A Batalha de Hogwarts



O Salão Principal parecia ter adquirido vida própria com inúmeras pessoas movimentando-se por ali, como se ele estivesse se movimentando. Os alunos corriam de um lado para o outro, apressados, atordoados. Os professores tentavam controlar-se e controlá-los, inutilmente. A tensão que emanava de cada um presente ali era palpável.


Do lado de fora do Castelo provinham gritos e berros do Exército de Comensais tentando perseverantemente quebrar a barreira mágica que protegia a escola. Por pouco tempo.


Lampejos e clarões disparados das inúmeras varinhas de Comensais inundavam o Salão através das janelas. Fazia tempo que eles estavam tentando destruir a barreira protetora de Hogwarts, sem sucesso, mas os habitantes do Castelo sabiam que não demoraria muito para eles conseguirem penetrar as defesas da escola.


Enquanto lá fora os Comensais continuavam tentando incansavelmente remover a barreira protetora do Castelo, o caos instaurado no interior da escola aumentava cada vez mais. Professores e alunos autorizados a lutar tentavam frustradamente acalmar os outros alunos, enquanto outros se escondiam ou fugiam. Enquanto isso, com o tempo que ainda restava, os alunos menores de idade, auxiliados por Arthur Wesley, sua esposa Molly e Tonks e Remo, fugiam do Castelo pela passagem secreta que levava a Hogsmeade.


No Salão Principal, em meio ao caos que pairava sob ele, Luna tentava desesperadamente encontrar Harry. Precisava saber


se ele estava bem. Queria ajudá-lo. Ela tinha que ajudá-lo. Precisava urgentemente encontrá-lo. Enquanto ainda dava tempo.


Abrindo buracos por entre a gigantesca multidão, Luna procurava desesperadamente por uma passagem que a levasse para fora do Salão, mas ela mal conseguia se mover, espremida por inúmeros corpos. Mal conseguia respirar. Estava sufocando.


Alunos e até alguns professores continuavam deixando o Salão, procurando um esconderijo, fugindo. Mas vários permaneceram ali, firmes. Determinados. Dispostos a proteger a escola e sacrificar o que fosse preciso para defender Hogwarts, inclusive a própria vida.


Luna também estava determinada a dar o seu melhor para proteger a escola, seu lar, mas ela precisava encontrar Harry, ele também precisava de ajuda. E ela precisava... se declarar. Antes que fosse tarde.


Então aconteceu. Subitamente uma explosão de luz inundou o Salão, e o Castelo estremeceu com um violento e potente tremor, parecendo por um momento que desabaria. As paredes e o teto encantado do Salão sacudiram violentamente como se fossem desabar, e as mesas estremeceram brutalmente. Vários alunos e professores caíram no chão com um violento baque, enquanto outros foram arremessados longe.


Luna voou alguns metros caindo com um estrondo no chão, gemendo de dor. Com dificuldade, ela se levantou. Sangue escorria de sua testa.


Logo ela percebeu o que acontecera. Os Comensais haviam conseguido destruir a barreira protetora do Castelo e agora penetravam as defesas de Hogwarts. Gritos de triunfo inundaram o Salão e a euforia dos Comensais tornou-se palpável à medida que marchavam rumo ao interior do Castelo para darem início ao ataque.


O caos imperava no Salão. Alunos corriam desesperadamente, alguns se dispersando, fugindo em busca de se protegerem. Mas a maioria permaneceu firme onde estavam, as


varinhas empunhadas à frente, preparados para a luta. Preparados para protegerem Hogwarts.


 Subitamente as janelas do Salão se estilhaçaram, centenas de cacos de vidro atingindo vários alunos e professores que caíram ensanguentados no chão, gemendo de dor. Em seguida incontáveis formas negras invadiram o Salão, quase instantaneamente colidindo com o Exército de Hogwarts: os alunos autorizados a lutar, os professores, a Armada de Dumbledore, e os membros ali presentes da Ordem da Fênix.


Envoltos por uma densa fumaça negra, os Comensais tomaram conta do Salão. A luta começara.


Lampejos inundaram o Salão. Clarões verdes eram disparados a todo instante das varinhas dos Comensais, atingindo e matando vários alunos instantaneamente. Em resposta, o Exército de Hogwarts lançou centenas de feitiços estuporantes que arremessaram os Comensais longe.


