Viagem no Expresso Hogwarts



Viagem no Expresso Hogwarts


Esse capítulo da nossa história começa em um domingo de sol. O último pelo qual Teddy poderia se considerar não estudante. Mesmo assim, já estaria a maior parte do tempo no Expresso Hogwarts, com outros estudantes.


A viagem para King Cross estava animada. Andrômeda, sua avó, cantarolava e Harry dirigia enquanto conversava com Teddy, que estava no banco de trás, animado com as coisas que teriam em Hogwarts.


- É verdade sobre o Salgueiro Lutador? – ele perguntou animado. – E sobre a Floresta Proibida?


- O próprio nome já diz Teddy. – repreendeu sua avó. – É proibida!


- Eu sei. – resmungou baixo o garoto.


- Estamos chegando! – avisou Harry. Teddy sentiu o estômago apertar, como se ele estivesse em uma montanha russa muito rápida. A ansiedade não afrouxava e ele continuava com mil pensamentos sobre como seria sua vida em Hogwarts, o colégio de magia e bruxaria pelo qual ele estava indo.


Eles chegaram cedo. Deu tempo de comprar um sorvete e sentar-se no banquinho da estação antes de passar pelo portal que os levariam para a plataforma.


- Chocolate. – observou Teddy ao sentir o gosto doce.


- Como você pediu. – respondeu sua avó, passando-lhe as mãos nos cabelos azuis e rebeldes. Todos paravam para olhar o menino estranho. Uma garota pequena apontava para o cabelo de Teddy, enquanto que sua mãe se desculpava com gestos. Teddy apenas sorriu amarelado.


- Acho que já deu a hora. – percebeu Harry, olhando para o relógio. Os três foram até a barreira solida e gélida que separava as plataformas.


- Pronto? – perguntou Potter suavemente.


- Sim. – o menino assentiu. Respirou fundo e correu em direção à barreira. Quando abriu os olhos, viu muitas pessoas que pareciam mais parecidas ao que ele estava acostumado. Sorriu aliviado. Era a Plataforma Nove e Meia. Ele avistou a locomotiva vermelha e algumas crianças que já estavam lá dentro.


- Posso ir?


- Não, Teddy. – negou seu padrinho. – Espere. Tenho que conversar com você.


- Está bem. – o menino disse confuso. Harry o atraiu para si e se abaixou, para ficar da mesma altura.


- Quero que você saiba... – começou o homem moreno, arrumando os óculos. – Seus pais foram excelentes no colégio. Praticamente todos os admiravam. Sem querer colocar pressão...


- É claro. – interrompeu o garoto.


- Bem, quero que você siga os seus passos. E isso que estou te dando... -Ele pegou uma pedra esmeralda do bolso e a estendeu para Teddy, que a pegou entre as mãos. – Pertenceu a sua mãe.


- A minha mãe? – perguntou curioso. O padrinho assentiu com a cabeça.


- Existem bruxos, Teddy... Que tem certos poderes. – ele explicou. – Eles podem controlar os elementos.


- Eu posso?


- Sem muitas perguntas, afilhado. Você é um Elemental da Terra, isso é tudo o que posso lhe dizer.


Sem saber o que falar, o menino dos cabelos azulados apenas concordou com a cabeça e colocou a pedra no bolso.


- Agora que sabe, você pode ir. – lhe falou Potter e observou como Teddy se afastava de sua vista e entrava no Expresso Hogwarts.


- Você tem certeza que fez o certo? – perguntou-lhe Andrômeda, que ainda olhava o neto adentrar o trem.


- Espero que sim. – respondeu sincero. – O trem já vai partir.


De repente, as palavras de Harry foram cumpridas. A locomotiva começou a sair do lugar, soltando fumaça em sua traseira e deixando Andrômeda e Harry com apenas uma vista pequena de onde Teddy estava.


Da cabine onde se encontrava, o garoto acenou até os dois ficarem longe de sua vista. Quando já não os avistava, pegou uma edição de O Pasquim e se pôs a ler. Foi quando a porta da cabine abriu.


- Posso entrar? – perguntou um garoto moreno, de olhos negros e pele escura. Teddy consentiu a entrada deste.


- Sou George Jordan, muito prazer. – ele se apresentou, estendendo a mão para o outro garoto apertar.


- Eu sou Teddy Lupin. – após dizer isso, Teddy estreitou a mão do garoto, que estava estendida.


- Filho de Remo Lupin? – perguntou Jordan. O menino demorou a responder. Sabia que o sobrenome de seu pai e sua mãe era muito famoso, pois eles tinham lutado na Batalha de Hogwarts.


- Sim, filho de Remo Lupin. – ele confirmou.


- E de Ninfadora Tonks?


- Sim. – respondeu Teddy, já meio irritado.


- Desculpe. – se apressou a falar George. – Você vai pro primeiro ano?


- Sim. Você também?


Teddy estava esperançoso de encontrar um amigo de sua turma.


- Vou.


