Capítulo 1



Um escritor
 
 


- Ok – Rony repetiu pela milésima vez, olhando concentradamente para o pergaminho em branco...
 


Desta vez ergueu a pena confiante, cheio de determinação, voltou a encostá-la no papel e... nada! Bufou inconformado.



– Inferno sangrento, como isso pode ser tão difícil?



Estava sentado na pequena escrivaninha do seu quarto em meio a pergaminhos, penas e tintas há mais de duas horas e a porcaria do papel continuava em branco.



Irritado se levantou da cadeira nada confortável em que estivera sentado, suas costas já começavam a doer, e andou impaciente de um lado para o outro, fazendo a madeira no assoalho ranger. Píchi pulava inquieto, compartilhando do desespero do seu dono.



Olhou para o exemplar 10 maneiras infalíveis de se conquistar uma bruxa, que estava sobre sua cama. “Garotas gostam de receber cartas”, será que ele deveria levar aquele livro realmente a sério?
Por que não? O que tinha a perder?



- Vamos lá, Ronald Weasley, você consegue. – Repetiu, não tão confiante quanto gostaria, a si mesmo. Voltou a sentar-se na cadeira de madeira e puxou o tinteiro para mais perto.



- Quem sabe: Querida...
Não, querida é brega demais, ela iria cair na gargalhada já na primeira linha.



Ficou parado olhando desinteressadamente para o teto do próprio quarto por alguns instantes, como se as madeiras e os cupins pudessem lhe ajudar a escrever aquela maldita carta!



Como diabos ele poderia começar? Por que tinha que ser tão complicado?
Depois de mais alguns segundos de total desespero, ele mordeu o lábio inferior, e ensaiou rabiscar alguma coisa, finalmente.



– Estimada...
Não, formal demais! – Riscou depressa a palavra, descartando-a completamente.
- Talvez, Adorável... Péssimo, muito romântico!



“Garotas gostam de romantismo.” Lembrou-se do quarto capítulo do único livro que leu na íntegra em toda a sua vida.



Até podia ser que garotas gostassem mesmo de romantismo, mas definitivamente não garotas como ela... Não mesmo (repetiu para si mesmo com convicção)!
Maldição, mas o livro dizia todas, sem exceção!



Seria tão mais fácil se pudesse pedir ajuda a Hermione, mas desta vez ela não poderia ajudá-lo!



Rony nunca fora muito bom com as palavras... Mas também nunca tivera problemas para se expressar ou se comunicar, então, por que em nome de Merlin ele estava sentado naquela maldita cadeira há horas e não havia conseguido escrever uma única palavra sequer?



Se escrever aquela carta estava sendo um pesadelo imagina se ele precisasse falar?



Arregalou os olhos, sentindo um arrepio desagradável subir pela espinha só de imaginar tal possibilidade!



- Seu covarde, filho da mãe! - Xingou a si mesmo, batendo irritado na mesa. Píchi piou assustado.



- Foi mal, Píchi... – Disse olhando para a pequena coruja, parecendo chateado consigo mesmo.
Passou as mãos pelos cabelos, num gesto de total desespero, deixando-os ainda mais bagunçados do que estavam.



Ele havia escrito centenas de cartas ao longo dos últimos seis anos, não fazia nenhum sentido que agora escrever uma única carta lhe parecesse uma missão tão difícil e sofrível.



- Ok, nada de adjetivos, – concluiu sensato - começaremos apenas com:



Hermione



Olhou para o nome da amiga escrito no pergaminho e se perguntou por que era tão difícil colocar em palavras tudo que sentia... Ele não tinha mais dúvidas (e talvez, se fosse sincero consigo mesmo, nunca tivera), reconhecia seus sentimentos por ela... todos eles! Era só escrever, era só deixá-la saber...



Talvez ele fosse realmente covarde demais... Pensou infeliz, batendo com a cabeça na mesa de madeira! Ergueu os olhos e observou os fúlgidos raios de sol que ainda entravam pela janela do seu quarto.



Era melhor guardar esses sentimentos do que expô-los e ser rejeito. Afinal, como em nome de Merlin, Hermione poderia corresponder aos seus sentimentos? Ele fora tão estúpido... Em especial naquele último ano...



Pensou por um momento na ex-namorada, Lavander. Talvez não precisasse dizer nada, poderia simplesmente puxá-la e beijá-la, exatamente como Lilá havia feito com ele na sala comunal.



