Ponteiros ao contrário



CAPÍTULO I
PONTEIROS AO CONTRÁRIO


Sua barba rala coçava toda manhã.

                Tratava dos afazeres domésticos como ninguém. Enquanto cozinhava, conseguia secar a louça, e varrer o chão ao mesmo tempo, e a barba sempre pinicava.

                Era verdade que gostava de manter o rosto limpo, e por algum motivo, por aqueles tempos, a deixava crescer.

                Talvez fosse o peso de se tornar um chefe de família, daquela forma, se sentia mais imponente, importante. Ou talvez, fosse só a preguiça de fazê-la mesmo.

                Parou por um instante. Fazia um calor forte. Enxugou rapidamente com a palma da mão uma gota de suor que escorria de sua testa.

                Reconheceu os passos leves de sua irmã ao longe.

                A garota quase quatro anos mais nova parou no portal que separava a cozinha, da sala de visitas.

                - Ah... – o jovem ruivo sorriu fraco. – Oi...

                A garota o olhava assustada.

                - Aconteceu alguma coisa? - perguntou ele, aproximando-se cautelosamente da irmã.

                Não obteve resposta. Ela continuava com olhos grandes e fixos em algo que não estava ali.

                - Escute... Acalme-se, está tudo bem – disse o garoto enquanto se curvava um pouco para manter o rosto na altura dos olhos da menina. – Eu estou aqui, e está tudo bem.

                Ela balançou ferozmente a cabeça em sinal negativo.

                - Ei, você está ai! – Uma voz forte o sobressaltou. Nascia da sala de visitas, de onde a irmã havia vindo. – Espero que não tenha problema, a porta estava aberta e entr... – sua fala morreu quando fitou os olhos apreensivos do garoto ruivo, apreendendo o gesto que ele fazia, colocando o dedo nos lábios, em um mudo pedido de silêncio.

                A garota pronunciou alguns sons enraivecidos.

                - Eu estou aqui... – repetiu, tentando tocar em seu ombro, mas ela desvencilhou-se, correndo para perto da mesa. Agora começava a urrar, como se algo a estivesse machucando muito. Um brilho alaranjado saia de sua mão.

                - Saiam, saiam! – Outro garoto, aparentando uns quatorze ou quinze anos passou correndo, empurrando os outros dois quase estáticos, e parou de fronte à garota que ainda emitia sons agressivos.

                A abraçou forte, e o brilho alaranjado cessou quase imediatamente. Ela foi parando aos poucos com os ruídos e gemidos.

                Os outros dois permaneciam calados, observando. O outro, loiro, parecia chocado.

                - Vamos... vamos para o nosso quarto... – pronunciou calmamente para a garota, e ainda abraçado com ela foi caminhando em direção à sala de visitas. Passou pelos outros dois sem dar o menor vestígio de que eles existiam àquele local. – Depois podemos fazer algo juntos...

                O silêncio continuou no ar.

                O garoto loiro aproximou-se encarando o recente amigo.

                - Sente-se – convidou educadamente o rapaz ruivo.

                - Obrigado – agradeceu sentando-se.

                - Você deve estar se perguntando o que foi isso... – indagou o garoto, enquanto também se sentava.

                - Hum... Não muito na verdade – respondeu com um sorriso sincero.

                O ruivo arqueou involuntariamente uma das sobrancelhas.

                - Ah... Ok. – Tentou encerrar o assunto que nem fora começado.


                 “Como de costume naquelas últimas duas semanas, ele resolvera ir até o cemitério.
                Não é que gostasse muito de visitar o túmulo da mãe. Na verdade, aquilo o angustiava bastante. Mas, ao menos, conseguia sempre, mesmo que não pensasse que aquilo era uma velha desculpa para ir até lá, dar uma boa olhada naquele antigo túmulo que ultimamente andava aguçando sua curiosidade e imaginação.

                Naquele dia, porém, assim que pusera os pés no cemitério percebera que havia algo estranho.

