O terrivel acontecimento.



Estava tudo destruído.


Tudinho.


A mesinha de centro, os enfeites da mamãe, a TV, o DVD, o som novo do papai. Tudo.


Entrei em desespero. Com certeza aquela bagunça tinha sido feita pelos cornos dos Comensais.


Mas eles não podem ter descoberto sobre os meus pais. Eu fiz tudo perfeitamente!Os feitiços, a casa em Sydney, tudo! Merlin me abana!Eles NÃO podem ter descoberto nada!


Ta calma, Hermione, controle-se! Pensa no Ron!Ain, nessas horas nem pensar no Ron ajuda!


Respirei fundo. Antes de qualquer coisa, é melhor eu arrumar a casa.


Sai pela casa inteira jogando um “Reparo”, até no meu quarto aqueles cornos entraram!Achei no chão perto da minha cama, meu mural de fotos todo em pedaços e as fotos que estavam lá rasgadas. Não entendo o porquê disso, afinal eles não encontrariam o meu paradeiro em fotos do primário em que eu estava vestida de fada. “¬¬


Terminei de arrumar tudo e me dei conta de que estava faminta. Peguei minha bolsinha de contas e joguei todo o seu conteúdo em cima da cama. Caramba, quanta tralha tinha lá!O quadro do Fineus,essência de ditamno, o medalhão de Slytherin,um monte de livros e dinheiro.


Levei alguns minutos para achar o dinheiro trouxa, depois troquei de roupa e fui até o mercado no fim da rua.


Comprei tanta besteira!Chocolates, refrigerante, sorvete de napolitano, lasanha e mais algumas coisas que meus pais me matariam se soubessem que comprei.


Cheguei em casa,preparei tudo rapidamente,depois comi como uma leoa morta de fome. Isso por que eu já tinha tomado café em Hogwarts e me enchido de doces no Expresso, abafa!


Depois desse lanchinho, eu fui para o meu quarto, para dar um jeito naquela bagunça que estava lá. Separei algumas roupas que levaria para Sydney, não sei quanto tempo vou ficar lá e alem do mais,quando eu achar meus pais,vou precisar fazê-los recuperar a memória. Separei também os livros do Harry e do Ron, e o resto eu coloquei nos lugares certos.  Com exceção das Horcruxes que guardei em uma caixa de papelão. Não sei talvez o Harry as queira...


Assim que terminei essa arrumação, eu fui para o chuveiro, tomei um banho bem longo e quente, depois coloquei um pijamão e fui assistir TV. Nossa fazia muito tempo que eu não via TV!Vi tudo que via nas férias: o “15 minutos” e o “Descarga MTV”, depois vi as séries que eu amo “Cold Case”, “The Closer”, “One Tree Hill” e “The O.C.”


Adoro elas!


E mesmo que já tenha visto “The O.C” mais de um milhão de vezes,eu não me canso!


Depois que terminei de ver as series, fui dormir, já estava muito tarde. Eram mais de uma da manhã.


Acordei revigorada no outro dia. A Guerra acabou. Não tem ais Voldemort e sua cobra para infernizar ta isso ficou estranho! Eu vou encontrar meus pais!Beijei o Ron. O céu é azul. Beijei o Ron. To muito animada para encontrar o papai e a mamãe. Amo o Ron!


Nossa que sinceridade a minha, né?Ta, não importa!O que importa nesse momento é que vou encontrar meus pais. Uhull!


Levantei da cama dando “bom-dia” até para as portas e liguei o radio. Tocava “SOS” dos Jonas Brothers. Enquanto me arrumava, eu me acabava no refrão:


 


Ohh, this is na SOS.


Ohh isso é um SOS


Don’t wanna second guess


Não quero uma segunda chance


This is the bottom of line


Esse é o fundo do poço


Its true


É verdade


I gave my all for you


Dei tudo por você


Now my heart’s in too


Agora meu coração está partido


And I can’t find the other half


E não consigo achar a outra metade


It’s like I’m walking on broken glass


É como se eu caminhasse em cacos de vidro


Better belived I bled


Melhor acreditar que sangrei


It’s a call I never get


É uma ligação que nunca atenderei


 


Ai, eu amo esse refrão!Adoro os JB também!


