ÚNICO - Destino



Destino


Eu sentia que estava próximo da queda. Apenas mais um passo. Apenas mais um movimento. Minha cabeça parecia que iria explodir, o sangue latejando em meus ouvidos. E era estranho porque eu não deveria saber como eram aquelas sensações. Aquele corpo era um mero modo para que eu pudesse interagir com os humanos, sem vínculos com meu verdadeiro eu.



As escolhas foram feitas. Pessoas foram julgadas. Amores foram perdidos. E o ‘apocalipse’ aconteceu.



Seria tão mais fácil se uma ação tivesse só uma reação. O caso é que, o destino, mesmo algumas pessoas não acreditando está ai.



O destino é algo facilmente manipulável. Você faz a escolha certa e ele está lá. Olhando-te. Esperando você fazer a escolha errada. E se você fizer a escolha errada o destino continua ali. Talvez por que ele seja à base de algo imaginário. Algo não concreto. Algo não real ou não existente aos nossos olhos.



Mas eu sentia. Era real. Era inegável.



E doía. Mais do que eu pude imaginar. Achei que se a deixasse ela teria um futuro melhor do que o que eu poderia dar para ela... Mas me enganei. A dor de vê-la do outro lado era muito grande. Insuportável.



Mas sempre a amei. Fui educado para desprezar as pessoas de seu sangue. Os sangues-ruins. Mas o destino me pregou uma peça. E aqui estou eu. Draco Malfoy apaixonado por uma sangue ruim.



Apaixonado por Hermione Granger.



Esse amor esteve sempre ali para quem quisesse ver e isso incluía ela mesma. E as coisas só seguiram o seu ritmo. Começou no 4º ano. A sensação de ter borboletas na barriga. O suor nas mãos. A boca seca. A vontade de sempre discutir com ela, só para pode ouvir um simples: "Eu te odeio Draco Malfoy". Mesmo que as palavras que eu quisesse ouvir fossem outras. Mas a verdade era que amava  Hermione há muito tempo. O amor que sentia era tão velho quanto eu mesmo. Algo descomunal. Doentio. Claro e perfeito como o céu e o mar. Mas que de alguma forma trazia um pouco de felicidade para dentro de mim naqueles tempos sombrios.



Eu não tinha como negar. Não tinha esse direito. Nunca tive realmente. Por mais que minha alma estivesse em pedaços eu sempre iria me sacrificar por Hermione mais uma e outra vez. Por que Hermione era Hermione. Apesar de ela nunca corresponder esses sentimentos.



Por muito tempo o que tinha me mantido em pé fora aquele sentimento. Aquele grande sentimento que me consumia dia após dia. As borboletas na barriga, o suor nas mãos, o frio no estômago. O amor.



Enfim, toda história tem um final. Talvez nem sempre o desejado, afinal nem a vida tem o final que nós queremos. - Mesmo aquelas que não tenham começado. - Não existe um roteiro. Não existe destino. Agora eu sei.


Existem apenas escolhas feitas e caminhos trilhados.



Ela escolheu lutar contra Voldemort. E eu contra a Ordem da Fênix.



E naquele momento, Céu e Inferno colidiram.



Naquele momento, eu havia caído.


 


***


N/A: Essa é prá você Mione03!!

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