Preparativos para a Festa



 


Olá!


Tem alguém ainda por aí?  Acho que os “monstrinhos sedentos por mais capítulos” - que Gego garantiu estarem rondando a fic - foram procurar outra história. Meus leitores são só silêncio. Com exceção de Tamy, que se manifestou timidamente, ninguém mais se queixou do atraso da postagem do novo capítulo.
Bem, para os que estavam ansiosos para o casamento, estamos chegando lá. Será no próximo capítulo (uhu!). Mas acho neste agora vocês vão se divertir com os preparativos para a festa. E tenham o coração forte para acompanhar a descoberta que Mione vai fazer. Culpa da bola de cristal que me revelou essa cena.

Boa leitura!


Morgana


P. S: Quero muitos, muitos, muitos comentários! De preferência longos! Estou pedindo demais?


* * * * *


 


 


 


 


Na véspera do casamento, A Toca acordou mais animada do que nunca. Os visitantes do dia anterior, que participaram do ensaio de valsa bruxa, já tinham ido embora. Hermione estava aliviada por ver Ron distante de Lisbeth, mas, quando lembrava que ela voltaria para a festa, sentia o estômago se contorcer. Não sobrava muito tempo, no entanto, para pensar nisso porque Molly, agitada como Mione jamais vira, distribuía muitos trabalhos aos filhos e hóspedes. À noite ainda haveria uma pequena comemoração pelo aniversário de Harry e isso aumentava a demanda de tarefas.


“Vamos adiantar tudo ao máximo hoje, para evitar imprevistos. Arthur, quando voltar do Ministério, não esqueça que o grande toldo, as mesas e cadeiras estão por sua conta. Mione, querida, me disseram que você tem especial talento para decorar. Pode cuidar dos arranjos de flores? Gina, desça com as toalhas de renda, que serão usadas nas mesas. Jorge! Fred! Como está o jardim? Conseguiram podar a grama e espantar os gnomos? Carlinhos, repasse mais uma vez a lista de convidados que confirmaram presença. Ronald, Harry, preciso que me ajudem a levar essas caixas para o porão”, disparava Molly, fazendo todos se movimentarem.


Quando algum dos “recrutados” concluía uma tarefa, Molly logo o incumbia de outra. Ron, conhecendo bem a mãe, resolveu não fazer alarde quando terminou de organizar o próprio quarto. “Será que mamãe acha que algum convidado vai entrar aqui?”, perguntou a Harry assim que deram conta da quarta missão delegada pela matriarca dos Weasley. O amigo se limitou a dar um sorriso.


- Harry, se mamãe perguntar, diz que fui ao jardim ajudar Hermione a colher algumas flores para o arranjo. Mione é tão perfeccionista que não terminou até agora a decoração. Vou até lá dar uma espairecida – informou.


- Tudo bem, cara. Também estou pensando em procurar a Gina – Harry respondeu com um risinho.


Jamais confessaria isso para Harry, embora imaginasse que ele soubesse. Estava morrendo de saudades da amiga. Não se viam desde o café da manhã, quando a srª. Weasley começou a distribuir as tarefas. O almoço foi realizado em turnos e servido na pequena mesa da cozinha, a pedido de Molly, “para não atrasar os trabalhos e bagunçar demais a casa”. Ron fez a refeição junto com a mãe, Harry e Carlinhos. Já Gui acompanhou a noiva, a irmã e os pais dela. Hermione pensou que seriam apenas ela e Gina, mas precisou aturar os gêmeos falando sobre acidentes e gafes acontecidos nos casamentos da família.


Ron queria ficar um pouco a sós com a amiga, mas desconfiava que ela dificilmente pararia de confeccionar os arranjos de flores, pelos quais era responsável, para lhe dar alguma atenção. “Que linda a decoração que você está fazendo, Mione”, disse o ruivinho.


- Obrigada, Ron. Já terminou todas as suas tarefas? – perguntou, olhando rapidamente para o amigo e voltando a se concentrar nos arranjos.


- Já sim e, na verdade, não quero receber nenhuma a mais. Já fiz tarefas suficientes para um mês – respondeu.


- Não imaginei que um casamento bruxo desse tanto trabalho – Mione comentou.


- E o casamento trouxa não dá trabalho? – a encarou intrigado.


- Claro! E muito mais. Afinal, não temos varinhas para nos ajudar a organizar tudo mais rápido – ela refletiu.


