O feitiço de Herbologia




–Parabéns! Aos dois, se saíram muito bem!


–Obrigado Rosa! –agradeceram Tiago e Alvo ao mesmo tempo. –Vocês viram a cara de Scorpius!


–É... Bom pessoal, eu preciso ir agora. Tenho aula de poções e o professor Villera está uma fera comigo. –disse Tiago, e saiu apressado.


–Vamos rápido, Alvo, nós também temos aulas agora de... Transfiguração, e depois temos Herbologia.


Estavam passando por eles um grupo de fantasmas.


–Senhor Nick, aonde os fantasmas vão? –perguntou Alvo ao fantasma da Grifinória.


–É o aniversário do Barão Sangrento, -respondeu Nick, um pouco desconcertado. -ele nos ameaçou se não fossemos. Sabemos que ele não pode nos matar, mas...


Eles foram correndo até a Torre da Grifinória, estavam pelo menos uns cinco minutos atrasados. Rosa estava ralhando com Alvo por ter parado para olhar os fantasmas. Mal chegara à escola e já chegara atrasada na primeira aula. Eles tiveram que subir cinco escadas para chegarem ao sexto andar. Lá estava ela, a sala de Transfiguração, não tinha alunos, pois...


–ATRASADOS! – gritou Rosa. –NO MEU PRIMEIRO DIA DE AULA! O QUE OS PROFESSORES IRÃO PENSAR DE MIM?


–Não tem problema Rosa. Eles terão outros motivos para ver que você é uma boa aluna. –tentou consolá-la Alvo.


Eles bateram á porta da sala. A professora Claepwack atendeu.


–O que é que os Weasley estavam fazendo? –perguntou ela. Era uma bruxa gorducha, os cabelos longos e ondulados e os olhos eram muito escuros.


–Bem... É que... Nós estávamos...


–Vamos, entrem de uma vez! Teste de quadribol não é desculpa... – retrucou. Era uma senhora muito mal humorada, detestava atrasos e na aula dela não tinha um pio.


Eles se sentaram á carteira. Em cada mesa havia uma caixinha de fósforos.


–Para quem não me conhece, sou a professora Claepwack e ensino Transfiguração, a arte de transformas as coisas. Nesta primeira aula, iremos fazer fósforos se transformarem em agulhas. Vejam... –disse a professora Claepwack pegando um fósforo. –Digam claramentetransfigury! –o fósforo em sua mão ficara prata e a ponta afiada. Todos aplaudiram fortemente. –Agora é a vez de vocês.


Todos começaram a tentar fazer o mesmo. Jordan Telfis, que ainda estava com a cabeça no treino, fez o fósforo virar uma miniatura da goles. Denis Finnigan, filho de Simas Finnigan e Parvati Patil, fez o fósforo explodir, o que não era novidade já que ele era filho de Simas.


–Não, Alvo, tem que deixar os olhos fixos no fósforo. –aconselhou-lhe Rosa.


–Eu já disse que não consigo fazer isso, por que você não faz se é tão inteligente? Respondeu-lhe Alvo.


–Tudo bem! –disse ela pegando a varinha. –Transfigury! –disse ela e no mesmo instante o fósforo deu um pulinho e se transformou em uma agulha.


–Vejam! Vejam! A senhorita Rosa conseguiu transformar! Devo-lhe cinco pontos á Grifinória! –exclamou a professora Claepwack.


Rosa corou com os aplausos.


–Não te disse?! –falou Alvo dando-lhe tapinhas nas costas.


–Muito bem, pessoal, estão dispensados.


Rosa e Alvo saíram para a aula de Herbologia juntamente com os outros alunos. Era na estufa um, como de costume. Todos os alunos foram se perguntando o que iriam aprender nessa aula, já que nunca haviam tido Herbologia antes.


A professora era a Sra. Vôcosby, uma mulher jovem e loira que vestia um avental sujo de terra.


–Olá, queridos! Eu sou a professora de Herbologia, Vôcosby. Eu substituo o diretor e professor Neville, que é muito ocupado para dar aulas em todas as turmas. Nas aulas de Herbologia, vamos aprender sobre as plantas mágicas e...


–Um monte de baboseiras... –resmungou Scorpius, os irmãos Jofrey concordaram.