 Um lampejo azul voou na direção de Luna que agilmente se esquivou, revidando com um feitiço estuporante que lançou o Comensal com um estrondo no chão. Em seguida, apontou a varinha para outro Comensal e gritou:


- Alarte Ascendare!


Instantaneamente o Comensal subiu à altura do teto caindo em seguida com um violento baque no chão, desacordado.


Um clarão verde passou a alguns centímetros de Luna, que por pouco não foi atingida. Olhando para o lado avistou o Comensal que tentara lhe acertar, e berrou:


- Petrificus Totalus!


O Comensal instantaneamente congelou.


Um lampejo verde passou a alguns centímetros da cabeça de Luna, que ao avistar o Comensal imediatamente o estuporou. Ela estava perdendo tempo. Tinha que encontrar Harry. Ela correu, procurando uma saída do Salão. Lampejos e clarões voavam acima de sua cabeça.


Luna olhou ao redor e viu quando uma luz verde disparou


da ponta da varinha de um Comensal e acertou um aluno da Lufa-Lufa, matando-o. Ela disparou um feitiço estuporante no Comensal que caiu com um baque.


Quando viu uma de suas amigas da Corvinal perdendo para um Comensal, imediatamente o acertou com um “estupefaça!” e ele desabou no chão inconsciente. A garota sorriu para ela, com gratidão e Luna assentiu. Então voltou a correr.


Enquanto tentava sair do Salão, Luna assistia a luta ao seu redor. O número de Comensais havia crescido, e dezenas de alunos jaziam mortos no chão, apesar de só ter 10 minutos que a luta começara. Outros encontravam-se gravemente feridos, mas continuavam lutando e dando o melhor de si.


Por uma das janelas quebradas, Luna avistou ainda mais Comensais marchando para o Castelo. Alguns seguiam pelo chão, outros voavam em vassouras ou envoltos por uma espessa fumaça negra.


Olhando para o lado, Luna viu quando um aluno indistinguível da Grifinória foi atingido por um lampejo verde e desabou no chão morto, uma lágrima escorrendo do olho aberto. Ela tentou acertar o Comensal, mas ele se esquivou e desapareceu. Outro aluno foi atingido por um clarão verde, morrendo momentaneamente. Lágrimas escorreram dos olhos de Luna quando ela assistiu dois Comensais matarem um casal de namorados da Lufa-Lufa.


Horrorizada, Luna lançou um jato vermelho na direção dos Comensais, mas eles o desviaram e a acertaram com um lampejo azul que a fez contorcer-se de dor e cair gemendo no chão. Ela observou eles caminhando em sua direção para terminarem o que haviam começado. Quando estavam se aproximando, um lampejo vermelho atingiu um dos Comensais que desabou desacordado. O outro Comensal olhou ao redor, espantado e grunhiu quando viu seu adversário se aproximando.


Surpresa e alegria tomaram conta de Luna quando ela reconheceu Neville. O Comensal disparou um lampejo verde na


direção de Neville, que agilmente esquivou-se, em seguida estuporando o Comensal.


Neville correu até Luna para socorre-la.


- Você está bem? – perguntou ajudando-a a levantar-se.


- Sim, obrigada Neville – agradeceu Luna sorrindo simpaticamente.


Nesse momento um lampejo verde voou acima deles, por uma fração não atingindo-os. Neville levou Luna para outra direção, petrificando um Comensal que tentou atacá-los.


- Você viu Harry? – perguntou Luna – Eu preciso conversar com ele.


- Não, ele deve estar atrás da Horcrux – respondeu Neville – Quer que eu te ajude a encontrá-lo?


- Claro! Obrigada – exclamou Luna.


- Então vamos – disse Neville.


Eles correram pelo Salão. Luna observava a batalha à sua volta. Sentiu os olhos úmidos quando avistou vários alunos mortos e outros gravemente feridos. Os Comensais estavam vencendo. Porém, tinham dificuldades em lidar com os professores, principalmente com a Profaª McGonagall, que era implacável.


Qualquer Comensal que se aproximasse dela era instantaneamente liquidado. Por isso, eles mantinham-se o mais longe possível dela. A velha bruxa lutava magistralmente, lançando jatos vermelhos, dourados e brancos de sua varinha que atingiam centenas de Comensais derrubando-os com um estrondo no chão. Quando um Comensal aproximou-se furtivamente por trás dela, ela virou-se como se tivesse previsto, e o atingiu com um lampejo vermelho que o arremessou para fora do Salão por uma das janelas quebradas.


