Onde Tudo Recomeça



Lily L. Potter era um projeto tão perfeito de Hermione Granger que muitos duvidavam que ela fosse filha de Gina Weasley/Potter – um fato que deixava sua mãe altamente irritada. “Lily é minha filha, temos muito em comum, olhe nossos cabelos!”, gritava ela a quem quisesse ou não ouvir, seu marido Harry tentando controlá-la, quase sempre rindo. Já Rose Weasley era, sem duvidas, igual ao seu tio Harry, em questão de ignorância às regras e tal – “Rose, seja responsável! Não se deve copiar dever de seus amigos, muito menos ir a lugares proibidos e perigosos!” urrava Mione à filha, que quase sempre murmurava “diga isso para as suas aventuras na Floresta Proibida com o papai e o titio” como resposta, deixando Ron rolando de rir com as respostas da filha.
As famílias Potter e Weasley, talvez as mais famosas do mundo bruxo, eram muitíssimo parecidas e moravam juntos na casa dos pais de Gina e Ron Weasley – a famosa Toca - e consequentemente seus filhos cresceram junto, o que, na opinião de Lily, a filha mais nova de Harry e Gina Potter, não fora nada bom; ela tinha se apaixonado por seu primo e melhor amigo Hugo Weasley. Ou pelo menos pelo antigo Hugo.
Ele havia mudado. Tratava Lily com desprezo, às vezes ele parecia Draco Malfoy. Ele não era assim, rebelde! Ela sabia disso mais do que ninguém, e sentia muita falta do primo doce e meigo, carinhoso e cuidador que ela costumava ter e amar.
“Não estou bem”, pensou a garota. Ela sabia que precisava desabafar com alguém, queria falar sobre o que sentia pelo “antigo” Hugo, chorar, tirar isso da garganta. Foi então que Rose, sua prima e melhor amiga, passou pela frente dela.
- ROSE! – chamou, agarrando a amiga pelo braço e levando-a pra cima. – Vem aqui!
- Que aconteceu, sua doida? – perguntou à prima, entrando no quarto pra onde ela estava a levando.
- Preciso desabafar. – a ruiva jogou-se na sua cama e encarou o teto, as lágrimas entaladas na garganta. – Sobre seu irmão.
- Que foi que ele fez, Lily? – perguntou Rose, em tom calmo, enquanto sentava-se na cama da prima – Você não parece bem.
- Porque não estou bem, Rosalie! E Hugo, bem, não fez nada, ou nada que deveria me afetar.
- Seja específica, Lilian, não sou boa em Adivinhação – debochou a outra.
- Ah, desculpe-me, esqueci o quanto você é lerda. – Lily riu de leve e continuou. – Hugo mudou, e sabe... Isso não afetaria ninguém a menos que essa pessoa tenha passado a vida com ele, e o amasse. – a garota suspirou.
- Oh, Lily! – Rose quase gritou – você está... Você é apaixonada pelo meu irmão!
- Não. Eu sou apaixonada pelo Hugo Weasley que cresceu comigo, o Hugo doce, meigo... Eu amo o Hugo que brincava comigo aqui na Toca, acabava me machucando e pedia desculpa com um abraço apertado, que prometeu nunca me abandonar, foi por ele que me apaixonei e é ele quem eu amo. – Lily sentiu-se abraçada pela amiga e percebeu que poderia chorar, assim o fez. Ela desabou tudo o que estava entalado, e depois de um tempo, ouviu Rose dizer:
- Me desculpe por ele, aquele garoto não poderia ser mais idiota.
- Tudo bem – e ela riu.


Na manhã de primeiro de setembro, Lily acordou com som de uma voz tão doce e familiar... Ela nem acreditava.
- VOVÓ MOLLY! – gritou ela, descendo as escadas. Sua avó tinha ido morar com Bill e Fleur no Egito por conta de um acidente com dragões que seu tio sofrera, e naturalmente precisava de ajuda de mãe. – Quanto tempo!
- Pois é, querida! – respondeu ela, dando um abraço apertado e rápido na neta. – Onde está sua mãe? – e nem esperou a resposta, subiu apressada as escadas da Toca.
A garota sentou-se confusa na mesa do café da manhã e atou-se a comer. Sabia que mais um ano letivo começaria, o ano dos NOM’s, e seria com certeza o mais difícil, tirando o fato que seu irmão mais velho James havia terminado a escola no ano anterior e Albus, seu irmão do meio, estava no último ano. Quando terminou de comer, abriu um livro qualquer e começou a ler, sem sequer saber o que estava lendo. Depois de alguns minutos, ela ouviu alguém batendo os pés até a mesa e se sentando.
- Oi – murmurou uma voz cansada e sonolenta, que mesmo assim Lily reconheceria de longe.
- Oi, Hugo. – ela não tirou os olhos do livro, não queria ter que olhar para ele.
- Você tá bem? – perguntou ele, afastando o livro que a garota lia.
- De que te interessa? – ela olhou para o relógio – Ah, ande logo ou iremos perder o trem! Vá acordar sua irmã, que eu acordo o meu.
- Dá pra parar de ser mandona? Eu acordo quem eu quiser, Lily. Que saco! – ele disse subindo as escadas.
- Preferia você continuasse o de antes. – ela suspirou baixinho e seguiu o garoto, em direção ao quarto do irmão. – Al, tá na hora – chamou.
- Eu posso aparatar pra lá, lembra? – disse ele, virando-se para o lado e soltando um ronco alto.
- Pra Hogwarts não pode, babaca – disse Lily, voltando para a cozinha. Todos os seus primos estavam lá, seu pai, sua mãe, seu irmão, sua avó e seus tios também. Hermione se virou para os bruxos adolescentes e começou:
- Rose, tente se concentrar. Você conseguiu ótimos NOM’S ano passado, mas os NIEM’S com toda a certeza são mais difíceis. E você irá se preparar pra eles este ano. Pelas Barbas de Merlin, se concentre nas aulas.
- Ok, mamãe.
- Hugo, tente se comportar um pouco melhor este ano, e preste MUITA atenção nas aulas e fazer os deveres, porque Lily prometeu que não iria passa-los pra você este ano – Lily ia perguntar “Prometi?”, mas Rose a cutucou e ela entendeu -, tudo bem?
- Como se eu precisasse dos deveres dela. – murmurou o garoto com arrogância. Lily achou que iria chorar, mas sua tia continuou:
- Lily, querida... Eu sei que se dará muito bem, confio em você. E não faça nada pra provar a ninguém que pode, apenas aprenda bem as coisas. – Ela sorriu.
- Obrigada, tia Mione. Pode deixar comigo.
- E Albus, os NIEM’S são mais difíceis que os NOM’S, apenas avisando. Preste bastante atenção em tudo, ok, querido? – Albus confirmou com a cabeça
- Escutem o que a sua tia disse – falou Harry à Al e Lily, rindo. – É porque, bom, vocês sabem, eu e Ron nunca temos discursos... Então, escutem o que Mione diz.
Todos riram e foram até o carro voador que Gina havia comprado. “É hora de mais um ano, o ultimo com meu irmão”, pensou Lily.

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