Único.



O Baile



Era tão simples, fingir que havia bebido um pouco demais, procurá-lo, dizer o que ela estava sentindo e quem sabe eles poderiam até se entender.


Seria tão simples se ela realmente tivesse coragem para tal ato, e se ela realmente ficasse bêbada? Não, todos sabem que ela não era disso... Sem contar que onde ele estava?


Na pista de dança nem sinal, no bar muito menos, em nenhum dos locais da festa, mas também, que diferença faria se o encontrasse? Provavelmente não teria coragem de falar com ele era covarde demais para isso.


Ela estava apaixonada isso era fato mais que comprovado nessa noite, principalmente quando ele a cumprimentou hoje com um abraço cativante, conversou com ela a olhando nos olhos, ela soube que estava perdida. Por que isso acontecia com ela?! Qual era o seu problema? Por que nunca ninguém havia se interessado por ela de verdade?
Talvez fosse a maneira como ela se comportava, não ficava de gracinhas com ninguém como suas amigas ficavam, não gostava de dançar com um cara grudado atrás de si, mesmo nas raras vezes em que colocava não se sentia bem com roupas justas como suas amigas usavam, não gostava e também não sabia se “oferecer” como suas amigas sabiam e faziam, não sabia flertar, era totalmente “virgem”, como dizia suas amigas mais experientes, era totalmente virgem no assunto amor.


Desejou ter um terço da coragem que sua amiga Emmeline, que agora se encontrava aos amassos com um cara qualquer, tinha era difícil para Marlene isso, como se livrar dessa covardia? Há mais de seis meses ela se encontrava nesse impasse, todos falavam que ela tinha que abrir seu coração para que assim ela perdesse esse medo de amar que possuía, o problema era: e a coragem para abrir seu coração? Ela já tinha se convencido que era uma covarde para essas coisas.


Medo, era uma palavra constante em seu vocabulário, ela tinha medo de tudo e principalmente da rejeição que era certo que viria assim que ela resolvesse falar tudo que estava afogado em sua alma, seu coração. Ela tinha se prometido não se apaixonar por ninguém, já havia conseguido ficar sem se interessar por ninguém de verdade há mais de um ano, mas então mudando de escola no último ano do ensino médio, faltando seis meses para terminar o ano letivo, ela teve que conhecê-lo! Deus estava certamente querendo brincar com ela, céus ela confessa que um dia em uma crise de choro ela implorou para que Ele lhe trouxesse alguém com que ela pudesse contar, um companheiro para compartilhar suas felicidades, seus problemas seus medos.
Quando conversou a primeira vez de verdade com Sirius Black pensou que Ele finalmente havia atendido seus desejos desesperados, agora ela vê como foi tola ao pensar nisso, Sirius de fato é um sonho de consumo: bonito, inteligente, educado, sincero, rico, ela ainda procura defeitos nele, os acha, mas eles nunca superam as qualidades. Lembrou-se de tê-lo colocado em um pedestal, ele havia se tornado sua pequena obsessão, reparou em tudo dele, desde como ele não faz questão de andar com roupas da moda, do seu tênis surrado preferido, e sua calça jeans clara um tanto surrada, até os seus pequenos gestos que fazia com a mão quando conversava com os amigos. Apesar da sua beleza não era uma figura muito marcante, ele não era o jogador gostosão de futebol, era péssimo no esporte por sinal, nunca foi o alvo de todas as garotas, Sirius era na dele, não gostava de aparecer, era um dos melhores da turma, mas nunca tirou vantagem disso, na realidade ele odiava quando tocavam no assunto, ele simplesmente gostava de estudar, queria se engenheiro mecânico e certamente vai ser. Quando Marlene se deu conta, não dava mais para fugir, fingir que ele não existia, como fazia antes de conhecê-lo, quando se conhece Sirius Black se torna impossível de se quer o evitar, quando ela se deu conta estava nas mãos de Sirius, seu coração batia mais forte apenas por vê-lo chegando na escola, e quando eles conversavam? Oh, céus, apenas Deus sabia como ficava.
Porém, com o gostar veio também a sua autodefesa, sua carapaça como sua mãe dizia. Quando estava apaixonada ela criava inconscientemente essa autodefesa, se tornava meio grossa, mal consegue falar com a pessoa, não consegue demonstrar seus sentimentos, não olha nos olhos e mais um bando de coisas que empacavam a vida da garota.


