Inocencia e gentileza.



Ela fechou os olhos.



Fechou os olhos e esperou. Esperou dor. Uma dor que não veio.



Quando Emma abriu os olhos encontrou todos a olhando, estupefatos, Bellatrix sussurrava algo que ela não podia entender.



-Mas co-como? –Bellatrix repetia agora em voz alta.



Emma olhou para seu pescoço, onde a bruxa havia mirado o feitiço, e viu que a pedra de seu colar estava queimada.



-AVADA KEDAVRA- Bellatrix gritou novamente.



Dessa vez, Emma caiu no chão, mas não se atreveu a abrir os olhos, iria esperar os Comensais irem embora.



-Greyback, ela está morta?



-Creio que sim, madame.



-Ótimo! Agora vamos, o Lorde nos espera.



Emma ouviu um estrondo e depois sentiu um clarão, abriu os olhos e não havia nada lá, apenas os corpos de sua tia e de Simon.



A garota sentou-se e olhou ao redor, havia vidro no chão, sangue, e móveis derrubados por tudo. O corpo de tia Elizabeth estava em um canto, ela havia morrido em posição fetal. Com os olhos turvos, Emma engatinhou até o corpo da tia e a abraçou, as lágrimas não paravam de cair.



Passado alguns minutos, soltou o corpo da tia e foi até Simon, que estava estatelado no chão, com seus olhos verdes fechados, agora sem vida, e com lágrimas secas, a garota chorou mais ainda, caindo sobre o corpo do amigo.

-.-.-.-.-.-.-

O sol já estava se pondo quando Emma decidiu o que fazer. Depois de reler o Profeta Diário várias vezes e ler o Pasquim, para obter segunda opinião, decidiu que iria entrar as escondidas em Hogwarts, pois Voldemort não ia impedí-la de realizar seu sonho. Mas a sua ida a Hogwarts também seria o começo do que ela podia chamar de vingança à Bellatrix.



A garota foi ao seu quarto e pegou sua mochila, separou suas vestes de Hogwarts, pois ela e sua tia já haviam comprado as vestes e os livros de feitiço, guardou-as na mochila junto com os livros de feitiço e alguns galeões. Depois de tudo arrumado, foi até a cozinha e pegou alguns pães, para ter o que comer por alguns dias, e fez sua última refeição na casa, pão com geléia e suco de abóbora.



Tudo estava pronto, só que ela não tinha uma varinha ainda, elas iriam comprar uma no dia de seu aniversário, foi até onde o corpo de sua tia estava e vasculhou seu avental finalmente encontrando uma varinha, não era dela, mas iria servir por um tempo.



Emma então pegou sua mochila e foi até o quarto trocar de roupa, colocou um jeans e uma blusa azul básica, amarrou uma jaqueta na cintura, prendeu os cabelos em um rabo de cavalo e trocou as sapatilhas por um tênis. Com a mochila nas costas e a varinha no bolso, ela tomou rumo para fora do vilarejo bruxo onde morava, passou pelo lago e pegou o livro que havia ganhado de Simon, guardando-o na mochila.



Como não sabia aparatar, teve de ir andando, passou por uma pequena cidade trouxa, onde encontrou uma casa abandonada e por lá passou a noite.



Foi duro os dias que se seguiram, dormindo no chão frio, e becos escuros e em meio a florestas. Seu nome na rua era Ivy McLean, pois tinha medo que descobrissem seu verdadeiro nome e os Comensais a achassem.

Passado uma semana, seu estoque de pão havia acabado ela estava no meio de uma estrada, onde havia algumas fazendas. Sua barriga já estava roncando quando decidiu parar em alguma casa e pedir um pouco de comida.

Foi até uma das pequenas casas que havia em uma das fazendas, a casa era simples, mas convidativa, como se aquelas pessoas fossem felizes, mesmo com a dificuldade que passavam.

DING-DONG.A campainha soou.

A porta foi aberta por uma garotinha de mais ou menos seis anos, loira de olhos escuros.

-Mãe! – a garotinha gritou – Vem aqui!

-Oi filha, - uma moça morena falou, e assim que a viu a porta, sua expressão foi de tristeza - Oh! O que uma garotinha como você faz sozinha por ai?

-Olá! Boa tarde. –Emma tentou soar gentil – minha família adoeceu e eu fiquei sozinha. – mentiu – Será que a senhorita teria algo para eu comer? 