–Eh... –continuou a Prof.ª Vôcosby, nervosa. -Hoje vamos aprender sobre Salgueiros da água. Por isso hoje a aula será ao ar livre. –disse ela puxando a fila para uma das propriedades.


–Ainda bem que vamos ir para outro lugar. –disse Scorpius. –Não aguentaria mais aquela estufa imunda.


Valéria e Marcel, os irmãos Jofrey, que andavam sempre junto com Malfoy e Dominique, deram risadinhas. Valéria e Marcel eram irmãos gêmeos, tinham os cabelos castanhos e eram pouco maiores que Scorpius. Dominique, era uma menina ruiva e do mesmo tamanho de Scorpius.


Eles foram seguindo para as propriedades da escola. Pararam bem em frente ao lago, onde havia uma árvore plantada dentro da água.


–Muito bem! Este aqui é o nosso salgueiro de água, alguém pode me dizer quais são as propriedades do salgueiro? –perguntou a professora Vôcosby.


Rosa levantou a mão.


–O Salgueiro d’água é uma árvore aquática. Sua seiva produz um líquido capaz de trazer de volta a memória de pessoas que á perderam.


–Muito bem senhorita Weasley, cinco pontos á Grifinória! –disse a Prof.ª Vôcosby, com um sorriso no rosto.


Scorpius, Valéria e Marcel franziram a cara. Alvo que não parava de encará-lo abafou risadinhas de um modo que ele pudesse ver. A Prof.ªVôcosby continuou explicando mais sobre o salgueiro. Ninguém prestava atenção em sua aula, até que...


–Agora, meus queridos, vamos aprender um pequeno feitiço. O nosso Salgueiro não vale de nada neste momento, pois ele está dormindo. Ele é capaz de dormir toda a sua vida, mas com o feitiço “Volumatho!”, conseguimos acordá-lo. Alguém pode me dizer por quê?


Rosa levantou a mão e começou a falar:


–O feitiço Volu...


Desculpe senhorita Weasley, mas a senhorita Dreyman levantou a mão primeiro.


Júlia Dreyman era da Sonserina, tinha os cabelos muito curtos, pelos ombros e era castanho claro. Como muitos alunos da Sonserina, Júlia andava e venerava Scorpius, apesar dele ser da Grifinória. Ela era muito sabichona como Rosa, era também muito exibida como Scorpius.


–O feitiço Volumatho, professora –disse Júlia com estupidez -, produz um barulho apenas dentro de árvores, isto faz com que elas acordem. Às vezes, o feitiço também pode ser executado em pessoas, mas não se responsabiliza pelos efeitos. Se esse feitiço não for executado, nada pode abrir ou derrubar a árvore.


–Muito bem senhorita Dreyman, cinco pontos á Sonserina.


Rosa fechou a cara


– Odeio quando ele faz isso, papai disse que ele é igual á Draco, estou começando a ter certeza disso.


Depois da aula, todos pararam para o almoço. O Salão Principal estava cheio, como de costume. O banquete ainda não havia sido servido. Neville estava de muito bom humor, logo bateu palmas para o banquete se servir. Tinha diversas coisas, verduras, legumes e muito, muito suco de abóbora.


O correio das corujas mais atrasadas, que se atrasavam para o correio da manhã e vinham na hora do almoço, já estava chegando. Milhares de corujas entraram pelo salão carregando cartas e caixas. Reéder também estava lá, carregava um grande pacote.


–Olhem, gente! –exclamou Rute, uma garota da Grifinória. –Os Potter receberam uma vassoura!


–Aposto que é uma Firebolt 360, Alvo! –exclamou Rosa apontando para a vassoura que Reéder deixara cair.


–É minha? –perguntou Alvo sem acreditar no que via.


–Minha é que não é – retrucou Tiago. -Papai não me daria uma vassoura...


Alvo desembrulhou o pacote. Rosa estava certa, era uma Firebolt 360, a própria. Brilhavam as palavras Firebolt 360. Junto viera um cartão.


Querido Alvo, estamos muito felizes por ter conseguido um lugar no time. Ficamos um pouco surpresos por você fazer teste para batedor, era óbvio que você sempre seria um perfeito artilheiro! Recebemos notícias dos Weasley, Molly e Arthur estão bem, Gui já está começando a comer carne bem passada. Diga a Dominique que estamos muito felizes por ela ter conseguido entrar para a Sonserina, esperamos grandes feitos dela. Estamos te mandando esta Firebolt 360, uma vassoura de verdade para um artilheiro.


