu náuseas.Como assim um brinde?-A claro, na verdade eu não...

-Sim Milorde.-Lucio falou em alto tom, interrompendo Draco.-Draco quis lhe trazer algo para que pudesse se divertir.

Voldemort riu em deboche.

-E me trouxe a namoradinha de Harry Potter?Você merece um premio por isso Draco Malfoy.

Draco voltou sua atenção para Voldemort.

-Você sabe, nós temos sido anfitriões muito rudes. -ele disse. -Nós podemos oferecer alguma coisa para você beber? Café? Chá? Ácido Clorídrico?

-Você não pode me matar! –Voldemort ironizou, mas demonstrando um quê de divertimento na voz.

Existem muitas coisas que eu não posso fazer! -disse Draco sem alterar a voz. -Eu não posso dançar no salão de bailes.Não posso me divertir nos jardins da minha própria casa.Não posso ter um dragão de estimação.Não posso andar de cuecas por ai.Não posso...

-Você se acha engraçado?-O lord perguntou mostrando nervosismo na voz.-Porque isso já está se tornando irritante.E pra sua sorte, espero que esteja contando piadas mesmo.

-De forma alguma!-Draco suspirou.-o que faço com a garota?-Perguntou, tentando parecer desinteressado.

-Tranque-a no porão.-Ordenou o Lord.-E jogue feitiços para que ela não saia de lá, embora eu ache que não poderia.Está tão fraca...-Deu uma gargalhada terrível, que faria qualquer pessoa adormecida, acordar no mesmo instante.




-Minha filhinha!É minha única filhinha...-Molly não se continha e caia em prantos.Chorava de uma forma tão cruel, que com certeza fazia qualquer um se desesperar.

Fred e Jorge choravam também, coisa que definitivamente, Harry nunca havia visto.

Os outros irmão da ruiva pareciam estar com um crescente ódio, e que ninguém se atrevesse a se dirigir a eles.

-Sinto muito.-Harry repetiu pela décima vez.

-Não é culpa sua, filho!-Molly e Arthur conseguiram murmurar em meio às lágrimas.

O Sr Weasley fazia carinho nas mãos de Molly, enquanto lágrimas escorriam de seu rosto.

-Precisamos fazer alguma coisa.-Arthur murmurou.-Não podemos permitir que ele fique com Gina pela segunda vez.Precisamos agir.

-Sim!-A Sra Weasley concordava entre soluços, em meio a seu desespero.-E nossa fi-filhinha já estava ta-tão doente.

-Eu darei minha vida para trazê-la de volta.-Harry tentou.

-NÃO!-Molly esganiçou-se.-Não é tampando um buraco e deixando o outro aberto.Traremos Gininha de uma forma segura Harry, todos precisamos estar seguros, agora que ele retornou.

-Mas foi por minha causa...

-Não foi não!-Fred grunhiu.-Harry, precisamos de você querendo lutar, e não querendo se entregar.

-Okay, desculpem!-O moreno suspirou sem saber o que dizer.

Uma coruja entra pela janela do Salão, e para diante do Sr Weasley, jogando um envelope sobre o colo do bruxo, que o abre sem delongas e começa a ler, correndo os olhos de forma rápida pelas linhas escritas.

-Os Comensais da Morte atacaram Hogsmead.-Arthur começou, parecendo chocado.-Há muitos feridos, alguns mortos.-Anunciou com pesar.-Eles realmente voltaram.Voldemort e sua legião de Comensais regressaram.

Harry sentiu-se chocado, e pela primeira vez, desejou estar morto, para não presenciar o caos que retornava por sua culpa.

Gina levada, pessoas morrendo, a batalha recomeçando.

-Sei o que está pensando Harry.-Arthur resmungou, enxugando as lágrimas.-Mas quero que saiba que estamos com você, e que essa batalha é nossa!

-Sim...-O moreno esganiçou-se, contendo-se para não voltar a chorar.




Seus olhos encontraram uma visão bizarra. Por um segundo, ele pensou que estava de alguma maneira, impossivelmente, nevando no aposento. O ar estava cheio de formas brancas flutuantes; ele podia ver Harry em pé no centro do aposento, uma fina sombra escura em meio a um tornado branco cheio de plumas. E ‘cheio de plumas’ estava certo, ele percebeu, caminhando mais pra dentro do quarto. Eram penas; penas de pelo menos uma dúzia de travesseiros, os quais Harry havia de alguma maneira conseguido rasgar em pedaços. Restos de fronhas estavam espalhados pelo aposento e muitas pequenas penas brancas estavam presas no cabelo escuro de Harry.

-O que você fez aqui?-Rony olhava incrédulo, seus olhos inchados e vermelhos, mostrando que havia chorado também, com a noticia da irmã.

-Adivinha.

-Porque você destruiu suas coisas?Ficou louco Harry?

-Ah, claro que não. –ironizou, dando uma breve risada. –Só estava redecorando pra me divertir.

-Vão te matar quando virem o que você fez aqui. –O ruivo resmungou, passando por entre as penas no chão.

-Se for uma morte rápida e indolor, aceitarei de bom grado.

-Não brinque Harry, precisamos de você vivo.

-Ah é? –o moreno riu em desdém. –Lamento Voldemort não pensar o mesmo.

-Chega Harry, OKAY? –Rony segurou o amigo fortemente.-Para de achar que tudo é culpa sua, porque eu sei o quanto você ama minha irmã.Acredite, eu sei, e eu realmente esperava que você, ao invés de ficar se martirizando e destruindo as próprias coisas, se juntasse com seus amigos de verdade, e bolasse um plano pra tirar Gina daquele maldito.

-Eu sei, mas não é tão simples assim Rony.

-Não é tão difícil assim Harry!Com um pouco de fé e força de vontade a gente pode conseguir cara.

-Okay! vou tentar...Vou tentar, e escute bem.Vou livrar Gina de Voldemort.A qualquer custo Rony.Qualquer custo!

-Encontrei Lupin agora a pouco...-O ruivo murmurou, sentando-se no monte de penas jogadas.-Ele tinha um olhar estranho.

Você viu o rosto de Lupin. – disse Harry, tirando penas de seus cabelos.-Ele não deve achar que existam outros meios.

Rony estava chocado.

-Claro que existem outros meios.

-Quais então?

-Escute essa...-O ruivo olhou ao redor, e com um aceno da varinha fechou a porta do dormitório masculino.




Draco abaixou sua mão devagar e se virou para olhar Voldemort.

O Lorde das Cobras estava parado na porta-de-entrada, e Draco podia dizer pela mancha de sangue vermelho-escuro na ponta da veste dele que ele ainda não tinha trocado suas roupas. Seus olhos estavam acessos, febris, e dois pontos de cor queimavam fortemente suas bochechas. Ele não parecia estar nem muito vivo, nem ao mesmo tempo conservava a outrora aparência de morto, mas sim alguma coisa entre os dois, decididamente em alerta, vivo.