- Para que casa você quer ir? – perguntou Lupin.


- Quero ir para a Grifinória, óbvio. Meus pais são de lá. – contou Jordan. – E você?


- Grifinória também. Mas acho que a Lufa-Lufa não seria tão ruim... – admitiu o garoto. – Você lê o Pasquim?


- Aquele jornaleco cheio de birutisse? Nem morto. – George disse, depreciando o jornal preferido de Teddy, que retrucou:


- Melhor do que as manipulações maldosas do Profeta Diário.


- Nessa parte, concordo.


Teddy sentiu que George havia falado aquilo mais para apartar uma possível briga que para qualquer outra coisa.


- Gosta de Quadribol? – o negro perguntou.


- De jogar, não. Nem posso, tenho problema no joelho. Mas adoro assistir – revelou o menino, mudando seu tom de cabelo para as cores do Chuddley Cannons.


- Nossa! – exclamou Jordan. – Você é Metamorfogo?


- Sou sim.


- Irado. – comentou o moreno. – Faz alguma transformação.


Teddy transfigurou seu nariz para ficar igual a um focinho de porco. O outro garoto riu com a imagem.


A viagem passou rápido para os dois. Já estavam oito horas dentro do trem, conversando, para a surpresa de Teddy, que não estava acostumado a conversar com pessoas de sua idade. A porta da cabine se abriu de novo e de lá saiu uma mulher simpática com um carrinho cheio de doces.


- Quero dois sapos de chocolate. – pediu Teddy.


- Aqui está. – a moça estendeu os doces para ele.


- Eu não vou querer nada. – revelou George, dando um sorriso simpático para a mulher.


- Olha quem saiu! – Teddy admirou-se e mostrou a figurinha que recebeu.


- Seus pais!


- Sim! Um em cada sapo! – exclamou o menino, que já tinha voltado ao tom azul de cabelo. Ele pegou e leu o que estava escrito.


"Remo Lupin;


Membro da Ordem de Fênix. Serviu a Hogwarts na batalha final contra Voldemort. Morreu na guerra.".


- Seu pai foi um grande homem. – comentou Jordan. – Deixa eu ver sua mãe.


"Ninfadora Tonks


Auror, membro da Ordem de Fênix, serviu a Hogwarts na batalha final contra Voldemort. Morreu na guerra."


- Sua mãe foi auror. – disse George e Teddy percebeu que aquele devia ser um fato que o novo amigo não sabia. Nesse momento, a cabine se abriu novamente e um adolescente com o emblema de monitor apareceu. Era um Grifinório.


- Se apressem, já estamos chegando.


Teddy e George se olharam animados.


- Finalmente! –exclamou o moreno.


Os dois colocaram suas vestes e esperaram o trem embarcar quinze minutos depois. Quando o trem parou, eles escutaram uma voz os chamando:


- Alunos do primeiro ano, venham comigo!


Teddy reconheceu a voz como sendo a de Hagrid, amigo de seu padrinho que sempre ia nos seus aniversários. Ele desceu do trem acompanhado por George e cumprimentou o meio gigante, que esperava os estudantes fazerem fila.


- Teddy! – exclamou Hagrid. – Quanto tempo!


- Ano passado, tio. – contou o menino dos olhos cor de âmbar, fazendo o homem barbudo rir.


- Bem, para mim faz tempo,


- Você vai ficar aí conversando com eles ou vai andar? Todos já estão aqui. – revelou um garoto ao lado de George.


- Tem razão. Desculpem-me.


Hagrid começou caminhar e os alunos do primeiro ano o seguiram. Passaram por uma mata extensa, com várias árvores altas e plantas, flores de todos os tipos. Andaram também sobre a terra fofa. A escuridão do local aparentava não atrapalhá-los, pois os alunos imitavam os passos do guarda-caça com perfeição. Chegaram na beira do lago, que os levaria até o castelo.


- Uau! – exclamou uma garota atrás de Teddy.


- É gigante! – comentou um garoto.


- Não mais de quatro por barco. – avisou Hagrid. Os alunos foram entrando nos barquinhos e se assentando. Teddy e George entraram em um e logo dois outros alunos entraram também. Um deles tinha cabelo castanho claro e olhos azuis melancólicos, o outro cabelo negro e cacheado e olhos cor de âmbar, que dava um tom excêntrico à sua aparência.


- Muito prazer. Eu sou Jeremy Monster. – se apresentou o primeiro, mirando os olhos azuis agridoces em Teddy.


- E eu sou Oyster Abbot. – o outro fez o mesmo.


- Eu sou Teddy Lupin e esse aqui é George Jordan. Jeremy, você é filho de trouxas?


- Sou sim. – respondeu o menino. – Já Oyster nasceu de uma família de magos, porém o pai era um aborto.


- Legal ter alguém ter recuperado o sangue mágico da família. – comentou George, recebendo olhares furiosos de alguns.


- Chegamos. – reparou Oyster. Os quatro saíram do barco e seguiram os outros para dentro do castelo, onde começaram a subir as escadas e admirar a vista de dentro do colégio.