- Será a primeira vez que você vai participar de um casamento bruxo? – Ron a interrogou.


- Sim, Ron, e estou bem curiosa. Afinal, como é a cerimônia de um casamento bruxo? –questionou a menina.


- Ah, Hermione, eu não sou a pessoa certa para falar desse assunto. Você nunca leu nada sobre isso? – tentou sair pela tangente.


- Por incrível que pareça, nunca li sobre o assunto – garantiu.


- Então pergunta para mamãe. Ela adora falar de casamento e esses tipos de coisa - sugeriu.


- Não quero perguntar para sua mãe, Ron. Quero que você me explique como é. Ou por acaso nunca foi a um casamento? – insistiu.


- Eu já fui a alguns casamentos, mas não sei explicar muito bem...


- Tente, pelo menos. Em algum momento usam as varinhas? – prosseguiu a menina ainda sem olhar para o rapaz, concentrada em concluir mais um arranjo.


- Se não estou enganado, depois que os noivos prometem amor e fidelidade por toda a vida, as duas varinhas são elevadas acima da cabeça do casal – começou o ruivinho.


Hermione finalmente deixou de lado a tarefa e mirou os olhos do amigo. “O que acontece então, Ron?”, indagou.


O rapaz ficou inibido. Por que Hermione estava tão interessada naquele assunto e por que perguntava sobre isso justamente para ele? Poderia ter recorrido a Gina, a Molly, a Tonks ou a própria Fleur.


- Ron? Você me ouviu? O que acontece depois que as varinhas do noivo são elevadas? – insistiu.


- Bem... Se não estou enganado... – começou hesitante para logo depois mostrar ter conhecimento - Sai uma luz de cor diferente de cada varinha e, quando as duas se encontram, produzem uma magia forte e muito bonita, que envolve os noivos. Segundo a tradição, esse feitiço simboliza que agora já não são mais dois, mas um só, com um poder ainda maior.


- Por Merlin! Deve ser uma cerimônia linda mesmo e repleta de significado – exclamou a menina.


O ruivinho não sabia por que, mas se sentia pouco confortável para falar sobre casamento com a amiga. Decidiu encerrar de vez o assunto, mesmo se forma educada.


- Amanhã você vai assistir a um casamento bruxo e poderá tirar as próprias conclusões. As mulheres, em geral, se emocionam nessa cerimônia. Mamãe sempre chora. Quero ver se, quando for a minha vez, ela também vai ir às lágrimas. Espero que não porque já dever ser complicado casar e ficar no centro das atenções...


Ao constatar que Mione o olhava muito sorridente, o rapaz interrompeu a fala. Não imaginava que menina estava encantada pensando na possibilidade dos dois se casarem um dia. Ele deduziu que, a exemplo dos gêmeos, a amiga achava engraçado ouvi-lo dizer que iria se casar. Por isso não conseguiu ficar quieto.


- Por que está rindo? Você também acha que não vou encontrar uma bruxa louca o suficiente para querer casar comigo? – sondou.


- Não, não é isso. É que não sabia que você pensava em se casar – disse a menina desmanchando o sorriso.


- Mione, eu não tenho poder e ambição suficientes para dominar o mundo bruxo ou para ser o mais fantástico feiticeiro de todos os tempos. Sendo assim, preciso gastar minha energia com esposa e filhos – falou em tom divertido.


- E quantos filhos você pensa em ter? – o arguiu com curiosidade.


- Oito filhos – respondeu sorridente.


- Oito?! Por que oito? – assombrou-se a menina.


- Para superar os meus pais, que tiveram sete – afirmou com um risinho maroto.


- Mas você vive dizendo que é horrível ter seis irmãos, que precisa estar sempre lutando para conseguir um espaço. E vai fazer os seus filhos viverem essa mesma experiência? – o interpelou, mesmo sabendo que ele não falava sério.


- Eu vou ser o pai. Esse será um problema deles – disparou abrindo um largo sorriso.


- Sendo assim, não acredito que vai encontrar uma bruxa louca o suficiente para querer casar com você – declarou enfática.


- Eu concordo – continuou o rapaz, dando uma gargalhada – Você, com certeza, não se casaria com um bruxo como eu... Ou se casaria?


