The shadow of the day



N/A.: Fanfic UA. Draco vampiro (dá para notar, mas como tá bem sutil, vale o aviso). Rated T (PG 13), por causa de uma mortezinha. Enjoy!


__________________________________________________________________________________________________


The shadow of the day
_________________________________________________________________




Não há nada interessante na bondade. As pessoas boas são sempre previsíveis, monótonas, chatas. São inteligentes demais ou burras demais e, por definição, são sempre limitadas. Ele nunca se sentia fascinado por elas. Ele preferia as pessoas falsas às pessoas boas. Na falsidade ao menos se tem algo para prender o interesse, mesmo que não mais que alguns momentos.


Para ele, as pessoas falsas eram muito mais dignas de atenção. Por definição, elas mentem, e o simples ato de não contar verdades já lhes rendiam pontos a favor: elas tinham algo a esconder. Algo obscuro, sujo ou imoral; tais adjetivos são cativantes por natureza. O que não se aplica as pessoas boas, é claro: elas são sempre iguais.


Em seus vários séculos de existência, ele foi cativado pelas ruas escuras, pelos encontros condenáveis, pelas trocas de olhares em salões lotados. Ele gostava da discórdia, da raiva, do desamor. Ela uma criatura das sombras, feito de caos.


Ele não se lembrava de se sentir como estava se sentindo no momento. Ele não lembrava como era sentir tantas coisas, tão confusas. Ele só sabia que suas crenças já não pareciam tão sólidas, que suas mãos nunca pareceram tão quentes, que sobreviver nunca fora tão errado.


Havia as pessoas de má índole e as pessoas bondosas, e no meio de tudo isso – de um mundo falso, feito de mentiras e meias mentiras, de uma Igreja para um deus nunca visto, de mulheres interesseiras e clérigos depravados; de dias claros de sol, de crianças rosadas correndo nas ruas, de mães carregando bíblias enquanto caminhavam para as missas, de fábricas e máquinas, de revolução– estava ela.


Ondas de café, pele como seda esticada sobre marfim, curvas suaves. Ela cheirava a dias de sol e livros antigos, seus olhos marrons com círculos de ouro carregavam em si o segredo da vida. Ela tinha o calor do verão, a bondade da primeira, os segredos do outono e a força do inverno.


"Hermione", ela lhe disse, e sua voz fez tudo entrar em harmonia.


Ela lhe parecia ser bondosa, mas seu sorriso tinha segredos. Ela era inteligente, mas parecia sábia demais, e os sábios nunca são confiáveis. Ela não tinha medo, e isso acabaria por matá-la.


Ela pensava e pensava, e sua beleza não se dissolvia em sua expressão inteligente. Ela calculava cada passo antes de firmar os pés no solo adiante, era perfeccionista e seguidora de regras, mas podia quebrar a todas de uma vez se assim seu coração mandasse. Havia nela um novo impulso, algo fluido demais, algo que nada e ninguém conseguiria definir, reproduzir ou aprisionar.


Seus olhos brilhavam, não se afastando dos seus por nenhum segundo. Ela era curiosa e destemida demais para o seu próprio bem, mas ele podia ver – podia sentir – que ela não se arrependera por nenhum instante, por um segundo que fosse.


Ele sentia inveja dela e de seus tons de interlúdio, ao mesmo tempo em que pensava que aquele mundo não a merecia, e nunca viria a merecer. O paradoxo, o enigma, era talvez mais interessante que a maldade. Ele a drenava, gota a gota, o calor passando da pele dela para a dele, e ele se sentia vivo, livre.


Ela perdia a vida, a cor, e lhe sorria.


Porque ela também era fascinada pelo caos. Pelo que é e acontece depois do que o sol se põe. E as noites de moviam pela palma pálida, e ele era a escuridão.


E, naquela noite em tons de vermelho, o mundo era deles.




__________________________________________________________________________________________________




N/A.: Primeira vez que eu escrevo com vampiros =D Tá sem betagem nenhuma, então é possível encontrar uns erros escrotos.


Vale um coment? *-*

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.