Draco conseguiu ouvir os Comensais se retirarem do porão, ficando apenas os três no aposento escuro que cheirava tão mal quanto Voldemort.

Por um instante sentiu Gina dar uma tremida no chão, mas se conformou achando que era fruto da sua imaginação.

-Mestre!-Murmurou uma comensal que entrara rapidamente no aposento, após os outros se retirarem, ela parecia excitadíssima, e Voldemort, logo a encarou, com a boca horrível na forma de um sorriso irônico.

-O que quer aqui?

-Bem, Milorde, eu queria...

-Ah sim!Já faço idéia.-Ele murmurou como uma cobra.-Me dê um tempo com a garota, e logo lhe chamarei.

Sentiu o conforto na Comensal, que logo se retirou quase saltitante de lá.

Draco não se moveu. Voldemort deu uns poucos passos em direção a eles, até parar no centro do aposento.

-Garoto...-ele disse para Draco.-Você não irá...?

-Eu não vou chamar você de Mestre, Milorde ou coisa do tipo. –O loiro respondeu no mesmo tom.

-Ah sim, você é um rapaz diferente Malfoy!

-Okay, mas não estou interessado em manter algum tipo de compromisso...Não faz meu tipo.-Riu sozinho.

Voldemort fez uma cara estranha, e definitivamente pareceu não ter entendido uma só palavra do loiro.

-Não consigo entender seu senso de humor.

-Que lástima.-Sussurrou em meio a um assovio.-Pensei estar sendo divertido.

-Bem, me deixe sozinho com a garota agora.

Simplesmente aquela idéia não o agradava mesmo.Deixar Voldemort, o temido bruxo das trevas, sozinho, com Gina, a namorada de Harry Potter, o garoto que sobreviveu era algo do tipo, colisão certeira.

Não podia deixar Gina sozinha com ele, mas também não podia se negar a isso.Teria quer te um motivo, e isso, definitivamente, não tinha.

Engoliu em seco e olhou para aquele ser desumano e grotesco na sua frente, o fitando.

Manteve o olhar e sentiu náuseas.

-Tá bom.-Virou-se de costas, sentindo uma terrível dor na nuca e se retirou o mais rápido possível de lá, antes que cometesse uma loucura.

Logo quando Draco se retirou, olhou de uma forma estranha para a ruiva caída no chão, aos seus pés.Sempre acabavam aos seus pés.Essa era a lei.

Só que o que mais lhe deixava feliz, se assim podia-se dizer, era o fato de que Harry Potter viria até ele, e se enfrentariam.Claro, a garota não precisava simplesmente morrer.Se ela aceitasse ficar com ele, talvez poupasse sua vida, e formariam algo invencível, afinal, ainda havia metaforidade entre ambos.

Sentiu as pálpebras da garota fazerem um leve movimento, indicando que ela estava acordando.

Ela se mexeu em meio a um gemido de dor no chão úmido, e abriu rapidamente os olhos, fitando-o.

Por mais incrível que parecesse, ela não gritou como qualquer garota faria, como qualquer ser humano faria.Apenas ficou ali, o encarando, como se a visão a aterrorizasse, mas não fosse necessariamente algo tão nojento.

Pelo menos fora o que passou em sua cabeça.

-Desejo acordar desse pesadelo!-Murmurou mais para si mesma, do que para o Lord à sua frente.

Ele riu, agora entendia por que ela não havia gritado.Achava que era um pesadelo.

-Não é um pesadelo minha querida, dessa vez é real, você está de frente para seu mestre, você é simplesmente honrada de ter esse privilégio.

-Voldemort!-Ela murmurou, fazendo-o se sobressaltar.

-Como ousa me chamar pelo nome?

-Não sou honrada?Porque não posso chamá-lo de Voldemort, Voldy, ou Lordezinho?-Ironizou, conseguindo se sentar e se apoiar de uma forma, meio morta, sobre os braços.

-Como ousa?-Ele repetiu, os olhos pregados na ruiva.

-Acho que já respondi.

Ele riu em deboche e abaixou-se para poder encará-la de frente.

Uma escuridão tão intensa foi cegando o brilho atrás de seus olhos. Ela abalou-se, apalpou suas costas atingida pela parede de pedra atrás dela, quase foi lançada por terra. A escuridão inundou sua visão.

-Você é nojento...-Ela murmurou tentando enxergar em meio à escuridão que se formara.

-Devo aceitar isso como um elogio?-Bufou nojentamente.

E então a luz chegou.

Em sucessões rápidas, umas séries de imagens correram por detrás de suas pálpebras. Ela viu um castelo cercado por torres, um grande globo de vidro na qual tremia uma chama, uma mesa na qual descansava um copo, uma adaga, uma bainha, um arco e flecha, uma vassoura e a superfície de um espelho polida na qual refletia apenas escuridão.

Abriu os olhos rapidamente, e sentiu como se tivessem pedras dentro dele.

-O que você viu?-Voldemort perguntou excitado.

Sua visão clareou e de repente ela estava de volta ao porão, fitando os olhos de Voldemort através das barras da cela, ainda encerrada na cena chocante e terrível que havia encarado. Sentiu seus joelhos fracos e havia um zunido nos seus ouvidos, mas ela não sabia o que tinha acontecido.

-Harry...-Ela sussurrou, mentindo.

O lord olhou-a com o maior desprezo e deu-lhe uma bofeteada no rosto, fazendo-a virar-se de forma brutal, e escorrer um filete de sangue de sua boca branca, e o rosto pálido começava a mostrar marcas vermelhas do ato.

-Você é nojenta!-Grunhiu, levantando-se de sobressalto.

Instantaneamente, uma comensal entrou na cela, encarando Voldemort.

-Você está encarregada de cuidar para que essa garota não saia daqui.Caso isso saia do combinado, você receberá uma punição, estamos entendidos?-O lord ordenou, sem olhar para a Comensal, ainda fitando Gina, com ódio.

-Sim Mestre.-A voz concordou.

E podia estar enganada, mas Gina tinha certeza de já ter ouvido aquela voz antes, tinha mais do que certeza.Era fato.

O terrível Lord saiu se arrastando, e por um instante pareceu que ele estava flutuando.Sentiu-se de certa forma, melhor, por ele não estar mais lá.

-Eu sei que te conheço.-A ruiva conseguiu murmurar, se encostando as grades da cela onde a colocaram.

-Sabe?-A voz feminina e desdenhosa murmurou, com um quê de vitória.-É bom que saiba mesmo.

