Sobre Ter Esperança



HP x Senhor dos Anéis - Parte I

Resumo:


Harry Potter está morto. Em seu próprio mundo. E em alguns outros. Agora, tudo que ele quer é sobreviver o suficiente para morrer de vez. Talvez ele consiga nesse mundo novo, um mundo dominado pela sombra de um anel vigiado por um olho de fogo.


 


AVISOS:


1-Oi, eu sumi, sei disso, mas tive motivos muito bons pra isso. Já que tive que fazer uma cirurgia, ficar de repouso, começar a trabalhar no meio do repouso, enfim, só loucura. Agora já me programei para não demorar mais tanto tempo.


2-Sei que é chato colocar cenas anteriores, mas como faz um tempo coloquei pra recuperar o ritmo da história. Além disso, há informações que se você não tiver por ter pulado algum crossover vão dificultar o entendimento.


Se quiserem podem pular o "antes" sabendo que o risco é ficar um pouco confuso por falta de informação.


5-É baseado nos filmes Senhor do Anéis, porque, honestamente, nunca consegui ler os livros direito. Se você lembra um pouco o que houve, vai conseguir acompanhar. Na história base não tem nada estranho a quem já viu as versões estendidas dos filmes ou mesmo as normais.


6-Finalmente, pra acabar a nota gigante (desculpem por isso), essa ficparte é um pouco mais sombria que as outras da série, mas vocês vão entender o motivo na próxima parte.


7-Espero que gostem. Até a parte II(e final de Senhor dos Anéis que já está escrita).


ANTES:


-Desculpe, mas...quem é você?


-Eu sou conhecido de muitas formas, mas acho mais direto me apresentar a você como a Morte.


Harry parecia meio incrédulo e foi nesse tom que falou:


-Não sabia que a Morte usava terno.


-Novos tempos, novas vestes. Passo mais despercebido assim, se eu não matar ninguém, é claro.


-É claro! -Harry falou como se estivesse falando com alguém mentalmente perturbado.


-Por que é tão difícil acreditar em mim? Afinal, você é o portador dos meus três presentes para os homens.


Agora Harry se espantou um pouco.


-Você quer dizer que essas relíquias são realmente...sabe...da Morte?


-O que você esperava? Não importa os poderes que os feiticeiros do seu mundo pensam que tem, não são capazes de criar algo que transcende o tempo e o espaço.


-Nossa! -Harry parecia impressionado e um pouco sarcástico. - E o que eu to fazendo aqui?


-Você morreu!


-Acho que essa parte eu já tinha entendido.


-Você morreu carregando meus presentes.


-E o que? Você quer de volta?


-Ah! Não, não! - Morte parecia meio entediado com a possibilidade. -Você é a primeira pessoa que morre carregando as três relíquias, por isso você está sendo oficialmente reconhecido como o mestre delas.


-O mestre da morte?


Morte olhou para ele como se olhasse para um barata.


-Humanos são tão arrogantes. O que te faz pensar que eu seria governado por presentes que eu dei?


Harry parecia um pouco envergonhado quando respondeu.


-É só o que dizem, não quis ofender.


Houve um curto silêncio em que Morte olhava para Harry que se remexia sem graça olhando para qualquer lugar, menos no homem, ser ou o que quer que fosse o magrelo assustador na frente dele.


-Estamos prestes a chegar no ponto de desembarque, senhor Potter, por isso é melhor eu explicar algumas coisas.


Agora Harry estava mesmo assustado.


-Não é só eu morrer e ir pra onde todo mundo que morre vai?


-Aí está! Você não é todo mundo. Você carrega meus presentes, então resolvi recompensá-lo.


Morte parecia muito magnânimo ao dizer isso. Harry só parecia aterrorizado ao escutar.


-Como assim?


-Você vai viver, mas em outro mundo.


Harry sabia que ia ter alguma coisa, mas ele não entedia o que essa coisa era, percebendo isso, Morte continuou.


-Você morreu em seu mundo, você não pode voltar a ele. Por isso estou o enviando a uma outra dimensão, onde as coisas podem ser diferentes ou iguais ao que você conhece.