Clarões eram disparados a todo instante de sua varinha, exterminando centenas de Comensais. Vendo que o Exército de Comensais a temia, vários alunos aproximaram-se dela, no intuito de serem protegidos. E funcionou: a professora McGonagall não permitia que nenhum dos alunos à sua volta fosse atacado, arremessando para fora do Salão os Comensais que tentassem fazê-lo.


 


Depois de centenas de Comensais serem exterminados, restaram apenas três, que continuaram lutando firmemente com a Professora McGonagall. Rapidamente ela se livrou dos dois primeiros, arremessando-os para fora do Salão; restando apenas um oponente.


O Comensal duelava perseverantemente com a velha bruxa, nenhum dos dois cedia. Apenas um deles sairia vivo.


- Lumus Solem! – gritou McGonagall para o oponente, e instantaneamente a luz do próprio Sol brilhou esplendorosa e ardentemente, imediatamente cegando o Comensal que caiu com um baque no chão. Antes que ele se movesse, McGonagall produziu cordas longas e espessas que o amarraram completamente, cobrindo-lhe todo o corpo, como se ele fosse uma múmia. Então, com um magistral movimento da varinha, a bruxa ateou fogo ao corpo mumificado do Comensal, incinerando-o.


Alguns Comensais que estavam por perto, espantados, recuaram e se dispersaram pelo Salão em densas fumaças negras, enquanto vários alunos e até professores aplaudiam a Profaª McGonagall.


Logo os aplausos cessaram e os alunos e professores voltaram a lutar. McGonagall, acompanhada de Shacklebolt, Remo Lupin e Ninfadora Tonks, encurralou um pequeno exército de Comensais, e com ajuda dos outros membros da Ordem, os incinerou atingindo-os com potentes redemoinhos e ondas de fogo.


Mais Comensais irromperam no Salão, imediatamente liquidando qualquer aluno que aparecesse em sua frente. Muitos outros Comensais continuaram surgindo e exterminando os soldados de Hogwarts. Os alunos eram rapidamente derrotados, quando não mortos.


Luna quase não percebeu quando Neville a tirou do Salão, chegando a um corredor vazio.


- Tudo bem? – inquiriu Neville.


Luna assentiu. Estava atordoada, as imagens horríveis de seus amigos e queridos professores sendo liquidados pelo Exército de Comensais. Neville enxugou-lhe uma lágrima, e ela sorriu. Os dois se abraçaram.


Eles só se desvencilharam quando um lampejo verde voou acima de suas cabeças. Imediatamente Neville postou-se na frente de Luna em uma posição defensiva, e atacou o Comensal com um feitiço estuporante.


- Vamos – gritou Neville, guiando Luna pelos corredores que agora começavam a se encher de Comensais.


Devem estar à procura de Harry, pensou Luna.


Por pouco uma Maldição da Morte não atingiu Neville. Luna revidou lançando-lhe um feitiço estuporante.


Depois de derrotarem três Comensais, petrificando-os, chegaram à uma escada que os conduziu ao primeiro andar. Estavam caminhando, apressados, pelo corredor, quando foram surpreendidos por um Comensal. Antes que reagissem, o oponente arremessou Neville vários metros, o jovem caiu com um estrondo no chão, gemendo de dor.


Luna investiu contra o Comensal e gritou:


- Estupe...


- Avada Keda...


O Comensal caiu com um lampejo vermelho, inconsciente.


Luna observou seu salvador. Surpresa invadiu seu corpo.


- Harry – balbuciou.


- Luna, tudo bem? – indagou o garoto.


Confusa, ela assentiu.


Depois de se abraçarem fortemente, Harry disse:


- Venha, precisamos ajudar o Neville.


Luna o seguiu. Eles ajudaram Neville a levantar-se. Ele só tinha um pequeno corte na testa, mas afora isso, estava bem.


- Que bom vê-lo Harry – Neville sorriu.


- É bom vê-lo também – disse Harry.


- Você conseguiu? – perguntou Luna, fitando Harry com significado.


Ele assentiu.


Luna sorriu, tomada por uma imensa felicidade. Mais uma Horcrux se fora.


- Só restam duas – falou Harry.


- Restavam – disse uma voz familiar.


Todos olharam ao redor avistando Hermione e Rony se aproximando.


- O quê? – indagou Harry, surpreso, confuso e feliz por ter novamente seus amigos que haviam desaparecido ao seu lado.