Sentiu uma dor no estomago, as dores que vinha sentindo, e lembrou do ataque em Hogwarts, os Comensais entrando no Salão Comunal.Imaginou se Nicolly estaria em outro recinto daquele lugar, e pensou em Harry.Se ele tivesse conseguido livrar sua amiga, estaria de certa forma, tudo melhor.

Queria tanto poder olhar pra ele mais uma vez, abraçá-lo e sentir aquela segurança que ele transmitia.

Lembrou-se de como era em tempos atrás, quando era mais divertido e prazeroso, apenas ignorar e jogar com as palavras com Harry.Achava que não o suportava, e derrepente o amor lhe atingiu em cheio.

Uma dor infiltrante como se cortassem sua garganta e lembrou-se, viu, vivenciou aquela cena novamente.

-Tá olhando o que Weasley feiosa?-Perguntou ironicamente enquanto ficava de frente a Gina que se levantou num impulso.

Nesse instante todos olharam diretamente para Gina, que já estava com as orelhas rosadas e á mostra por causa do costumeiro rabo-de-cavalo!

-Primeiramente, o que te faz acreditar que eu estava olhando pra você?-Gina grunhiu perigosamente.

Patrícia parou por um instante, mas logo respondeu.

-Esses seus olhos ridículos estavam direcionados ao MEU Potter!-Entoou a palavra ‘meu’.

-É...Realmente!-Confirmou, o que fez todos á olharem deixando gritinhos abafados escaparem.-Eu estava me perguntando como o imbecil do Potter te agüenta.

Nesse momento Harry sorriu desconsertado pelo comentário.

-Sei...-Sorriu altamente, fazendo mais alunos se aproximarem para ver o que estava acontecendo.

Como que aquela garota conseguia ser tão inconveniente...
Era simplesmente impressionante a capacidade de ser infantil que ela tinha.

E o que mais lhe deixava irritada, era ver Harry sorrindo satisfeito enquanto á abraçava.

-Olha aqui Jordan!-Sorriu superiormente.-Uma coisa...-Puxou todo ar que pode para o pulmão, deixando escapar pela boca.-Eu não me importo com essa luxurias de beleza...Com essas idiotices de maquiagem...-Riu altamente.-Sabe porque?Porque eu sou NATURAL...-Olhou Patrícia de cima á baixo.-E não tão artificial como esses seus olhos violetas.-Riu apontando para os olhos da garota, que brilharam em fúria.


Abriu os olhos novamente, um terrível gosto de sangue na boca, a Comensal estava na sua frente, do outro lado das grades.

-Patrícia Jordan...-Conseguiu murmurar, cansada.

A Comensal retirou o capuz, e Gina fitou mais uma vez, aqueles cabelos loiros, a pele extremamente branca, boca rosada, e olhar de desdém.

-Eu sabia que seus olhos não eram violetas!-Conseguiu murmurar, ao ver os olhos negros da loira brilharem, então tudo ficou escuro mais uma vez, e só se ouviu o barulho de pingos de chuva.




-...Então reunimos todos e podemos, quem sabe, salvar a minha irmã.-Terminou, parecendo cansado.

-Isso parece simples de mais.—Harry resmungou sem dar muita atenção.

-Porque pra você, a única coisa que pode dar certo no momento, é se entregar pra morte!

-Talvez seja...

-Não me faça rir Harry!-Deu de ombros, ignorando o moreno.-Pensei que você poderia ser mais maduro.

-E o que te parece mais maduro?As coisas simples, ou as demasiadas complicadas?

-Não sei Harry.Talvez eu estivesse apenas tentando arranjar uma solução ao invés de ficar criticando.

O moreno sentiu uma pontada de remorso com as palavras do ruivo, que estava completamente certo, então se virou para Rony, e antes que pudesse dizer alguma coisa, Nicolly entrou rapidamente no Salão Comunal, pálida de mais para ser considerada “bem”.

-Harry!-Ela brandiu, indo de encontro ao moreno, que apenas virou o olhar.-Eu estava te procurando.

-Ele ainda não tem um plano, se é essa sua pergunta.-Rony respondeu em desespero.

-Não!Nós temos uma coisa que você precisa saber Harry!-A morena resmungou.

-Nós quem?-Harry sussurrou, parecendo desinteressado.

-Eu e a Cassandra!-Colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha.-Venha comigo, precisamos que você saiba.

Harry levantou-se sem vontade, ficando de frente pra Nicolly.Rony fez o mesmo, mas foi barrado pela morena.

-É só o Harry.Desculpe Rony.

-Mas porque?-Ele protestou.

-Depois se ele quiser te contar tudo bem, mas é que precisamos que só o Harry venha agora.

-Tá tudo bem Rony!-Suspirou, olhando para o amigo.-Faça um favor, chame Hermione, e logo encontro vocês aqui no Salão Comunal ok?

-Tudo bem!-O ruivo disse, saindo antes de Harry e Nicolly, do aposento.

Harry olhou para os olhos azuis escuros da morena, e sentiu-se pior do que antes.

-Você está bem?Quero dizer, aqueles comensais nojentos...

-Eu to bem Harry!Vamos, venha comigo.-Chamou-o, saindo primeiro, fazendo Harry a seguir.




Haviam muitos corpos jogados no chão, pessoas gemendo de dor, e outras ainda com suas varinhas empunhadas nas mãos.

Lupin olhou nervosamente para Sirius, que aprecia de certa forma, excitado pelos Comensais terem ido embora.

-Conseguimos Remo!-Sirius gritou, para o amigo assustado.

-Foi mais como se eles tivesse recebido um chamado!-Suspirou.-Não parece que se renderam.Simplesmente parece que adiaram.

-Adiaram?-Sirius parou, olhando para Lupin, logo começaram a andar, e entraram em um pequeno comercio isolado e totalmente escuro.

-Pode até ser.Mas acabaremos com eles.

-Sirius, às vezes acho que você se obriga a não pensar racionalmente.

-Quer dizer que eu deveria estar sendo pessimista?-Grunhiu.-Posso morrer a qualquer instante Aluado, mas pelo menos terei o conforto de que foi lutando com meu afilhado, e até mesmo, por ele.

-Se você estiver morto, não terá como se confortar!

-A morte seria um conforto?-Ironizou, fazendo Lupin rir.

-Depende do ângulo visto.-Respondeu, sentando e retirando a varinha do bolso, murmurando Lumus.

O aposento se iluminou e deixou amostra, vários objetos incríveis.

Ao longe viram Um globo vermelho flamejando, vários recipientes cheios de um liquido estranho de várias cores.Pequenas criaturas andando de um lado para outro, e bem ao fundo, um arco e flecha, englobado com um vidro que brilhava e via-se de longe.Era encantador, e ao mesmo tempo, dava medo.

