A Parede Oculta



Se eu fosse J.K Rowling estaria me procupando com a estreia de The Casual Vacancy.


Harry neste capítulo já chegou na Ordem.


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WinkyMonstro


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Um pouco mais... Mais um pouco... Quase lá... Aguenta firme... Pé, por favor, não ceda justamente agora... Malditas meias cor-de-rosa com bolinhas amarelas... São tão escorregadias! NÃO!


Um segundo depois, eu estava no chão. Ser tão desastrada ainda me mata... Não é por nada que Molly me proibiu de entrar na cozinha, exceto se tiver uma reunião ou nas horas de refeição. Com um gemido leve, levantei. Como queria não ter assustado Remus com a minha ideia malvada...


Mas também, tudo nessa maldita casa é chato. Não tem nada o que fazer senão dormir nas reuniões, falar mal do Snape, blasfemar sozinha assim como Monstro, tropeçar naquele pé de trasgo do demônio, e ver Sirius bêbado.


Foi por isso que eu, a excelentíssima Nymphadora Tonks e os senhorios Fred e Jorge Weasley resolvemos tramar um futuro acontecimento para alegrar um pouco o clima do Largo Grimmauld. A casa estava mais sombria do que eu lembrava... E não foram poucas as vezes que, minha mãe e meu pai me arrastavam até aqui para passar as férias.


Pobre criança era eu naquela época. No vilarejo trouxa onde eu e meus pais morávamos eu não tinha nenhum amigo. Por quê? Porque eu não conseguia controlar a metamorfomagia enquanto pequena. Apenas em Hogwarts consegui consertar essa situação. Enquanto não atingia meus onze anos, eu ficava todo o dia trancada em casa.


Chamem-me de louca, se quiserem, mas eu adorava vir até aqui. Não por causa da repugnante casa, de minha tia psicopata ou do verme do Monstro. Mas sim por causa de meu primo de segundo grau, Sirius. Era sempre alegre e sempre me contava o que seus colegas estavam tramando no colégio. Fazia comigo o que vi Remus fazer com Bicuço há uns dias atrás.


Agora a casa estava com um clima mais pesado do que nunca, e o acontecimento mais excitante que poderia acontecer naqueles tempos era a Sra. Black acordar e blasfemar mais um pouco. Agoniada, vejo Sirius cada vez mais desleixado, aquele menino serelepe, travesso e encrenqueiro perdido eras atrás. No lugar deste estava um Sirius triste, sem razão pela qual viver, vadiando pelos corredores de sua casa, bêbado, que falava apenas com um Hipogrifo.


Sirius não era o único afetado. Remus também sofria. No dia que a Ordem se reuniu pela primeira vez na sede, via o brilho nos olhos de Remus tentando alegrar o amigo, mas sempre era ignorado. Na cabeça de Sirius, ninguém podia ser mais amigo dele do que James, e que ninguém podia tirar o lugar dele. Com o passar do tempo, Remus se deu conta de que James era mais importante para Sirius do que ele. Muitas foram as vezes que o via chorar. Assim, também fez de Bicuço seu melhor amigo, mesmo que Bicuço não goste dele. Cada dia, os dois estão ficando mais sérios, tristes, sozinhos, loucos. Sirius e Remus, quero dizer. Não Bicuço.


E, ainda mais... Eu esperava que Harry pudesse fazer Sirius mais alegre, mas nada acontece. Harry também está transtornado. E muito. Gina e Hermione, que o conheciam há bastante tempo, disseram que nunca o haviam visto deste jeito antes.


Mas essa situação pode ser revertida. Pode se tiver uma pequena ajuda de Fred e Jorge. Remus também se encontra na lista de pessoas para Sirius ter sua sanidade de volta. E, é claro, minha.     


Tudo o que eu precisava estava na minha frente. Bem, não exatamente. O que eu precisava estava atrás da parede. Eu a havia visto em um dia dos muitos que passei durante as férias. Mas, como era secretíssimo, Sirius, quando notou que eu estava o espionando, logo selou a parede novamente. Ela se abria com uma alavanca embutida em uma das gavetas do balcão do quarto de Sirius, informação que tinha conseguido arrancar de Remus. O único problema era: a alavanca estava emperrada.