                Se dirigira como sempre ao túmulo da mãe primeiro, e quando estava lá, contemplou que de fato, tinha alguém sentado em frente ao velho túmulo.

                No mesmo lugar, onde
ele sempre ficava sentado quando ia ao local.

                Permaneceu alguns minutos em frente ao túmulo da mãe, enquanto seu olhar corria pelo canto do rosto até a sombra do rapaz desconhecido há alguns metros.


                Pensara em ir até o garoto, e manda-lo embora dali. Estava atrapalhando sua tradição.

                Pensara também, em perguntar-lhe quem era, e por que estava ali. Ocorrera-lhe ainda que poderia ser um descendente vivo dos restos que jaziam naquele túmulo. Mas e se fosse mesmo? Como deveria proceder?

                Ficara se perguntando por tanto tempo que não se dera conta que o garoto começava a caminhar em direção à saída do cemitério.


- A Senhora me chamou, Senhora Bagshot? – indagou o rapaz ruivo quando focalizou a moça, que deveria ter uns sessenta anos, sentada na poltrona lendo um jornal.



                -Ah... Sim Alvo – confirmou a Senhora abaixando o jornal, levantando-se extremamente rápido da poltrona e lhe encarando os olhos. – Meu sobrinho-neto acabou de chegar de viagem... Vai passar um tempo aqui na aldeia comigo... E bom, como ele é da sua idade meu filho, eu pensei que você seria uma ótima companhia a ele – terminou ela sorrindo amplamente.

                Alvo pareceu desconcertado por um momento mínimo.

                - Não sabia que a Senhora iria receber visitas neste verão... Estivemos conversando ontem, e não me falou sobre...

                Ela sorriu mais, embora agora parecesse pouco à vontade.

                - Eu só soube tarde da noite que ele viria, foi uma surpresa para mim também...

                - Entendo...

                - Sente-se meu filho – ela apontou para a poltrona à sua frente -, vou chama-lo. – E se retirou da sala, subindo as escadas que levavam ao segundo patamar.

                Alvo se acomodou logo, e ficou a contemplar o por do sol através da janela inteiriça que dava acesso ao jardim bem cuidado da casa.

                Alguns minutos se passaram, e o rapaz ouviu um pigarro que reconheceu logo ser da Senhora Bagshot. Virou-se, levantando-se rapidamente e notando que o garoto que vinha atrás dela, era o mesmo que permanecera em frente ao antigo túmulo no cemitério mais cedo.

                - Este é meu sobrinho-neto, Gerardo Grindelwald – ela apresentou com uma voz alegre. – E este é um querido e notável amigo, Alvo Dumbledore.

                Por um momento Alvo tivera a impressão de que o rapaz lhe fixava tão intensamente, que não sairia do seu lugar pra lhe cumprimentar, mas no segundo seguinte, ele se adiantava e apertava fortemente sua mão, com um sorriso indefinido pelo canto dos lábios.

                A pele dele era delicada, mas havia algo nela que emitia agressividade.

                - Como vai? – indagou Alvo, deixando escapar contra sua vontade, um sorriso tímido.

                - Bem – respondeu o outro. Os cachos loiros caiam graciosamente pelos olhos cor de mel. Pareciam sustentar seus ombros, e seus ombros, inegavelmente sustentavam sua postura, era diferente de todos que já havia visto. – Espero que você também – informou.

                - Ah, sim – respondeu com mais um sorriso tímido.

                - Ele é um ótimo rapaz Gerardo, brilhante!  Vocês podem estudar juntos, já que por hora não poderá terminar a escola... Assim não ficará perdido quando voltar – tagarelou Batilda.

                Alvo o fitou curioso.

                O garoto loiro revirou os olhos.

                - É uma longa história... – respondeu à pergunta muda do ruivo à sua frente.

                - Hum... Quer dar uma volta? – sugeriu o ruivo.

