What the Hell?!



WHAT THE HELL?!


Uma garota problemática, em um mundo problemático.


 


 


 Gente, eu estou um horror! Sem mentira. Eu estava deitada tranquilamente na minha cama (ok, nem tão tranquilamente assim) e do nada resolvi levantar. Pois é, assim de repente. Vim aqui no banheiro jogar uma água no rosto e olhar minha aparência, quando avistei um babuíno de olhos claros refletido no espelho.


 Como qualquer pessoa normal, eu gritei. Gritar com a própria aparência é f***, mas eu levei um susto tão grande, que não resisti.


 - AAAAAAAAAAHHHHHHHHHH!!!!!! – foi exatamente desse jeito. É, pode imaginar: uma louca gritando na frente do espelho e dando pulinhos de horror. Patético, não?


 Fiquei gritando desse jeito até que minha garganta doeu e eu percebi que o babuíno no espelho ficava me imitando. Que abusado! Abri a boca pra mandar ele tomar no buraco anal, quando finalmente (e com perplexibilidade crescente) percebi que o babuíno era eu. E aí fiquei olhando para o espelho com cara de idiota, retardada e débil mental, do jeitinho que eu estou agora.


 Acho melhor tentar arrumar a bagunça louca que está o meu cabelo. Sabe, eu não estaria aqui agora se não fosse o maldito Sirius Black. Foi tudo culpa dele. Eu e ele estamos juntos faz uns dois meses e ele já conseguiu me trair com cinco garotas diferentes! E sabe o que eu fiz com aquele canalha?


 Nada. Não, você não leu errado. Eu realmente não fiz nada. E sabe porque? Porque eu amo aquele cachorro. E porque eu decidia perdoá-lo todas as vezes que ele me pedia desculpa. Mas sabe o que acontecia depois de tudo isso? Eu via ele se agarrando com outra de novo...


 Há dois dias, Sirius beijou a quinta menina. Fiquei tão absurdamente mal, que passei os dois dias seguintes no quarto, me entupindo de sorvete de morango e assistindo filmes românticos. Ah, e chorando, claro. Chorar foi um elemento indispensável nos meus dois dias de isolação. Nesse meio tempo, Sirius me mandou tantas mensagens que faltou memória no meu celular. Eu não respondi a nenhuma delas. Todas mais ou menos desse jeito:


 


 Hey, Lene. Ficou com raiva de mim?


 


 Me desculpa, sabe que não fiz por mal...


 


 Depois de um tempo, as mensagens começaram a ficar mais desesperadas.


 


 Lene, me perdoa, não vai acontecer de novo.


 


 Eu te amo, você ainda me ama?


 


 E por aí vai. A última mensagem que ele mandou foi essa aqui:


 


 Marlene?


 


 Só o meu nome. E um ponto de interrogação. Ficou soando na minha cabeça como um chamado. Como se ele me chamasse. E foi justamente essa m**** de mensagem que me deixou... irada? Nem sei. Acho que foi raiva. O que ele acha? Que é só dizer “vem”, que eu vou? Que é só ele me chamar e eu respondo, como um cachorrinho?


 Então, eu vou te contar uma novidade, Sirius: eu não sou seu cachorrinho!


 E foi essa determinação que me fez sair da cama. Do nada. É, desse jeito mesmo.


 Vou pagar na mesma moeda. É só você esperar. MUAHAHAHAHAH! *risada maléfica*.


 


X&X


 


 - Marlene?! – ouvi a voz de Sirius me chamando, mas nem me importei em atender seu chamado. Estava agarrando um loiro muito gostoso agora.


 


You say that I messing with your head


All ‘cause I was making out with your friend


 


 Sabe, eu estava em uma posição nada inocente. Encostada na parede, as pernas em volta da cintura do loiro. A coisa estava uma delícia e eu sabia que tinha gente olhando, mas mandei todo mundo às favas mentalmente. Em um dia normal, eu ficaria morrendo de vergonha.


 - Marlene! – Sirius voltou a chamar. Com um suspiro resignado, me soltei do loiro gostoso e me virei para olhar para Sirius, com as mãos na cintura e a sobrancelha erguida, desafiando-o. – O que está fazendo?


 - Acho que você sabe muito bem. – respondi, irônica.


 - Mas... – ele começou, parecendo mais perdido do que barata no meio de um tiroteio. – Você sempre foi contra traição.


 Dei de ombros, como se não me importasse. Joguei o cabelo e pisquei para o loiro que estava agarrando.


 - Eu mudei de idéia.