- Destruímos a Taça de Hufflepuff – continuou Rony – Quer dizer, Hermione destruiu.


- O que? V-você destruiu a Horcrux? – perguntou Harry, surpreso.


Hermione deu de ombros.


- Não foi nada.


Harry abraçou-a.


- Quer dizer que agora só resta uma – disse ele após se desvencilhar da amiga.


- A cobra – completou Rony.


Harry assentiu.


- E ela está com ele.


- Então vamos procurá-lo – disse Neville firmemente.


- Nem pensar – negou Harry – Eu vou. É meu dever acabar com isso. Não quero que meus melhores amigos se machuquem por minha causa, já perdemos gente demais. Pessoas queridas, amadas. Não vou permitir que vocês...


- Se somos seus amigos, é para isso que servimos: ajudá-lo em seus momentos difíceis, como sempre fizemos – disse Rony – não o abandonaremos justo agora.


- É diferente. Agora é... a maior batalha que já enfrentamos. Na verdade, essa batalha é minha. Só minha. Não vou deixar que vocês...


- Nada é diferente – interrompeu Luna – Sim, essa é a maior batalha que já enfrentamos, e é seu dever acabar com isso, mas não custa nada receber um pouco de ajuda de seus amigos. Vamos ajudá-lo até o fim Harry. Estamos dispostos a fazer o que for necessário para ajudá-lo.


- Luna tem razão Harry – concordou Hermione.


- Vocês podem me ajudar ficando aqui e ajudando aos outros... mas eu vou atrás de Voldemort. Eu vou destruir a última Horcrux e terminar com tudo isso de uma vez – disse Harry.


- Sim, e vamos com você – falou Rony.


- Não adianta protestar – acrescentou Hermione.


- Você não tem escolha – disse Neville.


- Só falta dizer isso – completou Luna.


Relutante, Harry cedeu:


- Está bem: eu acho que realmente não tenho escolha – concluiu.


- Agora só resta saber onde Voldemort está – disse Rony.


A palavra “está” sequer havia sido pronunciada, quando Harry sentiu uma dor familiar e lancinante tomar conta de sua cabeça. A cicatriz ardeu e ele perdeu a consciência de tudo ao seu redor.


Ele encontrava-se agora em uma sala escura que reconheceu como a Casa dos Gritos, com Voldemort e Lúcio. O Lorde das Trevas estava furioso.


- Agora Lúcio – berrou Voldemort.


- Mas... M-Milorde... – balbuciou Lúcio.


A ponta da varinha de Voldemort brilhou e o Comensal contorceu-se de dor, sufocando um grito.


- Não me contrarie, Lúcio. Faça o que estou mandando: traga-me Severo.


Assentindo, Lúcio saiu à procura de Severo e Harry mergulhou na escuridão no exato momento que notou Nagini presa em uma gaiola encantada.


Quando voltou à si, estava caído no chão e cercado por Hermione, Rony, Luna e Neville.


 - Ele está na Casa dos Gritos – disparou Harry – A cobra está protegida por um encantamento.


- Então vamos para lá – disse Hermione, determinada.


Nesse momento dois Comensais surgiram no corredor.


- É o garoto! – berrou um deles, imediatamente levando o dedo à Marca Negra para convocar seu temido Mestre. No entanto, antes que o fizesse, foi estuporado por Rony. O outro foi atingido por um feitiço de corpo preso lançado por Neville.


- Precisamos ir. Agora – alertou Hermione.


Harry levantou-se e imediatamente convocou a Capa de Invisibilidade lançando-a por cima de si e dos demais. Então dispararam pelos corredores do Castelo.


No caminho atacaram vários Comensais que matavam cruelmente os alunos. Inúmeros corpos dos moradores de Hogwarts jaziam espalhados pelo Castelo.


- Estupefaça! – gritou Harry para um Comensal que acabara de matar um aluno da Lufa-Lufa.


Perto dali um Comensal gritou para uma aluna:


- Defunctio Nigra! – instantaneamente a jovem caiu com manchas negras pelo corpo, gritando de dor devido às queimações que causticavam-lhe o corpo.


Um feitiço estuporante atingiu o Comensal lançado da varinha de Hermione.


Quando chegaram ao Salão Principal, os jovens bruxos observaram horrorizados a terrível luta que ocorria.


Ainda mais Comensais haviam chegado, e continuavam chegando. Exterminavam todos que surgiam em seu caminho. O Salão estava quase totalmente destruído. E agora, praticamente quase vazio.


