Chapter II-I



Chapter II-I – Ferramentas e Maldições Imperdoáveis


 
Os alunos da quarta série da Grifinória estavam tão ansiosos para ter a primeira aula com Ushiromiya que, na quinta-feira, chegaram logo depois do almoço e fizeram fila à porta da sala, antes mesmo da sineta tocar.


A única pessoa ausente foi Hermione, que chegou no último instante para a aula.


- Estava na...


-... Biblioteca - Harry terminou a frase da amiga. Anda logo senão não vamos arranjar lugares decentes.


Eles correram para pegar três cadeiras bem diante da escrivaninha do professor, apanharam seus exemplares de As forças das trevas: um guia para sua proteção, e esperaram anormalmente quietos.


- Podem guardar isso – Foi a primeira coisa que Battler disse ao entrar - esses livros. Não vão precisar deles.


Os alunos tornaram a guardar os livros nas mochilas, Rony tinha um ar excitado.


Ushiromiya apanhou a folha de chamada, e começou a chamar os nomes,


- Certo, então - concluiu ele, quando a última pessoa confirmara presença. – Primeiro, esqueçam essa idéia de “magia negra” e “magia branca” tudo é magia, o que a diferencia é para que você a usa, e é exatamente sobre isso que nós iremos falar nessa aula de hoje. Agora, quantos de vocês conhecem as maldições imperdoáveis? – Várias mãos se ergueram no ar, incluindo, para a surpresa de Harry, as de Rony e Nevile.


-ótimo, bem... Você, o ruivo ali na frente, qual é mesmo o seu nome? – Pedio o Ushiromiya apontando para Rony.


-Rony Weasley senhor.


-Ótimo, pois bem, senhor Weasley, diga-nos uma maldição.


-Meu pai me falou sobre uma, a maldição Imperius.


-Ah, perfeito, a maldição do controle, justamente o exemplo que eu precisava, agora turma, vamos supor que eu fique louco e ataque todos vocês, e então o senhor Weasley aqui usa a Imperius para me fazer parar, agora me digam, ele deve ser trancafiado em Azkaban por isso? – Ninguém respondeu a pergunta, o que fez Battler sorrir satisfeito. –Pois bem, vamos à próxima, você, qual o seu nome? – Agora ele estava encarando Nevile, que timidamente se levantou.


-N-Neville Longbotton senhor.


-Agora Neville, posso te chamar assim? – Após o garoto confirmar com a cabeça, o ruivo continuou. – Diga-me uma maldição. Não precisa ficar nervoso, está tudo bem se você não souber.


-Eu conheço uma, a maldição Cruciatus.


-Ah sim, a maldição da tortura, realmente cruel essa, mas não faz nada que uma magia considerada “branca” não possa fazer. Vamos dar um exemplo simples. Agora, vamos suor que eu simplesmente pegue um de vocês e use um feitiço de fogo, incêndio. Se ignorarmos toda essa história de magia negra e branca, qual a diferença entre o que eu estaria fazendo, e utilizar a Cruciatus? Nenhuma, ambas estão causando dor. Pode se sentar agora Neville. – Após isso, ele se voltou para toda a classe.


-Agora, a ultima maldição, a maldição da morte, Avada Kedavra. Alem do fato de ser instantânea e indolor, não tem diferença de, por exemplo, eu lançar um feitiço de corte no pescoço de vocês, afinal, ambos iriam matar. Bem, isso é tudo, agora, qual é a próxima aula de vocês?


-Invocações. – Respondeu uma voz ao fundo


-Pois bem, eu sugiro que tenham cuidado e tentem não errar muito, estão dispensados.


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A primeira coisa que notaram ao entrar na sala de Invocações era que não havia nada por ali, tornando a sala um grande espaço vazio.


