A proposta de um desconhecido



 Era manhã quando Harold se levantou animado a ir ao Beco Diagonal comprar os materiais de James, colocou sua jaqueta de couro mais bonita, pois estava fazendo frio naquela manhã e foi ao quarto de Anne acordá-la, estava muito animado, nunca tinha ido ao Beco Diagonal e ia lá pela primeira vez, a felicidade dele era muito grande.
 Ele entrou no quarto de Anne e a balançou de leve:
 - Mamãe, acorde! - Disse ele.
 - Unnh!? - Ela abriu os olhos com dificuldade - Ahh, é você Harold!?
 - Vamos mamãe, já me arrumei. - Disse Harold sorrindo.
 Ela atribuiu o sorriso e se levantou bem devagar:
 - Só você mesmo Harold, me acordar a essa hora pra fazer compras. - Disse Anne sorrindo - Vá acordar James pra mim?
 - Ok.
 Ela o deu um beijo no rosto e o abraçou, quando fez isso seus olhos se encheram de lagrimas, mas ela as escondeu, deu uns tapinhas na cabeça de Harold que saiu pela porta correndo.
 - James!?
 - Hmm!? Que droga Harold! - Exclamou ele.
 - Vamos ao Beco Diagonal, mamãe mandou te chamar!
 - Ai, ai. A essa hora. Tá bom vai!
 Ele se levantou muito lentamente, se sentou na cama e colocou a mão no rosto esfregando os olhos, se levantou com dificuldade e foi se trocar, Harold foi até a cozinha da casa e começou a fazer umas torradas para eles, colocou na mesa e fez o seu famoso café do Harold. Quando Anne desceu e viu o famoso café do Harold na mesa sorriu para ele:
 - Humm, hoje tem o famoso café do Harold!?
 - Heheh! - Sorriu ele vergonhoso - Pois é, resolvi fazer o café.
 James desceu também e todos tomaram aquele delicioso "Café do Harold" para ficarem bem fortes pras compras, segundo Anne.
 Depois de tomarem café, eles se dirigiram a lareira da casa e Anne pegou um frasco com um pozinho cor de pólvora dentro, estava rotulado "Pó de Flu":
 - Bem, sabem como se usa! - Disse Anne estendendo o frasco para James.
 - Sempre eu tenho que ir primeiro!? -  Disse James olhando feio para a mãe que retribuiu o olhar severamente - Ok, eu vou então.