-Quê é isso?-Sirius murmurou, indo de encontro ao objeto.

-Bem, suspeito que seja um arco e flecha.-Ironizou, rindo sozinho.

-É incrível!-Sirius gaguejou e estendeu a mão para o objeto, levando um choque ao tocar no vidro.-Caramba, levei um choque!

-Por isso que deixei você ir à frente!-Lupin suspirou.-Se tem proteção, é porque não querem que seja retirado daí.

-Jura?-Sirius engasgou-se, se irritando com Lupin.-E se não queriam que saísse daqui, é porque deve ser muito valioso, importante, sei la, nos sirva para algo.

-Pode ser...-Lupin concordou, seguindo o fio de pensamento do amigo.

-Isso me lembra muito...

-Te lembra?

-Me lembra...-Foi como se uma luz brotasse na mente de Sirius, que sorriu vitorioso.

-Toque na caixa Aluado.

-Definitivamente NÃO!-Ele respondeu, se afastando dois passos.

-Oras, porque não?

-Não sinto prazer com choques Sirius.

-Lupin...-O homem começou, rindo divertido.-Você não confia em mim?

-Da ultima vez que você me perguntou isso, acho que...

-É sério!-Sirius insistiu.-Toque na caixa.

Lupin hesitou por um momento, mas logo estendeu lentamente a mão direita, indo em direção à caixa.

Sirius parecia estagnado.

A mão de Lupin tocou a caixa e não sentiu choque nenhum, a não ser uma terrível dor nas entranhas, e o barulho terrível de um uivo.A caixa desapareceu de uma forma incrível, e o arco e flecha caíram nas mãos de Lupin.

-Como?Incrível...-Ele murmurou, olhando para Sirius.

-Confiar em mim sempre foi uma boa idéia.-Sirius sorriu, observando o objeto nas mãos do amigo.




Entrou meio sorrateiro no porão, e viu Patrícia, os cabelos tão loiros quanto os seus, rindo da cara de Gina, que nem ao menos parecia se importar.

-Qual a graça?-O loiro resmungou ao entrar no recinto.

Gina pareceu estagnar ao ver o loiro a sua frente.

Draco não estava lá aquelas coisas de Deus Grego como sempre fora.Ao contrário.Seus cabelos ao invés de penteados pra trás estavam caídos no rosto em uma cascata loira.Os olhos acinzentados em pequenas linhas semicerradas, as sobrancelhas erguidas em desdém, e os lábios vermelhos como sangue.

-Porque, quer rir também Malfoy?-A loira se esganiçou, olhando Draco de cima a baixo.

-Se for engraçado...-Começou.-Coisa que tenho quase certeza que não é, quem sabe!

-É que eu me divirto em ver a cara dessa Weasley idiota, aqui, presa sobre a posse do Lord Voldemort...É incrível!Como as coisas mudam.

-Sim. –O loiro fungou. –Os Weasley pobretões vão ter que roubar pra pagar o resgate.

Patrícia riu esganiçada e Gina pareceu não entender nada.

-Posso falar a sós com ela Patrícia?Divertir-me um pouquinho.

-Olha, não sei...

-Como não sabe?-Suspirou.

-É que.Ah, tá bom, mas tome cuidado, eu estou encarregada de não deixar ela fugir entendeu?

-Sim.

Patrícia saiu do aposento, lentamente, olhando para Draco de uma forma estranha, como se o desejasse.

Gina se incomodou profundamente com isso, e fechou a cara.Será que Draco havia mudado tanto em tão pouco tempo?

-Somos ricos de espírito.-Suspirou ao ver a loira sair.

-Gina, me desculpe ter dito aquilo, mas é que eu tenho que parecer mal.

-E você botou medo né?-Gina ironizou.

-Ah, você entendeu!-resmungou.-Essa Patrícia me dá nojo.

-Em mim também.Mas, mudando de assunto, o que estou fazendo aqui?Ou melhor dizendo, o que nós estamos fazendo aqui??

-É uma história longa, que vou te explicar.Mas antes, jure que vai continuar me amando mesmo assim.

-Como?

-É, jure!-Riu galante.

-Eu juro.-Levantou a mão direita sorrindo, e naquele tempo pareceu um pouco menos doente.-Mas ande, conte tudo...

Draco não se demorou e deixou Gina a par de tudo, que parecia surpresa, indignada e ao mesmo tempo, confusa.

-Então você é um comensal da morte?

-Para todos os efeitos, sim!

-Você é louco!-Concluiu.—E aquele ataque tinha sido previsto, e Nicolly já sabia?

-É, bem, achamos que era previsto, mas nos surpreendemos quando mais comensais invadiram, e pior, quando me arrastaram e me obrigaram a te trazer pra cá.

-E que lugar é esse?

-A mansão dos meus pais.

-Compreendo.-Gina sorriu inconformada.-Isso é terrível.Quero sair daqui imediatamente.

-Sim, podemos sair, ai em cinco minutos nos encontram, te torturam até você não agüentar mais, me matam e viveremos felizes para sempre.

-E terei que ficar aqui, concluindo?

-Não, te dei a outra opção.-Draco parecia impaciente.

-Tentador...-Finalizou desolada, passando as mãos machucadas sobre o cabelo desalinhado.

-Gina, escute! Eu vou voltar até Hogwarts, contar o que aconteceu pro Harry.

-Não!Ele vai querer vir atrás de mim, e é isso que o Voldemort quer!

-Não deixarei ele vir.Pelo menos não antes de termos um plano.

-Não sei não viu...

-Confia em mim...Não temos mais o que fazer.

-Malfoy acabou de se divertir com essa feiosa?-Patrícia quase gritou, entrando no porão.

-O olho dela é preto?-Draco perguntou baixinho para a ruiva.

-Eu sempre soube...-Gina se divertiu.

-Terminei!-Draco resmungou, tentando parecer bravo.

Saiu de lá evitando olhar pra Gina.E no mesmo instante, Patrícia entrou, arrogantemente, fechando a porta as suas costas, com um aceno da varinha.

-Você está com medo de mim sua pobretona feiosa?

-O que você pode fazer?Me tacar purpurina?-Gina ironizou.

-Só não te mato, porque o Lord...-Começou.

-Você não me intimida!-Suspirou, encostando-se nas pedras da cela.




Estavam em uma sala com um piano e várias luzes verdes brilhando.Uma musica triste soava em seus ouvidos, e pro algum motivo, lembrou-se de Gina.

Mas é claro, já tinha ouvido ela tocar e cantar aquela musica.E lembrou-se, como que a ruiva cantava e tocava muito bem piano.E sentiu muita saudade dela naquele momento.

-Falem.-Suspirou olhando para as duas morenas que o fitavam.

-Harry, primeiro, promete que vai só ouvir, e depois fazer as perguntas?