Terminei de me arrumar, desliguei o som, fechei todas as portas e sai pela porta dos fundos para que nenhum vizinho me visse aparatando.


Estava na hora.


Segundos depois estava no centro de Sydney. A cidade era linda, mas não tinha tempo de olhá-la. Estava tão ansiosa para ver meus pais, tirar aquele feitiço deles, lhes ajudar a recuperar a memória e contar tudo a eles. Mamãe vai ficar tão feliz quando souber do Ron!


Peguei minha bolsinha de contas para ver o endereço dos meus pais: “Rua Fleet Street, 58- Fleet Paradise, Sydney.”.


Aparatei mais uma vez, dessa vez na Rua Fleet, uma rua de paralelepípedo e belas casas. Agora só tinha que achar a casa. Meu coração estava acelerado. Estava no numero 50... 51... 52... 53... 54... 55... 56... 57... Aqui, numero 58.


Que estranho!A casa estava à venda!Ai, meu Merlin!Será que eles se mudaram?!...é melhor eu procurar alguém para saber...


Fui até o numero 57 e toquei a campainha. Esperei alguns segundos, até que uma senhora de uns cinqüenta anos mais ou menos, me atendeu.


A senhora usava um conjunto cor de rosa, tinha cabelos curtos cor de chocolate e usava chinelos de dedo.


-Boa tarde, querida. - disse ela, amável-Posso ajudar?


-É... o que houve com o casal que mora no 58,os Wilkins?- perguntei, tensa.


-A senhorita é da família?- retrucou ela.


-Sim, eles são meus tios- menti- Onde eles estão?


-Ah, querida... Eu sinto muito...


Me desesperei.


-O que houve?-perguntei tremendo.


-Antes de qualquer coisa- falou a senhora- sou Lucy Tatopolous.


-Prazer, sou Hermione Granger. - não vi problema em dizer meu nome.


-Belo nome- elogiou ela- Shakespeare, não?


-Sim, meus pais adoram ele... Mas, por favor, o que houve?


-Entre, minha querida, é uma longa história...


Ihhh!Da ultima vez que uma velha me chamou para entrar em algum lugar, a Nagini quase matou eu e o Harry.


-É algo muito grave o que aconteceu?- perguntei primeiro. Ela confirmou.


Ai meu Jesus!O que foi que aconteceu com meus pais?Por favor, faça com que estejam bem!


-Vamos querida, entre.


-O-O. K.


A senhora abriu o portãozinho da entrada e fez sinal para que eu entrasse, eu obedeci e a segui até a casa branca de telhado marrom.


Ela me conduziu até a sala, era até que confortável, mas honestamente nem reparei direito. Precisava saber o que de tão grave havia acontecido com meus pais!Será que eles estão no hospital?Ou será que... Não de maneira nenhuma!Eu fiz tudo direitinho!Sem deixar nenhum rastro!Para as pessoas, meus pais não estavam mortos, mas era como se estivessem!Mas isso não pode ter acontecido de verdade, de maneira nenhuma!


-O que a senhorita disse que era dos Wilkins, mesmo?- perguntou à senhora.


-Sobrinha- respondi com a voz fraca- agora, por Deus, o que houve com eles?


A mulher respirou fundo.


Meu coração acelerou, estava tremendo. O medo em meu coração aumentando cada vez mais.


-Sabe desde que a Mônica e o Wendell se mudaram para cá, nós nos tornamos muito próximos. Adorávamos ao mar, e logo e os incentivei a entrar no Green Peace, para protegermos esse maravilhoso oceano que banha a Austrália. - contou ela. Quando os enfeiticei, eu os fiz acreditar que amavam a natureza.


