Capitulo dois - Amigos



Titulo: Harry Potter e o Consílio da Terra


Autora: Nath T. Evans


Shippers: Harry/Gina, Ronny/Hermione …


Resumo: Quando se perde quase tudo, a vida quase cede ao desespero, mas a luz sempre aparece para mostrar as opções. Harry Potter, o mundialmente famoso Menino-que-sobreviveu, viu a morte de muitos que amava, e só uma pequena centelha lhe restou.


Foi quando lhe apareceu à oportunidade de mudar, de mudar aquele presente, de dar uma chance a todos que tiveram suas vidas ceifadas por aquela guerra absurda, de motivos absurdos.


Harry também terá a oportunidade de conhecer o Consílio mais antigo do mundo, com poderes e verdades não antes imaginadas por qualquer ser leigo, em que não existe diferença entre as criaturas que ali fazem parte, e o tempo e o espaço são meras consequências, permitindo que mudanças significativas no rumo da Guerra Bruxa aconteçam.


Onde levará essas mudanças? A vitória ou a derrota?


N/A: Eu sei que eu demorei bastante, mas aqui estou com um novo capitulo, ao final eu irei me desculpar melhor.


Espero que gostem!


Capitulo sem revisão, depois eu posto o com revisão.


 


 


Capitulo dois - Amigos


 


O jogo de Quadribol tinha durado grande parte da manhã e parte da tarde do dia, sobre risadas, conversas e disputas sem sentido entre James e Sirius. No começo da noite os adultos foram embora deixando os adolescentes na casa dos Weasleys, fazendo-os prometerem que se comportariam. E Fred e Jorge voltaram para seu apartamento em cima de sua loja no Beco Diagonal, que eles abriram com ajuda dos Marotos.


 


Os meninos foram divididos, Max e Dilan foram acomodados no quarto dos gêmeos, e Andrew no quarto de Rony, as meninas já foram acomodadas no quarto de Gina. Depois do jantar e sobre recomendações da Sra. Weasley e protesto dos mais novos eles foram obrigados a subir para os quartos para dormir.


 


Gina estava deitada de barriga pra cima em sua cama, olhando de forma distraída o papel de parede de flores, enquanto esperava as meninas terminarem de se ajeitar. Só quando a luz foi apagada que ela se mexeu, virando-se para as meninas. Sally estava deitada em um colchão no chão, e Hermione estava ajeitada em uma cama conjurada na parede oposta, logo abaixo do pôster das Esquisitonas.


 


- Hey Gina, você está em que mundo? – perguntou Sally.


 


A ruiva suspirou e não respondeu, rendendo um olhar astuto de suas duas amigas. Hermione apoiou sua cabeça em sua mão, erguendo um pouco seu corpo.


 


- Você está tendo aquela sensação novamente? – perguntou Hermione, que mesmo que não conseguisse ver completamente a amiga parecia conseguir decifrar as emoções dela.


 


- Sim... – respondeu vagamente, se lembrando da primeira vez que sentiu aquela sensação quando tinha uns 10 anos, como se faltasse alguma coisa, ou alguém, que deixava um vazio em seu coração que ela não sabia explicar.


 


Hermione também suspirou, porque ela também tinha essa sensação, e como Rony a muito custo também confessou ter, como se eles não estivessem totalmente completos, mas a sensação de Gina parecia ser maior, e ninguém sabia explicar muito bem. O grupo deles, que muito covenientemente foi chamado de Marotos, assim que Sally e Andrew entraram para Hogwarts, algum tempo depois juntou a eles Neville, Luna e Draco, e dois anos depois com a entrada do Dilan e do Max o grupo ficou completo, ou o mais completo que eles faziam parecer porque todos ali pareciam sentir como se faltasse alguma coisa. E todos compartilhavam essa informação entre eles, apesar do sonserino fazer troça de todos, para esconder sua própria inconformidade.


 


- Não sei explicar, ela está mudando, parece que algo vai mudar, eu sinto como se... Como se ele fosse aparecer. – continuou a ruiva, soltando um risinho nervoso.


 


- Ele quem? – perguntou a outra ruiva, colocando-se de bruços na cama.


 


- Não sei se é um ele ou ela... É alguém... Mas é uma sensação boa, sabe?