-Sim, prometo!-resmungou de má vontade.

Cassandra contou tudo para Harry, que ficava vermelho a cada palavra pronunciada pela morena.

Nicolly tentava amenizar, mas de nada adiantava.Só estava esperando a hora que Harry iria gritar e lançar uma maldição nas duas.

-Então eu acertei você com uma maldição?- perguntou observando os raios de sol entrarem pela janela que havia no aposento.

-Exatamente.Ao invés de acertar o Malfoy, você me acerta!-ironizou.

-Eu vou acabar com a raça daquele Malfoy!-Harry falou entre dentes.

-Eu não falava tão sério em relação à maldição... –Cassandra sorriu sem graça.

-Harry, ele e Cassandra estavam tentando proteger a Gina.-Nicolly argumentou.

-E veja, parabéns pra eles! –riu irônico. –Fizeram um bom trabalho.

-Teríamos feito se você não tivesse atrapalhado.

-O que?Vejo comensais com a amiga da Gina e querem que eu não faça nada.

-CHEGA!-Nicolly brandiu.-Todos agiram corajosamente e em prol do bem, mas vejam, Gina foi levada, e te trouxemos aqui Harry, para que nos ajude a ter uma idéia do que fazer, porque eles levaram o Malfoy, o que nos faz ter quase certeza, de que Gina está na mansão dos pais dele.

-Ótima dedução...-Harry resmungou arrogante.-Devo bater palmas?

-Manter a boca fechada e a mente trabalhando ajuda mais. –Cassandra suspirou.

Como Potter sabia ser insuportável quando queria.

-Harry não estamos brincando.

-Ah, pois eu acho que estão.Porque pensar que se pode enganar Lord Voldemort é atitude de criança.

-Então foda-se você Potter!-Cassandra gritou, levantando-se nervosa.-Não devíamos ter te contado nada e te deixado no escuro como você estava.Ai quem sabe ao invés de ficar sendo estúpido, você não estivesse tentando adivinhar quais Comensais levaram Gina, para onde, com quem, e porquê!

Nicolly arregalou os olhos, com a ferocidade que Cassandra despejava tudo que tinha pra dizer.

-Você quer que eu bata palmas pra você e suas idéias mirabolantes?-Perguntou levantando-se também.

-Pelo menos me dê uma idéia então!-Replicou, dando de ombros.

-Harry, ao invés de ver os nossos erros, nos ajude a concertá-los.-Nicolly pediu, mais como uma suplica.-Não por mim, nem por Cassandra.Mas pela Gina.

Estava sendo muito arrogante mesmo.Elas haviam sido erradas e achar que seria simples jogar com Voldemort.Mas de nada adiantava ficar jogando os erros nacara.Deveria ajudá-las, teriam que ter um plano.Pois realmente estava sendo hipócrita, porque Rony, Cassandra e Nicolly queriam um plano, só que si próprio só enxergava os erros de ambos.

Sorriu pela primeira vez, relaxando os músculos do maxilar, e se dirigiu as duas, com a voz mais suave, tentando amenizar, e de certa forma, se desculpar pelas arrogâncias anteriores.

-Me desculpem por ter sido estúpido.

-Nos desculpe também Harry, pois entendemos o seu lado.-Nick sorriu docemente.

-Fale por você Nicolly, e Potter, até que enfim que se mancou...-Sorriu, dando uns tapinhas nas costas do moreno.

Harry retribui, mas ainda se questionava de como Gina tinha arranjado amigas tão desequilibradas.

-Enfim, que lugar é esse?-Perguntou curioso.-Me lembro de já ter vindo aqui, mas não sei que parte do castelo é essa.

-A Gina que descobriu aqui, e desde então estamos aqui sempre.

Ouviram um barulho de algo colidindo do lado e fora e ficaram parados, apenas esperando pra ver de onde e se viria novamente o barulho.

-Eu sempre voei tão bem.

Ouviram, antes de uma cabeleira loira saltar janela adentro, com uma vassoura nas mãos, e o rosto mais pálido do que o normal.

-MALFOY!

Os três gritaram ao mesmo tempo, fazendo Draco rir estranhamente.

-um de cada vez, tem autógrafos pra todos.-Ironizou, colocando a vassoura em um canto e parando estáticoarry olhou furiosamen

Harry olhou furiosamente para ele.

-Onde está a Gina?-Gritou, indo pra cima de Draco, que não se mexeu ao ver Harry o empurrar brutalmente contra a parede.

-Vai conseguir muita coisa assim...-Suspirou, fazendo o moreno se afastar e o fitar com ódio.-Agora está melhor.

-A Gina Draco!-Cassandra esganiçou-se.-Cadê?O que houve?

--Ela de certa forma está bem.Voldemort está com ela na minha casa.-Ele fez uma ligeira careta.-Ele fede de mais... –complementou –Mas no de mais, ela ainda sorri..

Harry pareceu se irritar ainda mais com o comentário.

-...Mas eu tenho um plano!-O loiro completou.

Nicolly muxoxou inconformada.

-Não dá pra fugir de lá?

-Ah, dá sim, e ser morto depois de cinco minutos!-Riu sozinho, em desdém.
-Você vai me dizer seu maldito plano ou não?-Harry insistiu.
-Bem, -Draco disse. -Meu plano era este. Nós esperamos aqui por Voldemort vir nos matar, e quando ele vier, nós morremos horrivelmente, gritando como bichas loucas.Eu também pensei em pingar sangue e talvez babar um pouco enquanto eu morro. Legal né?

Ninguém riu, o que fez, de certa forma, Draco ficar desconcertado.

-Essa é sua idéia de um plano vitorioso?-Harry perguntou vitorioso.

-Para que triunfe o mal, só é necessário que os bons não façam nada.-Nicolly murmurou sabiamente e irônica.-Parabéns Malfoy!

-Acho que isso foi o que mais me agradou!

-Você é lixo e podridão...-Cassandra bufou.-Desiste tão fácil.

- Eu não estou desistindo; eu estou sendo realista!

-Está desistindo sim, e pior que o Potter!-Afirmou, olhando de Nicolly para Harry, que ergueu a sobrancelha em desdém.

-Eu não estou desistindo!

-Sim, você está!

-Essa discussão não faz sentido!

-Não faz sentido esse seu planinho idiota!-Harry completou.

-Foi só pra descontrair e fazer o tempo passar!-defendeu-se, com um sorriso intrigante nos lábios.

-Bela maneira de fazer o tempo passar...-Nick murmurou, um tanto sádica.

-Eu posso pensar maneiras melhores de passar o tempo...-O loiro sorriu.

-Não sabia que você era chegado na coisa Malfoy!

-Uhhh, não foi isso que quis dizer!...E mesmo que eu fosse chegado na coisa, não curto magrelos pequenos que usam óculos.