Muitos se foram.


Mas os que restavam continuavam lutando bravamente.


Os membros da Ordem, os professores, a Armada de Dumbledore e os poucos alunos que restaram, davam o seu melhor e liquidavam vários Comensais.


Harry avistou Remo lutando contra dois Comensais encapuzados e derrotando-os. Perto dele, Tonks eliminou um Comensal mascarado. Mais adiante, o Sr. Wesley exterminou um grupo de Comensais. Longe dali, a Profaª McGonagall liquidava vários Comensais, lutando majestosamente. Rapidamente ela se livrou dos oponentes e partiu para outros. Matou dezenas de Comensais, incinerando-os. Ela era implacável.


Mas havia alguém à sua altura.


Belatriz Lestrange, a poucos metros de McGonagall, exterminava incontáveis alunos. A Comensal lutava magistralmente, e rapidamente eliminou todos os seus oponentes de uma só vez. Quando um grupo de alunos da Corvinal e da Lufa-Lufa a desafiou corajosamente, todos seus membros foram imediatamente liquidados. Então ela partiu para outros, e depois de torturá-los, os matou.


Um lampejo vermelho voou acima de sua cabeça, e virando-se, Belatriz mirou a Professora Rolanda Hooch, que caiu morta. Belatriz gargalhou prazerosamente.


Em seguida partiu para duelar com a Professora Vector. Logo a velha bruxa caiu morta aos pés de Belatriz. Dois alunos aproximaram-se dela, mas antes que a atacassem, caíram com um grito lancinante e em seguida foram mortos.


Belatriz ria e chorava de alegria e prazer. Aquilo para ela era uma grande diversão.


Neville, ao vê-la matando todas aquelas pessoas, e devido ao seu ódio natural por ela, lançou dezenas de feitiços estuporantes em sua direção, mas só um acertou-a. Belatriz desabou, inconsciente.


Eles voltaram a correr.   


De vez em quando, assistiam às cenas de luta que aconteciam ao redor. Agora a Profaª McGonagall liderava um pequeno exército de combatentes, junto com Shacklebolt e o Sr. Wesley, para a Torre da Astronomia. Através das janelas estilhaçadas formas negras e densas continuavam irrompendo no Salão, destruindo tudo e todos que viam pela frente. Lampejos vermelhos e verdes varriam o Salão. Estampidos, gritos lancinantes de dor ecoavam pelo local.


- Estupefaça!  - gritou Harry para um Comensal que estava prestes a matar a Profaª Sprout, e o soldado das Trevas caiu desmaiado. A bruxa olhou ao redor, surpresa e confusa, perguntando-se de onde viera o feitiço.


Em um canto afastado do Salão, um Comensal e uma aluna duelavam.


- Desipiens! – berrou o Comensal e a jovem caiu com gritos lancinantes à medida que se contorcia de dor. A aluna se debatia e gritava estridentemente, consumida pela dor excruciante.


  - Crucio! – gritou Harry e o Comensal desabou no chão, gritando agonizantemente de dor.


Do outro lado um Comensal duelava com um aluno da Corvinal.


- Artériuns! – berrou o Comensal e uma lâmina negra saiu da ponta da varinha decepando um braço do aluno que caiu ensanguentado no chão, gritando lancinantemente.


Um feitiço estuporante triplo lançado por Luna o arremessou longe.


Finalmente eles conseguiram sair do Salão, chegando ao Pátio de Entrada, onde uma acirrada batalha era travada. Milhares de Comensais lutavam contra os soldados de estátuas vivas que a Profaª McGonagall criara. O exército de guardas de pedra lutavam bravamente: esmagavam centenas de Comensais, decapitavam suas cabeças com as espadas que empunhavam, ou partiam-nos no meio. Os Comensais revidavam, explodindo os guardas de Hogwarts.


De repente Harry prestou atenção em alguma coisa: um exército de Comensais envoltos por uma densa fumaça negra voavam em direção à Torre da Grifinória. Quando Harry previu o que iria acontecer, já era tarde demais.


A Torre da Grifinória havia explodido. O Castelo estremeceu violentamente, e Harry ouviu os gritos exaltados que provinham de seu interior.


Ele não podia acreditar no que acontecera. A Torre de sua amada Casa havia sido destruída. Haviam vários alunos escondidos lá. Todos mortos agora.


Hermione soluçava ao seu lado, chorando. Rony, Neville e Luna estavam petrificados de horror. Os olhos lacrimejados.


