Único



O céu negro lá fora dava a impressão de noite. Ninguém conseguiria dizer que era dia sem observar as horas no imenso relógio de cuco no canto da sala. A chuva não dava mostras de que pararia em poucos instantes. Aquela manhã estava especialmente triste naquele dia. 


Um homem permanecia sentado em sua poltrona preta, a sua frente, uma lareira. A sala se encontrava iluminada apenas por aquela mesma lareira acesa, cujo fogo crepitava. As cortinas fechadas não permitiam que as vidraças molhadas fossem vistas. As estantes abarrotadas de livros estavam encobertas pelas sombras. No tapete, um cão repousava preguiçosamente, enquanto seu dono ali ficasse sentado. 


Quem visse o homem de longe, diria que ele apenas observava o fogo. Porém, quem observasse seus olhos saberia que ele nada via. Em seus lábios, apenas algumas triste palavras:


"Ela morreu".

FIM 

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