Família
Ela observava o grupo de quatro pessoas – e meia. Eles pouco eram além de desajustados, perdidos, corajosos. Era apenas uma reunião na sua casa – a única casa que os quatro tinham agora. Ela sabia que eles apenas fingiam um cotidiano que não tinham ao comemorar um ano do nascimento de Harry, mas não pôde apenas desistir disso também.
Um deles renegava o sobrenome, um rebelde que agora tinha uma causa pela qual lutar. Um bastardo de aparências, mas de sangue puríssimo, que para ele era apenas água vermelha.
Um meio lobo, meio homem, que sorria triste, calado. Magro como um graveto, mas ainda encontrava forças para seguir em frente.
Um maroto, filho único e bem nascido, que de tudo tinha, mas nada era o bastante; que nada queria na vida além de criar o filho e amá-la, e nem isso pensava que iria conseguir.
E ela, uma ruiva irritadiça, nobre de caráter e pobre de sangue, que sustentava o filho nos braços e o marido no coração.
Comemorando o aniversário de uma criança que morava longe de tudo, além de deles quatro. Uma criança cujo sorriso dava esperanças e forças a todos eles – o bastardo, o lobo, o mimado, a mal nascida.
Uma família.
Comentários (1)
Triste, mas bonita.
2012-08-26