Então, subitamente, outra explosão. Uma luz irradiante e ardente inundou o local e um violento e poderoso tremor sacudiu todo o terreno


de Hogwarts. Harry, Rony, Hermione, Neville e Luna caíram, mas felizmente continuaram protegidos pela Capa.


  Vários Comensais também foram derrubados. E agora, a Torre da Corvinal desabara. Luna arquejou, uma lágrima escorreu por seu rosto. Os jovens estavam fitando, horrorizados, a batalha que se estendia, quando foram surpreendidos pelo exército de gigantes que irrompiam no local. Aliados de Voldemort.


Os recém-chegados soldados do Lorde das Trevas, imediatamente começaram a agir. Esmagaram vários soldados de Hogwarts que se encontravam ali, e exterminaram os guardas do Castelo. Um dos gigantes foi atingido por um lampejo verde lançado por um aluno, e instantaneamente desabou com um poderoso estrondo que sacudiu o chão e todo o Castelo, que estremeceu violentamente.


Mais dois gigantes foram atingidos por um lampejo verde, agora lançados por Remo e Tonks. Os membros da Ordem liquidaram de uma vez mais quatro gigantes, que desabavam estrondosamente no solo, sacudindo o Castelo que estremecia a ponto de desabar.


Restaram apenas cinco gigantes. Um deles logo foi morto por Remo. Outros dois foram liquidados por Aberforth, e os dois restantes foram exterminados por Tonks.


Ela mal havia acabado de destruir o gigante, quando foi atingida por um lampejo azul e caiu no chão, gritando de dor. Remo imediatamente a socorreu. Quando ela se levantou, olhou ao redor e encontrou quem lhe acertara.


Belatriz já havia se recuperado do feitiço estuporante lançado por Neville, e agora enfrentava sua sobrinha e arquiinimiga. O ódio ardia em chamas vermelhas nos seus olhos negros, e um sorriso insano de escárnio e prazer estampava seu rosto encovado e sombrio.


Tonks grunhiu e avançou em direção à oponente. A varinha empunhada à frente. Um duelo acirrado do qual apenas uma sairia viva, estava prestes a começar.


Harry arquejou. Um nó formou-se em sua garganta. Ele sabia que Tonks era uma ótima lutadora, uma bruxa incrível e extremamente competente. Mas Belatriz, inevitavelmente, era melhor. Era a Comensal mais leal e talvez mais eficaz de Voldemort. Era uma lutadora implacável, ágil e letal. Ela aprendera com o próprio Lorde a arte das Trevas e antigos e poderosos feitiços de magia negra. Belatriz era tão difícil de ser derrotada quanto seu amado Mestre.


Remo seguiu Tonks, decidido a ajudá-la, mas ela o deteve.


- Essa batalha é minha, amor. Belatriz é minha. Eu vou acabar com essa vadia sozinha – prometeu Tonks e beijou o marido.


Belatriz gargalhou de escárnio e desprezo.


- Vai. Acabe com ela – disse Lupin.


Tonks assentiu com um sorriso.


- Vamos começar – falou Tonks, aproximando-se de Belatriz, que não parava de rir insanamente.


As duas andavam em círculos, encarando-se mortalmente. As varinhas empunhadas à frente, prontas para agirem a qualquer instante.


- Eu vou te matar sua traidora do sangue imunda! – guinchou Belatriz rindo histericamente.


- Veremos. Vou acabar com você, sua bruxa louca – Tonks cuspiu as palavras.


- Vamos. Eu te deixo começar. Mostre-me do que você é capaz, sua inútil – gargalhou Belatriz desvairadamente.


Tonks assentiu. E com um magistral movimento da varinha, disparou um lampejo prateado na direção de Belatriz que, agilmente o desviou, mandando-o para Remo, que caiu com um gemido de dor.


- Não! – gritou Tonks.


E no exato momento em que se distraiu, voltando-se para socorrer o amado, Belatriz agiu: lançou um fio negro contra a oponente, e Tonks foi ao chão, consumida por uma dor excruciante, gritou lancinantemente.


Uma risada gutural escapou de Belatriz, que dançava desvairadamente em volta da sobrinha.


- Vamos, lute! Lute. Mostre do que você é capaz, traidora do sangue imunda – guinchava Belatriz, não cessando de gargalhar insanamente.


