O Baile



- Muito ousado! – Gritava Bagman e Harry ouviu o Bola de Fogo Chinês a lançar um urro estrondoso, e a multidão pareceu suster a respiração por momentos – Muita coragem, e…sim, agarrou o ovo!


A multidão aplaudia. Krum capturara o ovo, e seria a vez de Harry a qualquer momento.


Ouviu o apito e entrou. Lá estava o Cauda-de-Chifre do outro lado do cercado, com as asas meio abertas, acocorado sobre a ninhada. As escamas pretas e as garras cintilando ao sol. Os olhos amarelos fixos nele, enquanto agitava a cauda e o espigão batia ferozmente no chão deixando marcas.


Convocou a Flecha de Fogo, como tinha planeado. Sorrindo, ao relembrar-se do seu primeiro feitiço de convocação na sua primeira aula de poções. Subiu na direcção do ar, e sentiu-se infinito e invencível.Precisava de convencer o Dragão a afastar-se dos ovos, só precisava que ele se afastasse para mergulhar.


Ergueu a varinha e sibilou um feitiço em serpentês. Sabia que a magia em serpentês, a que o unia ao seu Basilisk e que lhe permitia realizar aquele feitiço era o mesmo tipo de magia que protegia as escamas do Dragão e elas não se anulavam, como acontecia com a magia dos feiticeiros.


A maldição atingiu parte da cabeça do Dragão, reduzindo um dos seus espigões da cauda em pó, e fazendo o Dragão urrar de dor, via-se sangue no lugar onde estivera o espigão.


- Como é que ele…- A voz de Bagman soava incrédula, mas a multidão parecia distante.


O cauda-de-chifre levantou voo para atacar Harry, cuspia fogo, mas Harry desviou-se e  mergulhou na direcção do  solo, assim que o Dragão se afastou o suficiente. Agarrando o ovo, com toda a perícia de um seeker.


- O nosso campeão mais novo foi o mais rápido a agarrar o ovo. Caramba, ele sabe voar! – Gritava Bagman, entusiasmado.


A multidão aplaudia e gritava o seu nome, ouvia assobios e vivas. Era como se só agora Harry se apercebesse do seu barulho. Voou sobre as bancadas e ergueu o ovo no ar com um sorriso. A multidão parecia gritar tanto quanto a multidão no estádio da Taça Mundial.


Junto à saída do cercado, quando Harry aterrou, Snape esperava-o, rodeado de Slytherin.  


- Saíste vivo. – Snape disse, com um meio sorriso, o que Harry tomou como “apesar de seres um idiota descomunal, bom trabalho” – Tens de ir ver o painel de jurados.


- Certo, senhor. – Harry disse.


Daphne abraçou Harry, saltando para cima dele. Zabini despenteou-o. Crabble e Goyle pareciam querer erguê-lo no ar, mas havia demasia gente à volta. Theo segurou o ovo. Millie e Pansy começaram a puxá-lo na direcção do painel de juízes, enquanto Draco falava animadamente, ao seu lado.


- Foste de longe o melhor. – Draco dizia, entusiasmado. – Havias de ver a cara dos professores, quando destruíste o espigão. Espantaste toda a gente. Ainda tens de me contar como fizeste isso…


- O Diggory transformou uma rocha num cão…Afinal, havia uma boa razão para o Cálice ter escolhido o teu nome, uh? De qualquer maneira, acho que ele estava a tentar que o Dragão o ignorasse e atacasse o cão, o que não aconteceu. Ele conseguiu agarrar o ovo, mas saiu de lá todo queimado. – Riu-se Theo.


- A Delacour pôs o Dragão a dormir, mas ele começou a ressonar e queimou-lhe a saia. – Pansy riu-se, quase maldosamente.


- Pelo menos, viu-se as pernas dela. – Comentou Zabini com um sorriso.


- O Krum atingiu-o com a maldição conjuctivis, mas o dragão começou a cuspir fogo e a espezinhar por todos os lados. – Draco disse – E ele perdeu pontos pelos danos.


- Hum…Aposto que me vão tirar pontos por ter magoado o dragão, então. – Harry suspirou.


Mas Ludo Bagman deu-lhe 10 sem hesitar, e com um enorme sorriso. Crouch não sorria, mas deu-lhe o 10. Nenhum deles parecia preocupado com o espinho do Dragão. Madame Maxime deu-lhe 8, e Karkaroff 7. Harry não esperava pontuações máximas de nenhum deles, de qualquer maneira. Dumbledore deu-lhe 5.