Alvo, estou muito feliz por você conseguir se entender com Tiago, é assim que deve ser. E Rosa, sua mãe está muito feliz pelo Chapéu dizer que você estaria em um ótimo lugar se fosse para Corvinal. E por último, dou-lhe meus parabéns, Tiago, não é fácil continuar no time, ainda mais sendo um apanhador.


PS. Hugo e Líli já estão se acostumando á ideia de que vão ter de esperar mais dois anos para ir á Hogwarts.


Harry, Gina, Rony, Hermione, Hugo e Lilí.


 


Alvo mal conseguia falar, ganhara uma Firebolt 360. Todos ainda a olhavam. Era difícil pensar que acabara de ganhar uma Firebolt. Só lhe restava uma dúvida, quem era essa tal de Dominique?


–Dominique é a filha do meio de nosso tio Gui, ela é a irmã de Victoire. –respondeu-lhe Rosa. –Ou seja, ela é nossa prima.


Alvo tinha um grande número de parentes, e como sua mãe tinha uma certa desavença com sua tia Fleur, eles quase nunca viam os primos por parte dela.


–Tenho tantos parentes que nem os conheço. –comentou Alvo.


–Então você nem imagina da existência dos nossos outros primos não é? –perguntou Rosa, puxando um rolo de pergaminho com a árvore genealógica dos Weasley e entregando a Alvo.


–Conheço os outros. –disse Alvo. –Só não lembrava dessa Dominique... E eles todos não estudam aqui em Hogwarts? –perguntou Alvo.


–Nenhum entrou ainda.


–Ah, Dominique é aquela que anda com Scorpius... Mas ela nunca veio falar com a gente.


–É, ela foi para o Egito com a gente, ela ficava só no canto dela...


–E aonde foi que você arrumou esta árvore genealógica? –perguntou Tiago.


–Papai me deu, ele arrumou na Gemialidades Weasley. – explicou Rosa. –Ah não! Já é quase uma e meia, tenho tanto dever á fazer...


–Dever? Mas nós ainda não tivemos dever de casa. –disse Alvo sem entender.


–Já olhou o livro de Defesa Contra as Artes das Trevas? Temos tanto dever que acho que teremos de fazer pelo menos três á cada aula! –falou Rosa.


Tiago e Alvo continuaram a não entendê-la, mas logo se distraíram com a espetacular Firebolt 360.


–Nós temos que subir. –disse Alvo, notando que o Salão Principal se esvaziara.


–Bem, quando você ganha uma encomenda com muitos embrulhos, acho que você pode ficar até mais tarde... –disse Tiago, admirando a vassoura.


–Tem certeza? –perguntou Alvo inseguro.


–Não. –respondeu o irmão distraído. –Mas vamos arriscar.


Depois de algum tempo, onde Tiago conseguiu convencer o irmão a ficar mais um pouco com a Firebolt no Salão Principal, Daniella chegou correndo:


–A sua prima! –ofegou ela. –O garoto Malfoy está brigando com ela! No sexto andar!


Tiago e Alvo saíram correndo, o mais rápido que puderam. Subiram escadas e mais escadas, e chegaram até o corredor. Alvo já ia ir até Scorpius, quando o irmão o puxou e apontou de novo para Scorpius. Alvo entendeu, e ficou ali escondido com o irmão, ouvindo a conversa:


–Vejam isso, pessoal! –disse a voz fria e seca de Scorpius. –É a sabe-tudo da Grifinória! Já conhece Valéria e Marcel? Mas se bem me lembro, você é filha da Granger, não é? Espera se estou certo, também é a filha do Weasley, não? O menino que usava roupas e livros de segunda mão, você usa também, Rosa?


–Cale a boca Malfoy, senão... Senão eu... Eu vou...


–Senão o quê? Tem medo de ser expulsa, é Granger? Mas isso me dá uma ideia sabe, que tal se eu... Ah, eu não faria isso com você, mas...


–Vai usar magia, Scorpius? Pensei que você não soubesse usar magia!


–Quem você pensa que é? É filha de uma sujeitinha de Sangue-Ruim e do Traidor do Sangue Weasley! Volumatho! – gritou Scorpius lançando um feitiço em Rosa.