Com a paixão veio o ciúme, talvez seja a pior parte a obsessão que ela nutria por ele, ela começou a sentir ciúmes de todas as garotas que conversavam um pouco a mais com ele suas próprias amigas que não tinham conhecimento do interior de Lene... Ela não conseguia evitar, e quando alguma vadia chegava jogando charme para ele?! Ela queria morrer, ou então explodir a cabeça da garota e sempre se perguntava a mesma coisa: Como elas tinham/têm coragem de serem tão desinibidas?


Será que ele tinha consciência do que Marlene nutria por ele? Talvez sim, talvez não... Essa pergunta que assombra tanto a mente da garota nunca terá um resposta, ela era covarde demais para querer saber a resposta de verdade, afinal, quem iria gostar de uma garota baixinha, esquentada, que faz piadas idiotas, que não sabe flertar? Certo ela não era feia, sempre recebia elogios sobre sua aparência, mas nada mais que elogios, ninguém jamais a convidou para sair, sim com 17 anos recém feitos, ela nunca havia recebido um convite para sair.


Estava sim se divertido em sua formatura, claro seus olhos sempre atentos para algum sinal, qualquer que fosse, da presença dele, alguns garotos já haviam tentando beijá-la, mas qual era a graça de misturar salivas com desconhecidos? Certamente suas amigas a recriminariam por pensar assim não século 20! Mais isso agora pouco importava.


No fim da festa ela finalmente o achou, estava lindo com sempre com sua camisa social branca meio aberta e, conversando com uma garota, os dois sozinhos em uma mesa em uma conversa muito entredita, de uma forma que eles nunca tiveram, Sirius era tímido demais, quando ela em seus raros momentos de coragem ia conversar com ele, ele sempre foi meio travado...


Ela pensou seriamente em ir até eles, pedir um momento a sós com ele, falar tudo que sentia no momento, a raiva, a meia tristeza, o ódio, a paixão, enfim,  falar tudo botar para fora tudo que estava entalado há seis longos meses, ao mesmo tempo em que a coragem surgiu, ela foi embora.


Marlene nunca se permitira a isso, primeiro a óbvia falta de coragem, segundo ela era muito orgulhosa e terceiro ela não achava certo uma garota de declarar para um cara, não era muito machista para isso, foi criada com a ideia de que chegaria um príncipe encantado que a tiraria de sua vida pacata sem que ela precisasse mover uma mão se quer, e querendo ou não, ela ainda lutava contra esse “machismo”, mesmo sabendo que não havia nenhum príncipe encantado que vai até a lua atrás dela, ela não conseguia retirar da cabeça que era o homem que vinha atrás da mulher não o contrário.


Eles tinham se formado, agora era cada um para o seu canto, provavelmente nunca mais o veria, e nem isso foi suficiente para que ela tomasse a coragem necessária para ir até ele e dizer tudo o que sente, mas não foi isso que aconteceu. Ela viu a cena, talvez eles nem estivesse juntos porque não viu nenhum beijo, mas o ciúme, o orgulho e a covardia falaram mais alto e ela os ouviu e foi embora para casa.


Marlene McKinnon esqueceu Sirius Black depois de um tempo, só uma coisa que ela não conseguiu superar foi o “e se” que sempre vem a sua mente quando ela se lembra do seu baile de formatura, e se ela tivesse ido lá falado com Sirius, será que agora estariam juntos? Será que ele lhe daria um fora muito bem educado com ele era?


Quem irá de saber e responder essa dúvida? E o mais triste é a resposta: Ninguém.




N/A: Estou meio revoltada com a vida hehehe ai eu escrevi essa fic as 2 da manha do dia 03 ou mlehor 04 de dezembro de 2011 nem sei pq eu to postando ela mas tudo bem...

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