O dia da morte, o dia da vida



Já passava da meia-noite quando ele apareceu do nada num dos becos do vilarejo de North Cave com um rodopio de capa produzindo um estalo. Olhou em volta para ver se algum trouxa tinha visto sua chegada, mas não havia ninguém, então prosseguiu sua caminhada rua acima. Andou por dois minutos e parou diante dos portões de uma imponente mansão que se erguia ao fim da rua.


Não havia fechadura no portão e qualquer um que o forçasse, não conseguiria abrir, quem tentasse quebrá-lo, não conseguiria e quem o tocasse, se lembraria de um compromisso importante.


Ele colocou a mão no bolso interno do seu terno azul celeste brilhante e puxou uma varinha de lá, apontou-a para o portão e murmurou a senha:


Aperire.


Houve um estalo o portão abriu para permitir a sua passagem.


Verificou mais uma vez ao seu redor antes de guardar sua varinha de volta e entrar.


Caminhou pelos jardins até chegar à porta onde uma elfa doméstica o esperava.


−Bem vindo, Sr. Boyd – disse a elfa fazendo uma reverência – O Sr. Fingal e a Srta. Madge esperam o senhor na Sala de Reuniões no primeiro andar, por favor, me siga.


A elfa fez uma segunda reverência e afastou-se para permitir a entrada do Sr. Boyd, que entrou e foi iluminado pela luz do lustre de cristal que brilhava no teto alto da sala. As paredes eram revestidas de um papel de parede negro com entalhos prateados que serpenteavam por toda sua extensão. Havia uma poltrona verde no canto da sala e uma mesa com vários cálices de prata, no todo, era uma sala elegante. Na parede oposta havia uma única porta e na parede a sua direita, havia uma saída lateral para uma grande escadaria de madeira negra bem envernizada.


O Sr. Boyde tinha 21 anos, seis deles obcecado por um plano. Era moreno e tinha o rosto limpo. Seu cabelo liso escorrendo na diagonal pela testa destacava os olhos azuis, a pele pálida do rosto e o sorriso aterrorizantemente bonito. E havia algo em seus olhos que demonstrava que ele era ambicioso mesmo a quem não o conhecia.


Eles chegaram ao primeiro andar, onde havia um enorme corredor cheio de portas. A elfa parou na primeira porta à esquerda e abriu-a para que ele entrasse.


A sala de reuniões tinha cinco poltronas – havia um encantamento que fazia com que a sala se adaptasse à quantidade pessoas fossem se reunir – e uma lareira de pedra crepitava em fogo alto para aquecê-los naquela madrugada fria. Havia uma mesa redonda ao lado esquerdo da sala. As duas pessoas que estavam na sala se viraram para ele quando ele entrou.


−Carter! Finalmente! – disse o homem se levantando da poltrona verde diante da lareira segurando uma taça de vinho. Era alto, tinha olhos negros e cabelos ondulados e negros. Tinha o rosto fino e era mais alto que Carter e estava vestindo um terno escarlate.


−Gerardo e Jamie chegarão logo – disse à mulher que antes olhava pela janela. Ela tinha um corpo escultural, cabelos negros escorrendo por um dos ombros, olhos castanho-esverdeados e usava um vestido verde-oliva com um tecido transparente por cima.


−Ótimo, Liadan.  – disse Carter – E quanto ao nosso convidado especial, Dale?


−Disse que pensará na nossa proposta de venda dos Tapetes Mágicos – disse Dale erguendo sua taça de vinho.


Eles trocaram sorrisos felizes.


−Torçamos para que ele venha de boa vontade, será muito mais fácil se ele vier até nós. – e virou-se para Liadan – Eu gostaria de beber algo enquanto espero.


−Oh, mas é claro. Perdoe-me. O que você gostaria de beber? Hidromel, whisky de fogo, vinho dos elfos?


−Vinho dos elfos, obrigado.


−Nancy, sirva-lhe uma taça de vinho.