 - Você ainda vai me deixar louco. – prometeu ele e parecia extremamente nervoso.


 Coloquei um sorriso sarcástico nos lábios e mudei de posição, ficando agora com metade do corpo encostado na parede.


 - É mesmo? Você não parecia se importar quando era eu que carregava a galhada. – comentei.


 - Você sabe que eu não tinha a intenção de te magoar... – ele chegou perto de mim e pegou minhas mãos. – Eu te amo.


 


Love hurts whether is right or wrong


 


 Aquele comentário me fez rir. Rir histéricamente, quase como se estivesse louca.


 - Ah, mas é claro. – eu disse, irônica e voltei a rir.


 - Pare com isso... – Sirius pediu. – Essa não é a Marlene que eu conheço.


 


I can’t stop ‘cause I’m having to much fun


 


 Eu o encarei sem um pingo de seriedade. Havia prometido a mim mesma que não acreditaria nas palavras dele. Quem segue o coração só se f***, eu aprendi.


 - Foi você que me mudou. Eu aguentei o quanto eu pude as suas canalhices. – sussurrei, sorrindo. – Mas eu decidi que você não merecia os meus perdões, nem a minha bondade. Então vou deixar rolar. – terminei e retirei minhas mãos das dele.


 Virei-me, feliz, para o loiro gostoso que eu ainda não sabia o nome. Mas não tive tempo de beijá-lo. Sirius havia pegado meu cotovelo e me virado para olhá-lo.


 - Por favor, Lene. – pediu. Ah, mas foi tiro e queda. Na hora eu soube o que ele estava tentando fazer. Usando meu apelido, ele achava que eu iria cair na dele. Mas era um idiota mesmo. A única coisa que consegui fazer foi rir.


 


You’re on your kness


Begging please,


Stay with me


 


 - Não. – sussurrei para Sirius. – Uma garota tem que ser problemática para sobreviver em um mundo problemático.


 


But honestly


I just need to be a little crazy


 


 Tentei me virar para o loiro, mas fui impedida por Sirius mais um vez. Isso estava começando a me irritar. Poxa, eu estava me divertindo com o loiro, mas o cachorro do Black não deixava.


 - Você não era assim, Lene.


 - Ah, jura? Me deixa lisongeada que saiba disso. Afinal, você perdia muito tempo com outras garotas para dar atenção pra mim.


 - Isso não é verdade.


 - Se você está dizendo.


 


All my life I’ve been good, but now


Whoa, I’m thinking “what the hell”


All I wants is to mess around


And I don’t really care about


 


 Continuei a encará-lo. Olhei sugestivamente para minha mão, como se pedisse que me soltasse. Se Sirius entendeu o meu pedido silencioso, não o atendeu. Continuou me segurando, como se esquecesse por um momento que o estava fazendo. Sua expressão estava começando a me preocupar: estava confusa, ao mesmo tempo surpresa... e culpada. Terrivelmente culpada.


 - Olhe, só... só me desculpe.


 Levantei as sobrancelhas.


 - De novo?


 - Certo, então... – ele pareceu pensar. – Me dê uma chance. Uma chance para nós dois.


 Ah, claro! Como se eu fosse cair nessa de novo. Cara, sem brincadeira, eu, Marlene McKinnon, tentei me ver livre dele pela primeira vez e, mesmo assim, Sirius vem com o mesmo papo furado para cima de mim! WTF?! Ele realmente insulta minha inteligência.


 - Uma chance?! Você é idiota ou o que? Eu já perdi a conta de quantas chances eu te dei, Black. – disse, agora séria. Meu humor negro havia desaparecido. – Eu não quantas chances você acha que merece ter, mas lá quantas forem, elas acabaram.


 - Mas eu pensei que...


 - Pensou errado! Se achou que eu fosse esperar a sua boa vontade para sempre, saiba que eu não fiz isso. Quer que eu resuma para você? Acabou! Não tem mais volta. Cansei de ser boazinha.


 


If you love me, If you hate me


You can’t save me, baby, baby


All my life I been good, but now


Oh, “what the hell”


What? What? What? What the hell?


 


 Deixei o garoto com uma carinha de cachorrinho abandonado que quase me arrependi de ter dito tudo aquilo para ele. Quase. Sorri, compreensiva para ele. Era a vez dele de sofrer. Mas, quando me virei novamente para o loiro, descobri, infelizmente, que ele não estava mais lá. Suspirei, resignada, mas nem dei importância, porque, sabe, nessas festas a gente acha homem até no lixo.