- É muito bonito. – comentou Jeremy.


- Eu concordo. – Teddy disse. Foi quando atravessaram a última escada possível. A diretora McGonagall os esperava, com seu coque elegante e seu olhar severo, que olhou de aluno a aluno.


- Muito bem vindos à Hogwarts. O colégio tem quatro casas, que serão como seus lares enquanto vocês estiverem no colégio. As quatro casas são Grifinória, Lufa-Lufa, Sonserina e Corvinal. Cada uma produziu bruxos e bruxas excelentes. Muito bem, podem entrar.


A porta do Salão Principal se abriu e os alunos entraram. Olharam o teto enfeitiçado para aparecer o tempo lá fora. Teddy tinha lido sobre isso em Hogwarts, Uma História. Várias velas surgiam em cima deles e aí ele foi tirado de seus pensamentos pela vozinha do Chapéu Seletor.


Mais um ano se inicia,


Desde minha criação, não cometi um erro sequer.


Quem sabe seu lar é a Grifinória, onde duelam os valentes de coração,


Godric preza mais do que tudo em seus alunos a bravura e a nobreza.


Seu lar também pode ser a Corvinal, pela qual alunos estão sempre sedentos por saber.


Segundo Rowena, o espírito sem limites é o maior tesouro do homem.


Hufflepuff não tem preconceitos e sua casa é para aqueles justos, leais, honestos, pacientes e,


principalmente, que não tenham medo de fazer um trabalho duro e íntegro.


Salazar prezava em seus alunos determinação, desprezo por regras, astúcia e ambição.


Integre sua casa certa e comecemos a seleção.


O Salão inteiro rompeu em aplausos. Neville Longbottom, outro grande amigo da família que recém chegava a Hogwarts como professor e iria lecionar Herbologia, disse:


- Quando eu disser seus nomes, venham experimentar o chapéu. – ele ordenou. – Façam fila.


Os alunos fizeram fila. Foi quando Neville começou a chamar.


- Abbot, Oyster!


Ele sorriu de forma simpática para Oyster, que passou por entre todos e seguiu sua direção até o banquinho. Teddy ficou curioso para saber em que casa ele ficaria. Não demorou muito e o chapéu anunciou:


- Corvinal!


A mesa dos Corvinos veio abaixo em aplauso. Teddy aplaudiu também, olhando o novo amigo se juntar a seus companheiros.


- Autumn, Isaque.


Isaque se adiantou, os dentes roendo as unhas desesperadamente, o ruivo parecia bastante nervoso.


- Grifinória!


Os alunos da casa vemelha e dourada aplaudiram educadamente. Teddy não soube dizer quantos alunos foram até chegar a vez de George. Talvez mais de dez. Mas finalmente chegou.


- Jordan, George!


O menino negro avançou alguns passos confiante e sentou-se no banco. Demorou cinco minutos, Teddy pôde contar.


- Grifinória!


A mesa da casa de Godric Gryffindor explodiu em vivas. Jordan era um sobrenome conhecido para os Grifinórios. Para a surpresa de Teddy, ele foi o próximo.


- Lupin, Ted!


Ele seguiu de forma nervosa, tentando recobrar um pouco de confiança. Não olhou o início dos degraus e tropeçou, recebendo a risada proveniente dos companheiros. Levantou-se e se dirigiu envergonhado até o banquinho, onde ele sentiu o chapéu ser colocado e esperou ouvir algo.


- Lupin. – ouviu-se a voz do Chapéu Seletor. – Devo dizer... Que grande surpresa.


- Vai logo. – resmungou Teddy.


- Um trabalho bem feito é aquele feito com calma e sem pressa. – retrucou o chapéu. – Vamos ver... Leal, excêntrico, ousado...


- Grifinória? – perguntou o menino esperançoso.


- Não. Sinto muito. Só tem uma casa para você.


Teddy abaixou a cabeça, levemente decepcionado.


- Lufa-Lufa! – anunciou. Teddy sentiu o chapéu ser retirado e a mesa dos texugos explodir em vivas e os sons de "Ganhamos Lupin". Teddy também ouviu "O filho de Tonks, óbvio que iria ser nosso". Teddy soltou um sorriso subitamente. Podia não estar na casa do pai, só que estava na casa de sua mãe. Ele foi sentar-se junto aos Lufanos e começou a prestar atenção na seleção de novo.


- Monster, Jeremy!


Jeremy se encaminhou até o banco com suavidade e leveza, mostrando uma tranquilidade que surpreendeu Teddy. Então se sentou e o chapéu foi colocado. Teddy cruzou os dedos para que pelo menos ele fosse para a Lufa-Lufa com ele.


- Sonserina!


O queixo de Teddy caiu. Jeremy era nascido trouxa! Como poderia ir para a Sonserina? Vendo o desgosto dos companheiros de casa, o menino sorriu amarelo e foi se juntar a casa verde e prata.

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