No Karaoke



NO KARAOKE COM LILY E JAMES

- Lene, eu sinceramente não sei o que os seus pais pensam quando organizam esse karaokê todo ano. – reclamou Lily.

Do outro lado da sala, Dorcas suspirou alto, mas manteve-se calada. Marlene não foi tão paciente assim.

- Ah, por favor, Lily! Eu já te expliquei que todo ano, no Natal, meus pais organizam uma festa com karaokê e que é superdivertido. – disse Marlene, ajeitando a gravata de Sirius. – Agora, por favor, por favor, fique quieta!

- Eu já entendi essa parte. Mas porque nós temos que participar?

- A gente sempre participa, Lil’s. – disse Dorcas, prendendo o cabelo em um coque elegante.

- Mas porque temos que cantar em dupla dessa vez? – teimou Lily.

Eu bufei. Estava observando tudo em silêncio, esperando Marlene vir ajeitar minha gravata. Era 24 de dezembro, seis e meia da tarde, casa dos McKinnon, Londres, Inglaterra.

Todos os anos, os pais de Marlene dão uma festa com karaokê no Natal, e dessa vez não era diferente. Dorcas e Lily sempre participavam dessa festa, mas, esse ano, Marlene decidira chamar eu (James Potter), Sirius e Remus. Era a primeira vez que participávamos porque nunca fomos mais que colegas, embora esse ano as coisas tivessem evoluído.

Com exceção de eu e Lily, claro.

A questão era: nós nos odiávamos. Outra questão: ela estava irritada com o fato de que, esse ano, os pais da Lene tivessem colocado os cantores do karaokê em duplas. Mais outra questão: os pares foram escolhidos por sorteio e, como sempre, eu e Lily acabamos juntos.

Não era a toa que Lily estava brava. Eu não estava num humor melhor que o dela.

- Ora, vamos, Lily, não vai ser tão ruim assim... – tentou argumentar Dorcas.

- Isso é porque você vai fazer par com a Lene e não com o Potter. – respondeu Lily, como se eu não estivesse presente. – Aliás, Marlene, porque foi mesmo que você convidou ele?

Marlene suspirou e terminou de ajeitar a gravata de Remus, antes de retrucar.

- Lily, ele é nosso amigo.

- Correção: ele é seu amigo.

Eu revirei meus olhos quando Marlene sorriu para mim e começou a ajeitar minha gravata. Ela estava muito bonita, usava um vestido vermelho de renda longo, de mangas compridas, os cabelos negros presos em uma trança embutida.

Dorcas usava um vestido tomara-que-caia azul claro colado no corpo, os cabelos loiros presos no coque que ela havia feito, com alguns cachos caindo graciosamente pelo rosto e pela nuca. Remus não tirava os olhos dela. Eu tinha que admitir que ela estava muito bonita.

E, bem, não dava para reparar em todas as garotas e não reparar em Lily. Até porque, ela estava linda. Usava um vestido longo preto de tecido leve e esvoaçante, sem mangas, com gola alta, uma faixa fina dourada amarrada na cintura pouco acima do umbigo. Os cabelos ruivos estavam soltos e batiam nas costas.

As três estavam tão lindas que eu me sentia um mendigo perto delas. E eu sei que é meio estranho alguém como eu – homem até a última raiz de cabelo – ficar reparando nas roupas das garotas, mas simplesmente não dava para não reparar.

- Podemos descer? – perguntou Remus, após todos estarmos prontos. – Creio que estamos ligeiramente atrasados.

Todos concordamos e saímos para o jardim, aonde seria a festa. Estava tudo muito bonito e arrumado. O ambiente estava aquecido por magia, ou então estaríamos congelando. Não havia tenda cobrindo o local, por isso era possível ver as estrelas. Havia colunas de mármore dispostas aqui e ali, enfeitadas com flores de todos os tipos e cores. Mesas de madeira enchiam o espaço, e, à frente de tudo, havia um palco redondo, com uma banda em cima. No canto, uma mesa comprida cheia de comida e bebida.

Os convidados estavam começando a chegar, e nós nos apressamos para pegar uma boa mesa.

***

- Pegamos uma mesa horrível! – exclamou Lily, quando o local já estava cheio.

- Por Merlin, você só sabe reclamar? – perguntei, finalmente cedendo à irritação.

Nos últimos cinco minutos, ela havia reclamado das bebidas que não vinham com gelo (mas que estavam geladas), dos vestidos curtos de mais de umas primas de Lene (eram curtos mesmo), do cabelo de um garoto de cinco anos que passou correndo pela nossa mesa (ele era uma criança!), das músicas que estavam sendo sorteadas no karaokê (não eram muito boas, a maioria eram musicas românticas), da voz de uma senhora de oitenta e dois anos que fez par com o Sirius (eu tive que rir), do decote grande que a garota que cantou com o Remus usava (ele tirou a sorte grande) e, finalmente, da mesa aonde estávamos.