 


- Não, não sabemos. – respondeu a ruiva mais nova por ela e a castanha, que estava calada, analisando as palavras da amiga. – Afinal, só se eu entrasse em seu corpo que eu conseguiria sentir e assim saber. – o tom era cômico.


 


As duas mais velhas soltaram pequenos risos, e a ruiva mais velha sentiu a pressão no peito abrandar.


 


- Sei que só agora que temos esse tempo de meninas, mas eu estou cansada, de verdade... Então vamos deixar nossa carência de lado e vamos sonhar com gatinhos fofinhos fazendo miwas. – terminou Sally em um tom exageradamente sério, que arrancou risadas das outras duas.


 


- Você está certa – disse Mione, voltando a pousar sua cabeça no travesseiro. – de dia tudo parece melhor.


 


E com essa frase elas se ajeitaram de fato para dormir. Gina virou de costas para as meninas e murmurou ‘boa noite’, recebendo respostas abafadas das outras duas. Ela ainda ficou mais um pouco acordada, e estranhamente, quando dormiu, o fez com um leve sorriso nos lábios.

 



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Em Londres, mais exatamente na parte escondida de Londres, um homem encapuzado andava despreocupado, sua longa capa negra farfalhava a cada passo, o capuz escondia seu rosto das chamas fracas dos postes que iluminavam a noite na Travessa do Tranco. As ruas mal cuidadas – com vitrines empoeiradas cheias de objetos suspeitos – estavam praticamente vazias, com uma ou outra figura mal encarada passando furtivamente por ali.


 


Sem pressa ele passava por ali da mesma forma que os outros, sem chamar a atenção, entrando em uma rua estreita de pedras sujas e de diferentes tamanhos, parando em um prédio que ficava mais ou menos no meio dessa rua. Era um longo e torto prédio negro, com uma única janela no topo, em que uma luz amarela saia, como se fosse um farol brilhando no meio do mar escuro.


 


Ele ergueu sua mão enluvada e deu três batidas curtas na porta, ao que uma janela pequena se abriu um pouco a cima de sua cabeça.


 


- Senha? – pediu uma voz rouca e baixa.


 


- Pelo sangue mágico puro que corre em minhas veias. – a voz calma, sem nenhuma inflexão, convenceu o porteiro. Ele não deixou de pensar que era uma senha óbvia pelos tipos que frequentavam ali, só não entendia como os Aurores não notaram isso, no entanto.


 


A porta negra se abriu e a luz do interior incidiu na rua iluminando-a muito melhor que os lampiões que se encontravam ali. Um homem de feições duras, nariz torto, lábios ressecados, olhos azuis gelo, de quase dois metros, com um corpo grande e forte, e cabelos incrivelmente loiros e curtos segurava a porta.


 


- Bem vindo Cavalheiro, – disse o porteiro na mesma voz rouca e baixa, com o quê de sofisticação que poucos esperariam de sua figura bruta. – o leilão ocorrerá no Salão Vermelho.


 


Com um leve aceno de cabeça Harry seguiu em frente, entrando em um espaço amplo e iluminado de piso de mármore verde, e paredes pintadas de branco, com archotes pendurados a cada poucos metros, deixando ver os lindos móveis do século XVIII, com detalhes em ouro. Em frente à porta havia um corredor largo cheio de portas feitas de uma madeira clara lustrada e entalhada ricamente com intricadas formas mágicas. Quem olhava do lado de fora do prédio achava que era mais um dos prédios decrépitos que existiam na Travessa do Tranco, mas essa era a intenção daquela casa de leilões, a discrição.


 


Seguiu em frente mantendo sua capa e capuz no lugar, passando por bruxas e bruxos elegantemente vestidos, alguns facilmente identificáveis, outros, como ele, elegantemente disfarçados. Ninguém queria ser reconhecido ao esmo, e mesmo com o Lord das Trevas ganhando terreno na Europa e parte da Ásia, muitos ainda acreditavam que era melhor manter suas identidades seguras por estarem lidando com um leilão no mercado negro da sociedade bruxa.


 


Ao final do corredor o moreno chegou ao seu destino, uma placa dourada a cima da porta estava escrito em letras elegantes e bem traçadas: “Salão Vermelho”. A porta se abriu sozinha quando ele se aproximou, mostrando o grande e elegante Salão, que fazia jus a seu nome.