-Por que eu não posso só morrer? - Perguntou esperançoso.


-Porque não seria nem um pouco divertido para mim. -Morte estava sorrindo ao dizer isso o que enfureceu Harry.


-E o que acontece se eu jogar as relíquias fora, hein?


Entediado, Morte respondeu:


-Você perde as únicas fontes de magia que vai possuir e continua o seu caminho como eu quiser, afinal eu te reconheço como o portador delas. Nada mais importa.


Harry agora está com os ombros caídos e parece desesperado, enquanto sente o trem parar.


-Por que está fazendo isso?


-Eu poderia inventar algo elaborado e dizer que você merece viver, mas eu vou ser sincero. Eu estou entediado!


Harry sentiu seu queixo cair pela resposta, enquanto Morte só desapareceu e tudo ficou escuro. Nesse pequeno espaço de tempo, ele se perguntou se era isso que Dumbledore quis dizer quando falou que "a morte é apenas a grande aventura seguinte", mas ele duvidava fortemente disso.


HPHPHPHPHPHPHPHP


-Você tem que entender que não pertence a esses mundos. Você é uma anomalia. O mundo em si, como uma entidade, considera-lhe uma ameaça que deve ser expurgada. Portanto cada mundo vai achar seu próprio jeito de lhe eliminar.


-Então, por que me mandar a eles se você sabe que vão me rejeitar?


-Eu já disse: estava entediado e precisava me divertir.


-Você precisa encontrar um hobby.


-Já encontrei e estou olhando pra ele!


-Ha ha ha! Muito engraçado! -É, eu tava sendo irônico. -Você nunca vai se cansar desse jogo e me deixar morrer de verdade?


Morte parecia contemplar algo, então disse:


-Vamos fazer um trato. Eu vou lhe deixar partir...


Eu o olhei bem animado e pronto para agradecer, mas Morte levantou a mão e me parou. Eu devia saber que era bom demais pra ser verdade.


-...se você conseguir sobreviver a dez anos em algum dos mundos.


-Dez anos! -Eu exclamei espantado. -Do jeito que está é impossível!


Morte suspirou:


-Tudo bem! Sete anos é minha oferta final. Nem um dia a menos.


Eu fiquei desanimado, mas mesmo assim considerei.


-Bem, é melhor do que uma eternidade de ser ejetado de tudo quanto é lugar! Eu aceito! Consegui sobreviver a mais no meu mundo, vou conseguir em algum outro também!


Morte não parecia convencido com minha declaração determinada e, sinceramente, eu também não.


-Preparado para o próximo mundo?


-Não dá pra esperar um pouco? Eu morri muito em muito pouco tempo! -Respondi cansado e irritado ao mesmo tempo, só percebendo o quão surreal soou depois de ter dito.


-Mas essa conversa foi exatamente isso, eu esperando.


Olhei pra ele irritado e só vi seu sorrisinho sinistro. Percebi que esse deve ser o sinal da vinda da escuridão.


AGORA:


SOBRE TER ESPERANÇA


-Um Anel para a todos governar, um anel para encontrá-los, um anel para a todos trazer e na escuridão aprisioná-los!


Ouvi essa frase assim que abri os olhos. Eu estava deitado no chão de uma floresta, pois tudo que eu conseguia ver por todos os lados eram árvores. Grandes, velhas e belas árvores.


A frase parecia estar vindo delas, mas vinha de uma voz masculina que, de alguma forma, eu sabia que não pertencia a nenhum ser daquela floresta. Na verdade, a voz me lembrava um pouco a de Dumbledore, sábia e idosa.


Bem, se eu for considerar o que aprendi nos poucos minutos que estive nesse mundo, eu não devo estar em um perigo tão grande. Afinal, parece que o maior problema desse mundo é um anel e isso não é tão aterrorizante quanto demônios e palhaços assassinos malucos.


Será que o maior medo das pessoas desse mundo é, realmente, um anel? Não parece muito possível, mas, se eu pensar bem, anéis são bem aterrorizantes de onde vim também, mas isso é por causa da cerimônia que nos faz usá-los: o casamento.