- Eu não me lembro de ter dirigido a palavra à você, Potter. – retrucou Lily.

- Mas sou capaz de apostar que se lembra que foi você quem escolheu a mesa!

Ela fechou a cara e, por um momento, achei que tinha ganhado a briga.

- Foi você quem sugeriu que nos sentássemos aqui!

- Não tenho culpa se você reclamava de todas as mesas em que nos sentávamos! Aliás, foi só isso o que você fez desde que chegamos. Reclamou! – disse, um pouco alto demais.

Lily aumentou o tom de voz.

- Se você parasse de falar por um momento, talvez eu parasse de reclamar.

Fiquei sem resposta. Mudei de assunto:

- Ainda pergunto como o John te aguentou por tanto tempo.

Lily se pôs de pé, dando um soco na mesa.

- O que quer dizer?

Fiquei de pé também, mas não soquei a mesa. Eu era um pouco mais forte que Lily e talvez o suco de Remus não estivesse bem equilibrado.

- Reclamar! É a única coisa que faz de útil?! Não sei como o John te aguentou por tantos meses.

É muita mancada falar do John, eu sei. Foi um dos relacionamentos de Lily que não deu certo e, querendo ou não, tenho certeza de que foi o pior.

- Ah! – Lily deixou escapar. – Isso só prova que ele não anda com você, ou não conseguiria estender uma ficada por mais de dois dias.

Mudei de assunto de novo:

- Agora você o defende? – perguntei com ironia. – À dois dias você não conseguia nem pronuncia o nome “John”. A única coisa que você conseguiu fazer foi chorar desde que ele te trocou por outra garota!

O relacionamento de Lily com John durou cerca de seis meses, até que ela descobriu que ele a traia com uma corvinal loira (que eu, por um acaso, já beijei). Lily ficou acabada, porque, bem, pelo o que eu estava sabendo, ela gostava mesmo dele.

É, eu sei. Foi maldade. Não, foi crueldade minha lembra-la disso. Por mais que eu não gostasse dela, ainda assim eu a admirava como pessoa.

- Não precisava esfregar isso na minha cara... – ela sussurrou.

Tentei não me sentir culpado ao ver os olhos verdes dela se enxerem de lágrimas. Lily se sentou na cadeira e abaixou a cabeça. Acho que preferia vê-la reclamando.

Automaticamente, Marlene e Dorcas passaram a me olhar feio e começaram a dar palmadinhas caridosas nas costas de Lily. Remus balançou a cabeça negativamente para mim, obviamente concordando que eu havia pegado pesado. Sirius apenas olhou para todos nós, divertido, meio desconfortável com o silêncio mórbido.

- Teeeeeeenso – disse ele, carregando no “e”.

Ouviu-se algumas risadas nervosas em volta da mesa.

- Vamos, gente. – Marlene disse agarrando a minha mão e a de Lily. – É Natal.

- E daí? – perguntou Lily.

- E daí que, bom, é um momento importante para mim. Meus pais fazem essa festa todo ano e sempre dá certo. – Lene explicou. - Vocês querem estragar isso?

Eu e Lily nos entreolhamos.

- Não – dissemos juntos.

Marlene sorriu para nós dois.

- Podem fazer uma trégua?

- Trégua? – perguntei.

- Apenas até o final da festa... – insistiu Marlene.

Lily olhou para mim e eu sustentei o olhar. Ela deu de ombros. Fiz o mesmo.

- Temporariamente amigos? – perguntei, oferecendo-lhe minha mão, que ela apertou.

- Temporariamente amigos. – confirmou Lily.

***

Finalmente, depois de ouvir quase a família inteira de Marlene cantar, inclusive a Sra. McKinnon (que cantava muito bem, aliás), meu nome e o de Lily foi anunciado.

Como estávamos em trégua, eu ofereci meu braço para ela, que aceitou sem hesitar. Lily engoliu em seco. Estava nervosa. Eu não estava em estado muito melhor, afinal, eu nunca havia cantado em toda a minha vida.

Todos os olhares se voltaram para nós e ouvi uma velha comentando que fazíamos um belo casal.

Andamos até o palco, aonde nos foi dado um microfone para casa um e a letra da música que iriamos cantar. Dei graças a Merlin por conhecer a letra, mas quase chorei de desgosto ao notar que seria mais uma música romântica.

Postamo-nos lado à lado no palco, e o som do violão começou a ecoar pelo salão. Lily agarrou minha mão e pigarreou, sabendo que a primeira estrofe era dela. Alguém riu do desconforto dela e eu quis amaçar a cara do individuo. Ele não estava ajudando em nada.