 


As paredes eram cobertas por um lindo veludo vermelho, com lindas lanternas presas a parede folheadas a ouro com o formato da boca de um dragão, em que chamas amarelas saiam por entre os dentes da fera. O teto possuía um enorme ar-fresco sobre a glória dos bruxos sangue-puro no estilo renascentista, com detalhes em prata e ouro. No meio do salão mesas redondas com cadeiras feitas da mesma madeira clara da porta eram forradas de veludo vermelho. Estas estavam voltadas de tal forma que davam a visão do fundo do salão, onde um palanque simples de madeira escura envernizada, que possuíam uma pequena bancada em que o leiloeiro se acomodava. Um martelinho já estava colocado no tampo da bancada, a espera do leilão começar.


 


Este só começaria daqui alguns minutos, e os outros interessados, homens e mulheres, chegavam aos poucos, logo o salão se encheria. Dessa forma ele seguiu para a mesa mais ao canto do salão, longe dos olhares alheios, e que lhe permitia uma visão do resto do salão. Ao se sentar um copo surgiu com uma dose de Whisky de Fogo, que ele pegou com um sorriso nos lábios para tomar um gole.


 


Alguns minutos se passaram, e no momento que o anfitrião postou-se atrás da bancada, um bruxo trajando, igualmente, uma capa com capuz, se sentou em uma cadeira ao lado de Harry. Seu rosto não era visível, e a iluminação suave do salão não ajudava.


 


- Por que marcou neste lugar mesmo? – perguntou o homem pegando sua taça de vinho dos elfos que surgiu a sua frente, com uma elegância e arrogância aristocrática.


 


- Porque ninguém notaria. – respondeu em um tom calmo. – E que lugar melhor para saber o que Tom está aprontando do que o lugar que ele mesmo sustenta a procura de itens? – rebateu sem tirar os olhos do palco em que o leiloeiro já começava a apresentar a primeira mercadoria.


 


- Bom ponto... – ambos tomaram um gole de suas bebidas. – Ele está se mantendo por baixo do radar dos Aurores, ele está fazendo poucos movimentos grandes... Ainda. Muito por conta do Potter e do Black, - a voz do homem tremeu levemente ao final do último nome. – eles estão logo atrás dele, não sei como eles ainda não foram mortos. – reassumiu sua arrogância ao final.


 


O moreno voltou seus olhos verdes para seu companheiro de mesa, deixando de lado os homens que erguia suas varinhas a cada lance. O homem bufou e respondeu sua pergunta velada com um tom ligeiro de humor:


 


- Claro, o pequeno vigilante. Como pude esquecê-lo, ele também tem contribuído para que o Lord tenha se tornado cuidadoso com grandes ações, apesar de ele ainda não saber que não foram fatos isolados.


 


Harry revirou os olhos ao mesmo tempo em que soltou uma risada amarga antes de voltar sua atenção ao palco.


 


- Sinto que há um “mas” em sua fala. – disse, depois de tomar outro gole de sua bebida.


 


- Ele está tramando um ataque grande.


 


- Onde?


 


O barulho do martelo do anfitrião interrompeu a fala do homem encapuzado, o primeiro item fora vendido, e quase imediatamente o próximo começou a ser apresentado.


 


- Na Suíça – retomou o encapuzado. – ele quer tomar o país e ter acesso aos recursos mágicos suíços, e você sabe como eles são bons, apesar de ser um país neutro até então.


 


O moreno franziu a sobrancelha, sem desviar o olhar do palco, onde um livro de capa verde e desgastada estava no mostruário.


 


- Faz sentido, a Suíça também não estaria esperando por isso, Tom e seus aliados têm mantido o foco de seus interesses na Bulgária, Noruega e alguns países do leste.


 


- Exatamente, e consequentemente a Inglaterra também não estaria esperando por isso, e quando soubesse já seria tarde demais.


 


- Talvez... – pausou a fala quando novamente o leiloeiro bateu o martelo para indicar outra venda. – Quem mais sabe além de você?


 


- Só o círculo pessoal, – respondeu tomando o resto do vinho de sua taça. – o real círculo pessoal.


 


Harry assentiu, ainda com a sobrancelha arqueada, pensando no que faria. Voltou seus olhos novamente para seu companheiro.


 


- Sabe para quando?


