Prólogo

15 de janeiro de 1484.

A casa era tomada pelo fogo, labaredas e línguas de fogo eram vistas por todos os lados, os poucos empregados que ainda estavam vivos corriam de um lado para o outro tentando apagar o incêndio, foi com surpresa que observaram a chegada dos soldados da família Black assim como alguns empregados, e pouco mais atrás o chefe da família, Orion e seu irmão Cygnus Black, ambos tinham seu semblante preocupado e furioso, esperaram que os soldados e demais empregados apagassem a maior parte do fogo para então entrar na casa.

A antes magnífica mansão McKinnon estava agora destruída, nada mais restava, nem os grandes móveis de carvalho ou as belas peças de prata e ouro, tudo havia sido destruído, inclusive os corpos e qualquer vestígios de quem poderia ser o mandante de tal atrocidade, eles já se viravam para ir embora quando o piso rangeu embaixo de seus pés, e ambos puderam ouvir um fino e baixo choro de criança, Orion olhou para Cygnus e com o olhar mandou que o irmão mais novo fizesse silencio, ambos afastaram os destroços do que um dia fora um baú, e encontraram o puxador de um alçapão, puxaram a porta e viram que escondidos sob o piso se encontravam duas crianças, a pequena Marlene, que tinha o rosto inchado pelo choro e a expressão de medo na face, a mesma segurava de forma protetora seu irmão mais novo Carlos, que escondia o rosto entre os cabelos dourados da irmã.

A menininha assim que olhou para o rosto dos adultos os reconheceu, e como a criança assustada que era ergueu os braços em direção aos homens, Orion pegou a sobrinha no colo, gesto imitado por Cygnus que segurou Carlos, a garota se agarrou com força no tio e escondeu o rosto na dobra do pescoço do mesmo, ambos os homens saíram de dentro da casa, e a expressão no rosto de todos era de puro choque e espanto, os irmãos nada disseram, montaram em seus respectivos cavalos e seguiram o caminho de volta para a propriedade da família Black.

Eles cavalgavam rapidamente, parando apenas quando chegaram à suntuosa mansão na cidade, lugar que a tempos servia de moradia da mui antiga e nobre casa dos Black, eles adentram os portões a cavalo parando em frente a uma grande porta de carvalho maciça, deixaram os cavalos nas mãos de empregados e seguiram para dentro da casa, logo na primeira câmara já deram de cara com suas esposas ambas olharam espantadas para as crianças no colo dos maridos, mas nada questionaram apenas as tomaram no colo com cuidado e seguiram para dentro da casa, acomodando as duas crianças em um mesmo quarto.

A partir daquele dia, foi decretado de forma judicial que os responsáveis pelos únicos descendentes McKinnon seriam seus únicos parentes vivos, os tios paternos Walburga e Orion Black.

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