Scorpius



***************************SCORPIUS ON
Meu pai e meu vô brigaram de novo. É sempre assim quando ele e minha vó Narcisa vêm nos visitar. Ela e minha mãe ficam na sala conversando, meu pai e meu vô no escritório discutindo. A maioria das vezes sobre como papai está menos preocupado com o status sanguíneo dos bruxos.
E eu? Eu sobro. E fico assim como sempre, sozinho. Esquecido. Mesmo que as vezes meu pai fica comigo, brincando de alguma coisa, jogando quadribol ou até mesmo só conversando. Mas, o mais legal é quando ele me leva pra tomar sorvete na Florean Fortscue.
Ele é meu herói, só isso.
Eu acho que, mesmo que ele tenha mudado, sua ideia sobre nascidos trouxas continua a mesma. Mamãe me disse que ele nunca foi igual o pai, que não pode ver um sangue ruim que surge um olhar de desprezo em seu rosto. Meu pai não se socializa tao facilmente, mas ele com certeza não é igual meu vô.
O único problema, é que ultimamente, nós paramos de nos falar. Continuo admirando ele, mas, não conversamos mais.
Eu amo meu vô, eu só não gosto do fato de ele odiar nascidos trouxas, eles são bruxos também, não são?
E, quanto ao fato de eu ser esquecido, sozinho? Simples. Não tenho nenhum amigo.
Hoje de manhã, quase na hora do almoço, depois de duas vozes masculinas gritando uma com a outra pela casa um tanto quanto alto, eu só escuto elas se aproximando do segundo andar, fui ver o que eles estavam fazendo e, meu pai estava andando bravo com passo largos em direção ao seu quarto sendo seguido por meu avô, que estava mais bravo que ele. Meu pai fechou a porta na cara de meu vô, que ao me notar naquele corredor, encostado no batente da porta, apenas me olhou, bufou, revirou os olhos e desceu.
Depois disso, escuto o barulho de sapatos de salto na escada, e de lá aparece minha mãe, que me vê e sorri um pouco, depois ela bate na porta de seu quarto:
- Sai daqui, pai eu não vou falar com você sobre as minhas escolhas de novo!
Papai fala de dentro do quarto.
- Draco...
A porta abriu e minha mãe entrou, fechando a porta logo em seguida. De repente, escuto um barulho de alguém aparatando, e logo depois, mais barulhos de salto na escada.
Mas dessa vez quem aparece é minha vó, que se aproxima de mim e entra no quarto junto comigo. Eu vou para o lugar em que passei boa parte dos meus 11 anos e ela senta na minha cama de frente pra mim.
- quem aparatou vó?
- mandei seu avô ir esfriar a cabeça..
- uhn..
Voltei minha atençao para minha escrivaninha à minha frente, peguei um lápis e continuei desenhando a coruja que havia começado ontem.
- Scorpius, querido, você que fez todos esses desenhos?
Colocou as mãos sobre uns papéis espalhados sobre a mesa.
- uhun
- nossa querido, você desenha muito bem... isso é... é um dom!
- não vovó, são apenas desenhos...
- ta bom querido… vamos descer para almoçar?
- mas já? O Hezy não veio me avisar nada.
- o pequeno elfo?
- uhun
- ah, sim, sim. Ele estava vindo, mas como eu estava na sala e vindo pra cá, eu mesma trouxe o recado.
- ah, então ta.. vamos...
Ela levantou e me encarou um pouco, depois saiu do quarto em direção à sala de jantar, eu a segui.
Minha mãe foi a única além de mim e minha vó que desceu para almoçar. Meu vô não voltou ainda e meu pai pelo jeito não vem. Eu terminei de comer e subi para o meu quarto correndo, peguei minha vassoura e sai pela janela do meu quarto. Nem me dei o trabalho de fechar a porta. Fui para o jardim, e peguei uma goles que ganhei quando pequeno e a lancei com força. Ela atravessou o aro do meio e caiu no chão, próxima a uma árvore. Eu empinei a vassoura pra baixo e a vassoura desceu em direçao a árvore.
Eu desci da vassoura e abaixei pra pegar a bola, mas um pequeno objeto de madeira meio enterrado no chão perto da árvore me chamou atenção. Eu desenterrei ele e ai eu lembrei. Lembrei de um acontecimento que me deixou traumatizado.