-Nós sempre íamos a praia todo dia pela manhã- continuou a velha- até que um dia...- a voz dela falhou,senti um aperto terrível no coração- um dia pela manhã.como de costume,fui chamar os dois para tomar café comigo...-ela começou a chorar. Naquele momento eu soube, havia algo de errado. -... E encontrei a porta do numero 58 aberta... - Deus!Isso não pode ter acontecido!-... A Mônica estava na sala, o corpo inerte... - não. Por favor, não!- uma expressão de terror no rosto... - Por Deus, me diga que isso é mentira!Mamãe!-, o Wendell estava no quarto, também inerte... - Papai, não!- com uma expressão de terror, assim como a Mônica... - não!Não!Não!Me diga que é mentira!- F-foi horrível!


Comecei a chorar. Não era verdade!Não podia ser!Papai e mamãe estavam bem quando eu os deixei na Austrália!Eu não acredito nisso. Não é verdade.


A senhora Tatopolous se levantou e segundos depois voltou com um copo de água. Eu chorava loucamente. Era mentira!Ninguém no mundo bruxo com exceção do Ron e do Harry sabiam o que havia acontecido com os meus pais. Isso foi obra daqueles Comensais nojentos!Eu OS ODEIO!Odeio-os com cada parte de mim!


-Acalme-se menina. - disse a senhora Tatopolous sentando-se ao meu lado e passando o braço em volta de meus ombros. - Beba um pouco. Precisa se acalmar. - disse ela me entregando o copo com água.


Eu bebi um gole de água sem acreditar, sem aceitar!Eles não podem ter morrido!Preciso do papai e da mamãe!Sem eles eu não sou nada!Sem eles eu não teria forças para ajudar o Harry na luta contra Voldemort!Eu preciso deles... Mais que tudo...


Respirei fundo, ainda chorando.


-Senhora, me desculpe- disse lentamente- mas eu tenho que perguntar, é... Do que eles morreram?


A pergunta crucial. Precisava saber a resposta e ao mesmo tempo, tinha medo de ouvi-la.


-Os médicos disseram que foi de morte natural, querida. Eu sinto muito, muito mesmo.


Era a confirmação que eu temia. Papai e mamãe foram mortos por Comensais. Ah, Deus... Isso é tão horrível!Por quê?Por que foi acontecer?


-Q-quando isso aconteceu?-perguntei.


-Há dois meses atrás. - respondeu ela. Há dois meses atrás eu estava no Chalé das Conchas sem nem ao menos me preocupar com meus pais.Achando que eles estavam seguros...- eu tentei avisar a família,mas eles nunca falavam de vocês.


-Tivemos alguns problemas em casa e só podemos vir agora. - solucei.


-Ah, entendo.


-Mas onde eles estão... Enterrados?- não reconheci minha própria voz ao perguntar aquilo.


-No cemitério Santa Clara. Fica aqui perto.


-A senhora pode me dar o endereço, por favor?


-Você esta muito abalada para ir até lá sozinha. Acalme-se um pouco e eu vou até lá com você.


-A senhora deve estar ocupada, não precisa.


-Tudo bem querida, eu te levo até lá... Não planejo nada para hoje. Só espere aqui até eu me trocar. Eu já volto.


-Tudo bem.


Enquanto a senhora Tatopolous saia para se arrumar, fiquei sentada ali tentando encarar o peso daquilo tudo. Na verdade eu não acreditava realmente que meus pais estavam mortos. Não podia ser!Como eu queria que aquilo fosse apenas um pesadelo maluco e que quando eu acordasse eu ainda estivesse em casa, então eu iria para a Austrália e encontraria meus pais bem...


De repente, dois gatos irromperam pela sala. Um era branco com listras cinza e olhos bem azuis e o outro era o Bichento!


Havia recebido tanta noticia ruim que havia me esquecido do meu gatinho lindo!Tinha mandado ele para a Austrália junto com meus pais, apara não deixa-lo em qualquer lugar. Sei que a senhora Weasley cuidaria muito bem dele, mas não queira preocupá-la com mais alguma coisa.


