Único



De longe eu observava aquela que um dia fora minha melhor amiga, Lily Evans, a grifinória.


E você deve se perguntar quem sou eu? Ninguém, eu sou simplesmente ninguém. Nem para os sonserinos, muito menos para os grifinórios, eu não sou ninguém para Lily.


Admiro a distância o modo de agir da garota que eu sempre amei. Desde quando que eu sou tão sozinho? Desde quando não a tenho a meu lado? Ah sim, claro. Desde que fui idiota o suficiente para chamá-la de sangue- ruim, nunca irei me perdoar por isto, por mais que eu estivesse com raiva, nada jamais justificaria minha atitude naquele momento.


E agora ela está lá, junto a suas amigas esperando por seu perfeito príncipe encantado James Potter, o garoto mais idiota e galinha de toda a Hogwarts.


Os cabelos ruivos de Lily esvoaçantes ao vento, seus olhos de um verde forte, o modo como ela sorri, tudo me parece mais do que perfeito nela.


Mas onde eu estou? Observando-a, talvez pela ultima vez. Eu finalmente me tornaria alguém, não era o que eu mais queria, realmente não era, mas como não posso tê-la, isto é tudo o que me resta, ontem fui chamado para me juntar a ele, e é isto o que eu farei.


Agora... Vocês sabem o que é sentir como se seu coração de despedaçasse em mil pedaços? Pois é o que estou sentido agora.


Me explique, como Lily Evans, a garota doce e delicada que eu conhecia, aquela que jurou ódio mortal e eterno por James Potter, está agora aos beijos com este? Como eu pude permitir que isto acontecesse? Ela era minha amiga. Realmente, ela era.


Talvez um dia tudo possa voltar a ser como era antes, ou talvez não, tenho quase certeza que não voltará.


Ela se casará com o Potter, terá filhos com ele, quem sabe uma bela garotinha ruiva, ou um garoto de olhos esmeralda tão profundos quanto os dela. Quem sabe eu poderia conhecê-los. Ela iria me chamar para seu casamento se um dia este acontecesse? Eu não me importo, não faria questão de vê-la ao lado dele, muito menos de ver seus filhos com ele, eu não faço questão nem mesmo de continuar vivo para ter que chamá-la de Sra. Potter. Mas ainda existem esperanças, ela pode largá-lo, afinal estamos no sétimo ano, mas ainda sim muita coisa poderá acontecer pela frente.


Às vezes tudo o que ela sente por ele pode não passar de uma paixão de adolescente. Ou quem sabe tudo o que eu sinta por ela não possa passar de uma paixão de adolescente, com certeza não.


Queria poder dizer adeus, dizer que a ela que eu poderia nunca mais ser o Severus que ela conheceu e ouvi-la pedir para que eu não fizesse o que pretendo fazer, mas isto não iria acontecer.


Eu jamais poderia abraçá-la novamente, nem tê-la ao menos como minha amiga, ela era dele agora, eu precisava entender isto.


E está noite, eu me tornaria um Comensal da Morte.


–--------- XX Harry Potter XX ---------- Anos depois ----------


Já se passaram anos desde minha união ao Lord das Trevas, desde que decidi que iria ser alguém.


E realmente eu me tornei alguém, me tornei aquele que entregou a vida da mulher que amava em bandeja de ouro às trevas. Eu dei a Voldemort o que ele mais queria, cumprida a missão ele nunca mais seria derrotado, eu o fiz, e me arrependi.


Me tornei um homem amargurado, à vi morta em meus braços sem nada para fazer, sua vida passou pelas minhas mãos, e eu a permiti morrer.


Agora estou aqui, me entregando à morte, já não sou mais útil para o exercito do Lord, mas eu ainda via esperanças, nos olhos dela, nos olhos de seu filho, indiquei para que ele pegasse a lágrima que escorria em meu rosto, o garoto precisava saber.


“Você tem os olhos de sua mãe”, foi o que eu disse antes de morrer por amor, será que Lily me perdoaria pelo que eu fiz? Eu havia cometido muitos erros, porém uma vez Lily Evans, sempre Lily Evans.


Não havia sido uma paixão de adolescente, era bem mais que isto. Ela era a única para quem eu sempre tive olhos, eu a amaria para sempre, a levaria junto a mim pela eternidade, e foi por este amor que eu lutei todos estes anos, foi por ela que eu pereci, foram a cor de seus olhos, a ultima coisa que pude ver antes de morrer.


After All This Time? Always!

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