- Take my hand. I’ll teach you to dance. – começou ela, visivelmente desafinada, o nervosismo presente em cada nota. – I’ll spin you around. Won’t let you fall down. – apertei a mão dela, tentando ajudar. Lily pigarreou de novo. – Would you let me lead? You can step on my feet. – estava muito ruim, notei. Decidi cantar a próxima estrofe com ela. – Give it a try. It’ll be all right.

Toda a banda começou a tocar, acompanhando o violão.

- The room's hush, hush and now’s our moment – cantamos juntos. Lily me
olhou surpresa, mas sorriu. – Take it in feel it all and hold it – continuou sozinha, completamente afinada e confiante. – Eyes on you, eyes on me. We’re doing this right. – continuamos juntos.

A voz dela melhorou e percebi, com uma pontada de assombro, que ela cantava perfeitamente bem. Agora cantaríamos o refrão:

- ‘Cause lovers dance when they’re feeling in love. Spotlight shinning, it’s all about us. It’s oh, oh, oh, all about uh, uh, uh, us. And every heart in the room will melt. This is a feeling I’ve never felt but it’s oh, oh, all about us. – cantamos juntos.

Respirei fundo. A próxima estrofe era apenas minha.

- Suddenly, I’m feeling brave. – cantei e pude ver que Lily arfou de susto. Não entendi o porque de tanto assombro. Eu não podia cantar bem, afinal? – I don’t know what’s got into me. Why I feel this way? Can we dance real slow? Can I hold you… can I hold you close? – soltei a mão de Lily e passei meu braço por sua cintura. Ela fez o mesmo.

Olhei para ela assim que terminei minha parte. Lily acenou com a cabeça, sabendo que cantaríamos juntos as próximas duas estrofes.

- The room’s hush, hush and now’s our moment – cantamos juntos, perfeitamente afinados. – Take it in feel it all and hold it – acrescentou sozinha, balançando o corpo no ritmo da musica. Eu a acompanhei e cantamos: - Eyes on you, eyes on me. We’re doing this right.

- ‘Cause – disse sozinha, puxando as palmas, que foram seguidas por mim, depois pelos nossos amigos, até que todos batiam palmas no ritmo do refrão. – Lovers dance when they’re feeling in love. Spotlight shinning, it’s all about us. It’s oh, oh, oh, all about uh, uh, us. And every heart in the room will melt. This is a feeling I’ve never felt but it’s oh, oh, all about us. – cantamos juntos, batendo palmas.

A banda parou de tocar e o violão voltou à tocar sozinho, enquanto Lily dizia:

- Do you hear that, love? They’re playing our song.

- Do you think we’re ready yet? Oh, I’m really feeling it. – eu disse.

- Do you hear that, love? Do you hear that, love? – Lily repetiu.

- Do you hear that, love? They’re playing our song. – foi a minha vez de dizer.

- Do you think we’re ready yet? Oh, I’m really feeling it. – disse Lily e acrescentou: - Do you hear that, love?

- Do you hear that, love? – eu disse.

Os violinos se juntaram ao violão e Lily voltou a repetir:

- Do you hear that, love? They’re playing our song.

- Do you think we’re ready yet? Oh, I’m really feeling it.

- Do you hear that, love?

Nós nos olhamos com ternura e dissemos juntos:

- Do you hear that, love?

- Lovers dance when they’re feeling in love. Spotlight shinning, it’s all about us. – cantou Lily, sozinha, puxando as palmas novamente.

- It’s all about us – cantei.

- It’s all, all, all, all…

A banda voltou a tocar alegremente e nós cantamos juntos:

- Every heart in the room will melt. This is a feeling I’ve never felt but it’s all, all about us.

- ‘Cause lovers dance when they’re feeling in love. Spotlight shinning, it’s all about us. – cantamos juntos e eu tomei a mão de Lily novamente. – It’s oh, oh, oh…

- … all about uh, uh, uh us. – continuei sozinho.

- Hey-ey-hey – fez Lily.

- Every heart in the room will melt – cantei sozinho e Lily se juntou à mim novamente: - This is a feeling I’ve never felt but it’s oh, oh, all… It’s all about us. – finalizamos.

Houve uma explosão de aplausos e me senti um tanto quanto convencido. Ah, vamos mandar a modéstia para as cucunhas e admitir que nós dois arrasamos.

Fiz uma reverencia exagerada e quase obriguei Lily à fazer o mesmo. Os convidados se levantaram e aplaudiram ainda mais, alguns ainda rindo. Sirius assoviava feito um louco e as garotas soltavam gritinhos esganiçados.

Lily agarrou-me pela mão e teve que me rebocar para fora do palco, ou eu teria ficado lá mais meia hora, exibindo meus dotes como cantor. Sim, eu sou um convencido e exibido (N/A: né, Lucas? Kk’ *piada interna*). Mas fazer o que? Eu sou um Potter! (N/A: fazer o que, né, Lucas? Você é um Soares *piada interna 2*).