O rapaz tinha falado sem pensar e, ao se dar conta das próprias palavras, logo suas orelhas ficaram vermelhas. Hermione estava visivelmente encabulada e começou a gaguejar. “Er... Ron... que pergunta... eu... você não pode brincar com um assunto tão sério”, por fim falou.


Ao notar como a menina estava envergonhada, pensou em insistir na pergunta, mas Gina caminhava em direção aos dois e Ron achou melhor ficar quieto. “Mamãe está convocando todos à sala. Parece que quer dar novas diretrizes. E logo vamos ter a festa de Harry”, a ruiva anunciou.


xxx


Ron acordou pensando em Hermione. Na verdade, isso acontecia quase todos os dias e, na hora de dormir, não era muito diferente. O sentimento que tinha por aquela menina - de cabelos cheios e fofos, olhos castanhos muito vivos e iluminados, inteligência acima da média - parecia ter se transformado em uma obsessão.


Não entendia como aquilo ocorrera. Ela era mandona, fazia questão de mostrar que sabia tudo, não por acaso levantava sempre as mãos para responder as perguntas dos professores em Hogwarts, não possuía muito senso de humor e chegava a ser azeda às vezes. Ao mesmo tempo, no entanto, sabia ser meiga, carinhosa e divertida até em tantos momentos, preocupada com os amigos, pronta a quebrar regras por uma boa causa.


Definitivamente, todas essas aparentes contradições deixavam Ron confuso e...  apaixonado! Ainda mais apaixonado, se isso fosse possível. Mas não era fácil admitir que aquela jovem pela qual o coração do ruivo batia desesperadamente era a mesma Hermione Jane Granger que fez pouco caso dele ao conhecê-lo no Expresso Hogwarts.


Parecia que ainda ouvia a voz com timbre mandão o questionando ao ver que ele não conseguira mudar a cor do rato Perebas: “Você tem certeza que este feitiço está certo”? O pior foi a menina, mantendo aquele ar superior de sabe-tudo, ainda falar que ele não era muito bom em magia.


Todas essas lembranças, apesar de muito vivas, estavam distantes no tempo e o rapaz se surpreendia ao constatar que a menina inteligente e mandona agora não tinha mais medo de se mostrar frágil, desabava diante de uma palavra dele, buscando consolo em um abraço.


“Brilhante, como sempre”, pensou Ron, dando um sorriso ao lembrar das palavras corajosas dela ao ministro da Magia. Scrimgeour visitara A Toca na noite anterior para levar os objetos doados aos três amigos por Dumbledore.  Quando Harry questionou porque tinham demorado tanto a comunicar sobre o testamento, a menina não pestanejou. “Queriam examinar seja lá o que ele tenha nos deixado. O senhor não tinha o direito de fazer isso!”, falara a inteligente e corajosa bruxinha.


Ela não teve atitude diferente ao defender que a espada de Godric Gryffindor pertencia a Harry, como Dumbledore afirmara em testamento, apesar do ministro tentar convencê-los do contrário. “A espada o escolheu, foi ele quem a encontrou, saiu do Chapéu Seletor para as mãos dele”, Mione falou exaltada ao perceber que o objeto não seria entregue ao amigo.


Ao mesmo tempo em que mostrava toda essa coragem, a menina também se emocionava fácil. Ron não queria perder oportunidade alguma de consolá-la e a envolveu com o braço quando ela chorou ao ser informada do livro que recebera como herança. E com o coração acelerado o rapaz percebeu a amiga se inclinar levemente em sua direção, acolhendo o gesto de carinho.


Ainda não entendia por que Dumbledore deixara para ele o desiluminador. Era um objeto curioso e interessante, mas achava que não serviria muito na missão que iniciariam. Também o livro de literatura bruxa infantil, “Os contos de Beedle, o bardo” e o pomo com os quais o ex-diretor de Hogwarts presenteara Hermione e Harry, respectivamente, não pareciam muitos úteis para a captura das horcruxes. Mas o ruivinho sentia que não era o momento de pensar em tudo isso.


Lembrou do diálogo que tivera com a amiga na última tarde. Depois da resistência inicial à orientação do pai para que não revelasse o seu sentimento por Mione antes de concluírem a missão, agora ele mesmo estava decidido a continuar guardando o amor pela menina em segredo. Ainda assim, gostaria muito de ter terminado aquela conversa.