Tonks levantou-se e disparou lampejos vermelhos contra Belatriz, que habilmente esquivou-se de todos, em uma dança magistral, e lançou um lampejo azul na direção da adversária, que o bloqueou, e contra-atacou com um feitiço de luz dourada que prontamente Belatriz cancelou e revidou disparando lampejos roxos dos quais Tonks esquivou-se agilmente, em uma dança magistral. Belatriz atacou: lançou inúmeros feitiços de luz azul-prateada na direção de Tonks, mas ela os desviou, e revidou disparando um clarão vermelho que Belatriz bloqueou, contra-atacando ao lançar uma espessa fumaça negra que por uma fração não


atingiu Tonks.


Ninfadora, com um majestoso movimento de sua varinha, disparou um feitiço triplo de luz vermelha, mas Belatriz os desviou, e atirou lampejos verdes que passaram voando acima da cabeça de sua oponente. Em seguida ela lançou um clarão azul contra Tonks, mas ela esquivou-se, e mandou um lampejo dourado na direção de Belatriz, que desviou-se contra-atacando com incontáveis Maldições da Morte, que felizmente não atingiram Ninfadora.


 As duas duelavam pra valer. Nenhuma delas cedia. Estavam lutando para matar. Só uma sairia vitoriosa. Só uma sairia viva.


Harry e os amigos assistiam à acirrada batalha tensamente preocupados.


Eles não duvidavam da capacidade de Tonks, mas Belatriz era boa demais... Sabiam muito bem disso. E sabiam que ela tinha uma grande chance de sair vitoriosa daquele duelo.


Aproveitando-se de uma pequena distração de Tonks, Belatriz atacou-a, atingindo-a com um raio negro que fez Tonks contorcer-se de dor e cair com um grito lancinante. Ela se debateu, choramingando com a dor excruciante que a consumia e a causticava.


Desesperado, Remo avançou e preparou-se para atacar Belatriz, mas justamente nesse instante, um lampejo azul o atingiu e ele cambaleou. Virando-se, encontrou seu recém-oponente. Dolohov.


O Comensal não deu tempo para Remo agir, e o atacou com um feitiço negro que fez o oponente gritar de dor. Logo Remo se recuperou, e contra-atacou. Lampejos vermelhos dispararam de sua varinha, um deles acertando Dolohov, que caiu com um gemido de dor. Antes que reagisse, Remo atacou e o arremessou a alguns metros com um lampejo azul-prateado.


Do outro lado, Belatriz torturava Tonks:


- Crucio! – guinchou Belatriz prazerosamente, e Tonks gritou lancinantemente. Dores excruciantes tomaram conta de seu corpo, fazendo-a debater-se e contorcer-se.


Hermione arquejou, chorando e soluçando ao ver àquela barbaridade. Ela lembrou-se de quando foi torturada daquela mesma maneira por Belatriz. Ela ainda podia sentir aquela dor lancinante... excruciante causticar-lhe o corpo.


- Precisamos ajudá-los – disse Harry.


- Crucio! Crucio! – guinchava Belatriz, rindo histericamente.


Tonks já encontrava-se imobilizada no chão, sua vida esvaindo lentamente pelos olhos petrificados.


- Morra, traidora do sangue! – gritou Belatriz – Avada Kedavra!


Um conhecido lampejo verde saiu da varinha de Belatriz atingindo Tonks. E toda a vida que ainda lhe restava se esvaiu completamente do corpo inerte.


O tempo ao redor de Harry e os demais parou. Tudo ao redor desapareceu.


Remo parou instantaneamente de duelar com Dolohov, e correu em direção ao corpo sem vida da amada. Foi então que o Comensal aproveitou sua distração e agiu:


- Avada Kedavra! – o lampejo verde disparado da varinha de Dolohov atingiu certeiramente o oponente, e Remo desabou no chão, morto, ao lado do corpo inerte de Tonks.


Belatriz gritou e gargalhou desvairada e insanamente, consumida pelo prazer.


Os olhos de Harry e todos os outros, transbordaram e lágrimas e mais lágrimas rolaram por seu rosto. Ele soluçava convulsivamente. Nada mais fazia sentido.


Havia acabado.


Remo e Tonks se foram. Sacrificaram-se por ele.


Ele não se conformava. Não podia.


Enquanto ele e os seus amigos eram consumidos por uma absoluta tristeza e sofrimento, Belatriz dançava, chorando de felicidade. Não parava de gargalhar histérica e prazerosamente. Ela disparava lampejos para o céu que explodiam em fogos de artifício.


