Observações



Alice Greengrass


Uma multidão estava no corredor principal das salas de aula, os professores estavam tentando inutilmente controlar os alunos.  O problema era que os alunos do primeiro ano estavam perdidos, e aqueles que tinham matérias novas também. Durante o café da manha recebemos os horários e o caos se instalou. Dominic estava a minha frente, segurando minha mão para que não nos perdêssemos no meio de tantos alunos. Nossa primeira aula do dia era de Poções e ainda tínhamos um longo corredor pela frente. Durante o café da manhã, o comentário era sobre quem tinha sido escolhido para participar dos jogos. Scorpius veio me contar sobre os da Sonserina, e eram os que mais me preocupavam no momento.  Erik Goyle e Sabrini Crabbe eram os escolhidos, eu não sabia muito sobre as notas deles, mas devido ao passado de seus pais e avós não duvidava que tivessem alguns feitiços de magia negra na manga. Talvez eu esteja sendo um pouco preconceituosa, admito, mas eu nunca me dei bem com eles. Os escolhidos da Corvinal eram Stuart Allen e uma menina que eu nunca tinha visto, muito menos ouvido o nome, por Rose fiquei sabendo que eles eram namorados. Ela ficou um pouco surpresa em saber que eu e Potter iríamos pela Grifinória, ainda não sabia se era pela estranha dupla ou por eu me candidatar. Eu não tinha falado para muitas pessoas que eu estava pensando em me candidatar, Dom logo me apoiou e demorei a contar a Angie por que eu sabia que e reação dela seria completamente diferente. Fora elas somente a Scorpius sabia, ele me apoiou totalmente.


            Ainda não sabia quem eram os competidores da Lufa-Lufa, mas sabia que isso não demoraria a acontecer. Ficava pensando se os outros alunos participantes estavam pensando em suas ameaças, assim como eu estava, e queria saber em qual posição eu e Potter estávamos.


            Finalmente eu e Dom conseguimos chegar à sala do professor Slugh.


            - Onde está Angie? Não me diga que você a perdeu? – falou Dom brincando, enquanto sentavam-se em um dos conjuntos triplos de mesas.


            - Não, ela foi ao corujal mandar uma carta a Wood. – Dominic somente revirou os olhos, Angie e Wood eram namorados a mais ou menos seis meses e esse seria o primeiro tempo que eles ficariam separados. Wood estudava em Hogwarts até o ano passado, foi assim que eles se conheceram, mas agora que ele não estudava mais aqui, Angie mandava o maior numero de cartas possíveis.


            - Bom dia, meninas! – falaram Anthony e Potter, entrando na sala, e se sentando atrás de nós, logo depois que respondemos Potter continuou – Então vocês já sabem? – Eu e Dom nos entreolhamos e negamos com a cabeça. – Nós somos a melhor dupla, entre todas as casas, ruiva.  – Abriu um sorriso muito sacana, pois sabia que eu não iria gostar desse apelido ‘’carinhoso’’. Depois de revirar os olhos respondi.


            - Ora! Claro que somos! Só eu estando na dupla nos garante isso, mas aposto que se você fosse com a Brigitt vocês perderiam fácil para Crabbe e Goyle. – Abri um sorriso de satisfação, a cara de nojo de Potter só na menção do nome da menina de voz estridente foi hilária, tanto que Anthony e Dom riram alto. Potter abriu a boca para me responder, mas o Professor Slugh tinha entrado na sala, falando bom dia. Angie chegou atrasada na aula, tinha as bochechas vermelhas e a respiração acelerada, da provável corrida até a sala de aula. Professor Slugh pediu para a turma fazer uma poção de Amortentia, enquanto eu via todos os meus colegas olharem no livro eu fazia minha poção, eu sabia quase de cor, tinha devorado quase todos os livros de poções da biblioteca. É uma das minhas matérias favoritas, não era difícil para mim. Enquanto eu fazia minha poção, me deixei pensar nas palavras de Potter, ‘’nós somos a melhor dupla’’. Desde que tinha decidido me candidatar, eu sabia da possibilidade de fazer uma dupla com Potter, afinal somos muito parecidos em alguns aspectos. Isso quase tinha me feito desistir de me candidatar, mas resolvi que era melhor fazer isso, ele vai ser uma ótima dupla, ele é um bruxo muito talentoso. Mas depois da votação na noite passada, depois que tive certeza que seriamos uma dupla, não tinha pensado na coisa em si. Tinha pensado que teriamos que treinar, que teriamos que decorar feitiços, tentar descobrir o que seria a próxima tarefa e coisas assim. Mas não tinha parado pra pensar no quanto tempo teríamos que passar juntos para isso, o que era ridículo, por que isso era obvio.  Vamos ter que agir como uma dupla quase a maioria do tempo que temos livre, e a nossa convivência não e nada fácil. Mas eu prefiro pensar que vamos nos dar bem, afinal nós dois queremos isso. Ainda não tínhamos falado sobre as provas, sobre sermos uma dupla nem nada, nem tivemos tempo.  A verdade é que queríamos adiar essa conversa o máximo possível. Eu estava começando a sentir um cheiro amadeirado, de grama cortada e de café passado. Minha poção estava pronta.