-Sou da mesma altura que você Malfoy, e me desculpe, mas é uma atitude afeminada dar tanta atenção ao cabelo como você dá.-O moreno revirou os olhos impaciente.-E sou da mesma altura que você.

-Potter, dar atenção ao meu cabelo não faz de mim um gay, dar a tenção ao seu cabelo faria de mim um gay!-Concluiu.

-Acabou?-Nicolly batia com a ponta do pé no chão.-Ou vão continuar perdendo tempo e discutindo idiotamente?

Nicolly pareceu concordar com a amiga.

-Okay, onde está a Gina?-Harry voltou a perguntar impacientemente.

-Na minha casa, já falei.

-Quero ir buscá-la!

-À-vontade, só que de ante mão, te aviso que existem muitos feitiços na entrada do castelo, e que se você passar por eles é sorte.E diria mais.Diria que se você passasse por Voldemort, é porque você tem sete vidas!

-Não quero saber...Quero buscar Gina!

-E deixar a cabeça por lá?

-Se eu trouxer ela em segurança...-Grunhiu.

-Tente pensar mais racionalmente Potter...Temos que ter um plano antes de irmos para lá.

-O seu plano foi fabuloso Draco, me desculpe, mas quem é você pra falar...-Cassandra começou, arrogantemente.

-eu estava descontraindo, antes que o Potter me enchesse de socos.

-Bela forma de descontrair.-Nick comentou.

-Só digo uma coisa pra vocês.Vou voltar pro castelo, e volto depois com as informações e pra levá-los comigo.

-Que garantia você nos dá de que irá voltar?

O loiro pareceu confuso por um momento.

-Minha palavra não basta?

-Não.-Harry e Cassandra resmungaram juntos.

-Peguem isso...-Ele jogou um objeto que aprecia uma gota de chuva que cabia na palma da mão.

Harry pegou rapidamente, sem notar o loiro subir na vassoura e ir em direção a janela.

-Eu volto!-Murmurou, olhando para eles.-E manterei vocês informados.

-Draco, -Cassandra chamou freneticamente.

-O que?

-Cuidado!-Sorriu, pela primeira vez de uma forma meiga, lembrando-se da noite que tiveram juntos, e de certa forma, sentiu-se incompleta.

-Só porque você pediu...-Ele sorriu e levantou vôo.

-Infeliz!-Harry brandiu, observando o objeto nas mãos.-Pra que eu quero isso?

E num gesto brusco enfiou o objeto no bolso, olhando para Nick e Cassandra, que pareciam terrivelmente cansadas.




Começou a chover. A grama em torno dos pés de Sirius e Lupin estava úmida, e ensopava a bainha de suas calças enquanto eles acompanhavam a ladeira. Suas cabeças e ombros estavam secos, no entanto, graças ao Feitiço que Lupin tinha jogado depois que eles deixaram a casa até então desconhecida. Sirius estava tão absorto em pensamentos para dar atenção ao clima – tão absorto em pensamentos, e não tirou os olhos do arco e flecha que era, sem dúvida nenhuma, a Chave que precisavam. Era uma bonita peça, tão bem feita que o artífice que tinha cravado a pena de águia na flecha quase não tinha nada para fazer. A idéia de que pertencia a gerações de Ravenclaw, inclusive, deixava Sirius nervoso com o pensamento de que ele podia deixar cair ou danificar o arco e flecha. Lupin sugeriu então que ele jogasse um feitiço de Redução para encolhê-lo ao tamanho de sua mão. Desta forma, ele poderia escondê-la no interior do bolso de sua capa, e foi isto que ele fez.

-O que nós estamos esperando novamente, Sirius?- Lupin perguntou, tremendo um pouco sob o vento frio. Todo o universo parecia estar levando Sirius para a escuridão, para um temperamento de preocupação - nuvens pretas prateadas se movimentavam rapidamente cruzando um céu cor de ferro úmido, e o vento fazia os galhos das árvores cantarem melancolicamente.

-Tem algo estranho acontecendo! –suspirou olhando ao redor.Estava tudo deserto.Os corpos já não estavam mais no chão.Porém, ainda havia sangue em alguns lugares.Todos comércios fechados.Parecia que Hogsmead estava realmente deserta.

-Seria uma guerra?-Ironizou, em tom baixo.

-Lupin!-pestanejou pegando no pulso do amigo.-Escute...

Ficaram um tempo em silencio, derrepente aconteceram muitas coisas ao mesmo tempo.

Vassouras com comensais sobrevoavam os céus.Outros vinham com suas varinhas em punho.

Derrepente muitas pessoas apareceram.Muitos fieis saindo do comércio.

-EPSEREM!-Um comensal gritou, levantando sua varinha para o alto.-Não precisamos derramar mais sangue.Nos entreguem Harry Potter, que serão recompensados.

-NUNCA!-Sirius gritou, chamando todas atenções para ele, que de certa forma sentiu-se desconcertado.-Nunca te daremos a salvação!

Uma comensal começou a rir freneticamene.Com certeza era Belatriz Lestrange, sua prima nojenta e devota ao Lord das Cobras.

-Você me faz rir Sirius Black...-Ela se esganiçou com a varinha apontada para o primo.

-Que bom! Você deve ficar feliz enquanto eu não te fizer chorar.

-Intimidador...- ela murmurou entre dente. -crucio!

-Impedimenta!-Lupin gritou, apontando a varinha para Belatriz, fazendo os dois feches de luz se encontrarem e se dissolverem no ar.

-Como ousa, seu lobisomem imundo? –Gritou ferozmente, mudando o alvo para Lupin.

-Você não presta mesmo Lestrange.

-Agora que percebeu?-Um comensal ruiu as suas costas.

O rosto dele mudou para um sorriso cansado.

- Você está acordada! - ele disse - Isso é bom. Desculpe ter gritado com você. Eu não estou com a minha varinha aqui, então eu tive de fazer o melhor que pude.

-Ai meu Deus... –murmurou sentindo os músculos das pernas rígidos e a pele parecer queimar.Estava se sentindo muito mal.-Onde está Draco, Harry?Onde estão todos?

-Não faço idéia.Pensei que estivessem aqui!-olhou em volta.

-Um grupo de Comensais de trouxeram aqui, Harry não estava com você, e Draco, nem faço idéia.Ele não é perigoso?-Perguntou vendo a garota balançar a cabeça freneticamente.

-Foi horrível.-ela falou –Os comensais me trouxeram aqui, eles acham que Draco está do lado deles.Mas bem, como você conseguiu chegar até aqui?-s olhos pela primeira vez marejaram –Acho que vão matar o Harry e o Draco!