Seria quase impossível que ele e Mione pudessem ficar a sós por um momento que fosse naquela manhã. O casamento aconteceria à tarde e a casa estava mais movimentada do que nunca. Ron tinha acordado mais cedo que de costume e, ao entrar na cozinha para tomar café, encontrou Hermione sozinha. Parecia que a menina estava esperando por ele.


Depois de se saudarem com um “bom dia” acompanhado por sorrisos, a menina falou sobre um assunto que a estava preocupando. “Ron, acho que você e Harry precisam deixar suas mochilas prontas hoje, antes do casamento. Coloque algumas peças de roupa, sem esquecer os casacos, e o que mais achar que vai precisar para a missão”, recomendou.


- Mas por que isso, Hermione? Por acaso você acha que a gente vai ter que sair fugido da Toca? Mesmo se mamãe não aprova que abandonemos Hogwarts para partir nessa missão com Harry, ela não vai nos amarrar aqui – falou com aquele olhar desconfiado e sorriso torto indecifráveis para a menina, que nuca entendia se o rapaz a censurava ou simplesmente se divertia com a seriedade dela.


- Não é nada disso, Ron. Simplesmente não sabemos a hora certa de partir e precisamos estar prontos. Por acaso custa tanto assim fazer o que estou pedindo? – perguntou chateada.


- Mione! Eu não disse que não vou fazer. Mas hoje será difícil encontrar um horário livre. O furacão Molly não vai sossegar enquanto a festa não tiver começado e nós somos as suas vítimas preferidas – justificou dando uma piscadela.


- Mas você pelo menos vai tentar? – interrogou a menina que também sabia ser persistente.


- Tudo bem, senhorita Granger, eu vou tentar arrumar a minha mochila hoje. Satisfeita agora? – a questionou com um lindo sorriso.


Os dois se encararam por alguns segundos. Ambos gostavam tanto quando podiam mergulhar no olhar um do outro, sem pressa, sem precisar falar. Mas aquele instante durou pouco, muito menos do que os seus corações enamorados desejariam.


“Ronald! Hermione! Estava justamente procurando por vocês”, falou Molly esbaforida, com o rosto vermelho, os cabelos desalinhados, entrando na cozinha. Logo pediu para Ron ajudar o pai e deu também uma tarefa para Hermione. “Vamos substituir o almoço por um lanche, que será servido ao meio-dia. Mas não esqueçam que às 14h devemos parar tudo para nos arrumar e estar prontos para receber os convidados. Não podemos nos atrasar”, argumentou.


xxx


Todos estavam muito ocupados. Ron e Harry ajudavam o sr. Arthur a enfileirar e alinhar, milimetricamente, as cadeiras douradas que os convidados usariam durante a cerimônia de casamento. Embora contassem com o auxílio das varinhas, garantindo mais rapidez e eficiência, ainda assim a tarefa exigia certo tempo. Sem falar que ainda tinham outros trabalhos a cumprir.


Hermione percebeu que aquele seria o momento perfeito. Não se sentia muito à vontade. No fundo, achava que era algo errado. “Tudo bem, preciso fazer isso”, disse para si mesma na tentativa de adquirir coragem. Carregando a bolsa de contas que ganhara de Tonks e tinha o poder de reduzir os objetos, com o coração batendo forte, abriu a porta devagar.


Tudo ali era muito simples e de gosto duvidoso, mas ainda assim transmitia harmonia e aconchego. Uma rústica cama de madeira acompanhada por uma mesa de cabeceira velha, o guarda-roupa de apenas duas portas, a cômoda um pouco torta e a escrivaninha pequena empilhada de livros e revistas de quadribol eram os poucos objetos que decoravam o cômodo. A grande janela, da qual se avistava o jardim, dava uma luminosidade quase mágica ao ambiente.


Apesar do local estar arrumado como nunca, sem dúvida devido à insistência de Molly, o pôster da atual equipe de quadribol do Chudley Cannons e uma flâmula com o símbolo do time não a deixavam enganar. Ela estava no quarto de Ron. Mesmo se não achava certo entrar naquele espaço em segredo, a menina tinha um bom propósito. Conhecia bem os amigos e sabia que eles não tinham arrumado a mochila, como pedira. E algo dentro dela lhe dizia que as bagagens precisavam estar prontas antes do casamento.


A bruxinha tenta ser rápida. Localiza as duas mochilas – a de Ron dentro do armário, a de Harry debaixo da cama – e ergue a varinha, dando os comandos de “Accio” para encontrar e conduzir as roupas até as respectivas bagagens. Checa mentalmente a lista de itens básicos para a viagem e, ao constatar que está tudo pronto, senta-se na cama do ruivinho para fechar as mochilas.