- Cinco? Cinco? – Repetia Millie – Porque tiraste um espinho a um dragão que cuspia fogo para cima de ti? Ele deu 8 ao Diggory que foi praticamente queimado vivo.


Mas Harry não estava preocupado. Concordava com Daphne.


- Isto é mais a maneira do Dumbledore mostrar que não vai apoiar o Harry no torneio. – Daphne disse – Até consigo imaginar a justificação dele…Temos de respeitar todas as criaturas vivas. O ataque deliberado do Harry ao Cauda-de-Chifre foi um uso de poder excessivo e malicioso, que deve ser repreendido, não estimulado.


A imitação de Daphne do tom de voz de Dumbledore era tão perfeita, o que fez com que todos se rissem. Charlie Weasley veio cumprimentar Harry, apesar de não olhar para Malfoy.


- Estás empatado com o Krum no primeiro lugar, bom trabalho, Potter. – Acenou Weasley – E achei que gostarias de saber que o Cauda-de-Chifre é, provavelmente, o pior dragão dos quatro.


Harry sorriu, e agradeceu a Charlie. Sabia que o Weasley só o cumprimentara pela mesma razão que qualquer Weasley era capaz de ser decente para com ele: ele salvara a vida de Ginny no seu segundo ano. Mesmo que a sua inimizade com Ronald se prolongasse indefinidamente, não era necessariamente assim com toda a família.


Bagman chamou-os de volta à tenda e disse-lhes que a pista para descobrirem o que a segunda tarefa era estava no ovo, e a tarefa estava agendada para o dia 24 de Fevereiro.


Nessa noite, houve uma festa na sala comum. Zabini tocou guitarra a noite toda, juntamente com Meryl Clark, uma aluna do sétimo ano. Eram uma dupla engraçaao. Zabini estava obviamente embebecido com a figura dela, e ela sabia-o, sorria para ele, brincava com ele, mas não deixou que nada mais sério acontecesse.


“Give Me Another Day. One day. One more day. We are not forever. But I want to keep going to nowhere. I want to keep loving with no despair. So give me another,  another freaking day, to share.I Need Another Day. With yoooou." 


Cantavam em coro o famoso refrão de I Need Another Day, dos Dragon’s Kings. E foi a música que salvou os ouvidos dos Slytherin, porque quando  Pansy convenceu Harry a abrir o ovo, um terrível grito varreu a sala e tiveram de o fechar rapidamente.


Harry passava muito tempo a tentar resolver a pista do ovo, sem sucesso. Tivera esperança que se aguentasse o grito durante tempo o suficiente, ouviria qualquer coisa de útil, mas não acontecera. Fez uma pesquisa sobre criaturas gritantes, mas eram tantas e todas tão mais fáceis do que enfrentar Dragões que Harry excluiu essa hipótese. Procurou no ovo outros tipos de pista. Lançou uns quantos feitiços que lhe ocorreram que pudesse ajudar, mas Dezembro rapidamente chegou e ele continuava sem ideia nenhuma.


A superfície do Lago parecia quase gelada e a neve rodeava os campos. E os alunos do quarto ano congelavam nas aulas de Cuidados com Criaturas Mágicas.


Nessa manhã, Hagrid tentara descobrir se os Explojentos hibernavam, mas descobriram que não, e que, também, não gostavam de caixas com almofadas. Drak liderou os Slytherin para dentro da cabana de Hagrid, e ficaram a observar os esforços do professor e de alguns alunos através da janela, abrigados.


Daphne sentou-se à porta, afirmando que adorava o frio. Harry ficou sentado ao lado dela, rindo-se dos colegas.


- Sabes que podias ajudar, Potter? – Reclamou Hermione.


- Hum… Poder podia, mas não era a mesma coisa. – Harry sorriu.


- É óbvio que eles não iam gostar de caixas com almofadas. – Daphne suspirou.


O nariz dela estava vermelho com o frio, flocos enchiam os seus cabelos negros e um sorriso meio divertido, meio sarcástico estava rasgado no seu rosto. Harry só queria ficar ao lado dela.


Em Aritmancia, a Professora Vector parecia disposta a arruinar-lhes tudo quanto fosse tempo livre, mas Snape continuava a conseguir superá-la.


Snape resolvera que Harry não merecia preparar poções se não conseguia respeitar os limites - a criação de Felix Felicis para ultrapassar a linha de idade do director estava para lá dos limites. E sentava-o na sua secretária durante as aulas, obrigava-o a escrever sobre a poção que os colegas estavam a preparar, enquanto os observava, desolado. Harry detestava bastante as aulas de poções agora. E o pior era quando Snape o mandava dizer em voz alta e escrever todos os erros de uma certa poção, que geralmente pertencia a um amigo seu. Retirava pontos se Harry não dissesse todos os erros, ou dissesse qualquer coisa de errado, por isso, mesmo que Harry tentasse não enumerar todos os erros que Crabble ou Goyle pareciam capazes de cometer via-se sempre obrigado a fazê-lo, era bastante horrivel. 


