Capítulo 1




 



15 de agosto - Férias - Manhã

Lily se esticou na cama, abrindo os olhos aos poucos. Uma fresta de luz passava pela cortina fechada, deixando claro que já era de manhã. A ruiva levantou, esticando o corpo. Olhou para os lados... Sentindo falta de suas amigas do dormitório. 

Sempre sentia saudades de casa quando ia embora. Agora, já fazia tanto tempo que estava com a família (férias longas) que ela já não se imaginava sem suas coisas, mas ao mesmo tempo, sentia falta da magia do castelo. Das companhias. Do poder ser ela mesma, sem precisar se esconder da irmã. Era assim todos os anos. Essa mudança de opinião, mas sempre um sentimento de saudades, independente de onde estivesse. 

Abriu a cortina, a tempo de ver uma coruja pousar em sua janela. Era muito bonita, uma coruja de penas castanhas e olhos muito amarelos. Lily sorriu e abriu a janela para que o animal entrasse. Carta! Quanto tempo ela esperava por uma carta. Estava com saudades dos seus amigos e do mundo mágico, por mais que estivesse feliz por estar em casa.


“Olá, meu Lírio ruivo,
Escrevo essa carta para lembrá-la que não vou desistir de você.
Não até que aceite me conhecer direito.
Beijos do seu admirador secreto.


Nhaaa... Não acho que seja secreto.
J.P.


P.S.: Alimente Jill por mim, por favor? Ela fez uma longa viagem..”


Lily revirou os olhos.

OH! Potter! Será possível que nem ao menos nas férias desistia de importuná-la? Lily jogou a pequena carta na mesinha de cabeceira, junto com outras cartas “inúteis”. Dentre elas, tinham algumas de pedido de desculpas de Severus. Ele ainda não tinha superado que ela não queria mais ser amiga dele. Não enquanto continuasse andando com quem ele andava. 

Olhou para Jill, com um sentimento de culpa.

- Desculpa, Jill, mas eu não tenho comida. - A coruja piou, triste. - Mas sei de um lugar que talvez você possa achar uns ratos suculentos! - Lily disse com um tom animado, o que deixou a coruja feliz. - Só... Espere um pouco que eu a levo para lá. 

Lily se sentia feliz com a felicidade da coruja. Que? Qual era o problema dela? Tudo bem, Jill era bem mais simpática que o dono. Mas ainda assim, nem acreditava que iria alimentar a coruja de James! E pior, se preocupava com a felicidade dela. Lily balançou a cabeça para os lados e avistou de relance pela janela, outra coruja, que chegava ao longe. OPA! Ela abriu um sorriso. Parece que todos decidiram falar com ela hoje. 

Essa coruja, ao contrário de Jill, apenas entregou a carta e foi embora. Lily pegou o envelope ainda no ar. Conhecia a caligrafia, a anos convivia com ela... Pertencia a Marlene. Lily sorriu e abriu a carta. 
A coruja piou perto dela, aparentemente se sentindo trocada pela outra carta que chegou. Lily afanou sua cabeça castanha e voltou sua atenção a carta.


“Lily... Minha Ruivinha.
Ok, você vai me matar agora.. NÃO PARE DE LER!
Well... Cansei daqui de casa, estava pensando em ir te visitar? Algum problema?
Espero que não, porque já estou saindo da cidade
Beijoooos, 
Marlene.


P.S.: O Black fugiu de casa... Acredita?”


Lily deu um pulo. Sua amiga iria vista-la! Estava tão feliz com isso. Tinha que correr, ainda precisava tomar um banho, avisar os pais, levar a coruja de James para comer e depois esperar pela amiga!
Só uma coisa a deixou intrigada.. Como assim Black fugir de casa?







14 de agosto - Férias - Noite


- CHEGA! EU VOU EMBORA DAQUI! - Sirius gritou para a mulher diante dele, levantando da mesa de jantar e empurrando Monstro pelo caminho. 

O elfo domestico se encolheu e saiu fazendo reverencias a todos na mesa. Walburga (ou mamãe), Orion (papai!) e Regulus (irmão pentelho) olhavam para ele como se tivesse enlouquecido.
Como se um dia ele tivesse sido normal.

Sirius estava cansado daquela casa. Daquele mausoléu de lembranças ruins. Não aguentava mais Walburga falando sobre como as tradições eram importantes, que ele era um traidor na família, se relacionava com as pessoas erradas, que ele nunca iria crescer na vida...

“CHEGA!” Ele gritou pra ele mesmo. “NEM FUDENDO QUE EU VOU CONTINUAR AQUI!” 