-Claro, querida, entre! Estava preparando o almoço. – ela abriu passagem para ela entrar – Vá tomar um banho, eu insisto.

-O-obrigada.

-Me chame de Astreia*, minha filha é Zoey e meu marido Darius. – ela apontou um moço, que ate então Emma não havia reparado.

-Olá! – um loiro lhe deu a mão cumprimentando-a.

-Er... me chamo Ivy. – mentiu – Ivy McLean.

-Bom Ivy, venha, vou lhe mostrar onde vai tomar banho. - Astreia sorriu.

A moça levou-a até um pequeno cômodo onde se encontrava uma tina(?) e ao lado vários apetrechos para banho.

-Você prefere água quente ou fria?

-Quente.

-Volto já! – a moça saiu do quartinho.

Voltou depois de alguns minutos com dois baldes e despejou a água na tina, depois jogou um liquido que estava em uma garrafinha, levou as mãos à água e começou a mexer até criar bolhas.

-Uau! –Emma soltou estupefata, pois não conhecia aquilo.

-Você gostou? – a garota fez que sim – São sais líquidos, receita de família, eu vendo em troca de algum dinheiro.

-Sais?

-Sim, sais, nunca os viu?

-Não.

-Bom, é um espécie de poção, sabe? 

-Você é uma bruxa? – perguntou inocentemente.

-Oh! Não, Ivy, bruxas não existem!

-Ah!

-Bom, aqui tem uma toalha! Tenha um ótimo banho.

-Obrigada.

Emma observou a moça colocar uma toalha em cima de um banquinho, quando a porta fechou, ela foi para o banho. Divertiu-se com as bolhas formadas pela ta "poção não bruxa" de Astreia.

Passado um tempo, a garota ouviu batidas na porta.

-Ivy? Está tudo bem? – era Astreia quem batia.

-Sim! Já estou saindo.

-Sem pressa, só vim avisar que o almoço está pronto.

-Obrigada, já estou indo.

Silêncio.

Emma enxugou-se com a toalha que Astreia havia deixado e colocou sua roupa novamente. Quando saiu, a pequena família já estava à mesa.

-Sente-se. –Darius acenou com a cabeça em direção a cadeira vazia.

-Obrigada.

-Você agradece muito! – riu a pequena Zoey.

-É, tudo na vida tem de ser agradecida, minha Zoey. –sua mãe disse simpática.

-Sim, mamãe!

Darius serviu a todos, e começaram a comer. "A comida feita por trouxas atÉ que é boa" – pensou Emma, enquanto comia uma espécie de ensopado.

-Você aceita? – Astreia levantou uma jarra de suco que Emma não conhecia.

-Sim! – disse sem pensar.

-.-.-.-.-.-

Depois do almoço, Emma estava pronta para ir.

-Ei! Ivy deve estar cansada. Tire um cochilo e vá mais tarde.

-Tudo bem.

Assim que Emma caiu na rede que Astreia havia lhe apontado, fechou os olhos e dormiu. 

Acordou já com o Sol se pondo, correu até a porta e encontrou a família observando o por do Sol, eles estavam sentados sobre uma toalha, bebendo suco e conversando.

-Já vai, querida?

-Sim, está ficando tarde.

-Tudo bem então! Preparei algo pra você. – a moça lhe entregou uma sacola- Aí tem o suficiente para alguns dias.

-Muito obrigada, mesmo. – a garota sorriu e abraçou a todos se despedindo – Adeus!

-Adeus! – disseram em uníssono.

-.-.-.-.-.-.-.-

Emma caminhou quase a noite toda, e decidiu parar quando o sol estava nascendo. Sentou-se debaixo de uma árvore que ficava em uma praça, e pegou um dos livros de feitiço, para praticar algo. Pegou uma folha da árvore e leu o primeiro feitiço:

-Wingardiun Leviosa! – disse a garota enquanto balançava a varinha.

Treinou um pouco o movimento e posicionou a folha no chão ao seu lado.

-Wingardiun Leviosa! – disse dessa vez fazendo os movimentos.

No mesmo instante, a folha começou a flutuar, Emma levantou e foi andando, enquanto a folha flutuava. Andou até a calçada, mas tropeçou em uma maldita pedra, que a fez cair no meio da rua. Tombou no chão, embora sua varinha tenha continuado firme em sua mão, que estava erguida para cima. 

Quando conseguiu ficar em pé, avistou um clarão ao longe.



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