FLASHBACK ON
Meu pai me chamou para voar com ele depois do almoço. Nós pegamos a sua velha Nimbus 2001 e fomos para o quintal. Não podia deixar de pegar o meu pequeno carrinho trouxa de madeira para brincar com a gente. Depois que nós voamos, papai parou em baixo de uma árvore pra gente descansar e brincar com o meu carrinho.
Ele colocou o carrinho no chão e me chamou para brincar de pega-pega. Depois de um tempo eu escuto um barulho, parecia de alguém aparatando e, depois, de passos.
Meu pai para no lugar e seu sorriso some. Ele olha pra mim e acena para a árvore, que entendendo o olhar dele me escondo atrás da mesma. Ele olha pra frente de novo e tira a varinha do bolso, e detrás de uma árvore surge um Comensal da Morte. Eles dois duelam por uns 5 minutos até meu pai cochichar pra mim.
- filho, vá pra casa..
Depois disso ele cai no chão e começa a sangrar. Eu só tive uma reação, peguei a vassoura e fui para casa gritando por minha mãe.
- MÃE! MÃE!
Ela apareceu na porta do quintal.
- o que foi filho?
eu comecei a chorar.
- meu pai..
- o que tem ele Scorpius?
- um Comensal acertou ele com um feitiço e ele começou a sangrar!
Ela não fez reação, não na minha frente. Pegou a vassoura e saiu em disparada. Eu peguei uma vassoura velha que tinha no armário de vassouras e fui logo atrás.
- Vulnera Sanentur.. Vulnera Sanentur..
Desci da vassoura e vi ela sentada no chão ao lado do meu pai. Ela dizia algo que devia ser um feitiço enquanto o sangue de meu pai ia voltando de volta para ele.