Bichento pulou com leveza em meu colo e se acomodou. Eu o abracei, desesperada. Acho que parecia àquelas meninas que precisam desesperadamente abraçar seu ursinho de pelúcia.


-Quando entrei na casa, encontrei Bichento todo agitado,preso na lavanderia.- falou a senhora Tatopolous,ela usava um conjunto preto- Estou cuidando dele desde então.


-Ah, Bichento, você sente falta deles?- perguntei ao que ele simplesmente lambeu minha mão em resposta.


-Esta mais calma?- perguntou a senhora amavelmente.


-Acho que sim. - respondi triste.


-Tem certeza de que quer fazer isso agora?


-Huhum. Eles são meus... - quase disse “pais” – tios.


-Muito bem. Então vamos?


-Sim.


Levantei-me sentindo minhas pernas pesarem. É tão estranho ir visitar o tumulo de seus próprios pais...


Acompanhei-a com tristeza até a rua principal. Lagrimas caiam silenciosamente de meus olhos e a senhora segurou minha mão como uma avó.


Chegamos ao cemitério. Uma sensação terrível tomou conta de mim. Como se aquele fosse o fim. Eu não queria entrar. Não estava pronta para aquilo. Não sei se agüentaria.


-Força querida. - disse a senhora Tatopolous-Se quiser, podemos voltar.


-N-não. Já chegamos até aqui.


A senhora concordou e nós entramos. É horrível entrar em um cemitério para ver o tumulo de seus pais. É simplesmente terrível.


Acompanhei a senhora Tatopolous prendendo a respiração, no caminho, recomecei a chorar.


Alguns minutos depois, ela parou em frente a uma lapide onde haviam as inscrições : “Mônica Wilins” com as datas de nascimento e falecimento. Ao lado estava escrito “Wendel Wilkins” e embaixo estava a frase:


Não há sofrimento na Terra que o Céu não possa curar.


Ajoelhei-me diante do tumulo,chorando.


-Me perdoem. –murmurei para a lapide, chorando. – Me perdoem por tudo. Por não estar aqui, por tê-los enfeitiçado e por trazê-los para cá. Perdoem-me. Eu amo muito vocês. Vocês sempre estarão comigo. Sempre que puder, eu virei visitá-los.


A senhora Tatopolous observa de longe, acho que estava chorando. Disfarçadamente, peguei minha varinha e conjurei algumas flores. Margaridas.  As preferidas da mamãe.


Delicadamente, as coloquei sobre o tumulo.


-Eu te amo, mamãe. Eu te amo, papai. - murmurei.


Fiquei mais alguns minutos ajoelhada, chorando.


Sequei minhas lagrimas e me levantei. Não havia mais nada que eu pudesse fazer ali.


Caminhei lentamente em direção à senhora Tatopolous, ela me abraçou pelos ombros e saímos do cemitério em silencio.


Quando chegamos a casa dela, eu acertei algumas coisas com ela. Como ela havia pagado o enterro dos meus pais, achei melhor reembolsa-la, mas ela não quis. Disse que havia feito de coração e pediu que eu não insistisse. Ok, né?!


Ela também me deu uma foto que havia tirado dos meus pais, logo que eles haviam se tornado amigos. Na foto, eles estavam sorrindo em frente a algumas pedras na praia. Guardei-a na minha bolsinha de contas.


Ela também quis que eu ficasse com Bichento. Disse que era melhor por que ele sentia falta dos meus pais e seria melhor que ele ficasse comigo. Ela se apegou tanto a ele que até chorou quando fomos embora.


Alguns minutos depois, eu aparatei em casa. Arrumei as coisas do Bichento, colocando água e comida para ele e fui para o quarto dos meus pais. Me deitei na cama deles peguei a foto que a senhora Tatopolous me deu e chorei desesperada,olhando para a foto dos meus pais,agora mortos.


 


 


“É tão difícil aceitar que você se foi para sempre.”


 


Bye Bye,Mariah Carey.

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