                - Claro! – concordou o outro, já caminhando em direção à saída. – Até mais tarde tia – avisou.

                - Ah, certo – ela lançou um último olhar a Alvo. – Cuidem-se – sussurrou.

                Ele assentiu e em seguida, também se retirou.

                Foram caminhando pela estradinha principal. Havia um coro em uma capela próxima, e poucas pessoas circulavam.

                - Tem muitos trouxas por aqui hein – comentou Gerardo, quando passaram por um casal tímido que se esgueirava em dois bancos de madeira.

                - Tem sim – concordou Alvo. – Mas tem algumas famílias bruxas também.

                - Suponho que sim, pelo o que já ouvi falar...

                - Você quer ir a algum lugar específico? – perguntou o ruivo, tentando cortar o assunto.

                - Ah... não... Bem, não conheço nada por aqui – adiantou-se -, então fica a seu critério.

                - Acho que o cemitério você conhece – comentou Alvo, parando de caminhar abruptamente.

                Gerardo parou também, o encarou sorrindo.

                - Sim, é a única parte da aldeia que tive tempo de explorar – afirmou o loiro. – E talvez seja a única parte da aldeia que tenha
prazer em explorar – completou.

                Silêncio.

                A noite já havia caído, e o vento soprava forte.

                Eles permaneceram parados no meio da estradinha principal, mudos, fitando-se.

                - Por que, o que você fazia lá? – indagou Alvo, embora já soubesse a resposta.

                - Talvez o mesmo que você – respondeu.

                - Eu estava visitando o túmulo da minha mãe – justificou-se.

                - Mesmo? – perguntou o loiro, recomeçando a andar a esmo, vagarosamente.

                - E o que mais seria? – indagou Alvo, acompanhando os passos do rapaz.

                - Ela me contou algumas coisas sobre você – começou Gerardo –, sobre sua genialidade, sobre a perda recente e precoce de sua mãe... Inclusive, eu sinto muito – completou o garoto.

                Alvo pareceu surpreso por algum motivo.

                - Não se preocupe... Eu ainda a sinto perto... a visito sempre no cemitério – comentou com a voz um pouco embargada. – Tenho uma irmã e irmão mais novo para cuidar agora.

                - E seus planos? – perguntou curioso o loiro.

                - Hum? – encarou o mel nos olhos de Gerardo, mais surpreso.

                - Suponho que você tivesse alguns planos... Todos temos quando terminamos a escola.

                - Como pode saber? – indagou desafiando. – Ainda não terminou a escola.

                - Sim... Verdade. Eu terminaria neste ano – disse sincero. – Mas, ainda assim, já tenho planos.

                - E não pretende mesmo terminar os estudos? – perguntou Alvo.

                - Claro que pretendo... Mas, como não o farei neste momento, terei que me dedicar a outras coisas... E bom, essas coisas também envolvem estudos.

                Silêncio.

                Queria lhe perguntar o porquê havia abandonado a escola. Imaginava algumas situações, mas queria saber exatamente o que acontecera. Porém, receava ser indelicado.

                - Me conte sobre os
seus planos – pediu Gerardo quando viraram em uma pequena pracinha mal iluminada. – Vamos nos sentar ali. – Apontou para uma mesa de cimento.

                - Eu não posso ter planos no momento Grindelwald – alegou Alvo.

                O garoto loiro o encarou perplexo.

                - Então vou contar-lhe o que eu fazia naquele cemitério... Quem sabe assim você se abre um pouco – disse fitando Alvo.

                O ruivo sorriu arrogante. Não gostava de pessoas insistentes.

                - Há um símbolo... Um símbolo naquele velho túmulo que eu visitei. E aquele símbolo me chama a atenção – disse em um sussurro, aproximando-se mais de Alvo. – Na verdade, ele é o motivo de eu estar aqui, visitando minha tia-avó.

                Alvo, ainda não entendia o porquê, mas já esperava aquilo.