Draco insistiu em mostrar as cozinhas a Granger, para ela ver como os elfos eram felizes, uma vez que ela continuava a insistir que eles aderissem à B.A.B.E e só Daphne era capaz de usar aquele crachá.


- Eu tenho um elfo doméstico. É óbvio que não vou aderir. – Draco suspirou pela enésima vez a caminho das cozinhas.


Mas a visita às cozinhas só motivou ainda mais Granger, porque descobriram que o antigo elfo dos Malfoy, Dobby, estava em Hogwarts e era agora um elfo-livre com direito a salário. Vestia-se de uma forma excêntrica. Winky, a antiga elfo de Crouch, também, lá andava, e chorava pelos cantos, ao contrário de Dobby.


- Me…Mestre Malfoy – Gaguejou Dobby. E sorriu ao ver Harry – Harry Potter, senhor.


- Dobby. – Respondeu Malfoy com um aceno, frio.


Dobby parecia adorar Harry quase tanto como temia Malfoy.


- É óbvio que os outros não querem ser como Dobby. – Daphne suspirou – Mas é um princípio. Eu já ficava feliz se os Feiticeiros os tratassem com mais respeito, mesmo sem salários e liberdade.


Granger achava que Dobby iria motivar os outros elfos a verem quão boa era a liberdade. 


A única coisa que surpreendeu mais os Slytherin além de Dobby foi o anúncio que Snape fez numa das últimas aulas do período.


- Uma parte tradicional do Torneio dos Três Feiticeiros é o Baile de Natal. Só podem ir estudantes a partir do quarto ano. – Snape falava do baile no mesmo tom que falava das suas poções mais aborrecidas – Apesar de poderem convidar alguém mais novo, se assim o desejarem. Traje de Cerimónia é obrigatório.


Houve alguns risinhos. Ninguém conseguia imaginar Snape num traje de cerimónia, mas cessaram imediatamente com um simples olhar do professor.


- E espero seriamente que nenhum de vocês aproveite a noite de baile para quebrar regras. – Snape disse. – Podem sair.


Virou-se subitamente para Harry que arrumava os papéis em cima da secretária de Snape.


- E, Potter, é tradição os campeões e os seus pares abrirem o baile. – Snape disse.


- Certo. – Harry acenou – Suponho que cumprirei a tradição, senhor.


Snape virou costas e saiu sem mais uma palavra.


A primeira miúda que passou na mente de Harry foi convidar Daphne para o baile, mas Daphne iria com Warrington, naturalmente. A segunda foi Millie, que iria com Theo. Porque é que as suas melhores amigas tinham namorado?


Não se imaginava a dançar com Pansy ou Tracey, elas eram simplesmente demasiado mandonas, mesmo que conseguissem ser boas amigas.


Mas foi então que no corredor foi contra esta miúda dos Ravenclaw. Era do quarto ano, mas Harry poderia jurar que nunca a vira na vida. Ela olhou para ele e sorriu, ele só conseguiu sorrir de volta.


Era pouco mais baixa do que ele, segurava um manual de adivinhação e tinha um piercing na orelha. O cabelo estava solto, e era castanho, mas Harry conseguia ver as madeixas aloiradas. Os olhos eram igualmente castanhos de tons escuros, mas foi o sorriso que o cativou. Queria fazê-la sorrir para sempre.


- Hey, queres ir comigo ao baile? – Perguntou, sem pensar.


Ela olhou para ele. “Tu sabes sequer como é que eu me chamo, Potter?” Ela perguntou, rindo-se.


- Não. – Ele respondeu, sincero – Mas adorava saber.


Ela olhou-o de cima para baixo, as amigas rodeavam-nos cheias de risinhos, sussurros e piadas, mas Harry não queria saber o que elas diziam. 


- Alice. – Ela respondeu – Alice Mason.


- Hum… Alice, vens comigo ao baile? – Ele repetiu a pergunta, com um sorriso expectante.


- Vou. – Ela respondeu, depois de um momento a fintá-lo. E afastou-se rodeada pelo seu grupo de amigas.


Draco convidou Evelyn poucos dias depois. Souberam que Cho Chang ia com Diggory. Krum não revelava o seu par, mas era perseguido por manadas de miúdas para onde quer que fosse.