Rosa caiu imediatamente no chão, contorcia-se toda e não conseguia levantar-se. Alvo e Tiago saíram imediatamente. Scorpius olhava apavorado de Rosa para Tago.


–Que foi que você fez com ela? –rosnou Tiago.


–E-Eu... F-Foi sem... Q-Querer... –gaguejou Scorpius.


–Dá o fora daqui antes que eu faça alguma coisa que eu realmente vou querer! –disse Tiago.


–Eu não... Não fiz por mal...


– Mentiroso de uma figa! –rugiu Tiago. -Sai daqui antes que eu me arrependa e quebra a sua cara, e isso vai ser por mal!


Scorpius saiu correndo, acompanhado de Marcel e Valéria.


–Temos que leva-la a ala hospitalar! –disse Tiago.


– Mas está a uns cinco andares! Vai ter que carregá-la!


–Droga! São cinco escadarias! Que mudam! –disse Tiago pegando Rosa no colo.


–O que eu faço? –perguntou Alvo apavorado.


–Que tal ir avisando Madame Pomfrey? –respondeu Tiago tentando descer as escadas.


–É isso mesmo o que vou fazer... Vou avisar... Madame Pomfrey...


Tiago, com muito esforço, carregava Rosa, enquanto Alvo, muito apavorado, parecia tentar lembrar-se do que devia fazer. Rosa ainda estava acordada, mas retorcia-se toda, isso que deixava a longa caminhada mais difícil. Tiago ia o mais rápido possível, não conseguia lembrar-se de nenhum feitiço para levantar ela.


–Em que andar estamos? –perguntou Tiago.


–No último, a ala hospitalar fica logo ali.


–Madame Pomfrey! Madame Pomfrey!


–O que houve desta vez? –perguntou ela, saindo da enfermaria.


–Rosa! Está desse jeito! A encontramos no sétimo andar, já estava assim.


–Oh, não! Eu diria que foi um feitiço não utilizado em pessoas. –disse Madame Pomfrey com uma expressão preocupada no rosto. – A deitem aqui!


Tiago entrou na enfermaria e depositou a prima na cama que Madame Pomfrey indicou.


–O que você sente, querida?


–Do... Do... Dores! Por todo o co... O corp-po.


–Foi o bobão do Malfoy. –disse Tiago depois de um bom gole de água.


–Vou avisar o diretor!


Alvo saiu correndo em busca do diretor, Neville. Rezava para que ele estivesse na escola. Não sabia onde ficava sua sala, nunca tinha ido lá. Não tinha ao menos uma placa dizendo Sala do Diretor. Entrara em uma sala e por sorte, Neville estava lá.


–Diretor! Rosa está... Ela sofreu um... Foi culpa de Scorpius, o senhor tem que expulsá-lo!


–Acalme-se, Alvo! Agora diga o que aconteceu.


–Rosa estava no sétimo andar, atirada no chão, estava se contorcendo, disse que foi Scorpius.


–Está na ala hospitalar? –perguntou Neville. Saiu correndo quando Alvo disse que sim, por mais calmo que Neville fosse, ele agora parecia muito preocupado ao avistar Rosa em uma cama.


–Você está bem, querida? –perguntou Neville.


–Estou melhor agora, obrigado professor. –respondeu Rosa.


–Foi o feitiço Volumatho, professor. Foi usado propositalmente. –disse Madame Pomfrey.


–Acho que cabe ao senhor Malfoy, diretor da Sonserina, escolher o que deve fazer com o menino.


–Draco Malfoy é o diretor da Sonserina? –perguntou Rosa cuspindo todo o remédio que estava em sua boca.


Neville concordou com a cabeça.


–Mas então ele não vai expulsá-lo! – irritou-se Tiago.


–Eu sinto muito, Tiago, mas o Ministério da Magia concordou em deixar Draco trabalhar na escola, mesmo com o filho estudando aqui, já que tiveram de abrir uma exceção para Alice...


Tiago e Alvo amarraram a cara.


–Vai ter que passar a noite aqui senhorita Weasley, terá muitas dores durante a noite.


Eles se despediram de Rosa.


 


Neville já ia saindo quando se lembrou:


–Ah, meninos. Quanto a vocês, vão ter que cumprir detenções. –disse ele observando o queixo de Alvo e Tiago cair. – Entendam, por mais que a culpa tenha sido do Malfoy, vocês também estavam fora da sala da Grifinória (era proibido ficar perambulando pela escola antes das aulas, que tinham um tempo curto de intervalo, assim eles só tinha permissão para sair da escola depois da última aula).


