Capítulo Único
Título: Biblioteca
Autor: Naty L. Potter
Categoria: [Projeto] Descrevendo Cenas, Quinto livro (OdF), Capítulo vinte e nove, POV Gina.
Advertências: Contém spoilers do quinto livro.
Classificação: PG
Capítulos: One-Shot
Completa: [X] Yes [ ] No
Resumo: A visão da Gina acerca da conversa HG na biblioteca, no quinto ano do Harry.
N/A: Todas as partes em itálico são cópias exatas das palavras do livro oficial.
 
Cheguei  à biblioteca meio esbaforida, mas controlei rapidamente minha  respiração acelerada e tentei parecer normal. Perscrutei o recinto com  meus olhos ágeis e rapidamente o achei. Às vezes me odiava por aquela  facilidade que eu tinha de encontrá-lo a qualquer hora, e em qualquer  lugar.
Andei calmamente até ele. Seus cabelos negros e revoltos  caiam totalmente bagunçados sobre seus olhos, aumentando ainda mais a  aparência distraída do rapaz.
— Harry, eu trouxe pra você esses ovos que a mamãe mandou.
Ele  não moveu um mísero músculo. Era praticamente óbvio que seus  pensamentos não estavam de forma alguma direcionados ao grosso livro  aberto à sua frente, na verdade eles pareciam estar a quilômetros de  distancia.
Sentei-me na cadeira próxima a ele e o observei por meros segundos antes de tentar de novo:
 — Harry, estou falando com você, está me ouvindo?
— Hum?
Ele  levantou a cabeça instantaneamente e olhou ao redor, meio perdido.  Quando seus olhos me encontraram ele me observou pro alguns segundos,  provavelmente analisando o estado deplorável em que eu me encontrava. Eu  realmente devia ter me arrumado depois do treino de quadribol ao invés  de ter ido vê-lo, maldita pressa!
 — Ah, oi — disse Harry, puxando os livros para perto. — Por que você não está no treino?
— Já acabou. Rony teve de levar Juca Sloper à ala hospitalar. — Respondi, atenta ao fato de que ele estava, ao menos um pouco, interessado em mim. Ou seria no time?
— Por quê?
— Bem, não temos muita certeza, mas achamos que ele se derrubou com o próprio bastão. —Suspirei, inconformada com aquilo— Em todo o caso... chegou uma encomenda, e acabou de passar pelo novo processo de verificação da Umbridge.
Coloquei o embrulho que havia em meus braços sobre a mesa e esperei que ele abrisse. Como este ficou apenas olhando, completei:
—São ovos de Páscoa mandados pela mamãe. Tem um para você... pegue.
Peguei  um ovo de chocolate enfeitado com pequeninos pomos de glacê e delícias  gasosas no interior, e estendi para ele. Queria que ele pegasse,  sorrisse e agradecesse. Gostava do sorriso dele, e sabia que ele gostava  dessas pequenas lembranças que mamãe fazia. Porém, a face dele  contraiu-se de uma maneira estranha.
— Você está o.k., Harry? — Tentei manter minha voz calma. Não havia por quê criar pânico.
— Tô, tô ótimo. A voz dele saiu rouca, meio baixa, e... sexy. isso fez todos os pêlos da minha nuca se eriçarem, mas não deixei nenhuma alteração transparecer.
— Você parece realmente deprimido esses dias — resolvi insistir. Eu realmente gostaria que ele se abrisse, ao menos um pouco, comigo. Nem que fosse... — Sabe, tenho certeza que se você falasse com a Cho...
— Não é com a Cho que quero falar — Ele respondeu bruscamente, coisa que, apesar do jeito rude, fizeram com que meu coração se aquecesse um pouco.
— Com quem é então? — Perguntei rapidamente, tentando não dar mostras de como a última frase dele havia me afetado.
—Eu...
Harry  olhou para os lados para verificar se havia alguém ouvindo. Madame  Pince estava a várias estantes de distância, carimbando a saída de uma  pilha de livros para uma nervosa Ana Abbot.
— Gostaria de poder falar com Sirius — ele murmurou, a voz baixa e extremamente triste — Mas sei que não posso.
Ele abriu o ovo e comeu um pedaço. Não parecia realmente querer comer, mas me pareceu que ele não sabia com que outra coisa poderia  ocupar as mãos no momentos. Servi-me também, e sorri internamente.  Entrei naquela biblioteca, completamente acabada do treino de quadribol,  com o único intuito de alegrar um pouco o Harry, que nas últimas  semanas estava fechado e passava a maior parte do tempo sozinho na  biblioteca.
Ele precisava de ajuda, e não era acerca de outra garota. E eu estava ali, ouvindo ele dizer o que o estava atormentando.
Eu tinha a chance de ajudá-lo, e bem era exatamente o que eu ia fazer.
Ele podia não me ver como uma garota, mas ele estava começando a me ver como uma amiga. Isso já era o bastante. 
                    
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