Prólogo



      Em Ottery St.Catchpole, no alto de uma colina verdejante, escondida por feitiços anti-trouxas A Toca continuava de pé como sempre desde que fora construída, cerca de quarenta e três anos antes. Não era preciso muita atenção para perceber que, se não fosse os encantamentos que circundavam a construção, ela já teria se desmantelado há tempos; parecia uma pilha de caixas de sapato, equilibradas de mal-jeito umas sobre as outras, como se os andares houvesse sido acrescentados ao longo dos anos sem supervisão prévia.


      Não era grande surpresa quando uma coruja ou outra entrava pela janela; era, na verdade, perfeitamente normal. Normal para bruxos, claro. Trouxas – os não-mágicos – provavelmente teriam um infarto se vissem um animal desses. Muitos deles não haviam visto uma coruja mesmo de dia, quanto mais carregando pacotes, cartas e encomendas.


      A Toca era agora silenciosa. Bem, talvez nos dias de semana; durante o Sábado e o Domingo a falta que faziam os filhos, já adultos e com suas próprias famílias, era preenchida com a agitação dos doze netos, quatro noras, o único genro, sem contar os seis filhos que vinham matar a saudade dos pais.


      Os Weasley eram uma família incomum, com toda certeza, mesmo entre os bruxos. Era grande – bem grande, pode-se perceber -, bagunceira e, sobretudo, feliz. Principalmente agora que se fora a Segunda Grande Guerra bruxa, na qual os componentes mais velhos da família haviam lutado e, em dor, perdido entes queridos.


      Os maus tempos se foram, pensava a matriarca dos Weasley, Molly, sempre que recordava com pesar a morte de Fred – seu filho -, Dumbledore, Remo, Dora, Sirius, James, Lily, Olho Tonto Moody e tantos outros.


       Naquela manhã de Domingo a família inteira iria se reunir para um almoço. Ah, como Molly gostava desses momentos! Pensar que sobrevivera para ver os netos crescerem a fazia a mulher mais feliz do mundo.


      Ela se postou diante do fogão e, sem mais protelação, puxou do avental manchado a varinha. Com simples acenos caçarolas, talheres, copos e travessas saiam de seu respectivo lugar, voando de uma ponta a outra da cozinha obedecendo aos comandos de Molly.


      Olhando no relógio pendurado na parede sobre a geladeira, Molly apressou-se a preparar um suflê de carne, o favorito de todos. Outra particularidade dos Weasley era o apreço pelos objetos trouxas, como a geladeira e o carro estacionado no velho casebre de ferramentas no fundo da propriedade. O objetivo de vida de Arthur, marido de Molly, inclusive, era descobrir com os aviões se erguiam no ar.


      - Como quilos de metal voam sem magia? – ele costumava se questionar.


      À altura que se aproximava o meio-dia, o primeiro grupo de pessoas saiu da lareira via pó de flu fazendo estardalhaço na sala de estar. Os Weasley/Potter haviam chegado.


      Molly limpou as mãos num lenço de papel e foi receber seus convidados.


      O homem moreno, cujos olhos verdes escondiam-se por detrás das lentes dos óculos de aro redondo estava parado ao lado da esposa, alguns centímetros mais baixa que ele. Ela tinha cabelos vermelhos e olhos castanhos.


      - Ai, Tiago! – reclamou a garotinha ruiva de oito anos, Lily, ainda dentro da lareira – Você pisou no meu pé!


      - Se você tivesse deixado eu ir primeiro, eu não teria pisado no seu pé – retrucou o mais velho, ruivo de doze anos.


      - Ora, calem-se! – disse o do meio, Alvo, irritado – Caso tenham notado, seus cabeçudos, vocês estão os dois em cima de mim. Isso não é uma situação agradável!


      - Foi mal, irmão.


      Harry estendeu a mão para que os filhos se pusessem de pé devidamente. Gina se precipitou a espanar a fuligem das roupas deles. James, o ruivo, se afastou vários passos quando a mãe fez menção de limpar seu rosto com um lenço molhado de saliva.


      - Eu não sou um bebê, mamãe!


      Gina revirou os olhos.


      Molly abraçou os mais velhos com força, como se não tivessem se visto no dia anterior; em seguida tirou os netos do chão, sufocando-os entre seus braços.


      - Vo...vó, não... consigo... respi...rar! – disse Lily. Molly os largou.


      - Mas vocês estão muito magros! Com o que alimentam essas crianças? – ela se dirigia a Harry e Gina.


      - Olá para a senhora também, Sra. Weasley – falou Harry, risonho.


      Alguns minutos depois – não antes de Lily ter esbarrado sem querer em um vaso de porcelana; não antes de Alvo ter encontrado um meio de capturar o pote de biscoitos de cima da estante, e James descido pela décima vez o corrimão das escadarias –, o segundo grupo de pessoas aparatou na cozinha.


      O ruivo, alto e magro, vinha acompanhado pela morena de cabelos volumosos e pelos dois filhos, uma de cabelos castanhos arruivados com cachos, o outro moreno de cabelos lisos. Ambos tinham a bela cor azul-escuro dos olhos do pai.


      Foram cumprimentados com o mesmo entusiasmo por parte de Molly; esta não poupou comentários a respeito de uma poção que ela conhecia, que ajudaria a tirar o volume do cabelo de sua neta, Rose.


      - Não, obrigada vovó – respondeu a garota – Eu acho que os folículos capilares das pessoas não devem ser incomodados, principalmente depois do acidente com a tesoura e o tubo de cola no Natal do ano passado – ela lançou um olhar significante a James.


      - Eu já pedi desculpas!


      Os primos se cumprimentaram, e também a seus tios. Alvo e Rose correram pra fora da casa, sentando-se embaixo de uma grande e anciã arvore ali plantada; James entreteve Hugo e Lily com mais uma de suas histórias sobre Hogwarts.


      O tempo foi passando até que todos da família estivessem presentes, inclusive Charlie – que estivera na Romênia nos últimos dois meses – e Arthur que tivera de fazer hora extra no ministério. Por mais que houvessem insistências por parte dos filhos, o homem se recusava a pedir aposentadoria; na Seção para Detecção e Confisco de Feitiços Defensivos e Objetos de Proteção Forjados, ainda precisavam de sua experiência.


      O estranho relógio enfeitiçado dos Weasley tinha todos os ponteiros sobre a área que dizia em casa.


      Tudo parecia bem; contudo era apenas impressão. Ninguém percebeu, mas havia, sim, alguma coisa no céu que previa como as coisas seriam em um futuro bem próximo.

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Comentários (2)

  • meroku

    PPPPPPPPPPPPPOOOOOOOOOOOSSSSSSSSSSSSSSSTTTTTTTTTTTTTAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    2012-12-28
  • meroku

    belo prólogo!!!!!a historia parece prometer muitas aventuras e confuções!!!!!!to doida para ler os proximos capitulos!!!!! 

    2012-07-21
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