–Mas estávamos guardando os papéis que estavam enrolados na vassoura que Alvo ganhou, e que eu saiba isso é permitido!


–Desculpe meninos, mas terei de fazer isso... O intervalo já acabou há quase quarenta minutos.


–Mas... Rosa havia subido há um tempo. Depois Daniella veio e avisou que o Scorpius estava brigando com ela.


–Entendam, se fosse apenas por minha causa eu não faria nada, mas o Ministério está em cima de Hogwarts...


–E q-que tipo de detenção? –perguntou Alvo.


–Isso quem vai resolver é o senhor Guelch, o nosso zelador. –respondeu Neville.


–E quanto a Scorpius? –perguntou Tiago não ligando para a detenção. – Também vai pegar uma detenção, não é?


–Bom, se ele não for expulso ou suspenso, com certeza vai. Encontrem-no sexta á note. – respondeu Neville indo embora.


Alvo contraiu os lábios. Não disse uma palavra, não por que estava bravo como Tiago, mas sabia que as detenções de Hogwarts eram horríveis, ainda mais para Alvo, que morria de medo dessas coisas.


– O que você acha que será a nossa detenção? E se tivermos que ir até a Floresta Proibida? Ou as masmorras?


–Ah, vê se para com isso, seu medroso. –disse Tiago sacudindo a cabeça, como se estivesse espantando uma mosca. - Eu vou estar lá com você, e nós temos a Capa de Invisibilidade e o mapa... Mas espera, e se a gente fosse ver o que Draco vai fazer com Scorpius? Ah, vamos Alvo, nós temos a capa!


Alvo baixou o rosto, mas logo sorriu para Tiago. Os dois foram correndo para o dormitório dos meninos para pegar a capa.


–Anda logo, Alvo, não sabemos se Draco vai esperar muito.


–Mas e se formos pegos?


–O que podem nos fazer? Já pegamos detenção.


–É, mas podemos ser expulsos.


–Já fiz coisas bem piores nessa escola e não fui expulso, além do mais, -disse Tiago dando uma olhada na Capa da Invisibilidade.- o mapa vai nos mostrar se alguém vier. Agora pegue a capa de uma vez e vamos, precisamos saber o que vão fazer com Scorpius. De uma coisa tenha certeza, se ele não for expulso, eu vou.


–O que é que você quer dizer com isso? Não está pensando em fazer alguma coisa á ele, está? Tiago, eu acho que ele vai pagar pelo que fez cumprindo detenção.


Tiago não respondeu. Parecia muito bravo e decidido á fazer Malfoy pagar pelo que fez. Tiago sempre fora um menino muito levado, mas sempre era muito protetor com seus amigos. Uma vez um garotinho batera em Alvo, Tiago ficou furioso. Fez o garotinho ficar pendurado no topo de uma árvore. Fazia pouco tempo que ele e o irmão ficaram amigos, mas nem sempre eles brigavam. Tudo o que Tiago tinha de levado, Alvo tinha de medroso. Preocupava-se com tudo que lhe podia fazer mal, ser expulso de Hogwarts, agora, era seu maior temor. Só topara ir com Tiago por que não queria fazer desfeita ao irmão.


–Será que eles estão na sala dos professores? –perguntou Tiago cochichando.


–Provavelmente você saberia se olhasse no mapa. –respondeu Alvo.


–Ah, é mesmo! Já tinha me esquecido... Eu juro solenemente que não vou fazer nada de bom – disse Tiago com a varinha no mapa. – Olha isso, Alvo! O professor Neville está dormindo!


–Não está dormindo! –respondeu Alvo ajeitando a capa para poder ver o mapa. –Está só descansando. Alice está com ele. Mas vê se presta atenção no Draco!


–Tudo bem, vejamos... Dormitório feminino... Sala da Grifinória... Aqui! Malfoy está com Scorpius, na sala da vice-diretora. E é para lá que vamos!


Tiago e Alvo saíram apressados até a sala onde Draco e Scorpius estavam. Lá na sala estavam Neville, Luna, Draco e Scorpius. Neville e Luna estavam com cara de fingimento. Conheciam bem os Malfoy, sabiam que o teatrinho que Draco dava era apenas uma encenação.