                - O símbolo das Relíquias da Morte – disse Alvo, e Gerardo também não parecia surpreso.

                - Exatamente.

                - Como você supôs que eu sabia da existência, e o que era o símbolo? – indagou Alvo.            

                - Você é genial, não é mesmo?

                - E o que tem isso?

                - Pessoas geniais como nós dois Dumbledore, se aprofundam em lendas como a que envolve aquele símbolo – sussurrou um pouco mais baixo, olhando à sua volta. – Ignoto Peverell... Você sabe tanto quanto eu que não é uma lenda.

                - Certo... E somente por isso você soube que eu era interessado tanto quanto você, nesta história toda? – indagou sorrindo sarcástico.

                - Dumbledore... – ele tocou sua mão, que repousava em cima da mesa de cimento. Continuavam agressivas, mas delicadas. – Me perdoe, eu entrei por alguns segundos em sua mente, naquele momento – confessou. A voz não emitia tantas desculpas, assim como pedia. – Eu entendi que você queria que eu saísse dali, para ter a visão do túmulo, e do símbolo somente para você... E eu sai, como um mudo pedido de desculpas.

                Outro sorriso, agora entusiasmado, escapara dos lábios de Alvo.

                - Se estiver bravo e não quiser mais minha companhia eu vou entender... Mas, ao menos, agora você sabe que não sou um descendente vivo do nosso querido Ignoto... – Por que era tão prepotente? Aquilo era fascinante.

                Mais algum silêncio irrompeu entre eles. Gerardo retirou as mãos, que continuavam repousadas na pele de Alvo.

                - De maneira nenhuma estou bravo Grindelwald – disse finalmente. – Mas... ao menos,
eu não precisei da legilimência para  entender em parte, o por que de você estar naquele cemitério.

                Agora, Gerardo sorria entusiasmado.

                - Sim Dumbledore, provavelmente você é uma pessoa melhor do que eu... – disse o loiro. – Prometo não fazer mais isso.

                - Não precisa me prometer – avisou Alvo. – Foi uma maneira interessante de nos conhecermos.

                Os dois observaram a luz mais próxima extinguir-se de vez.

                Estava bem escuro.

                - Então, me diga o que você tem estudado sobre as Relíquias da Morte – pediu Gerardo.

                - Faz duas semanas que eu tenho me segurado para não abrir os livros que resgatei na biblioteca de Hogwarts – confessou Alvo.

                - Isso tem algo a ver com a morte de sua mãe? – perguntou o loiro.

                - Você não acha que está um pouco escuro aqui... – comentou o ruivo, tentando novamente fugir de um assunto.

                - Para mim, está bom assim – afirmou Gerardo.

                - Eu preciso cuidar dos meus irmãos, entende? – respondeu um pouco atrasado.

                - Entendo...

                Silêncio.

                - Mas talvez, nós possamos dar uma olhada naqueles livros, qualquer dia... – comentou Alvo. – Acho que não haverá mal.

                - Não... claro que não haverá mal... É apenas uma velha história, e poderosa história... Que mal faria sabermos mais sobre ela? E podemos descobrir juntos... Com certeza, vai ser melhor assim.

                Os dois riram um pouco.

                - Em Durmstrang não encontrei muita coisa sobre as Relíquias... Eu achei mesmo algumas coisas, nos materiais antigos do meu pai.

                - Hum...

                Mais silêncio.

                - Acho melhor ir para casa, meus irmãos podem estar precisando de mim – disse Alvo.

                - Certo... Vamos indo então – concordou o loiro.

                Foram caminhando até a saída da pracinha. Em seguida Gerardo acompanhou o ruivo até a entrada de sua casa, que era bem próxima, à casa de sua tia-avó.

                - Então até mais Grindelwald – despediu-se Alvo.

                - Pode me chamar de Gerardo, Alvo. – Seus olhos cor de mel, agora iluminados pela pouca luz que vinha da sala de visitas, estavam vívidos.

                - Ah... Ok – concordou o garoto.