Beatrice estava no centro da mesma, e encarava os alunos com uma expressão de escárnio, como se achasse perda de tempo tentar ensiná-los alguma coisa. E assim que o ultimo aluno entrou, a expressão dela mudou para uma de resignação


- Certo... Vamos começar pelo inicio, como vocês já devem saber me chamo Beatrice Ushiromiya, mas como existem duas pessoas com esse nome por aqui me chamem apenas de Beatrice. – Ela fez uma pausa antes de continuar. – A maioria de vocês não deve saber, mas invocação é algo fácil e difícil ao mesmo tempo, pois apesar do seu processo realmente simples, o mesmo é algo que utiliza muita magia para ser feito, então se você tiver uma magia fraca, não conseguira invocar nem mesmo uma mosca. – Outra pausa. – Agora, se puderem abrir esses livros. – Após dizer isso, uma borboleta dourada aparece diante de cada aluno, e logo as mesmas se tornam grandes e grossos livros de capa preta com alguns detalhes em vermelho e dourado. – Essa é uma enciclopédia de Demônios, escolham o que preferirem e gravem seus nomes na memória, mas tenham cuidado de memorizar apenas os nomes, pois alguns têm imagens deles em suas paginas. – Após ela terminar de falar, todos abriram os livros e os folhearam.


Depois de algum tempo eles acabaram e estavam esperando para ver o que fariam agora.


- Parece que vocês já escolheram seus demônios, então agora eu acho que podemos começar a invocá-los. – Após Beatrice dizer isso a sala explodiu em murmúrios animados, cada um com uma expectativa diferente, mas que cessaram logo, permitindo que Beatrice continuasse. – Antes de qualquer coisa, eu vou lhes mostrar como é. – Ela fechou os olhos e continuou. – Vamos Apareçam, Sete Irmãs do Purgatório. – Após ela terminar, um enxame de borboletas douradas apareceu diante dela, e logo o mesmo deu lugar a uma garota.


Ela era idêntica a Lúcifer, a única diferença era seu cabelo verde


- Leviathan de Inveja... Presente.


Logo outras seis garotas apareceram, todas do mesmo modo que Leviathan havia feito


- Satan de Ira, Belphegor de Preguiça, Mammon de Ganância, Belzebu de Gula, Asmodeus de Luxúria, e Lúcifer de orgulho Presentes.


- Isso é o suficiente, podem ir. – Ordenou Beatrice, fazendo com que as sete sumissem do mesmo modo que haviam chegado. – Agora... – Continuou ela. – Quem quer começar? – Pela segunda vez naquele dia, a mão de Rony foi uma das que foram erguidas, e logo que Beatrice colocou os olhos nele, ela deu um sorriso desafiador  e acenou com a mão, como se o chamasse.


Rony caminhou até Beatrice, e ao chegar até ela à mesma lhe perguntou que demônio havia escolhido


- M-Myrho... – Respondeu hesitante.


- Certo... Como é a sua primeira vez, você deve imaginar como seria a forma humana dele. – Orientava Beatrice, ao que Rony apenas acenava com a cabeça, mostrando que estava entendendo. – Agora feche os olhos e concentre-se. Depois de terminar mantenha a imagem na sua mente e não a esqueça. – Enquanto ela falava, Rony apenas seguia suas ordens sem falar nada. – Terminou? – Perguntou Beatrice depois de um tempo, ao que Rony apenas balança a cabeça afirmando. – Então tente chamá-lo. – O ruivo ainda levou mais um tempo se concentrando antes de abrir a boca.


- Vamos apareça, Myrho. – Após o ruivo terminar de falar, um enxame de borboletas azuis se formou diante dele, e logo as mesmas foram substituídas por uma pessoa.


Ele era um pouco mais alto que Rony, tinha cabelos negros e olhos azuis, usava um sobretudo aberto negro e calças pretas comuns, alem de uma camiseta vermelha.


- Myrho as suas ordens, mestre. – disse o demônio se ajoelhando perante Rony.


- Muito bom para uma primeira vez, agora mande-o se retirar para que os outros também possam tentar. – Disse Beatrice, ao que Rony ainda atordoado ordena ao demônio


- J-Já basta por hora, p-pode se retirar. – Após o ruivo terminar, Myrho desaparece em meio a borboletas azuis.


- Ok, pessoal, vamos começar. – Após Beatrice terminar de falar a sala entrou em silencio profundo, todos estavam imaginando a forma que seus demônios teriam, depois de um tempo foi possível ouvir os alunos chamando seus demônios, depois de um tempo Harry também havia imaginado a forma que o seu teria, então ele começou a chamá-lo


- Vamos apareça... Radamanthys. – Após ele terminar o chamado, um enxame de borboletas vermelhas se juntou diante dele, e deu lugar a um rapaz que não parecia muito mais velho do que Harry, o demônio tinha longos cabelos vermelho-fogo, e olhos negros, ele usava uma calça jeans e uma jaqueta negra, alem de uma camiseta também preta


- Radamanthys as suas ordens... – Disse o demônio se ajoelhando diante de Harry, o mesmo olhou para o lado e viu que Hermione havia invocado uma garota com mais ou menos a idade dela, a mesma tinha cabelos azuis e olhos negros, alem de usar uma camiseta branca e um sobretudo preto, ela também usava uma saia jeans e botas pretas, ela tinha algo que parecia o atrair.