Foi simplesmente essa conclusão que ele chegou quando sua mãe abriu a boca durante esse jantar. Ela estava falando como de costume, enchendo a boca para criticar os outros. Foi apenas questão de alguns tópicos e BUUUUUM. Sirius explodiu! O garoto riu na cara deles, saiu andando pelos corredores da casa estreita na rua Grimmauld Place, número 12, até chegar as escadas. Walburga parece ter recuperado a voz, já que voltou a gritar com ele, como uma gralha.

O Maroto chegou até seu quarto, abriu a porta com raiva. Eles iam ver só! NUNCA MAIS SIRIUS COLOCAVA OS PÉS NAQUELA CASA! Chega... Chega dessa maluquice toda, daqui a um ano ele já seria maior de idade mesmo. 

Correu para o armário, pegou seu malão, duas mochilas que já estavam modificadas magicamente para caber mais do que devia e começou a jogar as coisas mais importantes dentro deles. Depois arrumaria aquela bagunça toda, quando finalmente estivesse em casa. Correu pelo quarto, guardando todas as fotos que saiam da parede (já que muitas, assim como o símbolo da Grifinória, foram coladas magicamente), roupas e pertences que encontrava. 

Sua mãe ainda gritava no andar de baixo. 

- VERGONHA! VERGONHA PARA OS BLACKS! VERGONHA PARA TODA A FAMÍLIA! FILHO INGRATO, SEU PAI E EU FIZEMOS DE TUDO POR VOCÊ. É ASSIM QUE VOCÊ NOS TRATA? COMO LIXO? COMO UM DESSES SEUS AMIGUINHOS SANGUES RUINS E TRAIDORES DE SANGUE?

Sirius desceu as escadas, passou pela sala com a mãe e o irmão atrás dele. 

- OLHE PARA MIM QUANDO FALO COM VOCÊ, SEU MAL EDUCADO! ONDE JÁ SE VIU? VAI! VAI EMBORA! MAS SAIBA QUE NÃO TERÁ UMA AJUDA MINHA E DE NINGUÉM DA SUA FAMÍLIA! VOCÊ VAI MORRER DE FOME, NA MISERIA!

- PREFIRO MORRER DE FOME E FRIO A AGUENTAR MAIS UM DIA COM VOCÊ, SUA LOUCA! - Sirius gritou de volta.

- ORION?! VAI DEIXAR ESSE MENINO FALAR ASSIM DE MIM? 

Orion nem sequer levantou da mesa. 

- AAAH! VOCÊ VAI VER! VAI TER SEU NOME APAGADO DA NOSSA ÁRVORE! NUNCA MAIS... NUNCA MAIS O NOME SIRIU BLACK TERCEIRO SERÁ FALADO NESSA CASA!

Sirius apenas a ignorou e abriu a porta da casa. 

- Sirius! Tem certeza que é isso o que você quer? A gente ainda pode te ajudar a melhorar...

- MELHORAR? Melhorar, Regulus?! Você não entende porra nenhuma mesmo, não é? Eu estou fugindo daqui, desse lugar condenado e cheio de merda. Tchau, mano, boa sorte com essa loucura toda. - Ele olhou para a mãe e gritou para todos na casa. - EU TO FORA! VÃO SE FUDER!

Saiu do local batendo a porta. 

Seria para nunca mais olhar para trás.

Adeus, Blacks. Adeus, Grimmauld Place. Adeus “mui antiga e nobre Casa dos Black". 
Olá vida. 

Olá Potters!






15 de agosto - Férias - Final da manhã, inicio da tarde


Só rezava para que Lily não fizesse picadinho de Jill.

Nhaaa, provavelmente ela gostava de animais. 

Provavelmente....

“Oh, Merlin, salve minha coruja!” Era tudo o que ele conseguia pensar. Aliás, porque, pelas calças de Merlin, James foi mandar uma carta para Evans? Ainda mais com um conteúdo tão... Idiota? É claro que ela iria rasgar e jogar no fogo.. Talvez até jogasse uma macambu... Mac.... Macumba?.. Ah, dane-se! Trouxas e suas palavras!

Na verdade, ele sabia sim porque tinha mandando a carta. Precisava ver se ela iria responde-lo ou apenas ignorá-lo. Além de claro, o fato de que adorava irritá-la. 
O triste que tinha passado horas olhando para o nada imaginando o que escreveria, para no final algo tão imbecil quanto aquilo. 

Qual seu problema, James? Porque não esquece a Evans? Sabe... Ela não é a única garota do planeta, muito menos a única quem você poderia sair. Ela é bem bonita, verdade. O mundo brilha quando ele a vê. É tão inteligente e sorridente. Além disso, ele as vezes se pegava imaginando como ela devia ser linda apenas de calçinha e sutiã. Ou talvez sem sutiã.. Até mesmo a calçi....
Foi tirado dos seus pensamentos com o pio de uma coruja. James deu um pulo e olhou na direção da Janela.