Quando se prepara para levantar, um porta-retrato com a moldura de madeira degastada colocado sobre a mesa de cabeceira chama a atenção da menina. Na foto, os três amigos estão em pé na frente d’A Toca e sorriem. Mione lembra logo daquele dia. Estavam prontos para sair para a Copa Mundial de Quadribol. Ron e Harry, apaixonados pelo esporte, não se continham de felicidade e ansiedade. Institivamente, pega o porta-retrato para observar melhor a imagem. Ao apoiar a mão na cama, esbarra no travesseiro, deixando à mostra um livro.


Mione não queria, de forma alguma, invadir ainda mais a privacidade do rapaz. No entanto, era impossível não ser atraída por um livro. Escrito em dourado sobre a capa vermelha, Mione leu com surpresa o título “Doze maneiras infalíveis de encantar bruxas”. No mesmo instante o seu rosto fica quente, sente o coração disparar e as mãos tornam-se frias.


“Ah, não! Por que Ron está lendo isso?!’, falou em voz alta, imaginando que o rapaz desejava conquistar veelas ou bruxinhas atraentes e vazias, com Lilá Brown. “Eu não vou abrir esse livro, eu não devo abrir esse livro”, começou a repetir mentalmente. “Eu preciso abrir esse livro”, por fim reconheceu, pegando o volume nas mãos. Na primeira página, a dedicatória chamou a sua atenção:


Caro irmãozinho,


Esperamos que você honre o sobrenome Weasley e aprenda as técnicas da conquista. Mas não se esqueça do conselho de Arthur Weasley: mais difícil do que conquistar uma bruxa diferente a cada dia é reconquistar a mesma bruxa todos os dias.


Fred e Jorge


Sem evitar uma cara de espanto, a menina parou alguns instantes para refletir. Como assim os gêmeos, que não pareciam levar nada a sério, inclusive os relacionamentos amorosos, citavam aquele conselho tão acertado do sr.Weasley? Não parecia fazer sentido. De repente a menina se deu conta do que estava fazendo. Com o rosto vermelho, completamente desconcertada, se levantou. Acabou deixando o livro cair de suas mãos e de dentro dele saiu um retrato. Ao pegar a imagem, um novo susto.


Era ela, Hermione Granger, que aparecia no retrato trouxa, sem movimento, usando um vestido azul claro e sorrindo. A foto tinha sido tirada nas férias do ano passado, durante a visita da menina à Torre Eiffel, tendo como pano de fundo um deslumbrante pôr de sol.


Havia enviado a fotografia junto com uma cartinha ao amigo. Tinha certa esperança que o rapaz apreciasse aquela imagem, da qual ela mesma tanto gostara. “Acho que fiquei bonita e feliz. Estava pensado em Ron quando mamãe fez a foto”, lembrou. Mas jamais imaginava reencontrá-la dentro do livro com título tão significativo.


“Não tenha falsas esperanças, senhorita Hermione Granger. Não é você a bruxa que Ron deseja encantar. Até porque não precisava de um livro para isso. Você já estava totalmente enfeitiçada por ele”, a sua consciência a alertava. Sacudiu a cabeça para tirar aqueles pensamentos da cabeça.


Ao virar a foto, a menina ficou roxa de vergonha. Ela reconheceu a própria letra, pequena e de traços arredondados, mas se surpreendeu com a dedicatória. Não sabia como tivera coragem de escrever aquelas palavras:


Querido Ron,


Sonho com o dia que visitaremos a Torre Eiffel juntos. Aqui é um lugar fabuloso, que emana magia.
Saudades, um beijo,


Mione


Com grande esforço, a Hermione racional voltou à ativa. Colocou a foto dentro do livro, guardado rapidamente no mesmo lugar, debaixo do travesseiro. Em seguida, esticou a coberta laranja da cama e comandou as mochilas, que reduziram magicamente de tamanho e mergulharam na bolsinha de contas. Com o coração aos saltos e expressão assombrada, deixou o quarto do ruivinho.


Mal havia saído ao corredor, ouviu a voz de Gina. “Mione! O que houve? Você está branca como cera. Por acaso viu algum fantasma?”, perguntou a esperta ruivinha. “Não.Está tudo bem”, desconversou.