Quando revelei o meu plano inteiro para o lobisomem, ele havia ficado pasmo. Ele achava que eu apenas queria ver o modelo do objeto para comprar um igual para meu namorado inexistente. Isso não quer dizer que eu tenha falado para ele isso só para conseguir  a informação. Se você pensou isso, pensou errado. Foram os gêmeos que disseram isso a ele.


 


FLASHBACK


 


- Explicações depois, Professor. Primeiro precisamos de INformações.


- O que você está tramando, Nymphadora?


- É que... Eu... Eu... Eu não tenho coragem de dizer isso... – e com isso, saí do quarto correndo, fechando a porta. Rapidamente, coloquei uma das Orelhas Extensíveis debaixo dela.


- É que ela quer dar um presente para o namorado. – falou Fred.


- E ela quer a MINHA opinião?


- Não exatamente. – respondeu Jorge.


- É que ela viu um objeto atrás da parede do quarto de Sirius... – continuou Fred.


- A parede secreta? – disse Remus, atônito. – Como ela conseguiu acha-la?


- Ela vinha muito aqui quando era pequena. Num dia ela viu a parede secreta. Mas Sirius logo a fechou. Ela queria vê-la novamente para relembrar dos detalhes do objeto.


- E eu com isso?


- Sirius não abriria para ela... E pensamos que você saberia como abri-la.


- Se é um presente para o namorado dela, então a alavanca fica numa das gavetas do roupeiro de Sirius.


Sorri por detrás da porta. Arranquei as Orelhas Extensíveis e saí correndo, e por sorte, não caí.


 


FIM DO FLASHBACK


 


É claro que tive que dizer a verdade para Remus depois, e ele desaprovou totalmente. Por isso, eu tinha que dar um jeito de acionar a maldita alavanca. Os gêmeos já estavam fazendo sua parte neste exato momento. Eu podia pedir ajuda a Hermione ou Gina, mas, mesmo assim, não queria chamar a atenção de Sirius, que estava no quarto de Bicuço alimentando-o. Na verdade, ele dormia naquele quarto. Mas as meninas não são as pessoas mais discretas para fazer isso. Tudo bem, eu sou desajeitada, mas, ei! Eu sou uma auror! Eu sei não ser desastrada nos momentos mais sérios. E, se aquela situação não mudasse, todos da Ordem tentariam suicídio.


E lá estava eu, tentando acionar a alavanca amaldiçoada pelo demônio. Depois de cair mais de dez vezes, eu ainda não havia desistido. Nem ia desistir. Enfiei minha mão dentro da gaveta. Apalpei a alavanca, agarrei-me a ela com toda a minha raiva. Mordi meu lábio e a puxei. Força, força, força... Quase lá... Senti um filete de sangue cair por meu queixo, consequência de ter mordido meu lábio com muita força. MAIS FORÇA, TONKS! VAI! VAI... Oh, não!


E eu caí de novo.


Mas, desta vez, eu tinha conseguido acioná-la!


Uma parede coberta por uma bandeira da Grifinória dividiu-se em duas, exibindo vários objetos secretos de Sirius, como fotos de antigas pretendentes, cartas de amor, ursinhos de pelúcia dado por garotas em gratidão por Sirius ter tido um encontro com elas, barras e barras de chocolate, entre outros.


Mas, o objeto que eu tanto queria, estava no centro, vestindo um manequim branco. A essa altura, você já deve estar curioso para saber qual é esse misterioso objeto. A resposta é: uma cueca rosa com desenhos dos Ursinhos Carinhosos. Sim, mesmo adulto Sirius tem a cueca. Naquele momento, um dilema atravessou minha mente. Fora a mãe dele que lhe dera a cueca ou fora ele que comprara? Se foi a Dona Walburga, seria constrangedor. Se foi ele, seria mais ainda.


Olhei para a cueca. Um sorrisinho maldoso esboçou-se no meu rosto.


 

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