FLASHBACK OFF


Depois desse dia eu nunca mais voltei lá. Com medo de que aquilo aconteça comigo.
Quanto ao meu pai, em seu peito ficaram algumas cicatrizes, mas depois tudo ficou bem.
Mas hoje, sem querer eu fui até lá. O medo não passou nem perto da felicidade que eu estva sentindo só de pensar em todas as boas lembranças que eu e meu pai tivemos. Eu sentei no chão e encostei na árvore. Comecei a lembrar da minha infância. De quando meu pai e meu vô se entendiam. De quando meu vô as vezes brincava comigo, me ensinava algumas coisas, e de quando meu pai me ensinou a jogar quadribol. Desde então eu comecei a jogar no mínimo umas 3 vezes por semana, a maioria das vezes sozinho. Nos fins de semana meu pai jogava um pouco comigo. E com tanto treino, eu acabei me tornando um ótimo artilheiro. Eu jogava a goles com muita força quando estava bravo, o que provavelmente me ajudaria a entrar pro time no segundo ano.
Eu fiquei, praticamente a tarde inteira lá, pensando. E sabe qual o motivo de eu ter saído de casa sem falar com ninguém, com um pouco de raiva, bravo?
Simplesmente porque eu não tinha ninguém. Minha vó só falava comigo as vezes, pra me dar conselhos, minha mãe também, só pra me dar conselhos. Conselhos sobre como suportar todas essas brigas. Eu não aguento mais. Isso me irrita, tanto os conselhos quanto as brigas, e mesmo assim, eu pareço invisível. Eu sou quase que como uma sombra pra essa família.
Meus avós vão embora na sexta, provavelmente desapontados, minha carta ainda não chegou. Aquela maldita carta tem pelo menos 4 dias para chegar, afinal, hoje é domingo.
Eu olhei pra goles. Peguei ela em minhas mãos. Em seguida olhei para os aros, estava escurecendo, e mesmo que eu não estivesse com medo da pequena floresta, meu avô estava hospedado em casa. Um ótimo convite para Comensais da Morte aparecerem por lá.
Eu levantei, peguei a vassoura, o carrinho, a bola e fui para casa.
Entrei pela porta dos fundos mesmo. Passei pela cozinha, depois pela sala, joguei a bola no sofá e subi correndo com a vassoura e o carrinho em mãos. Entrei no meu quarto, joguei a vassoura em algum canto perto do armário e me joguei na cama, comecei a analisar cada detalhe do brinquedo de madeira.
Parecia pequeno agora, estava desbotado, mas fora isso, em perfeito estado.
Eu devo ter dormido, porque eu acordei com o meu pai me chamando pra levantar. Achei estranho, mas ele só me disse pra levantar e ir tomar café e depois saiu. Eu deitei na cama de novo e procurei o brinquedo. Não encontrei ele em lugar nenhum, será que... meu pai... Ai meu Merlin! Eu levantei correndo e desci as escadas, passei perto do escritório do meu pai e ouvi uns cochichos dele e da minha mãe. Encostei perto da porta e ouvi apenas uma coisa:
- você tem que dar mais atenção ao seu filho, Draco. Nosso filho.
Ouvi minha mãe se aproximando da porta, e sai correndo em direção à cozinha. Sentei no lugar de sempre e peguei uma torrada.
- scorpius?
Olhei pra trás e vi minha mãe.
- que?
- quantas vezes eu já te falei que o lugar da goles é no armario lá fora, e não em cima do sofá.
- ahn, desculpa mãe, eu tava com pressa..
- pressa pra que?
- banheiro? - menti, ela me olhou desconfiada mas assentiu -
- ta, termina de comer logo que os elfos tem que arrumar a mesa pro almoço!
- sim senhora!
Ela saiu e eu me virei. Terminei de comer e sai indo ao meu quarto, troquei de roupa e fui pra floresta.
E assim foi, dia após dia, acordando tarde, tomando café, pegando um livro ou um papel pra desenhar e indo para a floresta. Ficava lá até o anoitecer, quando voltava pra casa por causa da possível chance de aparecer um Comensal.
Isso aconteceu até hoje na verdade, por que hoje aconteceu uma coisa a mais nessa minha rotina monótona.
Eu estava lendo um livro encostado na árvore, quando eu escuto um pio e barulho de galhos e folhas. Olho para onde veio o barulho e não vejo nada.
Só me resta subir na árvore para achar a coisa que fez esses barulhos, embora eu já ter uma ideia do que é.
Eu subi uns galhos até encontrar uma coruja negra, e em seu bico uma carta, a minha carta. Eu peguei a carta e fiz um pequeno cafuné no topo de sua cabeça, desci da árvore e virei a carta, estava escrito meu nome, a carta era mesmo pra mim.
"Scorpius Hyperiun Malfoy,
A floresta da Mansão Malfoy,
Wiltshire,
Inglaterra"
Ironia não? Parece que eles decidem observar as pessoas pra saber onde elas passam os dias. Mas enfim, abri a carta e li a mesma. Depois disso eu peguei a vassoura, meu livro e a carta e fui pra casa, um pouco mais cedo que o normal.
Passei pela sala e fui ao estreito corredor em que fica o escritorio de meu pai. Abri a porta e deixei a carta em cima da mesa junto com um recado: 'Espero que isso agrade não apenas você, mas toda a família. Estarei em meu quarto.
Gostaria que você me devolvesse meu carrinho.
SM'
Não, eu e meu pai não somos mais pai e filho, somos apenas Draco e Scorpius, não temos mais a mesma relaçao de antes.
Fiquei no meu quarto até a hora do jantar, desenhando.
Toc toc toc
-quem?
- Hezy, senhor.
- entre Hezy - ele entrou e olhou pro chão - e não me chame de senhor. Sou Scorpius.
- certo senhor, quer dizer Scorpius.
- me convenceu por enquanto. - sorri de canto - O que queria?
- o jantar está servido - ele me encarou preocupado - er, Scorpius?
- isso Hezy. Eu te chamo pelo nome, e não de elfo. Me chame de Scorpius, não de senhor.
- certo Scorpius.
- ja vou descer, Hezy.
Eu esperei ele sair, e fui atrás, fui pro corredor do andar de baixo e espiei pela porta do escritório. Estava quase conseguindo ver a mesa.
- scorpius?
- droga -olhei pro lado e vi meu avô- que foi?
- o que esta fazendo?
- eu ... eu ... eu estava er ... procurando ...
- quem? Procurando quem, Scorpius?
- o Hezy ... é, o Hezy, estava procurando o Hezy!
- Hezy? Quem?
- meu elfo...
- a claro, você e o seu amiguinho elfo.
- olha aqui vô ... - eu disse com a voz alterada -
- OLHA AQUI NADA GAROTO! E ABAIXE O TOM PARA FALAR COMIGO!
- claro, majestade! - disse fazendo uma reverencia - agora, com licença, ó grandíssima influência de magia negra!
Ele me olhou com os olhos semi cerrados, eu me virei e fui até a sala de jantar. Meu avô chegou logo depois, e sentamos à mesa junto ao resto da família. Comi em silêncio, sem olhar pra ninguém.
Terminei e sai da mesa.
- scorpius!
Droga! Me virei.
- o que?
- vai aonde?
- pro meu quarto!
- fazer o que?
- nada, pai!
- sei... - ele respirou fundo - toma, pega isso! - ele me jogou o carrinho, só que uns 5 ou 10 cm acima da minha cabeça. Eu ergui a mão e peguei o carrinho.
- obrigado pai, posso ir agora?
- pode.
Eu sai e pude ouvir minha avó comentando.
- ele daria um bom goleiro não?
- ele é artilheiro. - meu pai afirmou, senti um tom de orgulho em sua voz - e é muito bom por sinal.
Depois disso eu não ouvi mais nada. Fiquei a tarde inteira no meu quarto. Pensando. Pensando em como seria a minha vida em hogwarts. Será que meu sobrenome sofrerá igual no ministério? Farei amigos? Passarei de ano? Devo ter dormido, pois o Hezy me acordou falando que o jantar estava pronto.
- ja vou ,Hezy.
Ele saiu do quarto. E eu levantei. Desci as escadas e me sentei sozinho na mesa, me servi e comecei a jantar. Uns 10 minutos depois chega meu pai, vó, mãe, vô e se sentam. Meu pai me olha e minha mãe fala.
- o que vai fazer amanhã querido?
- eu? - olho pra ela -
- Sim...
- ahn, nada eu acho.
- agora vai! - meu pai fala por fim -
- vou é? - ele afirma com a cabeça - e o que?
- nós vamo ao beco diagonal, comprar seu material.
- uhn, ok. Boa noite família.
Fui pro meu quarto, tomei um banho quente, deitei e dormi.
***
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Ooi, desculpe a demora pra postar, porque eu sei, 
demorei muito pra postar, mil desculpas, 
vou tenter postar o próximo mais rápido.
Comentem, obg!!
Bjos!
 

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