–Olhe aqui, Scorpius! O que você fez foi muito sério – disse Draco com a voz alterada. –Usar um feitiço em uma colega, o que foi que deu em você?


–Ela me irrita, papai. –disse a voz de Scorpius. –É sério, ela e aqueles Weasley, não os suporto. Detesto todos os grifinórios.


Alvo sentiu que Tiago quase saíra da capa, tentado a dar um murro na cara de Scorpius. Neville e Luna se retiraram.


–Já lhe disse, Scorpius – disse Draco. –Não quero que fale deles assim... Além do mais, você é um grifinório. E você podia ter matado ela! Se os Potter não chegassem a tempo nem quero imaginar o que poderia ter acontecido...


– Mas o senhor... O senhor os odiava na infância, não é? Vovô nunca gostou daquela gente, não vejo problema em...


–Isso não importa, não é desculpa. É um direito seu não gostar deles, mas escute bem, se você fizer alguma coisa de mal á um só fio de cabelo deles, vai ser expulso, eu fui claro? –perguntou Draco.


Tiago e Alvo ficaram surpresos, não conheciam muito bem Malfoy, mas por tudo o que os pais falavam, ele havia mudado bastante.


–Foi sim, senhor. Mas papai, só tem uma pergunta. –falou Scorpius enquanto o pai lhe permitia perguntar. –Vovô e você foram de um... Um grupo... O grupo daquele homem, não foram? Um grupo de Você-Sabe-Quem.


–Ah... Bem Scorpius, eu já te falei sobre isso... Isso aconteceu no passado, muito antes de você nascer, mas agora vá para a aula. E além do mais, se o Chapéu te mandou para Grifinória, aja como um grifinório.


–Mas, papai, eu detesto a Grifinória! Por que é que eu não fui para a Sonserina como nossa família? Mamãe queria me mandar para outra escola, posso ir para lá agora. Não gosto desse lugar!


– Não importa, agora vá para o dormitório. Não quero você perambulando por aí depois da hora, ah, também tem mais uma coisa, vai cumprir detenção junto com os Potter - respondeu Draco. Scorpius deu um ligeiro olhar desapontado ao pai. Tiago e Alvo ficaram insatisfeitos, pensaram que Malfoy não iria fazer nada ao filho. Pelo menos ele pegou detenção, pensou Alvo. Tiago e Alvo saíram para as aulas.


–Eu tenho que ir... Tenho aula de Trato das Criaturas Mágicas.


–Tudo bem, eu também tenho aula.


–Vai ficar tudo bem Alvo, é só uma detenção, não vai acontecer nada.


Alvo acenou. Por dentro estava muito preocupado. Nunca pegara detenção, nem mesmo nas escolas de trouxas. Sempre fora um menino muito comportado, por medo, talvez de envergonhar os pais ou coisa assim. Para falar a verdade, Alvo tinha medo de ficar igual ao irmão Tiago. Pegara detenção, mal podia esperar para contar aos pais, fizera algo errado, nunca fizera algo que levasse ele á detenção. Agora ia para aula de Defesa Contra as Artes das Trevas e nem conseguira se concentrar.


–Bom dia a todos! –saudou-os Draco. - Desculpem-me o atraso, mas tivemos um pequeno problema que já foi resolvido. Como já puderam ver, eu sou Draco Malfoy, o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. E hoje, teremos uma aula tripla, Grifinória, Sonserina e Corvinal. Bom, nesta matéria, vou lhes ensinar a se defenderem de criaturas, e também se proteger de toda a arte das trevas. Hoje terão uma pequena aula sobre Frindownlous! Alguém pode me dizer o que é um Frindownlou?


Júlia Dreyman, a sabe-tudo de Sonserina levantou a mão, juntamente com Rita Labeck, uma garota da Corvinal. Draco apontou para Júlia.


–O Frindownlou, professor, é um animal mágico. Ele é muito pequeno quando bebê, mas pode chegar a medir o tamanho de uma criança humana quando cresce. Além disso, oFrindownlou consegue...


Draco á interrompeu.


– Senhorita Labeck, continue, por favor.


