Prólogo



 


Prólogo


 


Eis um teste para saber se você terminou sua missão na Terra:


Se você está vivo, não terminou.


Richard Bach


 


 


A capela estava toda enfeitada. As luzes brilhantes iluminavam o altar onde dez pessoas estavam em pé. Cinco mulheres e cinco homens, em frente ao caixão aberto, naquela pequena capela da família Weasley. Como estaria em um dia de festa, com enfeites brilhantes, uma pequena banda arranjada de última hora e todas aquelas tulipas espalhadas pelos bancos. As pessoas sentadas nos bancos não estavam ali para uma comemoração e sim uma despedida.


Molly estava sentada na primeira fileira, assim como a maioria das pessoas naquele pequeno “santuário” da família Weasley, ela chorava.  Como uma pessoa tão jovem poderia ter um destino tão triste? Como poderia ir antes dela? Molly foi amparada por Arthur e soluçou mais alto. A capela estava lotada, todos prontos para dar o último adeus a uma das mais brilhantes integrantes da família Weasley.


As pessoas no altar não estavam menos arrasadas que os outros. Eles estavam apenas tentando aguentar mais forte. Ela havia pedido que a homenageassem quando ela se fosse. Talvez tenha sido o pedido mais doloroso que havia feito em vida. A música começou a tocar atraindo a atenção de todos os presentes.


Quinhentos e vinte e cinco mil e


Seiscentos minutos


Quinhentos e vinte e cinco mil


Momentos bons


Quinhentos e vinte e cinco mil e


Seiscentos minutos


Como você mede


Mede um ano?


Em dias, pores-do-sol,


Em noites, copos de café.


Em centímetros, quilômetros,


Em risos, discussões.


Os dez, em coro, começaram a cantar a música.  As pessoas nos batiam palmas ritmadas, com os dez, inquietos no altar da capela, faziam.  A banda era ouvida, mas apenas acompanhando as vozes dos amigos dela. As vozes juntas, vozes tão conhecidas por ela e que ela escolheu para que cantasse a sua morte e como ela mesma acreditava, também, a sua vida. Morrer, para a mulher deitada, com o semblante sereno, no caixão, era apenas o começo de uma nova vida. Foi nisso que acreditou e se apegou nos últimos momentos de sua jovem vida.


Ela morreu da maneira que viveu, feliz, livre de arrependimentos. Descobriu o perdão e recuperou o amor antes de partir. Descobriu o seu lar na pessoa que mais amava no mundo e o tornou seu mundo. Suas últimas palavras foram “Está na hora. Desejem-me sorte”. Fechou seus olhos e imaginou o lugar para onde iria quando sua vida acabasse, o lugar que em sua mente, ela sabia, se chamava paraíso.


Em quinhentos e vinte e cinco mil e


Seiscentos minutos


Como você mede


Um ano para viver?


Hermione, com os olhos vermelhos e as bochechas manchadas de lágrimas chorava ao lado de Ron. Gina também estava acabada. A perda dos Weasley era Incomparável. O homem ruivo que cantava junto com os outros no altar não estava nada bem. Ele prometeu a ela que tentaria não chorar, mas estava traindo sua promessa, segurou–se na garota ao seu lado enquanto sua voz, quase falha, cantava insistentemente.


O garotinho sentado na primeira fileira, ao lado de Valerie e de Sam chorava compulsivamente. Com as duas garotinhas o consolando, Nate Wave chorava pela grande mulher que estava perdendo. Sam tocou um dos ombros do garoto, mas ele não tirou as mãos do rosto, a dor que sentia não poderia ser medida. Valerie também tocou os ombros do amiguinho e olhou para a pequena Sam, que pouca coisa entendia.


 


Que tal com amor?


Que tal com amor?


Que tal com amor?


Meça em amor


Estações de amor


Estações de amor


A garotinha começou a chorar também. Ao ouvir o choro da garota, Nate tirou a mão do rosto e olhou para a garotinha do seu lado, passou a mão por cima do ombro de Sam e abraçou, não queria que ela chorasse. Vale sorriu para cena e sentiu o braço de Nate também em volta dos seus ombros. Os três pequenos ficaram ali, quietinhos, apenas olhando para o altar de onde aquela música vinha tocar tão forte a alma de todos, e rezando pela alma dela.


No fundo da capela, mais precisamente no último banco, ele estava sentado. Não havia conseguido, não havia conseguido salvá–la. Ele pensou, por algum tempo, que conseguiria. E a dor de deixar sua grande amiga morrer, estava corroendo sua alma. Ninguém o estava culpando, mas ele sabia, que guardaria a dor de não poder salvar alguém que amou tanto, para sempre.


Quinhentos e vinte e cinco mil e


Seiscentos minutos


Quinhentos e vinte e cinco mil


Jornadas a planejar


Quinhentos e vinte e cinco mil e


Seiscentos minutos


Como você mede a vida


De uma mulher ou um homem?


 


Victorie nem imaginava que algo daquele tipo poderia acontecer, não imaginava em como tudo estava tão frágil, nem mesmo a carta que havia recebido um ano antes a prepararia para tudo que havia acontecido. Se ela soubesse que Lisa estava preocupada com motivo, teria vindo antes.


Havia tido apenas algum tempo com ‘ela’ e logo depois ela se foi. Segurou a carta nas mãos e lembrou–se do momento em que desistiu de se meter na vida dos primos e amigos para que eles se resolvessem sozinhos. Não queria mais se meter em algo que para ela, já estava enterrado, não queria mais ver os 8 protagonistas daquela história sofrerem.


