Uma estrela pode mudar atitude

Uma estrela pode mudar atitude









Estavam em recesso de natal do sexto ano. Apesar dos tempos difíceis, a ceia de natal na casa dos Weasleys acontecera com paz e festividade.


Hermione estava satisfeita, não podia se dizer que estava feliz, mas sim, satisfeita. O ambiente familiar, aquela família em especial, os amigos reunidos, as conversas paralelas e as risadas a distanciava completamente da realidade que o mundo bruxo enfrentava.


Mas tinha um problema, um certo ruivo, aquele maldito ruivo que insistia em não olhá-la, em ignorá-la completamente, e ultimamente estava muito pensativo. Pensando naquela maldita loura, era o que Hermione sempre pensava quando via Rony completamente perdido, com olhar fixo em algum lugar.


Aquilo a matava, claro, amava aquele estúpido garoto mais do que a ela mesma, era horrível pensar que ele estava apaixonado por outra e ainda por cima não estava falando com ela, e ela nem sequer sabia o motivo.


Na frente de todos era dura e imparcial em relação a Rony, mas na solidão dos pensamentos todo o seu corpo doía, Hermione tinha certeza que nunca sofrera tanto na vida.


Sofrer por amor, quem diria, hein Hermione Granger? Ainda mais sofrer por aquele ser insensível.


O turbilhão de pensamento em relação a Rony se apossou dela novamente, era inevitável, por mais que ela empurrasse com muita força todos eles para o fundo do seu cérebro, eles insistiam em volta a tona, a deixando completamente desestabilizada.


Inconsciente, procurou por ele na sala dos Weasley, – que apesar dos convidados já terem ido embora, ainda parecia lotada e agitada demais – mas não o encontrou. O coração palpitava desesperado e seu cérebro latejava com os mais loucos pensamentos que ela já ousara ter.


Ela estava assustada, não sabia que existia sentimento tão grande assim, a ponto de deixar a pessoa mais centrada do mundo completamente fora de órbita.


- Hermione! Você está bem? – a voz de Gina a vez despertar.


- Ahn?


- Sei que não deve está se divertindo – disse a ruiva, compadecida.


- Não, está tudo bem Gina – respondeu, sorrindo fracamente. – Acho que só estou com um pouco de sono.


- Tudo bem. Bom, se quiser se deitar fique a vontade... Só não sei se vai conseguir dormir com toda essa barulhada.


- Bom, acho que vou dar uma volta. Respirar um pouco de ar fresco.


- Ok, mas tenha cuidado, mocinha!


- Pode deixar, mamãe querida – ao que as duas sorriram, Hermione levantou-se do sofá e seguiu em direção a porta da frente.


Assim que colocou os pés fora da casa o vento gélido a fez arrepiar-se, já estava pensando em entrar novamente quando ao longe viu o que séria um vulto deitado na grama do jardim.


Claro que voltaria na mesma hora que reconhecera aquele corpo, mas não naquele momento, não naquele momento de extremo topor em que seu cérebro se encontrava, não com a extrema necessidade que sentia dele.


Caminhou até a figura de Ronald Weasley estendida no chão, quanto mais se aproximava mais o vento a embriagava com o cheiro dele, aquele cheiro tão maravilhoso e doce que a enlouquecia.


Rony a olhou por uns instantes assim que ela chegou perto dele, depois voltou a observar o céu estrelado.


Hermione suspirou resignada, mas não ia embora de jeito nenhum, não agora estando tão perto.


Deitou-se no chão ao lado dele e também passou a observar o céu. Rony continuou a ignorando completamente, mas por dentro o coração de ambos batia acelerado no peito.


E os dois continuaram lá, em silêncio, apenas ouvindo os ruídos da noite e as respirações um do outro.


Até que inesperadamente uma estrela cadente passou voando pelos seus olhos. Uma tradição bruxa e trouxa vieram-lhes na mente e os dois fizeram o mesmo pedido.


Coragem!!


Rony virou a cabeça para o lado e observou Hermione, a garota agora corada por causa do vento frio, tinha os olhos fechados e no rosto uma expressão de extrema concentração. Não podia acreditar no quanto ela era linda, e o quanto – por mais que doesse admitir – estava apaixonado por ela.


Ela abriu os olhos e o olhou, prendendo os olhos dele nos seus como se num fio invisível. Os olhos diziam tudo, sempre fora assim. Os olhos não mentem, eles refletem a nossa alma, reflete nossos desejo e sentimento.


Ficaram assim ao que pareceram horas, até que não sabendo se foi à coragem que tanto pediu a estrela ou simplesmente uma ordem do seu coração alucinado, Hermione se aproximou e se aconchegou no peito de Rony, ao que ele sem demora alguma a acolheu em seus braços. Um silêncio aconchegante tomou conta do lugar.


- Pode me dizer o que...? – Após um curto tempo Rony quebrou o silêncio, mas foi interrompido.


- Xiu! Não fala nada, só me deixa ficar aqui, quietinha. – pediu, em seguida acomodou a cabeça rente o pescoço dele e ficou ali, respirando o cheiro que tanto amava. Enquanto ele apertou-a em seu abraço.


Após outro minuto de silêncio, desta vez ela o quebrou.


- Eu ainda estou com ódio mortal de você.


Ele sorriu num suspiro e respondeu:


- Acredite Mi, o sentimento é recíproco.


Ao que ela se apertou ainda mais ao abraço dele, ele passou a acarinha os cabelos castanhos que tanto amava.


Não importaria. O que aconteceria depois daquilo, só Deus sabia, mas desde já Rony e Hermione sabiam que aquele era o lugar aonde eles pertenciam, um nos braços do outro. Não importa quanto tempo duraria para admitirem isso, eles já sabiam e por enquanto era o que bastava.


 


 


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