-Não vão matar o Draco, porem, se encontrarem Harry, será perigoso...-Começou, coçando a nuca.-Escute bem, Voldemort vai embora daqui por algum tempo, você ficara sabendo disso.

-Como você conseguiu entrar aqui Sirius?-A ruiva perguntou pálida.

-Bem... - disse Sirius relutante - Não é como tomar um ônibus, Gina! –Riu de forma estranha.

-Eu acho que... - ela murmurou - Isso tem estado na minha cabeça por todo esse tempo..., Eu só não sabia como ele estava fazendo isso.

- Fazendo o quê? - perguntou Sirius, virando sua cabeça para seguir o ansioso progresso de Gina.

-Controlando-na. - disse Gina.

- Controlando quem? - perguntou Sirius.

-Minha mente - ela disse, sentando-se pesadamente no chão.

- Gina - Sirius disse firmemente - Basta de livre-associação. Por favor, fale a minha língua!

-Ele se infiltrou na minha mente, a maldição pode ser algo psicológico.Isso pode ser revertido SIRIUS!

-Talvez!-O bruxo murmurou pensativo.

-Minha cabeça dói tanto Sirius...-Sussurrou, pegando na cabeça com as duas mãos, em agonia.

Sirius soltou um grito doloroso.Mais como um uivo e aportou o estômago.Seus olhos começaram a ficar foscos, a pele mais pálida do que antes.Parecia que ia enlouquecer.

-O que foi?

-Lupin...

-Lupin?-A ruiva perguntou confusa.

-NÃÃÃO!


-Sirius!-Lupin gritou segurando o amigo, que mantinha as mãos na cabeça, e o rosto contorcido em dor.

Belatriz riu loucamente, enquanto os outros Comensais apontavam a varinha para os dois.

-Fuja Lupin...-Sirius grunhiu, caindo de joelhos.

-Não! –Lupin falou.-Nunca te deixarei aqui.

-Ah, deixara sim!-Belatriz complementou. –Crucio!

Soltou Sirius que caiu de joelhos, e começou a uivar de dor.Doía tanto.Era como se mil facas o cortassem por dentro.

Como se arrancassem cada osso de seu corpo, ou até mesmo triturassem com um martelo.Cada pedacinho mais insignificante doía.

Nunca sentira algo daquele tipo.Doía muito se transformar em lobisomem, mas aquela dor aprecia ser mais profunda, mais agonizante.

-PARE!-Sirius gritou em desespero, procurando sua varinha no bolso.

Belatriz parecia extasiada.Ria como uma louca, ao ver Lupin se contorcer no chão.

Conseguiu achar a varinha no bolso.Sua cabeça latejava, e ainda podia ouvir uma garota gritando.

-Avada...-Sirius começou, apontando para Belatriz.

-AVADA KEDAVRA!-Ela conseguiu gritar antes, com a varinha apontada para Lupin.

-NÃÃO...-Gritou, ao ver os olhos do amigo perderem a cor quando o feche de luz verde o atingiu no peito, e ele permaneceu inerte no chão.

-E isso é apenas um aviso...-Um comensal murmurou segurando o braço de Belatriz que já apontava a varinha para Sirius.-Diga a todos, que Harry Potter será destruído, e que você-sabe-quem triunfará.

Desapareceram imediatamente em cima de suas vassouras, voando ferozmente para o Norte.

E ainda podia ouvir a voz de Belatriz, rindo, e voando ao longe.

-Lupin.-Chegou perto do amigo, segurando nas mãos geladas dele.-Você podia ter sobrevivido...-Seus olhos arderam, e sentiu-se furioso.-EU JURO!JURO, QUE FAREI JUZ A VOCÊ E OS PAIS DO HARRY.

Segurou fortemente no amigo, e aparatou de lá, esquecendo por uns segundo das alucinações que o tinham feito passar tão mal.




Bateu fortemente em uma figura loira que corria por um corredor estreito.

-Cuidado!-Gritou.

-Draco Malfoy...-Ela resmungou, olhando de uma forma estranha para Draco.-Apenas achei que o Mestre devesse saber...

-Saber o que?-Draco se sobressaltou, recuando.

-Que a Weasley está tendo um ataque e gritando como louca no porão.

-Como é que é?-Draco a empurrou e saiu correndo corredor adentro, mas antes não pode deixar de gritar.-E Voldemort não está na mansão no momento, deixe que eu cuido da pobretona!

-Tá bom.-Patrícia resmungou de má vontade, indo em direção à cozinha.-Eu tava com fome mesmo.

Entrou no porão e viu Gina, encolhida e caída em um canto da cela, ela tremia muito, e o cabelo estava todo molhado de suor já.

Murmurou alguns feitiços e a cela se abriu, entrou rapidamente, agachando-se ao lado dela.

-Gina...-Sussurrou, levantando a cabeça dela e apoiando em seu colo.-O que você tem?

Na verdade sabia o que ela tinha.A ruiva gemia de dor e a respiração estava ofegante e rápida.

Tremia constantemente e o corpo todo estava molhado de suor.

Pegou sua varinha no sobretudo e apontou para ela, murmurou alguns encantamento, o que a fizeram parar de tremer e respirar de forma normal.

-Acorde...Por favor, acorde...

Gina abriu os olhos rapidamente, e se assustou ao ver Draco ali.

-Sirius, Lupin...-Falou abruptamente, se sentando e colocando as mãos no estomago, vomitando logo em seguida.

-O que tá acontecendo?-O loiro perguntou olhando-a de uma maneira normal, como se ela não tivesse tendo um ataque.

-Lupin morreu...-Chorou, abraçando Draco, que retribuiu, olhando para a entrada para ver se não vinha ninguém.-A maldita Belatriz o matou.E agora Sirius está em perigo.

-Como você sabe disso?

-Ele esteve aqui...-Prestou atenção n que havia dito.-Quero dizer, na verdade eu os vi, tive uma visão, e nela Sirius falava comigo, então eu não sei, mas ele desapareceu, e eu só tenho a certeza de que Lupin morreu!

-Pode ter sido um pesadelo Gina!-Draco tentou acalmar.

-Não é um simples pesadelo Draco!Que merda.-Respirou fundo.-Nunca foram simples pesadelos.

-Desculpe...-Ele murmurou.-Mas você precisa ficar calma.

-Calma?

-O que aconteceria se eles soubessem que você estabeleceu uma ligação com a mente do Black?

-Matariam Sirius...-Sussurrou.

-Exatamente, então, mantenha a calma Gina.-Draco falou.-Vamos pensar no que fazer.Eu fui no castelo, falei com Harry, Nicolly e Cassandra.

-Como eles estão?

-Estão seguros por enquanto.

-Por enquanto?

-Harry quer de todo jeito vir atrás de você.Não sei se posso detê-lo.