JILL! E ela carregava uma carta! 

Ohohohoho!

Tropeçou nas roupas que tinham no chão, enquanto atravessava o quarto de um lado ao outro, parando em frente à coruja castanha.

- Jill, sua sorte é ser tão linda. Assim como eu. - Ele piscou para a coruja que soltou um barulho animado. Afagou sua cabeça. 

Suas mãos estavam geladas.

Era de Lily.. Só podia ser de Lily. Suas mãos tremiam e ele sentia borboletas no estomago enquanto pegava a carta.

Coisa idiota reagir desse jeito, ela podia apenas tê-lo mandado pastar com os unicórnios.


“Potter, 
Quantas vezes terei que dizer que não me importo com o que você pensa de mim?
Além do mais, deixe-me em paz! Não sou obrigada a escutar você me importunando todo dia. 
Espero que tenha entendido o recado.
Não me mande mais cartas! 
Ass: Evans


P.S.: Eu falo sério!
P.P.S.: Marlene disse que Black fugiu de casa... Isso é sério? Ela me obrigou a perguntar”


Hum... Pelo menos ela não prometeu estuporá-lo quando o encontrasse... Ainda. E que historia é essa de que o Black.. COMO ASSIM PADFOOT FUGIU DE CASA? E pra onde ele foi? MERLIN! Ele precisava encontrar o amigo.. Sirius era louco.. Não. Isso só podia ser brincadeira da Evans. Não pode ser real! 
James jogou as mãos para o alto, indignado. Sirius fugia de casa e nem contava nada para ele? Foi até a mesinha do lado da cama, pegou um pedaço de pergaminho e uma pena. Tinha que falar com Moony, ele saberia de Padfoot.

Tomara.


“MOONY!
Socorro!
Acabei de saber que Padfoot fugiu de casa.. E agora? Ele não apareceu... Será que você poderia me dizer onde ele está? Contate Peter para descobrir. 
Qualquer coisa eu mando outra carta,
Prongs.


P.S.: Fontes confiáveis. Lily ouviu essa historia da Marlene McKinnon.”

- Padfoot.. Eu vou te matar, seu cachorro! - James exasperou vendo Jill ir embora, já atravessando a rua em direção à cidade de Remus. 

- Senhor Potter. - Um elfo doméstico chamou James diante da porta de seu quarto. O garoto virou para ele. 

- Ah, olá, Olo. - Sorriu para o elfo. - O que é? Precisa de ajuda com alguma coisa?

James gostava de ajudar os elfos, eles sempre pareciam tão ocupados. Seus pais diziam que não era preciso, que os elfos existiam para isso. Sirius dizia que era engraçado com James tratava os elfos bem, já que em sua casa Monstro era insuportável. Porém, James não ligava. Aliás, ele se divertia já que a maior parte do tempo seus pais não estavam em casa, então ficava sozinho. 

- Não, Senhor. - Ele disse, se inclinando para James. - Tem um garoto na porta, Senhor, ele disse que só vai entrar se o menino Potter for até lá.

- Oh Merlin! É o Sirius? - Disse dando um tapa na testa. Tinha mandando a carta para Remus a toa. O elfo confirmou com a cabeça.

James agradeceu e desceu as escadas correndo, sem nem ao menos trocar de roupa. Bem, não era como se Sirius nunca o tivesse visto de pijamas, certo? Escorregou no ultimo degrau, e correu na direção da entrada da mansão tropeçando. Quando abriu a porta, um Sirius muito sorridente o olhava, com um malão e duas mochilas nos ombros.

- E ai, Prongs? Que me diz de sermos irmãos? - Sirius sorriu para James, que o abraçou e ajudou a colocar as tralhas para dentro de casa.

Agora sim o mundo nunca mais teria sossego.


 





15 de agosto - Férias - Tarde


Oh Sirius.. Sirius... SIRIUS! Porque, diabos, ele tinha essa mania de sempre... SEMPRE, fazer as coisas erradas e que ninguém espera? 

Remus estava sentado na mesa da cozinha, enquanto sua mãe cozinhava o almoço quando Jill chegou. Lupin ficou muito animado com uma coruja de James, até abri-la e ver a mensagem urgente que tinha escrita.

Como assim Padfoot tinha fugido de casa? E como diabos Marlene sabia disso? 
Bom, parando pra pensar... Até que fazia sentido, sabe, ela e Sirius eram dessas famílias que se reunião e eram todas interligadas por parentes. Provavelmente alguma tia tinha comentado com sua mãe. 

O engraçado é que ela foi comentar isso justo com Lily. 