–Certo, professor. –respondeu Rita. –O Frindownlou ainda consegue se camuflar, isto é, ficar igual a qualquer outro ser. E o que é mais espetacular nos Frindownlous, é que eles são criaturas muito inteligentes, conseguem se camuflar perfeitamente, além de se quiserem, poder imitar a quem se transforma, na fala e no modo de agir, mas para isso leva anos. Isso faz doFrindownlou uma criatura das Trevas.


Draco abriu um sorriso.


–Muito bem! Muito bem! Cinco pontos para as duas. –disse ele desviando o olhar quando viu Dominique. –Ah, você aí menina. Senhorita Dominique Weasley?


Dominique corou.


–Dominique Delacour é melhor...


–Tudo bem Srta. Delacour, se não me engano é a melhor amiga do meu filho, não é?


–É, sou sim.


–É estranho, mas você é uma Weasley. –Draco viu Scorpius encará-lo. –Desculpe-me, mas Scorpius tem uma pequena desavença com os Weasley, mas não se preocupe com isso, era só uma dúvida. –Scorpius, apesar de ser da Grifinória só andava com gente da Sonserina, e como o pai vivia com dois guarda-costas, os irmãos Jofrey, eles eram dois irmãos gêmeos que sempre defendiam Scorpius, sendo o que fosse. Se tirasse isso eles até eram legais.


Draco continuou a aula. Trouxe uma pequena gaiola, onde havia um Frindownlou. Ele era realmente pequeno, era um bebê ainda. Estava aprendendo a se camuflar, por isso não conseguia fazer uma perfeita imitação. Tentou se transformar em ursinho de pelúcia, mas da cabeça para cima ele ficou com cara de sorvete. Eles aprenderam um feitiço.


–Repitam novamente, Reveliuns!


–Reveliuns! –gritou a sala toda.


–Lembrando, que este feitiço serve para qualquer objeto ou lugar, não só para oFrindownlou. Muito bem, agora estão liberados, na próxima aula continuamos com as varinhas.


A sala saiu para o salão comunal. Era hora do café da tarde.


–Dominique é sua parenta, Alvo? –perguntou Clívon Ridflan, um garoto da Grifinória que entrara junto com Alvo.


–Mais ou menos, quero dizer... Ela é sim.


–Nunca á vi falando com você. – falou Alice Longbottom, a filha de Neville.


–É nós não somos muito próximos, mas acho que ela é minha prima.


–Ah, você não vem para o café? –perguntou Dennis Finnigan, o filho de Simas e Parvati Finnigan.


–Eu... Eu não estou com fome. –respondeu Alvo. Alvo estava indo para a Sala Comunal da Grifinória para escrever uma carta aos pais. Os corredores estavam vazios e desertos, nem mesmo os quadros estavam falando, até mesmo Pirraça estava comportado.


–Senha? –perguntou a Mulher Gorda, a senhora gorda do quadro que guardava os dormitórios da Grifinória.


Alvo havia se esquecido da senha.


–Ah, é cabeça... Pés, não... Asas de Hipogrifo! –a porta se abriu. Alvo sentara-se na cadeira em frente á escrivaninha. Começou a escrever:


Olá papai, eu acho que o senhor já deve saber, mas... Bom lá vai, eu peguei uma detenção. Mas foi por uma boa causa, Rosa... Scorpius, o menino que estava na estação de trem, ele lançou um feitiço contra Rosa, mas não se preocupe, ela já está bem. Madame Pomfrey disse que ela teria que ficar essa noite lá, mas é só para o caso dela ter dores. Precisava lhe dizer isso, não conseguiria ficar mais uma noite com isso aqui dentro. Obrigado pela Firebolt, tenho treino amanhã e aposto que ela vai ser muito útil. Quero agradecer também pela capa, estou bem melhor agora que sei de algumas coisas. Scorpius vai cumprir detenção junto comigo e com o Tiago, acho que vai ocupar toda a noite de sexta.


Alvo.


Só tinha um problema, como ele mandaria a carta? Reéder não estava por alo e os pais esqueceram-se de lhe avisar como chamar as corujas, mas...


–Hagrid! –exclamou Alvo. Lembrara-se que ele era quem cuidava do corujal, devia saber como fazia. Ele já ia pegar a capa de invisibilidade quando se lembrou que ainda eram quatro horas da tarde, tinha ainda três horas para sair de Hogwarts sem permissão. Foi correndo até a cabana de Hagrid. Parecia que estava deserto á não ser por Dominique que corria até Scorpius. Ela trazia um pacote no bolso parecia ser um jornal. Scorpius mudou a expressão quando viu a manchete do jornal. Alvo se aproximou. Não queria perguntar o que era, pois sabia que se fosse assim Scorpius não mostraria, decidiu fingir que nem tinha visto ele ali.