 


- Não, ele não disse nem mesmo a eles. Ele está muito desconfiado, – quando falou o tom do homem estava ligeiramente divertido, enquanto via sua taça se encher novamente de vinho. – não é para menos, dois espiões de uma vez.


 


Harry iria responder quando escutou um guincho conhecido, que o fez voltar seus olhos para o palco, e para sua surpresa ele viu a figura pequena e desengonçada de Dobby, que estava com farrapos ainda mais sujos e rasgados que quando Harry o conheceu, preso por correntes a mais dois outros elfos domésticos, um que se parecia ser uma elfa domestica e outra que parecia ser uma criança da mesma espécie.


 


- Vigilante? – chamou o outro bruxo, mas não obteve resposta, porque Harry agora não prestava atenção.


 


Ele olhava para o pequeno grupo acorrentado, maltrapilho e castigado, seu estomago estava embrulhado de horror. Harry sabia que a maioria dos bruxos, principalmente as famílias com gosto por ates das trevas, maltratavam os elfos domésticos, mas ele queria acreditar por algum momento que não era assim, que não era daquele jeito, assim como ele queria acreditar que Dobby ainda estava com os Malfoy, família a qual planejava resgata-lo o mais rápido que pudesse sem levantar suspeitas. Ele até tinha um plano, porém isso precipitava as coisas.


 


- ...gentilmente doou essa família de elfos domésticos. – a voz monótona do bruxo leiloeiro entrou na bruma de horror de Harry. – Começarei com o lance de 300 galeões, eu vejo 400? – perguntou.


 


O moreno ergueu a varinha fazendo sua oferta, porém outra varinha se ergueu aumentando-a.


 


- Temos 500! Quem me da 600? 600 galeões? – continuou o homem.


 


Harry ergueu a varinha cobrindo o preço cantado.


 


- Hoa! Achei que você não fosse comprar nada – falou o bruxo encapuzado, finalmente atraindo a atenção do moreno.


 


- Eu daria alguns lances de qualquer forma, porque seria estranho se eu não fizesse – falou simplesmente, erguendo a varinha para cobrir outro lance. – Mas esse... Esse eu preciso ganhar, eu devo isso.


 


O bruxo apenas assentiu e levou sua taça a seus lábios, apenas observando seu companheiro de mesa erguer a varinha a cada lance.


 


- Temos 900! Quem me da 1000? 1000 galeões? – perguntou o leiloeiro.


 


O bruxo que competia com Harry ergueu a varinha ao mesmo tempo em que dizia:


 


- Dou 1500 galeões! – o bruxo sorriu vitorioso, ninguém em sã consciência daria mais que isso a uma família de criaturas tão inferiores como aquelas, nem ele daria mais por elas, ele havia ganhado.


 


- 2000 galeões! – disse Harry ao erguer sua varinha, se escutou pelo salão o assombro de todos que ali estavam, nunca viram algo assim acontecer antes, alguém pagar tão caro por simples... elfos domésticos.


 


O anfitrião também parecia surpreso, mas continuou o leilão.


 


- Temos 2000 galeões. Alguém oferece mais? – perguntou o velho homem que estava na bancada. O bruxo que competia com o moreno estava com uma expressão de choque sem erguer sua varinha. – Vendido para o homem da mesa ao fundo por 2000 galeões. – falou o leiloeiro e bateu o martelo finalizando, ao mesmo tempo em que surgia a frente de Harry um recibo de compra, e o próximo produto era levado até o palco enquanto a família de elfos domésticos foi levada dali a uma porta que ficava ao lado do palco meio escondida, em que os produtos ficavam para os compradores os pegassem depois.


 


- Nossa... – murmurou o bruxo que estava sentado ao lado de Harry tragando um gole de sua bebida, o moreno voltou seus olhos esmeraldinos frios para ele. – Calma, foi só um comentário.


 


O rapaz apenas voltou seu rosto para o palco em que uma nova onda de varinhas se erguia.


 


- Como íamos dizendo... Ele anda cauteloso, mas ele tem motivos para tanto. – levou a taça novamente a seus lábios.


 


- Sim... – respondeu vagamente Harry, ele ainda tinha em mente a visão dos elfos acorrentados e do estado que eles estavam, ele sentia os lados dos seus olhos arderem, porém ele se controlou. – Apenas me avise com antecedência quando ele resolver dizer quando será o ataque, está mais do que na hora de mostrar a ele que uma resistência realmente está se erguendo.