Remus levantou correndo da mesa, deixando sua mãe com um olhar perplexo em sua direção, sem entender o motivo da correria. Correu na direção dos pergaminhos que estavam na mesa da sala, e procurou por canetas. 

Bom, Wormtail devia saber alguma coisa, já que ele e James não sabiam.

Na verdade, isso era difícil de acreditar, Sirius não era muito fã de Peter.

A quem ele estava querendo enganar? Sirius era um caso perdido, ele podia estar em qualquer prostíbulo agora, jogando todo seu pouco dinheiro fora com algumas prostitutas. 

Não que ele precisasse pagar para que dormissem com ele.


“Wormtail,
Por acaso sabe algo de Padfoot? Parece que ele fugiu de casa e James está louco atrás dele!
Se souber de algo, nos avise.
Moony”


A carta era simples, o necessário para que Peter entendesse. Ele não era muito rápido de raciocínio. Mandou-a por sua própria coruja, já que iria responder James com Jill. Enquanto Frank (sua coruja de penas pretas) se afastava, Remus escrevia a carta para James.


“Prongs,
Eu vou matar o Black! Eu te juro que se ele sumir por muito tempo, vou fazer questão de mordê-lo na próxima transformação!
Não. Eu não estou brincando! 
Avise-me se souber de algo,
Moony.


P.S.: Mandei uma carta para Peter, espero que ele entenda rápido.”


Remus mandou a carta à James, e esperou durante alguns minutos. Peter não morava muito longe de Remus, então não devia demorar muito. 

Ou, bem, era Peter, certo? 

Ele iria demorar.

Suspirou e desceu para a cozinha. Iria explicar para sua mãe o motivo da pressa toda, e iria almoçar antes que sua mãe enfiasse a comida nele, goela a baixo. Não demorou muito, uma coruja se aproximou dele, jogando a carta em cima da mesa. 

Era Frank. Peter finalmente tinha respondido.


“Moony, 
Nada por aci. Tomara que o encontriem. 
Ass: Wormtail”


Peter.. Sempre tãããão inteligente. Revirou os olhos e deixou a carta suja de dedos de chocolate (normal das cartas de Peter) em cima da mesa. Terminou de almoçar e subiu para o quarto. Passou-se um dia inteiro até que a carta de James chegasse.

Já estava entediado quando Jill entrou pela janela do quarto.


“Moony, 
Amigo, pra que tanta revolta? Sou eu, seu lindo e gostoso Padfoot falando aqui. 
Eu estou vivo... E não, não estou com prostitutas.
Sério, eu sei que você pensou isso. 
Beijos do seu cachorrão mais lindo do mundo, 
Sirius Uolf-Uolf Black.


P.S.: UUUUUI! McKinnon está preocupadinha comigo, é?”


Remus revirou os olhos, aquele com toda certeza era Sirius. Voltou a ler a carta, percebendo a continuação com a caligrafia de James.


“Remus,
Padfoot veio até aqui em casa. Parece que demorou a chegar porque teve problemas para explicar a localização exata para o piloto do Nôitibus. 
O importante é que ele não morreu. 
Pode pular de alegrias.
Espero não ter te matado do coração, 
Quer vir aqui pra casa e te explicamos tudo ao vivo?
TE AMO, MEU LOBÃO, 
NÃO ME MATE,
Prongs, seu maroto mais lindo do que o cachorrão a cima.


P.S.: É, e o mais chifrudo também. HAHAHAHAHAHAH”


O ultimo P.S. vinha de Sirius. Remus riu e respondeu logo seus amigos, avisando que iria para casa de James o mais rápido possível. Agora só precisava avisar Peter, e todos os Marotos se encontrariam durante as férias.

Era só ele ou isso não parecia muito seguro?



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N/A: Primeiro capítulo é durante as férias do Quinto pro Sexto ano. Inicialmente a fic iria ser a partir do Sexto, mas eu acabei mudando de ideia. E como esse capítulo pareceu interessante, eu não resisti coloca-lo. UHAUHAHUAHUAHUAUHAUH

O próximo é a volta deles pra Hogwarts, já no Sétimo, e ai continua a história. 
Espero que gostem :3
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Comentários (1)

  • Lana Silva

    O. Meu.Merlin! Eu estou apaixonada pela fic, serio, como eu já disse a musica que deu nome a fic é maravilhosa e eu não me canso de ouvir - sempre lembro dos meus amigos quando a ouço e agora que estou longe deles mais ainda - bem, eu estou super feliz com a fic, o jeito que você escreve é maravilhoso, sem erros. Tô amando seus POVs, nossa garota você escreve muito bem, eu ri bastante com o capitulo e com as cartinhas ahhhhhhhhhh eu amoo Six muiiito divo kkk e louco também. Beijooos flr! 

    2012-07-03
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