O pior Natal



Já era bem cedo, quando todos os alunos de Hogwarts estavam arrumando seus malões para passar as férias de Natal com sua família. Andrômeda estava sentada, suspirando, em uma das escadas. Sua irmã, cujo cabelos eram longos e louros, aparecera puxando seu malão.

- Eu detesto ter que puxar isto, aqui não tem elfos para me obedecerem! - Fungou ela, e depois se sentou ao lado da irmã.

Andrômeda nada disse, parecia voar longe, não a escutava. Apenas descascava o esmalte cinza do dedo polegar. Depois se virou para Narcisa.

- E eu detesto as férias. Detesto ter que voltar pra casa!

Narcisa crispou os lábios.

- Não sei porquê, - ela parou para acenar para um grupo de garotos que a olhava - eu adoro o Natal. - Continuou. - Eu sempre ganho um monte de presentes, e a nossa casa fica lotada de parentes. - Terminou ela.

- É por isso mesmo! - Protestou Andrômeda. - Eu não quero ficar infurnada naquela casa ridícula, com pessoas que não pensam a mesma coisa do que eu!

Narcisa se ergueu de um pulo, como se tivesse sido eletrocutada.

- Isso não é ridículo! Você está sendo ridícula por falar bobagens. Eu não preciso ficar escutando isso.

E, empinando o nariz, ela foi embora. Andrômeda nem se importou. Também se ergueu, mas foi embora por um outro lado, oposto da irmã.

Enquanto andava pelos corredores, puxando seu malão, que diferente do das irmãs, estava leve. Andrômeda andou até o pátio de transfiguração, onde um grupo de meninos da Lufa-Lufa duelavam alguns feitiços inofencivos. Ela apertou as mãos, nervosa.

Não, isso é errado.

Andrômeda respirou fundo, e depois foi embora ligeira, torcendo para ninguém a tê-la visto.

                                                             ***

A mansão dos Black estava perfeitamente enfeitada, e a mesa estava farta, as pessoas conversavam a riam, e luzes cintilantes brilhavam por todos os cômodos, enquanto elfos serviam bebidas para os convidados, que pareciam se amar - como se realmente se gostassem - mas a resposta para Andrômeda estava clara: O Ministro da Magia iria passar o Natal com os Black naquele ano, junto aos Lestrange. Os Malfoy vieram no ano passado, não deu muito certo.

Andrômeda estava no quarto, jogando alguns livros na parede, e conjurando feitiços, para que eles voltassem à sua mão.

- Accio. 

A porta do seu quarto se abriu, quase escancarada. A menina bufou, nervosa, achando que fosse Narcisa ou seus pais querendo a irritar, mas se enganou. Belatriz estava parada, apoiada na parede.

- Não vai descer, não? - Perguntou a morena para a irmã, que a olhou com desprezo.

- Não quero. - Respondeu ela, sem excitação.

Bela usava um belo vestido aveludado, com várias camadas. Cissa estava com um vestido azul-corvino, com um belo colar de esmeraldas. Andy estava com seu sobre-tudo marrom desbotado de sempre, com cheiro de mofo e sujo de salgadinhos.

- Credo. - Sussurrou Cissa. - Que roupa horrorosa!

- Narcisa, eu pedi a sua opinião? - Gritou Andy, nervosa.

Cissa deu de ombros, debochada. Depois saiu cantarolando, descendo as escadas.

- Acho melhor você descer. - Disse Bela, sem alterar a voz. - Use aquilo ali. - Terminou, apontando para um vestido verde-musgo.

Depois ela saiu, batendo com força na porta. Andrômeda se jogou na cama, e ficou um tempo pensando. Depois colocou o vestido - cafonamente ridículo - e forçando uma risada falsa, desceu as escadas e encontrou um monte de pessoas nojentas.

                                                            ***
Druella Black conversava com uma das convidadas, uma mulher tão alta e magricela quanto ela. Ela segurava o ombro de Narcisa, e a elogiava com brilho nos olhos. Belatriz estava sentada na mesa, aturando Lestrange dizer o quanto é bonito e quantas garotas o querem.

Ao avistar Andrômeda, Druella a chamou com a mão, e a maior má vontade, Andrômeda se arrastou até a mulher, que a fuzilava com o olhar.

- Essa é a minha filha do meio, Andrômeda. - Ela apertou com força o braço de Andy.

- E o que ela faz de especial? - Perguntou a mulher, olhando sem disfarce, a maquiagem escura ao redor dos olhos dela.

Druella não soube responder, ficou olhando a filha com desgosto, até que ela falou:

- Eu jogo Quadribol. Sou batedora.

A mulher enrugou o nariz, e depois se afastou. Druella corou de raiva.

- Obrigada por estragar meu Natal mais uma vez, Andrômeda! - Gritou Druella, e todos os convidados olharam para as duas. Druella saiu correndo com as mãos no rosto, e Cygnus correu atrás dela.

Vários dos convidados aparataram e foram embora. Andy pegou sua vassoura e saiu da casa. Aquilo foi um desastre, e pior que nem foi culpa dela.

                                                             ***
Depois de voar por quase quarenta minutos, Andrômeda aterrisou em uma pequena fazenda trouxa. De longe não aparentava ter ninguém, apenas uma vaca que saiu correndo do pasto, assustada, quando a viu voando.

Quando ela chegou mais perto, em uma pequena casa precária, várias pessoas dançavam música trouxa, sorrindo e se divertindo - mas se divertindo de verdade - então Andy se aproximou e viu um garoto alto com cabelos louros, que sorria para ela. 

Quem poderia ser?


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 Fanfic feita originalmente por Magna M. Qualquer plágio ou indício de plágio sofrerá suas meras consequências.




 

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