 


- A Ordem da Fênix é uma resistência bem forte.  – comentou o bruxo encapuzado.


 


- Sim, mas uma grande maioria de seus membros está desestimulada, e Dumbledore não está feliz com isso, ele está tentando manter o fogo, mas eu não sei se ele sozinho vai ser capaz disso. – falou o moreno em voz baixa, pegando seu copo de Whisky de Fogo novamente para tomar um longo gole.


 


A bebida desceu rasgando sua garganta esquentando seu corpo todo, ele até começou a se sentir um pouco tonto, por isso o próximo copo que surgiu na mesa foi um copo de água que ele pegou. O item já havia sido vendido e outro agora estava no expositor.


 


- Hum... – murmurou o bruxo. – Acho que você está certo.


 


- Por isso está na hora de mostrar que existe outro ponto de resistência. – o moreno sorriu ao pensar em seus planos para isso. – De qualquer forma, me deixe informado de qualquer outro movimento, por menor que seja, de Tom. – disse se erguendo.


 


- Certo. – falou o homem olhando para Harry com certa expectativa. – Devo ficar atento para algum chamado seu? – perguntou.


 


- Sim.


 


E com isso se afastou da mesa até a sala ao lado do palco com seu recibo nas mãos, com seu companheiro de mesa o observando com certa admiração. Em frente à porta preta estava um homem magro, baixo, vestido elegantemente, com a parte superior da cabeça sem nenhum cabelo, e a parte de baixo dela com longos cabelos grisalhos bem penteados, usava óculos estreitos colados à ponte do seu nariz longo deixando entrever seus olhos de um estranho tom de dourado, sua boca era estreita e tinha um sorriso ambicioso.


 


- Vim buscar minha compra. – falou Harry em um tom autoritário.


 


- Recibo... – a voz era fraca e asmática, mas o sorriso ambicioso se alargou no rosto do homem quando Harry apresentou o recibo. – Você terá de assinar um contrato mágico para tomar posse dessa família. – respondeu.


 


Harry fez um movimento com a mão indicando para ele trazer o dito contrato. O velho abriu a porta indicando para que Harry o seguisse, eles entraram em uma sala completamente diferente, as paredes eram claras e os itens colocados cuidadosamente em mostruários, e a família de elfos domésticos estavam no canto mais afastado, e eles se dirigiram até ali.


 


Enquanto se aproximaram ele notou que os Elfos tremiam de medo, e o homem que o acompanhava tinha agora nos lábios um sorriso cruel.


 


- Me dê o contrato, elfo, para que a transferência de donos se conclua. – disse com uma voz de superioridade, e estendeu sua mão de dedos longos e esqueléticos.


 


Tremendo Dobby estendeu uma de suas mãos e um contrato surgiu na mesma, o bruxo o pegou rudemente e o abriu.


 


- Aqui, Cavalheiro. – disse, estendendo o contrato a Harry que fazia esforço para esconder o asco que sentia.


 


O moreno pegou o contrato e o desenrolou, este era um contrato Mágico de servidão eterna daquela família de Elfos a sua família por todas as suas gerações. Ele crispou os lábios escondidos pelo pergaminho, ao ler o nome de Lucio Malfoy passando sua posse para o novo dono e o espaço para que ele assinasse seu nome através de mágica.


 


- Tudo em ordem. – disse Harry em um tom frio, e apanhou sua varinha, assinando seu nome através de um feitiço.


 


O contrato brilhou em sua mão e tornou a sumir, Harry voltou seus olhos para os elfos, que pareciam divididos entre o alivio de sair dali e o medo do que os aguardava. Voltou seus olhos para o bruxo que agora tinha suas mãos estendidas em sua direção, Harry puxou um saco de galeões do bolso, que estava minimizado e o aumentou, tirando dali exatos 2000 galeões e voltou a guardar o saco, novamente minimizado no bolço de sua capa.


 


Os olhos dourados do bruxo brilharam ao ver o ouro em suas mãos, e fez uma reverencia exagerada para Harry, que tinha vontade de azara-lo. Por isso o rapaz pegou logo a ponta da corrente que prendia os elfos e saiu daquela sala, e da casa de Leilões sem olhar para trás, apenas dizendo ao elfos:


 


- Irei aparatar com vocês até onde estou. – e logo em seguida, aparatou com as três criaturas, desaparecendo da Travessa do Tranco.