Finalmente fora do palco, Lily se jogou em mim, me abraçando e me pegando completamente desprevenido. Mas é claro que eu retribui, agarrando-a bem forte e apertado. O que? Não adianta me olhar assim, leitor! Uma garota está me abraçando, vocês esperam que eu core e dê algumas palmadinhas amigáveis nas costas dela, que nem o Remus?

- Obrigado, Potter – disse ela, me soltando, com um sorriso que não cabia em seu rosto.

- Por nada... – disse e Lily sumiu no meio da multidão. – Lily. –
acrescentei para o nada. Chamá-la pelo primeiro nome sempre estivera na minha lista de coisas impossíveis (mesmo eu chamando-a de Lily por pensamento, como eu fiz na fic inteira), afinal, eu a odiava.

Mas, bem... descobri não é tão difícil gostar dela.



N/A: MUAAHAHAHAHAHAÁ! *risada maléfica*

OI!! *Thomas dá um tchauzinho*

Enfim, sobre a fic: a música que o James e a Lily cantaram foi All About Us – He is We. A idéia é meio tosca, eu sei, mas é isso o que dá quando a gente entra em depressão por causa do fim das férias.

Ah, ignorem os comentários que interrompem vocês no meio do capitulo, mas eu tive que comentar sobre o meu amigo... Lucas, se você tiver a coragem de entrar aqui no FeB e ler a minha fic, saiba que seu nome foi citado com a melhor das intensões: fazer piada. Mas você é um convencido mesmo!! Ò.Ó

Um grande beijo para você que gostou da fic e deixou seu comentário e para você que simplesmente achou a maior perda de tempo da sua vida, me dá uma segunda chance e passa nas minhas outras fics, nem todas são desse jeito, quem sabe você acha uma que te agrade...

Abraços,

Thomas.

P.S: aqui vai a tradução da música.


Somos só nós - He Is We

Pegue a minha mão, eu vou te ensinar a dançar.
Eu vou te fazer girar, não vou deixar você cair
Quer me deixar guiar? Você pode subir nos meus pés
Tente, vai ficar tudo bem

O ambiente está em silêncio
E agora é o nosso momento
Entre no clima, sinta e fique firme
Olhos em você, olhos em mim
Estamos indo certo

Pois amantes dançam quando estão apaixonados
Holofote brilhando, somos só nós
Somos oh, oh, oh, oh, só nós uh, uh, uh, uh, nós.
E todo coração no lugar vai derreter
Essa é uma sensação que eu nunca tive, mas
Somos oh, oh, oh, oh, só nós

De repente, eu me sinto corajoso
Não sei o que deu em mim
Por que me sinto assim
Podemos dançar devagar?
Posso te segurar
Posso te segurar pertinho de mim?

O ambiente está em silêncio
E agora é o nosso momento
Entre no clima, sinta e fique firme
Olhos em você, olhos em mim
Estamos indo certo

Pois amantes dançam quando estão apaixonados
Holofote brilhando, somos só nós
Somos oh, oh, oh, oh, só nós uh, uh, uh, uh, nós.
E todo coração no lugar vai derreter
Essa é uma sensação que eu nunca tive, mas
Somos oh, oh, oh, oh, só nós

Você está ouvindo, amor?
Estão tocando a nossa música
Você acha que estamos prontos?
Oh estou sentindo
Você está ouvindo, amor?
Você está ouvindo, amor?

Você está ouvindo, amor?
Estão tocando a nossa música
Você acha que estamos prontos?
Oh estou sentindo
Você está ouvindo, amor?
Você está ouvindo, amor?

Você está ouvindo, amor?
Estão tocando a nossa música
Você acha que estamos prontos?
Amor, estou sentindo
Você está ouvindo, amor?
Você está ouvindo, amor?

Amantes dançam quando estão apaixonados
Holofote brilhando, somos só nós
Somos só nós
Somos oh, oh, oh, oh, só nós uh, uh, uh, uh, nós.
E todo coração no lugar vai derreter
Essa é uma sensação que eu nunca tive, mas
Somos oh, oh, oh, oh, só nós

Pois amantes dançam quando estão apaixonados
Holofote brilhando, somos só nós
Somos oh, oh, oh, oh, só nós uh, uh, uh, uh, nós.
(hey-ey hey)
E todo coração no lugar vai derreter
Essa é uma sensação que eu nunca tive, mas
Somos oh, oh, oh, oh
Somos oh, oh, oh, oh, só nós



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Comentários (1)

  • lily jean OLIVER

    bem agora estou com medo do karaoke nos wealeys  sim eu liliam oliveira vou cantar com james sirius potter 

    2012-04-28
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