- Você estava no quarto de Ron? – Gina se deu conta – O que estava fazendo lá?


- Psiu, Gina... – pediu quase balbuciando – Eu precisava procurar uma coisa lá.


- Por acaso essa coisa tem cabelos ruivos e olhos azuis? – questionou divertida.


- Ah, Gina, tem horas que você não consegue negar que é irmã de Fred e Jorge...


A mais jovem dos Weasley deu um sorriso aberto para em seguida dizer à amiga que precisavam se apressar. “Eu procurei você por toda a parte. Devemos começar a nos arrumar se quisermos ficar bem bonitas para a festa. Fleur já foi se vestir”, falou.


Hermione se limitou a balançar a cabeça afirmativamente e acompanhou a ruiva escada abaixo. Ainda bem que podia contar com a ajuda de Gina para preparar o penteado e a maquiagem. Não tinha muito talento para isso e naquele momento, atordoada com a lembrança do que acabara de descobrir no quarto do rapaz, teria mais dificuldade ainda. “Não se preocupe. Você será a mais linda da festa. Ron não vai ter olhos para mais ninguém”, disse a amiga parecendo ler os pensamentos da morena.


Xxx


Para ouvir antes, durante ou depois de ler o capítulo:


Lovesong


http://irpra.la/m/1101081


Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am home again
Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am whole again...


Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am young again
Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am fun again...


However far away
I will always love you
However long I stay
I will always love you
(...)


 

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Comentários (13)

  • Gego

    Sim, eu vim aqui ontem e fiquei triste quando vi que o capítulo tinha sido adiado. Apesar de algumas manifestações (risos), não me sinto a vontade em postar comentários lhe cobrando, pois sei que você tem sua vida pessoal e, como autora, também precisa de tempo pra formular enredos, revisar, essas coisas. Apesar de ser um monstrinho sedento, sim, muito sedento por suas histórias, tenho paciência em esperar, afinal, tenho a certeza que você aparecerá com um capítulo magnífico. E pelo visto eu não errei, você caprichou mais uma vez. Muito perfeito!Esse momento da Mione no quarto do Ron... Fiquei imaginando a cara dela depois que encontrou o livro, ri sozinha. O incrível é que depois de tudo ela ainda tem dúvida do que ele sente. Estou adorando essa fase de "descobertas" e o clima que sempre rola quando eles ficam sozinhos. Acho muito fofo! Esse casal é maravilhoso, essa é a verdade. *-*O próximo é do casamento, isso mesmo? Estarei aguardando ansiosamente, sem pressão. kkkkA propósito, a música é linda. Nunca tinha escutado.PS: Fico feliz que você tenha gostado do "presente". Eu, particularmente, sou apaixonada pela fanart do momento da enfermaria. :D Beijos! 

    2012-08-04
  • willi santana

    ah eu amei!!! esse processo de amaderecimento deles é fantastico, porque nós vemos altos e baixos e adaptações incríveis. Ron esta apaixonado mas se senti desconfortavel ao falar de casamentos, aomesmo tento que ja tem a sua vida sem abições traçada, digamos assim, enquanto Mione aproveita a situação para entender o que Ron pensa, é muito legal.... sabe eu ja tinha parado pra pensar como mione conseguiu arrumar as coisas dos tres e deixar tudo pronto antes de precisar fugirem..... mas a idéia dela foi ótima, um risco, porém bem prático. e a surpresa do livro foi tudo, incrivel como a nossa consciencia pode ser um saco as vezes, porque com tudo que ja estava acontecendo e com a insegurança de Ron, era de se esperar que ele recorresse a algo pra conquistar uma bruxinha (so não esparesse que este recurso fosse um livro, hehe), e que esat bruxa seria a Mione... mas nossa cabeça (ou coração) nunca quer enxergar o que esta tão claro em nossa frente!! incrível como sempre, e a musica então, declaração perfeita, engraçado, me fez voltar a cena dela na torre Eiffel, mas tb me fez avançar aos momentos em que eles estão separados, depois que ron vai embora..... enfim... agora vamos ao casamento!! beijocas muchas!!!

    2012-08-04
  • luluweasley

    OiOi,Morgana! passei rapidinho para ler a fanfic por que estou super atrasada para um compromisso. Prometo que volto outra hora para fazer o grande comentário que você merece.  bjs, e me espere!

    2012-08-04
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