 



_________________________________________________________________________
 
 


O quarto no Caldeirão Furado estava silencioso, com apenas uma lamparina acesa no canto do mesmo dando uma pequena luminosidade no quarto, deixando ver duas camas de solteiro separadas por um criado mudo – uma ocupada e outra vazia –, um armário velho e grande, a porta para o banheiro privativo, a janela que dava para a Londres Trouxa e a porta de entrada do quarto com uma maçaneta de latão pintado de dourado.


 


A maçaneta girou e a porta rangeu ao ser aberta, para que quatro figuras entrassem. O barulho metálico das correntes batendo umas as outras pareciam ser quase como um mau anúncio, por isso o rapaz que as segurava logo fechou a porta do quarto, com mínimo de barulho possível para não acordar o menino que dormia.


 


- Me-Mestre... – a vozinha fina e esganiçada de Dobby pareceu mais alta do que deveria no silêncio do quarto. – O que Dobby deve fazer para o mestre?


 


Sem dizer nada Harry fez um aceno com a mão fazendo as correntes que prendiam os elfos sumirem, a elfa logo agarrou a criança e se pôs atrás da figura conhecida do pequeno elfo Dobby.


 


- Primeiro não devem me chamar de mestre, me chamem pelo meu nome, Harry. – disse o rapaz abrindo um sorriso gentil, ao que os elfos os olharam entre algo desconfiados e incrédulos. – Amigos se chamam pelo nome.


 


- Ami-Amigos? Mas Dobby e Milly não conhecem Mestre Harry. – disse o elfo, encolhendo-se em seguida com medo da reprimenda ao mesmo tempo em que estava preparando-se para se castigar. O moreno foi rápido em impedi-lo de fazer o que intencionava.


 


- Você já me conhece Dobby, e, por favor, nunca, nunca se castigue. – disse com uma voz firme. – Isso vale a todos vocês.


 


Ele passou os olhos por eles, antes de suspirar, e levar a mão ao rosto, passando-a de cima a baixo, e quando ele fazia isso algo parecia sumir, como se uma névoa saísse do seu rosto, permitindo que pudessem ver melhor o mesmo. Ele havia retirado o feitiço que impedia que ele fosse reconhecido.


 


Os elfos nada demonstraram a mudança que ocorreu com o feitiço, eles não o reconheciam, não naquele momento.


 


- Meu nome é Harry Potter. – disse, já preparado para as reações que viriam.


 


Dobby engasgou, enquanto que Milly soltou um pequeno gemido enquanto abraçava ainda mais seu filho. Os olhos verdes do elfo brilharam com certa raiva.


 


- Mestre de Dobby não pode ser Harry Potter, Harry Potter morreu enquanto Dobby ainda trabalhava para outra família. – o corpo da pequena criatura tremia, segurando seus impulsos de se castigar.


 


- Dobby!... – a reprimenda da elfa veio em um sussurro desesperado.


 


Harry apenas acenou com a cabeça enquanto dizia:


 


- De certa forma... Bom, irei provar o que digo. – disse agachando-se na altura dos elfos. – Eu os liberto e a seus descendentes de seus deveres para comigo e para com meus descendentes... – disse fazendo surgir peças de roupas para os três elfos, enquanto que os mesmos arregalavam seus olhos e a pequena elfa começou a soluçar. – Eu quero que vocês trabalhem comigo por vontade própria, com benefícios de qualquer outro trabalhador livre. – Dobby pareceu impressionado, assim como a criança elfa, o contrato Mágico que Harry assinara antes surgiu, quebrando-se por completo.


 


- Mestre está oferecendo a Dobby e sua família a liberdade? – os olhos do elfo brilhavam, diferentemente da elfa que parecia preocupada e aflita.


 


- Sim, se quiserem trabalhar comigo, em liberdade e tendo benefícios, serão bem vindos... Dês de que de vontade própria. – continuou o rapaz.


 


Dobby voltou-se para a elfa, e os dois pareceram trocar algumas palavras silenciosas, para assim ele voltar a olhar o moreno.