                Uma pausa prolongou-se enquanto eles permaneceram se encarando. Os olhos muito azuis de Alvo, penetrando as expressões inatingíveis do recente amigo.

                - Posso lhe visitar daqui a três dias, para vermos os livros? – indagou Gerardo.

                - Claro – respondeu. – Mas, por que daqui a três dias?

                - Por que prometi à tia, que iria com ela a um velho conhecido que mora do outro lado do país... Vamos nos demorar por esse tempo.

                - Ah... certo.

                - Então até. – E virou as costas, já caminhando. De repente parou novamente e olhou para trás. Alvo ainda o observava.

                - Eu sempre quis ter cabelos ruivos como os seus sabe? – indagou para a surpresa de Alvo.

                - Mas nasceu loiro – disse o garoto, rindo-se um pouco.

                Gerardo também riu.

                - Se eu tivesse, também deixaria crescer bem, assim como você – alegou.

                - Deixaria?        

                - Sim – respondeu ainda sorrindo. – E também deixaria uma barba rala... Provavelmente ficaria bem em você.

                E foi-se, inabalável. Era mesmo um rapaz encantador.

                Alvo em seguida entrou em casa. Não havia ruídos. Provavelmente os irmãos já estavam dormindo.

                Aprofundou-se então na confortável poltrona de molas, que despojava em frente a um velho relógio de ponteiros, que sua mãe sempre lustrava. Havia pertencido ao falecido pai dela.

                Permaneceu encarando os ponteiros.

                De alguma maneira, desde que chegara ali, há duas semanas, lhe parecia que aqueles ponteiros giravam ao contrário.

                Sentia que o tempo estava andando para trás, ou no mínimo parado.

                Estar ali, preso, era exatamente o contrário de tudo o que desejara. De tudo o que precisava.

                Mas, pensando bem... Encarando agora aquele antigo e antiquado relógio, percebia-se que seus ponteiros estivessem se mexendo de forma mais adequada... E se ainda assim, fossem ao contrário, usaria o tempo que lhe é concebido, para algo maior.

                 Seu íntimo se remexeu quando lembrou-se do garoto loiro que acabara de conhecer.

                Ele o ajudaria.”



 

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Comentários (6)

  • Vivi Malfoy Black

    Sinto o cheirinho e slash boa no ar... Escrita i-n-c-r-i-v-e-l! Não tem como não acreditar e querer mais! Parabéns e estou no aguardo! 

    2013-01-11
  • Beatriz Lee

    Perfeito! nunca havia lido uma fic desse shipper e sua escrita me fascinou! Fiquei curiosa sobre o shipper... COm certeza não teve jeito melhor de iniciar meu gosto por Dumbledore/Grindewald! Esta de parabéns, você escreve muito bem!

    2012-12-28
  • Looouiss

    Uhu! Finalmente uma fic boa de Dumbledore e Grindewald! Concordo c a menina q comentou era mto dificil encontrar uma q fizesse vc pensar q era mesmo ele joven! Demais, to na espera do proximo!

    2012-11-22
  • Lai Prince Slytherin

    sempre q eu tentei ler fics desse ship nao conseguia tirar da minha cabeça a imagem do dumbledore velho UAAUHAHUUHA vc criou o perfeito alvo adolescente *o*

    2012-11-21
  • MiSyroff

    Fantástico Flor, de verdade!O jeito natural que a narrativa é desenvolvida é muito única sua. Posso imaginar nitidamente eles na praça, o vento, os olhares. A cobiça, curiosidade... O inicio do desejo xPE uma coisa ficou na minha cabeça:Por que era tão prepotente? Aquilo era fascinante... Tão... Alvo ;)

    2012-11-21
  • leandro alves lima

    Gostei do capitulo e nao da pra negar que eh um shipper real o que deixa mais legal de ler. Dubledore eh mesmo o cara mais foda de hp e na adolescencia nao era diferente 

    2012-11-21
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