 


Scorpius Malfoy


Havia uma semana que as aulas tinham começado em Hogwarts, e eu estou achando que vou ficar maluco. Há uma semana, Rose Weasley apareceu em Hogwarts como uma nova garota, ela estava diferente não em seu modo de agir, mas seu corpo havia mudado completamente. A Weasley nunca tinha chamado a atenção, nem por sua personalidade, nem por sua beleza. E um dia eu simplesmente a noto? No começou achei que estava ficando maluco, mas aí um dia eu e AL estávamos no banheiro masculino no sexto andar, e ouvimos uns meninos conversando sobre o quanto ela estava ‘’gostosa’’.  Al comentou sobre isso depois, e disse que Rose havia mudado bastante realmente. Naquela noite eu fiquei pensando um bom tempo nela, apesar de nunca termos tido longas conversas ela parecia ser bem legal, passávamos um bom tempo juntos por causa de AL e dos nossos outros amigos em comum. Achava realmente que estava ficando louco, estava pensando de mais nela. Depois de uma semana pensando decidi que estava sentindo uma atração por ela, uma muito forte, mas era isso. Qualquer menino que visse uma menina bonita iria sentir atração. Depois dessa constatação, consegui dormir bem por uma noite, até que no outro dia me peguei olhando o sorriso dela. Depois disso decidi que preciso falar com alguém. Por isso fui até a biblioteca.


            É segunda feira, e pelas minhas contas Alice tem um período livre no momento. Eu tenho aula de poções, mas quem precisa de poções? Super desnecessário. Estava passando pelas estantes da biblioteca com pressa, até que avistei os cabelos ruivos escuros de Alice. Ela estava em agindo muito estranho. Ela estava sentada na cadeira de uma das mesas perto da janela, ela tinha um livro aberto em cima da mesa, e estava com os braços cruzados em cima do mesmo. Ela parecia observar alguma coisa muito interessante no lado de fora do castelo.


            - Ali, que bom que eu te achei, preciso muito falar com você! – eu logo falei. Alice deu um pulo na cadeira, pelo jeito ela não tinha me visto chegar.


            - Ai Scorpius! Pra que dar susto assim? – ela reclamou – Mas fala. – Ignorando o comentário dela sobre o susto, eu me sentei de frente para ela do outro lado da mesa. Ela continuava a olhar para fora da janela, eu olhei para ver o que era tão interessante, mas não vi nada de mais. Apenas a borda da Floresta Proibida, vazia. Mas decidi logo falar, não tenho todo tempo do mundo.


            - Então, eu acho que estou atraído amorosamente pela Weasley. – Decidi falar logo, não tinha que dar voltas, e precisava saber logo o que fazer. Alice virou para mim mecanicamente. A cara dela era de completa surpresa.


            - Qual Weasley? Rose? Rose Weasley? Ta brincando comigo neh?


            - Não, é sério! – Não sabia por que era tão difícil acreditar, mas sabia que era eu mesmo tive minhas dificuldades. Vi Alice sorrir de canto, e ela estava contendo um sorriso maior.


            - Bom então, o que você vai fazer? – Ela perguntou com uma felicidade contida na voz, de repente ela tinha esquecido a janela completamente.


            - Eu não sei, estava esperando que você me falasse. – Confessei.


            - Ora! Eu não posso te falar o que fazer!


            - Então, pelo menos me ajuda. Me da uma luz. Merlin!


            - Você podia falar pra ela – sugeriu, mas o olhar que eu lancei a ela deve ter a feito mudar de ideia. Por que ela logo completou. – Ou não, você podia jogar indiretas de vez em quando pra ver se ela sente o mesmo que você. – Não era uma ma ideia, mas eu tinha uma melhor.


            - Ou, você podia me dizer. Vocês são amigas, ela falou uma vez que vocês trocam conselhos ou coisas do tipo. Se ela sente algo ou não, você saberia. E isso facilitaria as coisas para mim.


            - Eu não sei de nada – Ela declarou – E mesmo que eu soubesse, eu não poderia e falar. Você não Iria gostar que eu fosse pra ela contar o que me contou, não é? – ela olhou mais uma vez pela janela e arregalou os olhos – Ah meu Merlin! Eu realmente tenho que ir agora Scorp, desculpa não poder ajudar mais, conversamos outra hora. – Ela falou isso, enquanto recolhia seus pertences, me deu um beijo na bochecha e saiu praticamente correndo. E me deixou sozinho sem entender nada. Olhei pela janela e fiquei mais confuso ainda, tudo que eu via era a Diretora e Hagrid conversando perto da Floresta, ela fazia uns gestos estranhos como se estivesse fazendo feitiços, e Hagrid assentia, mas se ela estava com a varinha na mão, eu não conseguia ver.