 Dando de ombros, deixei um Sirius Black sem palavras para trás e saí para caçar, andando no meio das pessoas, procurando a presa perfeita. Dei uma remexida no cabelo e ajeitei a blusa assim que avistei um ruivo com cara de tarado sentado com mais dois amigos em uma mesa. Plantei um sorriso no rosto e andei em direção à mesa, parando para pegar uma bebida com o garçom. Assim que o grupo de garotos me viram, soltaram exclamações safadas e me olharam de cima à baixo.


 - Oi. – eu cumprimentei, me sentindo o máximo. Os garotos abriram espaço e eu me sentei no meio deles. Começamos um conversa animada. Não houve apresentações.


 


So what if I go out on a million dates


You never call or listen to me anyway


 


 Quando dei por mim, o ruivo estava me beijando, um dos amigos dele estava me agarrando por trás e beijando o meu pescoço, enquanto o outro passava a mão na minha perna e apertava a minha bunda. Até aí, eu estava bem feliz, até que teve um indivíduo bem sem graça que acabou com a minha felicidade assim que passou por nós e comentou: “nossa, aquela menina é p***, está agarrando três de uma vez, que nojo”.


 Eu fervi de raiva, mas me lembrei das garotas que Sirius beijou e fiz questão de continuar.


 


I’d rather rage than sit around and wait all day


Don’t get me wrong, I just need some time to play


 


 - Marlene?! – a voz de Sirius se destaca na multidão. Não, Sirius, não é a Marlene, é a reencarnação do Elvis Presley! É a segunda vez que ele diz a mesma coisa!


 


You’re on your kness


Begging please


Stay with me


But honestly I just need to be a little crazy


 


 Pausa para reflexão: sabe quando você esta fazendo uma coisa errada e não se dá conta, até que vem alguém e te diz que aquilo é errado e você finalmente se toca que o que você está fazendo não é certo? Pois é, eu estava tendo um surto bem parecido naquele momento. Ninguém tinha vindo esfregar na minha cara que eu tava fazendo besteira, mas vamos combinar que nem precisava, né? Eu tinha plena consciência que eu estava dando uma de vadia, igual àquelas garotas que o Sirius costumava ficar e estava começando a me sentir um mal com aquilo. E para melhorar, vem aquela pergunta que não quer calar: P*** Q** P****, Marlene, se você sabia que estava fazendo coisas feias, porque continuou?!


 Porque eu me tornei uma garota problemática, que vive em um mundo problemático, oras!


 


All my life I been good, but now


Whoa, I’m thinking “what the hell”


All I want is to mess around


And I don’t really care about


If love me, if you hate me


You can’t save me, baby, baby


All my life I been good, but now


Oh, what the hell


 


 E desde quando isso é desculpa para agir que nem um vaca?


 Nesse momento eu me senti uma verdadeira cachorra no cío. Sem mentira. Me senti tão mal, tão mal, que saí do meio dos meninos na hora. Olhei para a festa a minha volta e encontrei os olhos de Sirius. Sabia que os meus estavam cheios de lágrimas.


 Virei a cara, para ele e para a mulyidão que observara a suruba que estivera rolando entre mim e os garotas. Sem pensar duas vezes, saí correndo da festa. Por um momento, eu me tornara um Sirius Black, versão feminina 2.0, atualizada. Mas Marlene estava de volta, pronta para passar mais dois dias no quarto. Talvez tenha sobrado mais sorvete.


 


La, la, la, la, la


Whoa, whoa


La, la, la, la, la


Whoa, whoa


 


 - Marlene, espere! – ouvi Sirius me chamando e sabia que ele iria começar a me seguir. Mas que merda! Já estava me sentindo uma vadia sem tamanho e ainda tinha que aguentar as palavras de compreensão do meu atual ex-namorado.


 Pode dizer, eu estava no fim no poço. É, pode falar, eu sei que é verdade. Não, eu não vou me magoar. Talvez um pouco, mas eu supero.


 - Vai embora! – gritei sobre o ombro. Como era de se esperar, Sirius não me deu ouvidos. Pelo contrário, continuou me seguindo e quando finalmente me alcançou, fez questão de me agarrar pela cintura.


 Porque quando a gente quer ficar sozinho, aparece um infeliz que insiste em ficar do nosso lado?


 Até aí, tudo bem (não tão bem assim), mas a coisa começou a piorar a partir do momento em que eu entrei em desespero e comecei a chorar histéricamente no ombro do Sirius. Fim do poço, eu sei.