-Draco, é suicídio o Harry vir atrás de mim.

-Eu sei, mas você conhece aquele cabeça dura.-Riu por um momento.-Nem que eu o pregasse numa parede!

-Preciso saber noticias de Sirius e Lupin.-Resmungou sentando-se mais firmemente e pegando um vidrinho com um liquido verde musgo de dentro das vestes.

-Daremos um jeito.-Draco a observou.-Mas o que é esse liquido ai?

-Uma poção pra tirar a dor...-Falou por fim, após ter pingado algumas gostas na boca.

-Deve ter um gosto terrível...

-Não, parece mel.-Sorriu.-Embora me lembre muito lodo.-Ergueu uma sobrancelha.-Porem, funciona!-Sorriu, sentindo todas as dores de seu corpo, sumirem como passe de mágica, e sentiu-se lívida, como se estivesse flutuando.

-Preciso sair daqui...-Suspirou, vendo Gina franzir o cenho.-Se alguém me ver aqui com você, eu morro.-Saiu da cela e a fechou com alguns encantamentos logo em seguida.

Gina dificilmente o ouviu. Ela tinha suas mãos sobre seu rosto e estava fitando a escuridão atrás de suas pálpebras, o nada. Como eu pude ser tão estúpida? Ela pensou.

-Tudo bem, obrigada Draco!-sorriu - Oh, Patrícia!-Olhou indignada para a criatura às costas de Draco, que deu um pulo.

-Se manda Malfoy!-A loira pestanejou empurrando o loiro.

-Ficou maluca?-Ele protestou.

-Você fica ai de papinho com essa ridícula...Pensei por um instante que ela estava morrendo.Que ridículo, e você fez ela acordar.

-EU?-Draco riu divertido.-Não tenho culpa de que só com a minha presença toda mulher acorde e me idolatre.Vai me dizer que com você é diferente...

-Talvez seja...-Ela suspirou sorrindo para ele.

-Eu duvido!

Gina parecia estar com nojo.

-Então só espere até eu te provar que você não resiste a mim...

-Aguardo ansiosa.-ela mordeu o lábio.-Agora vá, mas antes, onde foi o Mestre?

-Porque não pergunta pra ele?-Deu de ombros e saiu de lá, o mais rápido que pôde.




-Rony, Hermione...-Harry suspirou cansado, quando chegou no Salão, correndo e encontrou os amigos sentados e conversando.

-Ah, Harry, faz tempo que estamos aqui te esperando.-Hermione contrapôs.

-Faço idéia, porém, temos que sair co castelo hoje mesmo.

-O quê?Porque?-o ruivo levantou-se num impulso.

-Agora temos um plano.

-Qual?

-Vamos atrás de Gina.

-E vagamos o mundo inteiro até achá-la?-Hermione riu desdenhosa.

-Não, ela está na mansão dos Malfoy!-Sentiu-se vitorioso de saber pelo menos alguma coisa em relação à ruiva.

-Então é isso!-Rony levantou-se feliz.-Vamos em busca da minha irmã...Até que enfim que você tem um plano Harry, mas quem te contou.

-Depois em explico.-Harry murmurou.Não iria falar que fora o próprio Draco Malfoy.-Cassandra e Nicolly virão conosco.

-E você acha que não existe nenhum feitiço aos arredores da mansão?

-Talvez exista sim, mas depois pensamos nisso.

-Talvez depois de morto não se dê pra pensar Harry!-Hermione falou.

-E a Gina?Não a deixarei lá...

-Nem eu!-Rony concordou.

-Tudo bem...-Hermione aceitou, sem ter outra saída.-Mas quando iremos?

-De noite...-Ele suspirou, antes de Edw entrar cabisbaixo no salão, e permanecer o silencio.

-Algum problema?-Rony gesticulou, olhando para o moreno.

-Sim, alguns...

-O que aconteceu?-Harry perguntou com medo da resposta.

-Ouve outro ataque surpresa em Hogsmead.

-Lixo!-Hermione bateu na mesinha a sua frente.

-E Lupin morreu.-O moreno terminou, fazendo Rony cair sentado novamente no sofá, Hermione abrir a boca várias vezes sem conseguir dizer nada, e Harry permanecer quieto, apenas olhando para um nada através da pequena janelinha.

-Sirius estava com ele...-Continuou, no que Harry não se mexeu.-Ele está bem, trouxe o copo de Lupin, está na sala de Dumbledore agora.

Hermione começou a chorar descontroladamente e Rony a abraçou, afagando os cabelos da morena.

-Mais um motivo para irmos e acabarmos coma raça deles.-Harry segurou fortemente o objeto que Draco lhe dera nas mãos, em ódio, ódio de tudo e de todos.

Tiveram de ler os lábios de Harry naquele momento para poderem entendê-lo.

-Preciso ver Sirius...-Terminou, saindo lentamente de sala.




Nunca havia entrado naquele recinto de seu castelo.Era completamente escuro, e alguns feches de luz amarela entravam sabe-se lá por onde, já que a sala era completamente fechada.Algumas prateleiras de metal, completamente sujas, e bem a sua frente uma bainha, e algo brilhando muito sobre ela.

Parecia uma espada, e era perfeita.Aproximou-se tocando ela de leve, quando foi repelido pra trás, como uma correnteza arrastando, e ouviu bem ao longe algumas vozes misturadas na sua cabeça.

Parecia que ia enlouquecer com o zunido que as vozes faziam.

E bem ao fundo...

“Todos seus desejos... apenas peça...”

Fixou o olhar na espada e tentou dar um passo a frente, suas pernas doeram, e os olhos arderam, e continuou ouvindo as vezes de Gina e de outra pessoa, que se lembrava já ter ouvido, mas não se recordava no momento.

-Lupin morreu...A maldita Belatriz o matou. –A voz de Gina ecoava várias vezes.

-Não é a merda de um sonho!

-E Lupin morreu.-A voz do garoto estranho ressonava.

E derrepente, a voz de Harry.


Sentiu-se enlouquecer, e mordeu o próprio pulso, para amenizar a dor.Sentiu gosto de sangue na boca e apertou os olhos.

“Todos seus desejos... apenas peça...”

Viu tudo ficar escuro e o chão sumiu de seus pés.

Rendera-se a loucura, e por uns simples minutos, tornou-s várias pessoas, e sentiu vários sentimentos.



CONTINUA...




N/A:Desculpem a demora, mas dessa vez foi só um mês ao invés de 7...rsrs.

Espero q gstem do capitulo, e apartir desse, eles serão mais de ação mesmo, pq a fic tá terminando.!

=D

enfim, fazem 2 anos e algusn meses de GM.

*emocionada*
Amo vcs leitores.
Muitos bejos.

PS: esse cap ficou grande...rsrs³







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