Tremo só de pensar!


Ao invés de continuar deitado aqui pensando sobre terrores descomunais, eu devia levantar e tentar encontrar sinais de vida além da paisagem.


Engraçado isso! Assim que terminei esse pensamento, senti um pouco de hostilidade vindo das árvores. Era só o que me faltava, se eu quisesse árvores bravas comigo não precisava nem sair de Hogwarts para encontrar uma. Por isso, fiz a única coisa que me pareceu correta: me curvei e pedi perdão por considerá-las apenas paisagem.


Toda a sensação hostil se dissipou e eu segui meu caminho. Estou realmente curioso para saber em que mundo vim parar dessa vez.


HPSAHPSAHPSAHPSAHPSA


Há algo muito errado com esse lugar. É uma sensação de tensão, medo e desespero vindo de todas as direções. Talvez seja o mundo tentando me expulsar, pensamento que me fez usar o manto da invisibilidade desde que comecei a caminhar, eu só o tiro para acampar. Encontrei alguns pequenos animais pelo caminho que tenho usado para me alimentar nos últimos dias. Apesar de me cortar o coração ter que matá-los. Graças a Merlin que existe magia para prepará-los e aprendê-las faz parte do treinamento auror, ou então eu estaria perdido. Só encontrei poucos frutos em algumas árvores e não sei se são venenosos ou não. Poções nunca foram minha especialidade em casa, imagina reconhecer venenos em um mundo diferente!


Duas coisas me assustam profundamente nesse mundo. Uma é a tensão que já mencionei. Outra é o fato de eu não encontrar ninguém além das árvores, mas sentir coisas que não vêm delas.


Há algumas noites, pude jurar que ouvi um canto belíssimo que me acalmou, mas há algo sinistro também. Um olho de fogo que vi em pesadelos, sempre o sinto olhar por todo lugar, mas nunca parece me notar. Suponho que tenho que agradecer a capa por isso. O estranho é que cada vez que vejo esse olho em pesadelos, também vejo cavaleiros encapuzados e uma criança com olhos assustados, mas decididos. Há algo nesse mundo, mas não parece que o mundo quer me pegar e isso é o que realmente me causa pavor. Afinal, se o mundo não se importa com minha intrusão deve ser porque está muito ocupado em se proteger de algo que é dele próprio.


HPSAHPSAHPSAHPSAHPSA


Depois de dias nesse mundo em quase solidão, comecei a ouvir meus únicos companheiros chorarem. As árvores estão sofrendo e agora eu sei o motivo.


Logo a minha frente, há uma torre cercada de poderosa magia e aos pés dela as árvores mais próximas estão sendo derrubadas por criaturas assustadoras. O mais terrível não é sua aparência, mas o sentimento de raiva que cada um deles transmite. Estou protegido pela capa e, por isso, arrisco um olhar para um homem de branco no alto da torre, mas, quando fixo meu olhar, tudo que consigo enxergar é o olho de fogo.


Há muito tempo, ouvi dizer que temos que saber escolher nossas batalhas e, pela primeira vez, reconheci que aquela não era uma que eu conseguiria enfrentar no momento. Por isso me virei e caminhei para outra direção. Só então notei que estava chorando pelas árvores caídas e pelo horror que, de alguma forma, eu sabia que iria sair delas.


Minhas companheiras também estão lamentando e um vento triste me guia para longe dali.


HPSAHPSAHPSAHPSAHPSA


Já faz dias e eu continuo a caminhar por esse mundo estranho para mim, em minha auto imposta solidão.


Não apenas de florestas, monstros e olhos de fogo é feito esse mundo. Sob minha capa, eu vi montanhas cobertas de neve e homens cavalgando. Em alguns momentos, podia jurar ter visto pessoas, de orelhas pontudas, brilhando e seguindo um caminho que eu não sei para onde leva, mas me entristece imaginar.


Achei grupos dos mesmos monstros que derrubaram aquelas árvores e, finalmente, pude atacar alguns. Eles sempre se surpreendiam quando tirava a capa e começava a usar a varinha. No entanto, isso só ocorreu três vezes e eu sempre me cobria com muita pressa, pois, a cada instante que eu ficava sem a capa e usava magia, o olho de fogo pairava sobre mim.