- Cala a boca, Ronald – repreendeu a si mesmo. Hermione era especial, ele não poderia simplesmente puxá-la e beijá-la, embora a ideia lhe parecesse absurdamente tentadora.



Ou será que poderia? Tentou esperançoso convencer a si mesmo... Não, definitivamente não poderia! – Concluiu desesperado, enquanto puxava os próprios cabelos como se quisesse arrancá-los da cabeça.



Ficou por algum tempo se perguntando o que o fazia pensar que os dois poderiam ficar juntos... Aquela palavra de repente lhe soou tão estranha, mas ao mesmo tempo tão certa... “Juntos”... Ficou se perguntando, pensativo, quando essa ideia tinha começado a lhe assombrar...



Talvez no quarto ano, depois do baile de inverno, ou recentemente quando ela o convidou para ir à festa de Slughorn.



Mas isso tinha sido antes de ele namorar Lilá... Por certo, Hermione não deveria odiá-lo menos do que odiava Voldemort.



No entanto, sabia que se ela o odiava, o único culpado era ele mesmo...



Olhou desiludido para a prateleira bagunçada em que guardava seus livros, quando seus olhos se depararam com um em especial...  Era um livro bonito, com uma capa diferente de todos os outros.



Levantou e pegou o livro empoeirado da prateleira, limpou a capa com a manga do casaco para enxergar melhor o título. Hermione havia dado a ele no natal anterior. Um livro de poesias trouxas. Ele tinha lido duas ou três e jogado o livro ali junto com os demais. Afinal, Ron não era exatamente um amante de livros e/ou de escritores.



Ficou folheando o livro por um longo tempo... E depois de quase duas horas procurando algo que pudesse ajudá-lo, Rony finalmente tinha uma carta.



Ok, não era exatamente uma carta, ele acabou copiando um verso de um dos poemas do livro. Releu o trecho constatando que era um pouco confuso, embora lhe parecesse muito sincero, e o mais importante: sua letra estava legível. E, de qualquer forma, tinha certeza de que Hermione entenderia, certamente muito melhor do que ele havia entendido.



Fechou a carta e a endereçou a Hermione.



Olhou para Píchi apreensivo, passando as costas da mão na testa para limpar o suor. Não era verão, mas ele estava nervoso e não poderia esconder isso de si mesmo.



Píchi pulava e piava impaciente, esperando ansiosamente que Ron lhe entregasse a carta.



O ruivo ficou segurando a carta por vários minutos, tentando decidir o que faria com ela. Hermione chegaria em poucos dias para o casamento do seu irmão, ficaria na sua casa durante alguns dias e depois viajariam sem rumo, apenas ele, Harry e ela.



Definitivamente aquele não era o momento certo, eles precisavam pensar em Harry, em Voldemort, nas Horcruxes...



Colocou a carta no meio do livro de poesias que havia ganhado de Hermione, sabendo que talvez nunca a entregasse a ela...



Píchi desapontado piou infeliz, parando finalmente de bater as asas.



No fundo, Rony sabia que Harry, Voldemort e as Horcruxes eram apenas uma forma de não admitir seus próprios medos, seu maior temor...



Era mais fácil enfrentar uma guerra do que ser rejeitado pela garota que ele amava.


 


 


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N/B por Viviane Barreda


DIEIMI ESTÁ DE VOLTA!!


É isso aí, Romione shippers, guardem seus lenços e chega de ler fics com personagens descaracterizados... Aqui está nossa ficwriter fav ever de volta e todos os seus problemas acabaram, vocês terão uma leitura de excelente qualidade com estes personagens que você ama!!


E não poderia ter sido mais prazeroso para mim... Fic mais fofa impossível!! Ron inseguro é sempre um plot adorável, eu às vezes não entendo por que diabos ele é tão perfeito e não percebe isso... hahaha...


Espero que todos tenham gostado tanto quanto eu e que queiram mais, deixem suas impressões no Menu da fic, pois lá é o local certo de comentar, ok?!


Mil Bjs,


Vivi


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N/A: Primeiramente, quero agradecer a Vivi, que mesmo com mil coisas para fazer dedicou um tempinho pra ler minha one!!! Sem palavras J


Bem, embora eu esteja “afastada” da FeB fisicamente, meu coração sempre esteve por aqui!!!


Meu amor por este casal não tem fim e parece crescer cada dia mais!!!


A fic é bobinha e muito simples, mas espero que gostem!


Beijooosss!!!


 

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Comentários (1)

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