 Ele pegou o pó de flu e jogou na lareira que pegou fogo, mas o fogo tinha uma cor esverdeada e muito brilhante. Ele pulou nas chamas gritando "Beco Diagonal" e desapareceu junto com o fogo:
 - Pode ir agora Harold!
 Ele olhou para a mãe e fez o mesmo processo que James, adentrou as chamas com muita felicidade dizendo "Beco Diagonal", ao entrar nas chamas se sentiu como um pião, ele rodou loucamente e viu varias lareiras em vários lugares onde ele podia parar, mas ele saiu em uma lareira de uma livraria muito grande e um pouco empoeirada. Tirou a fuligem da roupa e avistou James conversando com um colega muito animado. Harold se sentou em uma cadeirinha esperando sua mãe chegar, James ficava muito chato perto dos amigos dele, então ele nem chegou perto:
 - Oi Harold! - Disse uma garota perto de uma das estantes, tinha cabelos lisos, castanhos claros e seus olhos eram azuis como diamantes, tinha praticamente a mesma idade que Harold.
 - Oi Lily! - Disse Harold a garota que vinha na direção dele.
 - Seu irmão também recebeu a carta ? Fiquei muito feliz quando Sam recebeu a dele!
 - Legal, eu também fiquei feliz quando James recebeu a dele, mas eu queria que fosse a minha!
 - Também queria a minha já! Mas daqui a dois anos vamos receber concerteza.
 Anne saiu da lareira limpando a fuligem do cabelo e viu os dois conversando:
 - Oi Lily, como vai sua mãe? - Perguntou Anne a ela. 
 - Muito bem, Srtª Anne.
 - Onde ela esta? 
 - Bem ali, esta vendo? - Disse Lily apontando para uma srª de cabelos pretos e bem alta olhando alguns livros.
 - Ahh, obrigada. - Disse Anne saindo ao encontro dela.
 Lily chamou Harold para dar uma volta no Beco Diagonal e lá foram eles conversando felizes. Anne encontrou com Mary, mãe de Lily e a cutucou, ela se virou e sorriu ao ver sua amiga ali:
 - Oi Anne, como vai? - Perguntou Mary dando um abraço bem forte na amiga.
 - Não muito bem Mary, eu estou ficando muito triste com o caso do Harold. - Disse ela com os olhos tristes e cheios de lagrimas.
 - Você ainda esta pensando nisso? Ainda está atráz de uma solução? 
 - É impossível criar uma poção para tornar uma pessoa mágica, não dá.
 - Eu sei Anne, mas você deve contar a ele, ele vai ficar muito triste quando descobrir que sua carta nunca vai chegar assim de repente.
 - Mas eu não tenho coragem Mary, eu sempre o vejo feliz quando ele pensa em ir para Hogwarts. - Disse Anne com os olhos já cheio de lagrimas.
 - Não chore Anne, não fique assim. - Disse ela - Se você quer dar um tempo a Harold eu entendo!
 - A vida é tão injusta. - Disse Anne respirando fundo - Eu vou lavar o rosto.
 - Espere, eu vou com você! - Disse Mary, indo com ela aos fundos da loja.
 Os olhos de Harold se encheram de lagrimas, Lily olhou para ele com os olhos vidrados, estavam no andar de cima da loja e ouviram tudo o que elas disseram. Não podia ser verdade, Harold era um aborto e sua mãe nunca o contou, ele ficou todos esses anos com o sonho infantil de partir para Hogwarts, na estação mágica de King's Cross e estudar magia com seus montes de colegas. Mas isso nunca ia acontecer, porque ele não era mágico. Harold saiu correndo, para onde ia não sabia mas não podia mais ficar ali. Ele correu as ruas do Beco com os olhos cheios de lagrimas e entrou em um lugar que não devia ter ido, a "Travessa do Tranco" desceu aquelas ruas sujas rapidamente e entrou em uma loja muito sombria e úmida. Se sentou no chão, colocou os braços em volta do rosto e começou a chorar.
 De repente Lily entrou pela porta e foi em direção a Harold, pegou em seu braço e o puxou para cima:
 - Harold, você é maluco !? Porque entrou aqui na travessa do tranco!? - Disse ela respirando fundo.
 - Nã-ã-ão acr-e-e-dito - Disse ele chorando. - E-u-u espere-e-e-i aquela car-t-t-ta e el-a-a nunca v-a-ai cheg-a-a-ar.
 - Harold, olha pra mim. Eu sempre estarei do seu lado, mesmo você sendo mágico ou não.
 - Você que-e-er dizer um ab-b-borto.
 - Olha pra mim, eu vou com você aonde for para conseguir poderes pra você, eu até abro mão dos meus poderes pra você.
 - O que você disse? - Perguntou Harold olhando para ela espantado - Você faria isso por mim?
 - Eu vou estudar um modo Harold, eu vou conseguir que você tenha poderes, não se preocupe. - Disse ela o fitando com os olhos cheios de lagrimas.
 - Ai Lily, só você mesmo pra me animar assim. - Disse ele se acalmando - Eu sei que é impossível ter novos poderes, mas eu consigo viver com você perto de mim assim me fazendo sorrir.
 - Nossa, eu tive mesmo um ataque de pânico. - Disse ela - Mas é serio, se existir algum modo, eu acharei.
 - Você é mesmo uma garota muito legal Lily, vem, vamos sair deste lugar. – Disse ele se acalmando.
 Eles se dirigiram a porta, mas ao tentar sair ela estava trancada. Se viraram com os nervos a flor da pele e repararam pela primeira vez na loja. Era grande e vazia, sombria e cheirava a repolho cru, a única coisa que tinha na sala era um imenso armário ao canto dela. Os dois se dirigiram ao armário e abriram ele bem lentamente, não tinha nada dentro mas eles podiam jurar ter ouvido sons vindos dele, Harold colocou o pé na beirada do armário e Lily o puxou:
 - Você é maluco? Já reparou que isso é um armário sumidouro? - Disse ela.
 - Eu sei disso, mas é o único jeito de sairmos, viu que a porta se trancou sozinha?
 - Ai meu Deus, por isso que este lugar é suspeito.
 Os dois entraram no armário e fecharam a porta. Dê repente o armário deu uma guinada brusca para frente e começou a chacoalhar bastante, e subitamente parou. A porta se abriu lentamente e os dois saíram, uma grande luz ofuscou os olhares dos dois e quando cessou o armário sumidouro havia desaparecido. Eles estavam em um lugar amplo e cheio de neblina, parecia o céu, mas solido abaixo dos pés. De repente uma voz surgiu do nada dizendo:
 - Harold e Lily?
 Eles ficaram imóveis e a respiração dos dois estava acabando, Lily pegou na mão de Harold e apertou forte. A voz insistiu.
 - Harold e Lily? Respondam. - Era uma voz rouca e alta, bem intimidadora.
 - Sou Harold e esta é Lily, quem é você?
 - Não interessa quem eu sou Harold, só interessa o que eu quero com você.
 - Como assim? O que você quer comigo?
 - Eu quero te dar a opção de deixar de ser um aborto.
 Os olhos de Harold se arregalaram, ele deixar de ser um aborto? 
 - Mas isso é impossível. - Disse ele.
 - Para mim não é. - Disse a voz - Eu só quero uma coisa em troca de você!
 - O que você quer de mim? - Perguntou ele olhando para a Lily.
 - Que pegue as velas de CandlleCare para mim.
 Harold ficou muito apreensivo, não sabia o que era aquilo, mas uma pergunta veio a sua cabeça:
 - Porque você não pode pega-las?
 - Para mim seria impossível, eu não tenho permissão de entrar aonde elas estão.
 - Porque?
 - Chega de perguntas. - Disse a voz - Decida-se, vai aceitar ou não?
 Ele olhou para Lily, e ela afirmou com a cabeça, sabia que ela o apoiaria nisso, ela era uma pessoa muito legal com ele, ele sentia um sentimento muito forte por ela, mas era incompreensível demais para ele:
 - Tudo bem, farei isso. - Exclamou.
 - Eu também vou. - Disse Lily 
 - Mas Lily eu ...
 - Não tem mas Harold, eu vou acompanhar você sempre esqueceu?
 Ele olhou para ela e seus olhos se encheram de lagrimas, ela era muito especial para ele:
 - Tudo bem. - Disse a voz - Quando eu preparar a entrada para lá, chamarei vocês.
 Dê repente eles ficaram tontos e caíram numa escuridão profunda, era estranho aquilo, Harold se sentia como estivesse entrado numa confusão terrível.

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