–Hei! Potter! Viu a notícia no jornal? –perguntou Scorpius com uma expressão maldosa no rosto. –Tem um maluco á solta, dizem que vem para Hogwarts, dão garantia de um mês para isso acontecer.


–Eu já sabia. –respondeu Alvo, e foi embora.


–Ah, Severo (ela era tão afastada que nem sabia que ninguém chamava Alvo de Severo, seu segundo nome)... –chamou Dominique, olhando para Scorpius como se estivesse pedindo algo. – Sabe... Se quiser, pode ficara aqui com a gente.


Alvo ia dizer que aceitava, queria ter uma boa conversa com Scorpius, mas sabia que não teria coragem de dizer o que queria realmente, então simplesmente continuou andando. Chegando na cabana, bateu na porta...


–Quem é? –perguntou a voz grossa de Hagrid.


–Sou eu, Hagrid, Alvo.


–Ah, é você! Entre por favor! –pediu Hagrid com um sorriso bondoso no rosto.


Alvo se sentou na imensa poltrona de Hagrid, que lhe oferecia biscoitos muito queimados.


–E como está à escola, Alvo? Aposto que bem corrida, com os treinos de quadribol, hein?


–Na verdade eu não tive treinos ainda, fui o único aceito no time dos alunos desse ano, então Pedro acha que não precisamos de tanto treino assim, mas também as outras casas ganharam muitos jogadores novos, é muito difícil reservar o campo... Mas eu vim aqui por que... Bom eu acho que já soube da Rosa, não é?


–É eu soube sim. Parece que a maldade dos Malfoy é hereditária.


–É e eu e Tiago pegamos detenções. Tiago me convenceu a ficar mais um tempo no Salão Principal, mas tudo bem, se não estivéssemos lá, quero dizer, se o Tiago não estivesse lá, a gente não chegaria a tempo. Mas o motivo é que eu queria mandar uma carta aos meus pais, avisando tudo, sobre a Rosa e as detenções, mas eu não sei como faço para chamar Reéder.


–Reéder é a sua coruja, não é? Tem que ir ao corujal, Alvo. Lá é que ficam todas as corujas, se não quiser esperar até o café da manhã, tem que ir lá. Fica lá no castelo, mesmo.


Alvo saiu com Hagrid para o corujal. Era uma cabana pouco maior que as estufas de Herbologia, mas em formato circular. Segundo Hagrid, eram as corujas de todas as pessoas que ficavam ali, mesmo as das famílias. Como a viagem até Hogwarts era grande, depois de fazer as entregas, descansavam e comiam no corujal.


–Estou tendo um grande trabalho com a coruja dos Malfoy. Ela é tão orgulhos quanto os donos. Anda se negando a dividir a cabana com outras corujas, e como você e Scorpius, ela tem uma desavença com sua coruja.


–Reéder! –exclamou Alvo ao achar à coruja. –Preciso que você entregue isso aos meus pais.


–Tem uma coruja muito inteligente, Alvo. –comentou Hagrid.


–Papai treinou-a bem, mas então eu já vou indo, obrigado Hagrid!


Alvo voltou para o Saguão de Entrada. Scorpius ainda estava lá, junto com os irmãos Jofrey e Dominique. Como o pai, Scorpius sempre andava acompanhado, mas o mais interessante era que praticamente todos os alunos da Sonserina o veneravam, provavelmente pelo seu pai que foi um grande sonserino, mas ao contrário deles, todos da Grifinória o odiavam, talvez fosse por isso que ele nem mesmo foi aceito no time.


–Alvo! –berrou Tiago que vinha correndo.


–O que foi? –perguntou Alvo.


–Procurei você por toda a parte. Onde é que você foi?


–Precisava mandar uma carta ao papai, não sabia como chamar Reéder.


–Ah, vamos já está muito tarde, e madame Pomfrey deixou que a gente visitasse Rosa.


 


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Comentários (1)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    #MORRI A-M-E-I <3 <3 <3 MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.*CHOREI AQUI :)TADINHAAAAAAAAAAAAAAA DA ROSE :((((

    2013-01-04
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