Only this one



Sentiu os raios solares invadir seu aposento. Era domingo, poderia descansar com sua famíl...
- PAPAIIIIIIIIIIIIII.
Uma menina com seus quase quatro anos andava correndo pelo cômodo com a sua vassoura  na mão. Era a princesa de Draco. Possuia os cabelos loiros assim como os seus, mas eram cacheados como os de Hermione, macios e cheirosos. Seus olhos eram brilhantes e com uma profundidade tão contemplativa como o mar, ou a lua. Luna, em latim, para Lua. Era este seu nome.
- O que aconteceu? E o que você faz com esta vassoura nas mãos? - Tentei perguntar com uma voz autoritária, mas com seus apenas quatro anos de idade ela já sabia me 'dobrar' e ganhar o que queria.
- Eu fui pegar emprestado a sua vassoura, e foi sem querer, sem querer viu - ela me disse subindo na cama veloz para logo apontar o dedo para mim e repetir- sem quere viu?! Dai eu bati no vaso e quebrou. A mãe vai ficar brava?
Respirei profundamente, poderia dizer que com um feitiço consertaria muito rápido, porém precisava ensinar a Luna certas lições.
- O que sua mãe diz sobre mexer em coisas que não são suas? 
- Que não posso.
- E então?
Ela pulou no meu colo e me abraçou.
- FOi sem querer papaizinho. Não fiz por mal, queria voar igual você. Por favor, me ajuda, não conta para a mamãe, não quero ver ela brava, ti amo.
COmo resistir? Cedi.
- Ok. Mas, que seja pela última vez você conhece sua mãe. Você teve sorte dela ter recebido uma coruja do trabalho e sair correndo.
Ela me deu um sorriso lindo com seus dois buraquinhos da frente, e me abraçou. Caminhei lentamente até o corredor com a varinha na mão e reparei o vaso.
- pronto, sua mãe nem saberá. 
- Oh! Papaizinho brigada.
Ela começou a correr para o quarto e a segui. Ela adorava deitar na cama e olhar as fotos antigas minhas e de Hermione.
- Papai...
COnheço esse tom, lá vem mais uma que não consiguirei resistir e o dia mal tinha começado.
- sim...
- Conta a minha história favorita?
Fingi-me de tolo e questionei:
- Que história?
- A sua!
- A minha?
- É, e da mamãe!
- ahhhhhhhhhhhh. essa história. Mas, já a ouviu tantas vezes.
- Só mais uma, por favorzinho!
Pronto. ganhou-me mais uma vez.
Iniciei meu relato certamente sem mencionar os meus pensamentos, digamos, carinhosos demais os quais nutria por Hermione.
- Estudavamos em Hogwarts, mas nunca nos gostavamos. Depois da enorme Guerra voltamos para terminar os estudos. e acabamos nos aproximando ao longo do semestre, do ano. Éramos colegas.
Comecei a gostar muuuuitttoo da sua mãe, ela tinha um jeito engraçado, estava sempre sorrindo, era só eu falar algo que ela fica nervosa muito rápido. E percebi que o que eu sentia era mais. Quando o- pausei não poderia usar as palavras que eu gostaria no relato da hitória para a minhafilha- Vitor Krum, um colega d einfancia de sua Mãe veio estudar conosco o último ano, eu surtei.
- Você surtou!?
- heheh Sim! Eu estava possesso de ciúmes, o que ele queria com ela? Estava sempre conversando com ela! Dai eu percebi, ela era minha.
Notei um dia que o céu estava limpo e brilhante pelas estrelas que ela estava deitada perto do lago, deitei e disse para ela:
-Você tem boca de luar- eu disse e ela riu, ela me perguntou que espécie de boca é essa, eu respondi que é uma boca toda enluarada, de dentes 
muito alvos e leitosos, entende? 
Ela não entendeu bem e tornou a perguntar, desta vez que lua correspondia à sua boca, se era crescente, minguante, cheia ou nova. Eu pensei bastante para não responder errado e acabar com a minha chance e disse que minguante não podia ser, nem crescente, nem nova, só podia ser lua cheia. 

Sua mãe ficou brava comigo, e disse que sonserino tinha cada uma, onde é que viu boca de lua cheia, até parece boca cheia de lua, uma bobice.