Blaise passeava nervoso pela escola, mas acabou por convidar Pansy, que aceitou prontamente. Tracey Dravis rejeitou um Hufflepuff que aparentemente tinha uma enorme queda por ela, mas aceitou ir com Lorenzo Magdalena um Slytherin do quinto ano, de origens sul americanas.


Boatos sobre o baile circulavam pela escola. Dumbledore comprara oitocentos litros de hidromel, e histórias do estilo. Harry não conseguia acreditar no que ouvia, mas parecia ser verdade que as Weird Sisters vinham tocar.


Havia professores perceberam que não lhes conseguiam enfiar nada na cabeça com a aproximação do natal e deixavam-nos brincar nas aulas. Flitwick foi um deles, mas isso foi em parte porque Daphne voltou a roubar-lhe a varinha, como ela e Harry tinham feito no seu primeiro ano.


- Velho Flitas. – Suspirou Zabini – Um dia teremos saudades das aulas dele.


Mas nada impediu Binns de continuar a debitar história da magia, nem McGonagall de continuar as suas aulas. Snape resolveu fazer um teste na última aula do período.


- O Snape sabe ser mesmo mauzinho. – Reclamou Millie, enquanto largava dois pares de sapatos aos pés da poltrona (tinha estado a tentar decidir quais havia de levar) e agarrava no livro de poções.


- Acham que há alguma possibilidade de o Snape me deixar fazer o teste? – Harry perguntou.


- Tu deves ser o único que quer fazer teste, por isso cala-te. – Suspirou Draco.


Daphne riu-se. E foi ter com Warrington, enquanto Harry olhava para o seu ovo sem coragem de o abrir e o resto do quarto ano estudava poções.


- Podes fazer o meu teste, se quiseres, K. – Suspirou Tracey.


Mas Snape disse a Harry que se sentasse na fila da frente, e que faria teste, também. Harry deu o seu melhor naquele antídoto, esperando que Snape o deixasse voltar a preparar poções com base no seu empenho. 


Ronald Weasley convidou Fleur Delacour no meio do vestíbulo, o que levou a várias piadas durante vários dias.


O dia de natal foi animado. A mãe de Nott mandou as suas famosas bolachas. Os Malfoy não pareciam guardar rancor e ofereceram a Harry um conjunto de livros, e enviaram uma nova Flecha de Fogo a Draco.


- Não, não acredito. – Draco passou a mão pelos cabelos – É sempre assim. Sempre que eu estou chateado com ele, o meu pai compra-me alguma coisa que sabe que eu quero muito, como para que me compensar.


Harry fez um sorriso triste. Ainda sentia voltas no estômago ao relembrar os acontecimentos da Taça Mundial de Quidditch, e o que Lucius Malfoy havia feito, mas, também, não conseguia esquecer o homem que lhe abrira as portas de sua casa e o tratara como a um filho. Estavam todos estagnados numa terrível encruzilhada.


A noite do baile, finalmente, chegou. Daphne e Warrington encontraram-se na sala comum, e Harry não queria desviar os olhos dela. O azul do vestido realçava o azul dos olhos, e sentia-se como se se pudesse perder naquele azul para sempre.


Encontrou-se com Alice no vestíbulo. Ela estava extremamente bonita. Tinha um vestido de um verde água e o cabelo apanhado numa elegante trança. Harry aproximou-se dela com um sorriso.


- Estás linda. – Ele sussurrou. Ela corou ligeiramente. 


- Tu, também. – Ela sorriu.


Os campeões tinham de esperar para lá da porta, até que todos tivessem entrado. Fleur Delacour ia com Roger Davies, o capitão da Equipa de Quidditch dos Ravenclaw. Cedric Diggory convidara Cho Chang. E Viktor Krum ia com Hermione Granger.


Harry nunca pensara que Granger conseguisse ficar tão bonita, mas a verdade é que a jovem estava deslumbrante. Cumprimentou-a, mas os seus olhos não se desviavam do sorriso de Alice.


Weasley passou por eles, agarrado a Padma Patil e embrulhado em qualquer coisa muito parecida com um vestido de avó, e o seu queixo caiu quando viu Granger. Thomas vinha com a gémea de Padma, Parvati, a colega deles dos Gryffindor. Seamus Finningan ia com Lavender Brown.


Ginny Weasley ia com Neville Longbottom.


Começaram a dançar. Harry conduziu Alice, por entre sorrisos e olhares. Ela parecia feliz e divertida. Karkaroff parecia desgostado com a dança entre Krum e Hermione, o único que se lhe equivalia em desgosto era Weasley. 


