O outro assunto




Cap. 28
Draco entrou naquele restaurante nos arredores de Paris, se perguntando o que iria achar. Há algumas horas tinham mandado uma coruja para seu advogado, para que ele se encontrasse com uma pessoa que tinha informações sobre a criança, neste mesmo restaurante.
Descartando todas as hipóteses malucas, o mais provável é que fosse um antigo empregado da família, que, “sem querer”, acabou ficando a par da história, ou alguém que ajudou a história a chegar a esse rumo.
Olhou por alguns instantes as mesas e encontrou bem lá no fundo, um homem com a discrição, que tinham lhe dado, calça marrom, e camisa branca, com um longo casaco preto, mais puxado um pouco para o azulado, e um tipo de chapéu que parecia um pouco transfigurado. Era o único homem de chapéu, e quando viu isso teve certeza que era ele.
Se dirigiu a mesa, mas não sentou, ficou em pé, do lado dela, esperando que o homem desse algum sinal de vida.
¾ Então, você veio. – disse o homem sem nenhuma animação, em francês. Levantou momentaneamente a cabeça, mais logo a abaixou.
Tinha olhos claros, que contrastavam com seu cabelo escuro.
Draco se sentou, sem perder o contato visual.
¾ O que vai pedir? – perguntou o garçom trouxa sem a menor cerimônia.
¾ Nado, muito obrigado, senhor. – Disse Draco que não tinha vontade de beber nem uma água daquele lugar, onde parecia que as coisas não eram limpas a anos, e não duvidava que os vinhos já tivessem virado vinagre.
¾ Para min, senhor, quero conhaque! – disse o outro homem, não se importando com o estado do lugar.
O homem se afastou e os dois ficaram se encarando por algum tempo.
¾ O que tem para me falar, com tanta urgência, senhor? – disse Draco, depois que a bebida foi servida e o homem já começava a beber.
¾ O que quer saber, e melhor, por que quer saber?
¾ Acho que sou eu que faço as perguntas aqui! – disse Draco firme.
¾ Claro, senhor, apenas acho que devo saber para quem estou contando coisas confidenciais.
¾ Não tenho um interesse muito grande em lhe falar meu nome...
¾ Como queiras...
¾ Conte-me logo o que tem para contar...
¾ Como vou ter garantia que estou falando com a pessoa certa, que você não vai usar mal as minhas informações?
¾ Como vou saber se elas são verdadeiras? – igualou Draco.
¾ Ótimo... bom... o senhor sabe que eu fugi logo depois de ter feito o serviço... – começou o homem e tomou um grande gole de seu copo - Vive com trouxas agora.
¾ Tem certeza?
¾ Toda. Um bebê, branquinho de olhos claros. São os mais procurados...
¾ Você pode detalhar como aconteceu?
¾ Eu só tava dirigindo o carro... o bebê nasceu, e mandaram levar ele para um orfanato.
¾ Quem mandou?
¾ Foi a sinhazinha...
¾ E você levou?
¾ Eu ganho para isso não é?
¾ E quando adotaram a criança?
¾ Levaram ela, uns três dias depois, eu só garanti isso depois fugi!
¾ Sabe quem adotou?
¾ Eles não falam isso não, para a gente.
¾ Nem para a sua sinhazinha?
¾ Ela não quis saber...e mesmo que quisesse acho que não falariam também...
¾ E você voltou a falar com a família?
¾ Não senhor!
¾ E a filha deles?
¾ Foi mandada para casar.
¾ E a outra?
¾ Ela fugiu...
¾ Fugiu?
¾ É ela fugiu para o...
¾ Brasil, não é?
¾ É senhor com...
¾ Com...?
¾ Com o namorado senhor!
¾ E depois eles se casaram?
¾ Sim senhor!
¾ Como ficou sabendo disso? Se não voltou a falar com a família
O homem começou a tremer um sorriso se formou na cara de Draco Malfoy, tinha conseguido o que queria.
¾ Eu, eu. Eu...
¾ Ajudou eles?
¾ Sim senhor! – disse o homem, de cabeça baixa, parecendo vencido.
¾ E a criança?
¾ A criança... a criança, ela, ela... eu acho que já falei demais senhor, com licença... – e falando isso se levantou bruscamente da mesa e saiu correndo para fora do restaurante, Draco, se levantou, para ir atrás, mas sentiu com repugnância a mão do garçom segurar seu braço, mesmo que ele só tenha tocado o casaco.
“ótimo, tudo o que eu queria...”
¾ Alguém tem que pagar essa bebida!
¾ Quanto é? – perguntou Draco muito irritado, agora tendo certeza que tinha perdido o homem “obrigada por estragar tudo!”.
¾ 5 euros!
Draco abriu a carteira, um pouco confuso “dinheiro de trouxas!”. Pegou uma nota em que estava um dez, que era
O número mais baixo que tinha e deu para o garçom, que balançou ela no ar, e soltou Draco.
¾ Volte sempre, chefe!
Mas Draco já estava lá fora, e olhou para os lados, não era uma rua muito movimentada, mas tinha pessoas andando.
¾ Droga! – disse ele chutando o nada. E voltou para o hotel.
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