A elfa, que estivera parada num canto durante a conversa, foi até um armário e pegou uma taça e uma garrafa de vinho. Estalou os dedos e a bebida se serviu sozinha e voou até uma bandeja e ambos ficaram flutuando diante dela. Ela pôs a taça cheia na bandeja e levou ao Sr. Boyd enquanto a garrafa se arrolhava e se guardava sozinha.


Carter pegou o vinho e o bebeu. Ouve um estalido e Nancy sumiu.


−Parece que Gerardo e Jamie chegaram.


Alguns minutos depois, um homem um pouco mais corpulento que os dois que já se encontravam lá e uma mulher com os cabelos loiro-claros entraram depois de uma reverência feita por Nancy.


Gerardo Hamish era um homem de cabelos curtos, olhos verdes e rosto ossudo. Tinha a mesma altura que Carter e um corte recente abaixo do olho esquerdo. Trajava um terno cor de tijolo que estava meio amassado e sujo.


Jamie Keefe era uma mulher de cabelos loiros e curtos, olhos azuis e um rosto belíssimo e ainda assim duro e determinado. Era bem mais baixa do que Jamie e tinha um corpo proporcional. Seu vestido violeta estava impecavelmente perfeito mesmo ela tendo acabado de passar por uma arriscada tarefa.


−Desculpe o atraso, tivemos uma missãozinha antes de vir pra cá. – disse Gerardo indo cumprimentar – Um grupo de oito pessoas que viram mais do que deveriam. Obliviação resolveu com alguns, mas dois deles tentaram revidar e acabaram... Enfim... Quando ele chega?


−Em alguns minutos. – respondeu Lidian – E então... Vocês tem certeza de que já é seguro começarmos o plano? Quero dizer, acham que ele não vai voltar?


O silêncio pairou por alguns segundos e Carter foi até a mesa e jogou o jornal do dia anterior em cima.


−Sim. Foi morte natural. Velhice.  – disse Carter – A varinha das varinhas perdeu os poderes.


“ETERNAMENTE O MENINO QUE SOBREVIVEU – Morre Harry Potter, destruidor dAquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado”


Era o que dizia a manchete do jornal.


Houve um barulho de deslocamento de ar e então surgiu uma cadeira junto com as outras.


−Ele resolveu vir, então. – disse Liadan. – Excelente.


Com outro estalo alto e a elfa desapareceu. Dessa vez, demorou mais um pouco, pois Nancy teve que ir até o portão abri-lo para o recém-chegado.


Entrou então um homem de meia idade que parecia ansioso.


−Oi, sou Paul Osborn – disse cumprimentando um por um – Desculpem-me por deixá-los esperando. – disse o homem preocupado – Estive decidindo se viria ou não, afinal, é um carregamento de objetos ilegais maior que os que eu costumo trabalhar.


−Não se preocupe. – disse calmamente Carter – Aliás, teve um timing perfeito. Sente-se. Aceita uma bebida?


−Obrigado. – disse sentando-se enquanto Nancy servia um copo de hidromel a ele – Então...


−Bom, pra começar, nós gostaríamos de saber um pouco sobre você. Apenas protocolo, sabe? – complementou Dale ao ver o olhar assustado de Paul – Pra saber com quem vamos trabalhar.


−Ok, certo. O que querem saber?


−Primeiro: sua linhagem sanguínea. – perguntou Carter.


−Mestiço.


−Certo. Data de nascimento?


A pergunta o intrigou, mas ele respondeu:


−2 de maio.


−Ano?


−1998, mas p...


−Interessante. Não foi esse o dia da queda do Lorde das Trevas? – perguntou Dale.


−Sim, foi. Mas o que isso tem haver com essa reunião?


−Muito mais do que você imagina. – disse Carter andando sombriamente em direção a Paul – É o motivo de você estar aqui. O motivo pelo qual você vai morrer agora.


Carter foi mais rápido que Paul e puxou sua varinha, apontando-a para o peito dele.


Avada Kedavra!


A luz verde inundou a sala e o corpo sem vida de Paul ficou encolhido na cadeira. Morreu instantaneamente.


−Ponha-o na essência de beladona para que fique conservado. – ordenou Carter – O plano finalmente começou. 



~~minha primeira fic, então peguem leve~~ 

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