Em lições que ela aprendeu


Ou nas vezes que ele chorou


Nas pontes que ele ergueu


Ou da maneira que ela morreu


 


“V.L


Como você está? Eu espero que bem. Estou lhe mandando essa carta porque preciso desesperadamente de ajuda. Não para mim, é claro. Mas para eles... Não aguento mais encontrar Rose na reunião de família e vê–la apresentar um namorado novo. Ou conversar com Roxie e não ver aquele brilho nos olhos que ela tinha antes, ou até mesmo Dominique, ela está cada dia mais triste. Ah, sem falar de Hugo, nunca achei que o veria tão... Vazio. Nem acredito que esses são os meus grandes amigos, os que me acolheram quando eu vim para Londres e quando me casei com James. Preciso ajudá–los, fazer com que eles voltem a ser como eram antes, ou ao menos libertem os sentimentos que estão reprimindo. Está na hora de esquecer os problemas, perdoar quem os magoou e voltar para casa...


 


Com carinho, Lisa Potter”


Agora é hora de cantar


Apesar da história nunca terminar


Vamos comemorar


Lembrar-se de um ano


Na vida de amigos


Lembre-se do amor


Lembre-se do amor


Lembre-se do amor


Meça em amor


“L.P


Querida Lisa, estou bem e fico feliz que esteja também. Não posso atender a seu pedido, acho que está na hora dos meus caros amigos e primos se resolverem sozinhos.  Temos deixar que eles voem sozinhos, que eles deixem as diferenças de lado quando acharem melhor. Não sei se posso mais fazer isso. Uma hora Rose entenderá porque sempre está trocando de namorado, se é que ela não já sabe e está usando isso como escudo. Sobre a recuperação de Roxie, não sei realmente como ajudar. Dominique só ficará bem quando acharmos Fred e estamos tentando achá–lo há quase nove anos. Hugo e Lily são também um problema a parte. Não sei se posso mais interferir... Espero que eles consigam sozinhos, porque, não poderei mais tentar juntá–los. Espero que você, James e eles fiquem bem...


Da sua querida amiga, Victorie Weasley”


Meça


Meça sua vida em amor


Estações de amor


Estações de amor


O choro de Vic atraiu Ted e ele foi até a esposa. Todos estavam abalados. Todos estavam arrasados com a morte dela. Ninguém ao menos sabia o que fariam depois daquilo, o garoto no altar, ao terminar de cantar a última nota da música atravessou a capela a passos largos e em prantos. Ele não queria acreditar...Não podia acreditar que ela havia embora.  Não quando ela era a única pessoa que ele amava o suficiente para deixar ir...


–Porque você me abandonou ? –O garoto disse chutando o chão de terra molhada ao lado da pequena capela. –Porque voltou para me deixar ? Porque entrou na minha vida quando sabia que não seriamos mais um do outro para a eternidade ? – Seu choro fez a mulher que o observava chorar com ele.


Ela se aproximou e acariciou a cabeça do filho. Ele olhou para a mãe, como quando era pequeno e sabia que estava em uma encrenca das grandes, seu olhar pedia o abraço, o aconchego da mãe, e foi isso que ela lhe deu. Com o coração estraçalhado o jovem rapaz abraçou a mãe e deixou–se ser acarinhado por ela.  Repetindo diversas vezes “Porque não eu, mãe? Por quê?”.


– Porque ainda não é o tempo, querido. Porque ainda não é o seu tempo...


 


Fim do prólogo.


 


 



N/a: Aqui estou eu. Bem, eu quero começar essa fanfic dizendo que espero mesmo conseguir transformá-la em tudo que eu pensei. Vai ser uma história longa, mas eu espero que seja boa e espero também que vocês me ajudem. E sejam todos muito Bem-Vindos!




Trecho do próximo capitulo:



Aquela musica – que os descrevia tão bem que ele, e todos que os conheciam, sabiam que havia sido feita para ele – parecia perfurar seus ouvidos. A voz dela fazia isso. Ela estava escrevendo musicas sobre o que aconteceu com eles? Respirou fundo e procurou o pequeno botão para mudar de estação. Mais uma vez seus descontrolados dedos empurraram com força demais e o botão ficou exageradamente esmagado.


Tudo estava descontrolado. A musica continuava alta, não havia como mudar de estação e ele não aguentava mais a voz de sua prima, Lilian Potter, a rockstar mais conhecida da Inglaterra, invadindo sua mente. Desviou os olhos da estrada, pela primeira vez em toda a viajem, e encarou o botão que desligava a porcaria do rádio. Não foi apenas o murro que ele deu no botão, para que a musica parasse, que fez com que ‘seu mundo’ se abalasse.






Beijoos, Lana!

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Comentários (2)

  • Little Owl

    Só pelo prólogo já deu para ver que a fic promete fortes emoções. Vou acompanha-la com certeza e do fundo do coração espero que a Luhna esteja errada e não seja a nossa ruiva preferida ali naquela caixão. (De início achei que era a Lisa Potter, mas não a Rose, pleeease)Bjs, LO 

    2014-02-04
  • Luhna

    PERAÍ, LANA. PERAÍ. Isso é JEITO de começar uma história? Com um VELÓRIO? E será que eu entendi bem? Foi a Rose quem morreu? Cristo. O.O Nem sei o que escrever mais. 

    2014-01-25
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