 


- Dobby, Milly e Twiny aceitam. – disse o elfo, ao que outro contrato surge, brilhante, na frente dos dois, um contrato Mágico muito melhor que aquele antes assinado por Harry. O moreno sorriu aliviado, eles teriam aquilo que mereciam, a liberdade.


 


- Agora, - começou o moreno. – vocês precisam lembrar e saber de certas coisas. – olhou dos olhos de cada uma das pequenas criaturas. – Confiam em mim?


 


Dobby acenou entusiasticamente, com suas orelhas de morcego balançando, Milly deu um aceno tímido, enquanto que Twiny piscou e sorriu para o moreno. Harry sorriu para os três e ergueu sua mão oferecendo aos elfos.


 


- É só pegar, e dar a mão um ao outro. – explicou, ao que eles fizeram.


 


Uma luz prateada, branda começou a surgir, assim como uma pequena névoa perolada, bem parecido com o tom de uma lembrança quando tirada por uma varinha, essa névoa começou a subir em direção aos elfos, entranhando em suas narinas e bocas. Os olhos da família de elfos perdeu o foco por alguns instantes. Instantes que eles recuperavam as memorias dos tempos passados, dos tempos esquecidos, e recebiam um pouco mais de coisas que eles precisavam saber sobre ele, sobre Harry Potter.


 


Quando a névoa voltou a recuar até sumir, e a claridade prateada também, os olhos dos elfos voltaram a se focar, e Dobby soltou um soluço, enquanto grossas lágrimas escorriam pelo rosto desproporcional da criatura.


 


- Harry Potter está vivo, Harry Potter é amigo de Dobby, Dobby fica feliz que Harry Potter esteja bem! – o elfo correu e se jogou sobre o moreno que riu.


 


- Sim Dobby, eu também fico feliz em saber que pude tirar você de lá, meu amigo.


 


Milly parecia em choque, mas feliz, tudo tinha uma esperança então, Harry Potter estava vivo, e ela servia a ele. Twiny parecia em igual alegria do pai, mesmo que ele não tivesse vivido antes, no período de antes, ele conheceu o que aconteceu, e ele estava feliz, feliz porque era livre, e estava com Harry Potter.


 


Nesse momento um gemido foi escutado no quarto, assim como o mover de cobertas. Teddy tinha acordado, sua cara estava amassada por conta do travesseiro e seus olhos ainda estavam meio fechados, e seu cabelo castanho de mechas verdes estava todo despenteado e em pé.


 


- O que eu perdi?- perguntou, com a voz rouca de sono.


 


- Nós temos novos companheiros. – respondeu o moreno, rindo da cara do afilhado.


 


O garoto passou os olhos pelo quarto e pelos três elfos que o encaravam.


 


- Ahh... Dobby! – disse, antes de cair de novo de costas e um pequeno ronco ser escutado. Ele havia adormecido novamente, e o moreno não conseguiu não rir.


 


Nem os elfos conseguiram evitar pequenos risos, e um bocejo.


 


- Bom, acho melhor irmos descansar. – disse Harry se erguendo. – Amanhã será um novo dia.


 


O moreno fez outro movimento com as mãos, e três camas de um tamanho pequeno surgiram debaixo da janela do quarto.


 


- Estas são para vocês, vocês terão melhores quando nossa casa estiver pronta.


 


- Obrigada... – disse a vozinha fina de Milly, que corou em seguida ao dizer as palavras, escondendo seus belos olhos castanhos com as mãos. – O senhor é muito bom para Milly e sua família.


 


Harry sorriu para a elfa com carinho.


 


- Isso é o mínimo que um amigo faz para o outro Milly. – e com essas palavras eles se ajeitaram para dormir, o céu já parecia um pouco claro. 


 
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N/A: Bom, como começar, depois desse Hiatus grande? Logo no meio do capitulo dois eu tive um bloqueio enorme, ao mesmo tempo em que entrava na faculdade, depois disso eu só conseguia escrever aos poucos, com minha imaginação indo a outras histórias além dessas, acredite, eu tenho uma mente hiperativa haushaushaus


 


Agora estou curiosa, o que acharam do capitulo? :3


Eu criei um grupo no Facebook para me comunicar melhor com meus leitores, onde eu vou postar tesers e previews, quem tiver facebook é só solicitar no link a baixo:


https://www.facebook.com/groups/407179016085897/


 

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