Hoje, em especial, sinto algo diferente no ar. É como se a própria terra tivesse esperança. Algo importante está acontecendo e ao fechar os olhos eu posso ver um belo lugar, pessoas diferentes reunidas e um anel cercado por um fogo terrível.


Abro meus olhos ao perceber que aquele era o anel do qual ouvi falar em me primeiro minuto nesse mundo e sei que ele está ligado ao olho de fogo e àquelas criaturas. Também sei, sem saber como, que o mundo tem esperança graças às pessoas que vi reunidas, entre as quais posso jurar ter visto uma criança com olhos assustados mas ainda mais decididos.


HPSAHPSAHPSAHPSAHPSA


Estou perto do que penso ser uma cidade agora, mas não me atrevi a entrar. Montei um pequeno acampamento próximo a ela, mas distante o suficiente para não ser visto como ameaça se me acharem.


Algo me impede de ir até ela. Pode ser o fato de eu ter me acostumado a solidão, mas parece mais como se eu estivesse esperando algo. Não sei o que...


Droga! Algo ruim aconteceu agora mesmo. Longe daqui e, ainda assim, eu sinto perto. Algo despertou nesse mundo. Algo que nunca deveria despertar. É grande, poderoso e assustador.


É uma sensação parecida com os demônios que encontrei antes, só que mais forte.


Sito o mundo gritar e quando fecho meus olhos é para ver uma espécie de caverna, fogo e uma pessoas com longa barba branca cair.


Abro meus olhos e me encolho sob a capa ao me lembrar de outra pessoas com longa barba branca despencar de uma grande altura.


Pela primeira vez desde que cheguei a esse mundo, choro por minha própria dor.


HPSAHPSAHPSAHPSAHPSA


Alguns dias se passaram e eu estou no mesmo lugar. Às vezes, eu me afasto de meu acampamento para tentar descobrir algo sobre esse mundo, mas o próprio mundo parece querer me manter aqui. Não tenho forças para desobedecer.


Uso pouca magia quando sob a capa e nenhuma quando não a uso. Encontrei uma lâmina quebrada em algum lugar e é isso que tenho usado para caçar e me defender, apesar de nada me atacar. Eu sinto a dor desse mundo, escuto seu lamento e não entendo o porquê.


Apesar disso, esse mundo não faz nada para me machucar. Ele só parece implorar por ajuda, mas não me mostra como ajudar. Só me faz esperar por algo ou alguém que eu não sei se está vindo.


HPSAHPSAHPSAHPSAHPSA


Há algo tocando. Algo como uma corneta, mas não é aqui. Há um homem que a toca, duas crianças por perto e as criaturas os cercando. Flechas o atingem uma, duas, três vezes. E, então, um rei aparece e eu não posso ver ou ouvir mais.


Como sei que aquele homem é um rei?


Por que eu vejo essas coisa?


Eu não sei e estou exausto demais pra pensar em descobrir.


HPSAHPSAHPSAHPSAHPSA


Acabo de acordar. Nem percebi que tinha adormecido. O mundo está quieto, ou eu não posso mais ouvi-lo. Esse pensamento está sendo negado agora pela calma brisa passando por mim que parece sussurrar em meu ouvido:


-Descanse um pouco. Espere só mais um pouco. Estão vindo. Estou com você, enquanto estiver comigo!


Isso me acalma e me dá esperança. Perdi a conta de quantos dias se passaram desde que cheguei. Meu único contato além das árvores, terra e vento foram os monstros e os animais que cacei. Mas aqui está esse mundo me dizendo que estamos juntos nisso.


Apesar da dor que sinto aqui, do medo que sinto do olho de fogo e das criaturas que encontrei, da fome que nem sempre consigo saciar e da solidão que me acompanha; talvez, apenas talvez, eu consiga viver tempo suficiente nesse mundo para Morte me deixar descansar em paz!


Esperança é tudo o que tenho agora!


FIM DA PARTE I


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