- Algum problema mestre? – Perguntou Radamanthys despertando Harry, e atraindo a atenção do mesmo


- Não é nada, não se preocupe. – Respondeu o moreno, enquanto encarava o demônio a sua frente.


Porem seus pensamentos foram cortados pela voz ampliada de Beatrice.


- Certo, agora mandem seus demônios se retirarem que a aula esta quase acabando. – Após ouvir isso, Harry voltou sua atenção para Radamanthys.


- Você pode ir agora. – Disse o moreno.


- Entendido. – Após dizer isso Radamanthys se desfez em borboletas vermelhas.


Após todos os demônios se retirarem Beatrice tornou a falar.


- Todos vocês foram muito bem para uma primeira invocação, principalmente o Sr. Longbottom aqui, que era o que eu menos esperava conseguir alguma coisa, visto seu rendimento em outras disciplinas. – Ela fez uma pausa. – Eu devo lhes dar alguns avisos antes de terminarmos. – Outra pausa. – A partir de agora esses demônios... Não... Essas Ferramentas pertencem a vocês e a mais ninguém, e a partir do momento em que foram invocados, eles deixaram de serem demônios, contudo, eles não podem se tornar humanos, o que os tornam ferramentas. – Outra pausa. – Embora as invocações usem magia para serem feitas, elas não são magia propriamente dita, o que significa que vocês podem usá-las nas férias, e até aqui mesmo a qualquer hora. – Assim que ela terminou de falar a sineta tocou e os alunos foram dispensados...



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Hermione se sentou, deixou as coisas que carregava em uma poltrona vazia e puxou as predições de Rony para ver.



- Não vai ter um mês nada bom, hein? - disse ela ironicamente, quando Bichento veio se enroscar em seu colo.


- Bom, pelo menos estou prevenido - bocejou Rony.


- Você parece que vai se afogar duas vezes - disse a garota.


- Ah, vou, é? - disse Rony baixando os olhos para suas predições. - É melhor eu trocar uma delas por um acidente com um hipogrifo desembestado.


- Você não acha que está um pouco óbvio que você inventou isso tudo? - perguntou Hermione.


- Como é que você se atreve! - exclamou Rony, fingindo-se ofendido. – Estivemos trabalhando como elfos domésticos aqui!


Hermione ergueu as sobrancelhas.


- É só uma expressão - acrescentou ele depressa.


Harry pousou a pena, tendo acabado de predizer a própria morte por decapitação.


- Que é que tem nessa caixa? - perguntou ele, apontando-a.


- Engraçado você perguntar - respondeu a garota com um olhar feio para Rony. Tirou então a tampa e mostrou o conteúdo aos garotos.


Dentro havia uns cinquenta distintivos, de cores diferentes, mas todos com os mesmos dizeres: F.A.L.E.


- Fale? - estranhou Harry, apanhando um distintivo e examinando-o. – Que significa isso?


- Não é fale - protestou Hermione impaciente. - É F-A-L-E. Quer dizer, Fundo de Apoio à Liberação dos Elfos.


- Nunca ouvi falar nisso - disse Rony.


- Ora, é claro que não ouviu - disse Hermione energicamente. - Acabei de fundar o movimento.


- Ah, é? - disse Rony com um ar levemente surpreso. - E quantos membros já tem?


- Bom, se vocês dois se alistarem... três.


- E você acha que queremos andar por aí usando distintivos que dizem "fale", é? - falou Rony.


- F-A-L-E! - corrigiu-o Hermione irritada. - Eu ia pôr "Fim ao Abuso Ultrajante dos Nossos Irmãos Mágicos" e "Campanha pata Mudar sua Condição", mas não dava certo. Então F.A.L.E. é o título do nosso manifesto.


Ela brandiu um rolo de pergaminho para os garotos.


- Andei pesquisando minuciosamente na biblioteca. A escravatura dos elfos já existe há séculos. Custo a acreditar que ninguém tenha feito nada contra ela até agora.