 - Você ainda vai me deixar louco, Lene. – ele prometeu. – Primeiro, diz que odeia traição, mas diz que mudou de idéia, só pra sair correndo e chorando. Culpa? – perguntou. Balancei a cabeça afirmativamente. – Sei bem o que está sentindo.


 


You say that I messing with your head, boy


 


 Balancei a cabeça negativamente. Duvidava muito que ele sentisse o que eu estava sentindo naquele momento.


 - Sei sim. – Sirius afirmou, convicto, acariciando as minhas costas protetoramente, e beijando os meus cabelos. – Como acha que eu me sinto todas as vezes que beijava uma garota pelas suas costas? – perguntou.


 Pensei sobre o assunto e decidi acreditar nele. Não tinha mais nada a perder.


 - Mas fique calma – ele prosseguiu. – vou estar aqui com você, assim como você esteve lá comigo.


 A piedade dele estava começando a me irritar.


 - Me desculpe, Sirius.


 - Desculpo, sim. – ele disse, os olhos brilhando.


 - Não sei onde estava com a cabeça quando beijei aqueles garotos.


 - Nem eu.


 - Estava com raiva de você.


 - Eu sei.


 E Sirius me beijou.


 


I like messing in your bed


Yeah, I’m messing with your head


When I messing with you in bed


 


 Bem, e eu soube que daria mais uma chance à ele. Na verdade, daria mais quantas chances ele precisasse. Não sei se isso é certo, ou errado, mas... Talvez seja hora de eu ser problemática em outro sentido.


 


All my life I been good, but now


Whoa, I’m thinking “what the hell”


All I want is to mess around


And I don’t really care about


If you love me, if you hate me


You can’t save me, baby, baby


All my life I been good, but now


Whoa, what the hell


 


 


 


La, la, la, la, la, la


 


X&X


N/A: fic nova. Pois é, esta é a minha segunda fic que fala sobre as canalhices de Sirius e as duas são songs. O.O


Quem quizer, dá uma passadinha na outra: “What goes around, comes back around”.


Essa fic é um presente pro meu pai que está fazendo aniversário hoje (21/10); parabéns, pai.


Deixo claro que minha próxima fic Sirius/Marlene vai ser puro romance, já que minha leitora Isa Black pediu, mesmo já existindo uma fic minha de puro romance que se chama “Love: your heart in my hands”. Leiam.


Quero comentários (quem não quer?)


BJO


 


P.S.: a música usada foi What The Hell, Avril Lavigne. Tradução segue abaixo:


 


 Que se dane Avril Lavigne
Você diz que eu estou bagunçando com a sua cabeça
Tudo porque eu estava beijando seu amigo
O amor machuca mesmo quando é certo ou errado
Não posso parar porque eu estou me divertindo muito

Você está de joelhos
Me implorando, "Por favor"
"Fique comigo!"
Mas honestamente
Eu só preciso ser um pouco louca

Toda minha vida eu fui boa, mas agora
Ah, estou pensando "que se dane"
Tudo que eu quero é bagunçar
E eu não me importo
Se você me ama, se você me odeia
Você não pode me salvar, baby, baby
Toda minha vida eu fui boa, mas agora
Ah, que se dane

Que? Que? Que? Que se dane!

E daí se eu sair em um milhão de encontros
Você nunca me liga ou me escuta de qualquer jeito
Eu prefiro ficar com raiva do que sentar e esperar o dia todo
Não me entenda mal, eu só preciso de um tempo para brincar

Você está de joelhos
Me implorando, "Por favor"
"Fique comigo!"
Mas honestamente
Eu só preciso ser um pouco louca

Toda minha vida eu fui boa, mas agora
Ah, estou pensando "que se dane"
Tudo que eu quero é bagunçar
E eu não me importo
Se você me ama, se você me odeia
Você não pode me salvar, baby, baby
Toda minha vida eu fui boa, mas agora
Ah, que se dane

La la la la la la la la
Whoa, whoa
La la la la la la la la
Whoa, whoa

Você diz que eu estou bagunçando a sua cabeça, cara
Eu gosto de bagunçar na sua cama
Sim, eu estou bagunçando a sua cabeça
Quando eu bagunço com você na cama

Toda minha vida eu fui boa, mas agora
Ah, estou pensando "que se dane"
Tudo que eu quero é bagunçar
E eu não me importo
Se você me ama, se você me odeia
Você não pode me salvar, baby, baby
Toda minha vida eu fui boa, mas agora
Ah, que se dane

La la la la la la la la

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Comentários (3)

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