Eu não gostei de saber que a minha invenção era chamada de bobice, exclamei meio espinhado que boca de luar, mesmo sendo boca de luar de lua cheia, é completamente diferente - insisti: com-ple-ta-men-te - de boca cheia de lua; é uma imagem poética e daí isso não tem nada que ver com sonserinos.
Ah, disse Hermione, você ficou zangado comigo, diga, ficouzinho? bobo, te chamo de bobo como te chamo meu bem, fica nervosinho não, eu agora estou sentindo que o que você falou é uma graça, boca de luar é legal, olha aqui, vou te dar um beijo superluar, você quer? 

Eu ensaiei uma cara de quem não quer ser beijado, mas os lábios da moça estavam já assumindo forma de beijo, avançavam para ele num movimento que parecia comandar e concentrar todo o corpo, como resistir? No começo era tudo brincadeira, mas pelo visto não era. Resistir? Sim ou não eis a questão. Pois resisti, se bem que com intenção de ceder : daí a pouco. Não ficava bem desmanchar a zanga assim tão depressa, ela ia ter a impressão de que eu nem sabia ficar com raiva, a simples oferta de um beijo me amolecia, e que seria do nosso casamento, se houvesse casamento? Não é que pensasse em casar com a moça, longe disso, não pensava em casar com ela nem com moça nenhuma  nos próximos 10 anos, mas é bom manter a linha de durão mesmo sem perspectiva de futura manutenção de autoridade. É da lei não escrita, homem ficar emburrado e não fazer por menos. 

Então, é assim? falou baixinho a grifinória, você não quer o meu beijo oferecido de coração, pois não vai ter mais nenhum nem agora, nem depois de amanhã nem nunca, ouviu, seu bolha? E os lábios recuaram tanto que foi como se despregassem do rosto ali diante de mim um 
sonserino zangado e fugissem para longe, para onde nem sequer fossem vistos, e escusa de procurar, porque boca de boca desprezada some na nuvem mais escura, por trás daquela serra para os lados da floresta proibida. 

E eu vou sofrer com isso?eu disse comigo mesmo, que bem me importa se ela não quer mais me beijar? eu beijo outras, beijo a prima dela, beijo milhões e acabou-se. 

Mas Hermione, que despachara os lábios para o sem-fim, continuava diante de mim, muito saborosa e séria, séria e saborosa, aquela pele fina e dourada, aqueles olhões,  aquele busto, aquilo tudo de primeiríssima beleza, sem falar na boca ausente mas presente, sabe como é? 

Eu não sabia, mas a vontade de provar o beijo reapareceu depois que o beijo fora recusado para todo o sempre, e avancei o braço direito para pegar docemente no queixo da moça, quem disse que o queixo cedeu? Fiz um gesto mais positivo, tentando segurar o ombro dela, o ombro esquivou-se ao toque, embora ela não recuasse.
Continuamos próximos um do outro, a uma distância infinita do entendimento. Forçar o beijo seria besteira, ela cerraria os lábios, a boca de luar não se abriria na aceitação úmida da sua. E que gosto pode ter beijo roubado, se até o que não é roubado costuma ser insípido quando as duas partes não se movem pelo mesmo impulso de doação e devoração? 

Hermione visivelmente esperava o ataque, eu visivelmente me proibia de atacar, isso durou um tempão, com o beijo parado em potencial entre os poucos centímetros de uma boca a outra, eis senão quando -  ui! - uma formiga, não mais que uma formiguinha, vinda de não se sabe que subterrâneo preparado para expedi-la, em momentos que tais, começou a subir ziguezagueando pelo pescoço da tão corajosa grifinória, que deu um grito, eu me precipitei para caçar a formiguinha, os rostos tocaram-se, os lábios também, e o beijo desabrochou, flor na ponta de duas hastes conjugadas, superlunar e inevitável, beijo fluido e forte, resultante da incompreendida imagem poética ou da formiguinha encomendada, quem sabe, por merlin ou por morgana?
 e fim!
- Nunca canso se lembrar deste momento!
Quando viro encontro a minha boca de luar sorrindo ao parapeito da porta. Linda. Deslumbrante. Uma visão para ser admirada.
Ela se jogou na cama, abracei as minhas luas, roubei um beijo de cada uma, e curtimos  mais um dia da nossa felicidade eterna. 

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Comentários (1)

  • Bianca Dias

    Awwn que liindo *-* Eu adorei *o* Parabéns! Sua história está perfeita *-*

    2012-07-31
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