3. Beco Diagonal



Victoire ficou pensativa pelo resto do dia. Ele dissera que a ama, isso bagunçava a cabeça dela, Teddy, ou Ted, como ela preferia dizer, era o garanhão da escola, sempre tinha as garotas mais bonitas da escola aos seus pés, e nunca se interessara por Vic, que sempre gostara dele.


“Não me sinto nem um pouco má pelo que eu disse – pensou ela – Não comparado ao que eu ouvi ele falar de mim”


*Flashback On*


Victoire corria apressadamente pelos corredores, era o ultimo mês de aulas, e mesmo assim tinha muitos deveres, entrou na biblioteca e sentou-se isolada numa mesa. Folheou livros de aritmancia, adivinhação e trato das criaturas mágicas. Faltava apenas o trabalho de poções. Levantou-se para procurar o livro em uma estante, e não pode deixar de escutar a conversa de Lupin com um amigo:


-Sabe a sua prima, aquela loira?


-Quem, a Vic?


-É, ela mesma.


-Ela não é minha prima.


-Não importa, eu quero chamar ela pra passar uma semana das férias comigo, o que você acha?


-Péssima idéia.


-Por que? – perguntou o garoto, que Vic ao dar uma espiada rápida reconheceu ser Richard Davies, filho de Roger Davies, um garoto alto, cabelos escuros, e corpo definido pelo quadribol.


-A garota é horrível...


-Não é não!


-Não por beleza, mas ela é uma garota irritante, mimada e fútil.


-Ótimo, e o que você acha da Annie Brian?


-O que?


-Ah, ela já saiu comigo.


-Quando?


-Mês passado!


-Ah – dissera Teddy desconcertado, ainda namorava a tal garota. – Tenho que ir, falta um trabalho pra amanha.


-Certo... – murmurou o outro e foi até a mesa de Victoire.


Depois disso eles conversaram bastante, combinaram de trocar cartas. Mas Victoire passou as primeiras semanas sem nem notícia dele.


*Flashback Off*


E até hoje (faltava uma semana para inicio do ano letivo), Richard não lhe mandara nenhuma carta. Vicky saiu decidida do quarto, os olhos azuis brilhando de raiva, precisava de explicações. Bateu na porta do quarto dele, nem esperou resposta e entrou, se surpreendendo com um Teddy Lupin sem camisa.


-Bota essa camisa Ted. Não sou obrigada a ver isso.


-Ninguém mandou você invadir meu quarto.


-Olha Teddy, eu quero explicações, ok?


-Explicações pra que?


-Em primeiro lugar, você me disse que terminou com a sua namoradinha vadia por causa de mim, certo? – ele fez que sim com a cabeça – Mas, eu acabei de me lembrar de uma conversa sua com o Rich, de quando você namorava aquela vaca, e você descobre que ela te traia.


-Porque a raiva da Annie?


-Por que ninguém humilha você, com a minha exceção, é claro.


Teddy não conseguiu esconder o sorriso, ela estava com ciúmes!


-Então você mentiu pra mim, porque você terminou com ela, não por mim, mas por ser traído. – disse a loira furiosa apontando o dedo na cara dele.


-Olha, você tem que saber a historia toda.


-Conta – disse Vic jogando ele na cama e sentando-se ao seu lado.


-É que eu gosto de você faz um tempo, mas Annie já estava desconfiada, e com medo de eu terminar, o que logo eu faria, ela arranjou outro.


-Certo – disse ela mais calma – você gosta mesmo de mim?


-Gosto. – disse ele olhando nos olhos da garota. Deitou na cama, e ela continuou sentada, então ele colocou as mãos nas costas delas, e puxou-a para cima de si, ela aproximou-se perigosamente dele...


-ME LARGA SEU IDIOTA! SÓ PORQUE VOCÊ GOSTA DE MIM, NÃO QUER DIZER QUE PODE ME PUXAR PRA SUA CAMA!


-Olha, cansei de correr atrás de você. – disse Teddy com um olhar que ela nunca vira antes, parecia ser fúria, ódio.


-Ted...


-Pra você é Theodore. – disse ele saindo do quarto e deixando a garota à beira das lágrimas.


Vic foi até o seu quarto, e começou a chorar.


“Quer saber – pensou ela – Ele que saiu perdendo, eu consigo quem eu quiser.” Empinando o nariz, Victoire foi até a cozinha, onde todos estavam almoçando.


-Mãe? – chamou ela.


-Sim filha – disse Fleur apreensiva.


-Preciso ir ao beco diagonal.


-Quando?


-A carta de Hogwarts com a lista de livros deve chegar hoje, então pode ser amanha de manha.