- Hermione, abra bem os ouvidos - disse Rony em voz alta. - Eles. Gostam. Disso. Gostam de ser escravizados!


- A curto prazo os nossos objetivos - disse Hermione, falando ainda mais alto do que o amigo e agindo como se não tivesse ouvido uma única palavra – são obter para os elfos um salário mínimo justo e condições de trabalho decentes. A longo prazo, os nossos objetivos incluem mudar a lei que proíbe o uso da varinha e tentar admitir um elfo no Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas, porque eles são vergonhosamente sub-representados.


- E como é que vamos fazer tudo isso? - perguntou Harry.


- Vamos começar recrutando novos membros - disse Hermione feliz. - Achei que dois sicles para entrar, o que paga o distintivo, e o produto da venda pode financiar a distribuição de folhetos. Você é o tesoureiro, Rony, tenho lá em cima uma latinha para você fazer a coleta, e você, Harry, o secretário, por isso você talvez queira anotar tudo que estou dizendo agora, para registrar a nossa primeira reunião.


Houve uma pausa em que Hermione sorriu radiante para os dois, e Harry se dilacerou entre a exasperação com a amiga e a vontade de rir da cara de Rony. O silêncio foi quebrado, não por Rony, que de qualquer maneira parecia estar temporariamente mudo de espanto, mas por umas batidinhas leves na janela. Harry correu os olhos pela sala agora vazia e viu, iluminada pelo luar, uma coruja branquíssima encarapitada no peitoril da janela. .


- Edwiges! - gritou ele, precipitando-se pela sala para abrir a janela do lado oposto.


Edwiges entrou, voou pela sala e pousou na mesa em cima das predições de Harry.


- Até que enfim! - exclamou Harry, correndo atrás da coruja.


- Ela trouxe uma resposta! - exclamou Rony, excitado, apontando para um pedaço sujo de pergaminho preso à perna de Edwiges.


Harry desamarrou-o depressa e se sentou para ler, depois do que Edwiges voou para o joelho do garoto, piando baixinho.


- Que é que ele diz? - perguntou Hermione ofegante.


A carta era muito curta e parecia ter sido escrita com muita pressa. Harry leu-a em voz alta.


 


Harry


Estou viajando para o norte imediatamente. A notícia sobre a sua cicatriz é o último de uma série de acontecimentos estranhos que têm chegado aos meus ouvidos. Se ela tornar a doer, procure imediatamente Dumbledore


Logo entrarei em contato com você. Dê minhas lembranças a Rony e Hermione. Fique de olhos abertos, Harry.


Sirius


 


Harry olhou para Rony e Hermione, que retribuíram o seu olhar.


- Ele está viajando para o norte? - sussurrou Hermione. - Está voltando?


- Harry, que é que está acontecendo? - perguntou Rony, parecendo perplexo. Pois Harry acabara de dar um soco na própria testa, sacudindo Edwiges para fora do colo.


- Eu não devia ter contado a ele! - disse Harry furioso.


- Do que é que você está falando? - perguntou Rony, surpreso.


- Fiz ele pensar que precisa voltar! - disse Harry, agora batendo o punho na mesa de modo que a coruja foi parar no espaldar da cadeira de Rony, piando indignada. - Precisa voltar porque acha que estou correndo perigo! E não há nada errado comigo! E não tenho nada para você - falou ele com rispidez para Edwiges, que batia o bico, esperançosa, - vai ter que ir para o corujal se quiser comida.


Edwiges lançou ao dono um olhar extremamente ofendido saiu voando pela janela aberta, raspando a asa na cabeça dele ao sair.


- Harry - começou Hermione, numa voz tranquilizadora.


- Vou me deitar - disse Harry impaciente. - Vejo vocês de manhã.


Em cima, no dormitório, ele vestiu o pijama e enfiou-se na cama de colunas, mas não se sentiu nem um pouco cansado.


Se Sirius voltasse e fosse apanhado seria culpa dele, Harry. Por que não ficara calado? Uma dorzinha à-toa e ele fora tagarelar... se tivesse tido o juízo de guardar a dor só para si...


Ele ouviu Rony entrar no dormitório pouco depois, mas não falou com o amigo. Durante um longo tempo, Harry ficou contemplando o dossel escuro de sua cama. O dormitório estava completamente silencioso e, se ele estivesse menos preocupado, teria reparado que a ausência dos costumeiros roncos de Neville significava que ele não era o único que estava acordado.

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