Os campeões e os pares sentaram-se na mesa dos professores. Percy Weasley fora promovido a assistente pessoal de Mr. Crouch, que andava aparentemente muito doente, e estava em Hogwarts a substitui-lo.


Os pratos apareciam conforme o que se escolhia ler em voz alta na ementa. Harry não resistiu em olhar para Granger e ver se ela ia fazer algum comentário em relação ao elfos-domésticos, mas ela estava embrenhada numa conversa com Viktor Krum. Delacour monologava e Davies acenava, enquanto Cho e Cedric pareciam mais numa de se olhar.


Harry sentiu-se pela primeira vez nervoso por ter convidado Alice, não fazia ideia o que havia de conversar com ela.


- Hum…deixa-me adivinhar, não sabes nada a meu respeito e não sabes sobre o que é que hás-de falar? – Ela sussurrou, num tom divertido, quando ele lhe lançou um olhar.


- Podes crer. – Ele confessou, mais descontraído.


E Harry já nem sabia que assunto tinha surgido, mas conversaram animadamente. Era tão fácil falar com ela, que se sentia como se sempre a tivesse conhecido. Dançaram depois do jantar, ao som das Weird Sisters. Nenhum deles gostava muito delas, mas não importava. Arrepiava-se quando as mãos dela tocavam na sua nuca.


Padma fartou-se de Weasley e começou a dançar com um de Beauxbatons. Draco, finalmente, beijou Wells, e Pansy começou a beijar Blas para lhe fazer ciúmes. Harry riu-se e Alice juntou-se a ele, quando ele lhe explicou o que estava a acontecer. 


Hermione Granger saiu do salão com lágrimas nos olhos.


- Queres ir passear? – Harry perguntou a Alice.


Passaram pelo vestíbulo e foram para os jardins, que naquela noite lembravam um enorme labirinto, delimitado por enormes roseiras iluminadas. Havia pessoas sentadas em bancos, e ouvia-se água, como se houvesse uma fonte perto.


Estavam sentados num dos bancos de pedra, enquanto observavam as estrelas. Quando ouviram duas vozes que Harry reconheceu, imediatamente, como pertencentes a Snape e Karkaroff.


- …não vejo razão para te inquietares, Igor.


- Severus, não vou fingir que isto não está a acontecer! Há meses que é cada vez mais claro e estou a ficar seriamente preocupado, não o nego.


- Então, foge. – Retorquiu Snape – Foge, eu apresento as tuas desculpas. Eu, apesar de tudo, fico em Hogwarts.


Harry e Alice estava, naquele momento, a olhar-se nos olhos, com sorrisos, abraçados e extremamente próximos. Não havia tempo para pensar no que acabara de ouvir. As suas mãos voaram para a sua nuca, uma delas desceu até à cintura e Harry beijou-a. Fechou os olhos. Sentia-se faiscar com o beijo. As mãos dela deslizaram pelos seus cabelos, quase que conseguia sentir o seu sorriso.


- Menos dez pontos para os Hufflepuff, Fawcett. E dez menos para os Ravenclaw, também, Stebbins. – Snape disse, quando uma miúda passou por ele a correr, seguida de um rapaz. Havia rosas enfeitiçadas a soltarem formas escuras, em torno de Snape.


Harry e Alice afastaram-se ligeiramente um do outro, ao aperceberem-se da aproximação súbita da voz, mas não o suficiente para que não se percebesse o que estava a acontecer. Snape estava mesmo a virar para o carreiro onde eles estavam, Karkaroff pareceu subitamente nervoso por os ver.


- Potter…- Snape fixou os olhos no seu aluno – O que estás aqui a fazer?


- Er…A apanhar ar, senhor. – Harry disse – Estava mesmo muito calor lá dentro, não achou?


- Hum…hum…- Snape limitou-se a dizer.


- Na realidade, nós estávamos mesmo a ir embora. – Alice levantou-se – ‘Bora, Harry.


E ela puxou-lhe o pulso e afastou-o dali. Snape não disse nada. Deram por si a correr de mãos dadas, sem saberem bem porquê, sentiam-se meios tolos, mas felizes.


Quando pararam, Harry beijou-a, novamente.


- Onde estiveste tu antes desta noite? – Perguntou Harry.

N/A: Hum...E que tal? :D

Xandevf: Já se sabe que o Harry não vai para a Ordem de Fénix, mas vai ter de esperar pelo final para ver o que acontece com o Harry e com o Cedric ;). Quanto ao Dumbledore ser tramado por causa do Fudge, posso dizer desde já: mas claro que sim :D

Guilherme: OPTIMO :) Eles ficaram de queixos caídos e olhos esbugalhados.  :D :D :D 

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