            Não tendo nada para fazer na biblioteca mais, resolvi sair dali para por meus pensamentos em ordem. Duvido muito que fosse conseguir, mas tinha que pensar em como fazer o que Alice falou, era a melhor escolha que tinha.


 


Alice Greengrass


Sai correndo da biblioteca, preciso achar James Potter. Deixei um Scorpius totalmente confuso lá, e por mais que estivesse feliz por ele, não podia ajudar muito no momento, mais tarde ele entenderia. Encontrei uma turma de alunos perto do corredor da sala de Adivinhação, corri só mais um pouco e avistei Potter e mais uns cinco meninos, caminhando e conversando em direção a mim, eles não tinham me visto. Arrumei minhas roupas e respirei fundo. Caminhei em direção a eles confiante, não tinha por que ter vergonha de ir falar com ele.


            - Potter – falei assim que cheguei perto o suficiente, chamando a atenção, senti todos os olhos dos meninos em mim – Precisamos conversar – falei olhando diretamente para ele, sabia que os meninos iriam falar mais tarde sobre o ocorrido. – A sós – Acrescentei e depois disso os meninos riram e se retiraram, rindo e falando coisas que deviam ser besteiras.


            - Aconteceu alguma coisa? – ele perguntou, parecia preocupado.


            - Não exatamente, eu acho que descobri o que a primeira prova será, ou pelo menos onde ela será. – Falei baixo, apesar de o corredor estar pouco movimentado, nunca se sabe o que as pessoas são capazes. Eu estava orgulhosa de mim mesmo, por ter percebido essas coisas que estava prestes a contar a ele. Ele olhou pros lados, e me puxou mais para perto da extremidade do corredor onde ficavam as janelas. Ele tentou ficar mais perto, mas não o suficiente para ultrapassar os limites, vi também que ele se abaixava um pouco, devido a ele ser mais alto que eu.


            - Como? – Ele indagou. Dei de ombros, acho que a palavra certa seria sorte. Mas não ia falar isso para Potter. Tínhamos muita coisa para conversar, e desde sexta quando a Diretora McGonagonall tinha anunciado que a tarefa iria ser dentro de duas semanas, nós não tínhamos trocado uma palavra sobre o assunto.


            - Na ultima semana a Diretora foi com alguns professores dentro da Floresta Proibida. Desde que eu vi a primeira vez eu observei mais vezes, ela levou o Professor Flitwick, a Professora Sprout e o Hagrid. Fora os professores que eu não vi. E hoje eu tenho quase certeza que eu a vi botando feitiços perto de onde eles entraram. – A cara de Potter estava quase indecifrável, mas ele parecia estar acreditando em mim, parecia estar fazendo sentido para ele, por isso continuei. – Se não for na Floresta eu não sei aonde mais pode ser, e nós temos essa semana e semana que vem inteiras para nos preparar. Eu pensei que nós podíamos usar como base os professores que eu a vi levando e estudar coisas básicas que podem ter lá. Como os feitiços, as plantas e os animais.


            - É uma boa ideia. - Ele falou assentindo com a cabeça – Mas uma coisa não faz sentido, por que ela estaria levando os professores essa semana e semana passada? Ainda tem tempo até a tarefa. – Realmente eu não tinha pensado nisso, estreitei os olhos e logo uma ideia me veio à mente.


            - Deve ser para os professores terem uma ideia do que pôr lá, o tamanho essas coisas. Eles não podem ficar entrando e saindo da Floresta em plena luz do dia, todo mundo ia ver.


            - É, faz sentido – Claro que faz – Temos que treinar feitiços, podíamos usar a sala precisa. – Conversamos sobre ideias sobre o que fazer nas próximas semanas, durante o caminho até a torre da Grifinória. Discordamos de algumas coisas, eu já tinha feito uma lista com os feitiços que, em minha opinião teríamos que treinar. Ele discordou de alguns, falou que faltavam outros. Pelo menos na minha lista das plantas Potter não colocou defeito.  Concordamos que fazer uma lista de animais seria difícil, mas poderíamos incluir alguns feitiços a mais na lista de feitiços para isso.  Também combinamos que nas próximas semanas vamos treinar alguns dias na sala precisa. Apesar de algumas discussões, tudo ocorreu bem, e eu acho que vamos conseguir deixar as brigas de lado para fazer isso funcionar. Essa noite ainda tinha a ronda noturna para nós realizarmos, mas poucas palavras foram trocadas, parece que já tínhamos trocado palavras suficientes por hoje, mas pelo menos não estávamos discutindo, como de costume. 

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