-Ótima idéia, eu vou com você bem cedo, assim depois de comprarmos tudo, vamos ao Florean e Fortescue!


-Nove horas, então?


-Pode ser.


-Ei – Teddy entrou na conversa – eu também preciso de alguns livros, tia. Posso ir junto?


-Claro Teddy.


-É, Teddy. – ele olhou-a surpreso – Claro. Que não. – disse a garota com um tom arrogante, jogando os longos cabelos platinados para trás.


-Filha, Teddy vai conosco, e fim de assunto. Vá ajudar sua avó com o frango.


A garota resmungou e saiu pisando duro.


Meia hora depois, todos estavam almoçando, então, já farta, Victoire foi até seu quarto terminar a redação de Slughorn.


-FILHAA – Gritou Bill Weasley – Chegou uma carta pra você.


-Tá bom!


Ela pegou e leu-a:


Cara Srta. Weasley, é com prazer que lhe dizemos que foi promovida à monitora da sua casa, no dia 1º de Setembro, embarque normalmente e depois se dirija ao vagão dos monitores para receber instruções junto com os casais de monitores das outras casas.


Atenciosamente,


Minerva McGonagall.


P.S. Há um embrulho anexado à esta carta, ele contem seu novo distintivo.


P.P.S. Sua carta com a lista de livros também está anexada.


 


Victoire não conseguiu conter um grito. Todos foram ao quarto dela ver o que era.


-Olha só mãe, pai! – disse a garota com os olhos brilhando, apontando para o distintivo, que estava sobre seu peito.


-Que orgulho, filha – disse Bill abraçando-a – Quem é o outro monitor?


-Eu não sei – disse Vic curiosa para saber quem era.


-Er... Eu sei – disse Teddy com voz abafada.


-Quem? – perguntou Vic com um tom de voz ansioso.


-Eu! – disse ele sem rodeios, mostrando a carta e o distintivo.


-Só pode ser engano! Ele é irresponsável, arrogante, chato, abusa da usa posição, e acima de tudo e burro! – exclamou Vic indignada. – Quanto você pagou pra McGonagall?


-Ela sabe do que eu sou capaz! – gritou ele furioso.


-É, todos nós sabemos, explodir banheiros, botar fogo na torre da Grifinória, destruir o estoque de ingredientes de poções. Uma lista infinita...


Teddy subiu para o seu quarto e se trancou lá, decidindo que falaria o menos possível com Victoire.


O resto do dia foi calmo, silencioso, e o mais estranho possível: sem brigas entre Teddy e Victoire. Pra falar a verdade, eles evitavam trocar olhares.


No dia seguinte, de manha, Fleur acordou Vic dizendo:


Bom dia , cherrie !


-Bom dia, mama.


-Eu não posso ir ao Beco Diagona hoje, nem eu nem seu pai.


-Mas, mama, precisa ser hoje – exclamou Vic.


-Vá você e Teddy, depois vovó Molly vai com as crianças.


-Com o Teddy ?


-É.


-Tá bom – disse ela com uma expressão magoada.


*Flashback On*


-Olha, Teddy... Me desculpa – disse a loira na noite anterior, as lágrimas escorrendo pelo rosto – eu não sabia que você iria ficar magoado.


-É, mas eu fiquei, Vic. Isso não foi legal – disse o garoto sem olha-la nos olhos.


-Você nunca se magoou com as minhas brincadeiras ! – exclamou ela indignada – Por que desta vez você levou a sério ?


-Por que as outras vezes foram antes de você saber o que eu sinto. Ou melhor, sentia.


-Mas... Teddy ! – exclamou ela.


-Fala logo – disse ríspido – Quero ficar sozinho.


-Eu... eu... Bem, eu amo você, Teddy,  só quero que saiba disso. – disse ela saindo do quarto, conseguindo antes, ouvi-lo dizer :


-Mas  eu não gosto de você, não mais.


Então ela foi correndo para seu quarto, deitou-se na cama e chorou, até que enfim conseguiu dormir.


*Flashback  Off*


-Vamos, você está atrasada – disse Teddy seco ao ve-la aparecer na cozinha.


-E não se esqueçam – disse Molly – Digam corretamente, ou irão parar em algum lugar errado. – ela olhou com um sorriso para Harry, que escondeu um sorriso.


-Tá – disseram os dois adolescentes em tom monotóno.


Teddy foi primeiro, jogou o pó e entrou nas chamas dizendo :


-Beco diagonal.


Victoire imitou os movimentos do outro, e depois de um desconfortável minuto, ela se viu em um barzinho sujo, com Teddy apoiado em uma parede.


-Vamos ? – perguntou ela nervosa.


-Vamos – confirmou ele, bateu nos tijolos e eles foram para o beco diagonal.

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