- Essa desgraçada... – rosnou Neville – Não vou permitir que você nunca mais destrua alguém que eu amo.


Dizendo isso, ele saiu de baixo da Capa de Invisibilidade, e correu em direção à Comensal.


- Neville, não! Não! – berram os outros em uníssono.


Neville estuporou todos os Comensais que tentaram atacá-lo, e avançou em direção à Belatriz.


- Não podemos deixar ele fazer isso – protestou Hermione – Ela vai matá-lo!


- Não vou deixar que essa maldita faça mais uma vítima – dizendo isso, Harry retirou a Capa, sem se importar com os inúmeros Comensais que haviam ali, e convocariam o seu Mestre no instante em que o visse.


Exclamações exaltadas escaparam dos Comensais: “É ele!”, “É o garoto!”, “Vejam, Harry Potter está ali!”, ”É o Potter! Dessa vez o pegamos!”.


Seguido por Hermione, Rony e Luna, Harry avançou para auxiliar Neville na luta que se iniciaria contra Belatriz.


- Oh... Olha quem está aqui! – zombou Belatriz quando Neville aproximou-se dela para desafia-la.


- Você está morta – grunhiu Neville.


Belatriz gargalhou.


- Mostre-me do que é capaz, garoto – desafiou Belatriz.


Foi então que seus olhos fitaram-se em algo atrás dele. Alguém.


- Potter – rosnou a Comensal.


Seus olhos queimaram em chamas e ela sorriu de escárnio.


- Eu te peguei! – ela gargalhou histericamente.


Estava quase tocando a Marca Negra, quando Harry lançou um feitiço estuporante em sua direção, mas a Comensal rapidamente se esquivou. Ela sorriu.


- É só isso que você faz, Potter? – provocou com uma gargalhada estridente.


- Avada Kedavra! – berrou Harry, mas o lampejo verde voou acima da cabeça de Belatriz.


- Parece que você é um pouco inexperiente com Maldições, não é? – disse Belatriz em uma voz infantil.


- Vamos, tente outra vez – desafiou a Comensal.


Harry rosnou.


- Avada Kedavra! – dessa vez foi Neville que disparou a Maldição da Morte, sem sucesso, pois o clarão verde passou raspando ao lado de Bela.


- Inúteis – Belatriz gargalhou – Mas, tudo bem, eu vou-lhes ensinar como se faz.


Ela sorriu malignamente.


- Avada Kedavra! – o lampejo verde disparado da varinha da bruxa voou na direção de Luna, mas agilmente ela esquivou-se.


- NÃO! – vociferou Harry.


O garoto disparou dezenas de Maldições da Morte na direção de Belatriz, mas nenhuma a acertou: ela já havia desaparatado.


- COVARDE! – berrou Harry.


Então uma explosão a alguns metros dali arrebatou Harry. Outra


Torre havia desabado. E uma parte do Castelo fora destruída por uma explosão. Algumas torres de Hogwarts encontravam-se em chamas.


Harry estava prestando atenção no Castelo parcialmente destruído, quando foi arremessado ao chão por Hermione e Neville.


- Cuidado! – ela gritou, quando um lampejo azul passou a alguns centímetros de sua cabeça.


Virando-se, Harry viu um exército de Comensais marchando em sua direção.


- Peguem o garoto! Amarrem-no! Convoquem o Lorde das Trevas! – gritavam os Comensais.


Feitiços voaram em sua direção, um deles atingindo-o. Harry sentiu cordas grossas o amarrando. Hermione e Luna tentaram ajudá-lo, enquanto Rony e Neville lançaram feitiços estuporantes na direção dos Comensais que agilmente os desviaram, e contra-atacaram, lançando feitiços que fizeram os rapazes caírem com uma dor excruciante. Um Comensal acertou Luna, que caiu inconsciente. Hermione esquivou-se de um lampejo, e contra-atacou. O Comensal cancelou o feitiço e disparou um fio negro que derrubou Hermione fazendo-a debater-se de dor, uma dor lancinante, quase tão forte quanto a dor que sentira quando fora torturada por Belatriz com a Maldição Cruciatus. Então apagou.


Harry debatia-se contra as cordas, lutando. Porém, sabia que havia sido derrotado. Era seu fim. Ele não se importava, contanto que seus amigos ficassem bem... Então um lampejo azul... E ele mergulhou na escuridão, tendo um último vislumbre de uma terrível explosão no Castelo...


 

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