Enfim o momento

Decisão

 


 

Chega um momento na vida de um homem que ele precisa tomar decisões importantes, vencer seus maiores medos e inseguranças e realizar seus maiores desejos.

 

O primeiro obstáculo Rony já havia vencido há alguns meses. Agora precisava encarar o desafio final, e aceitar todas as implicações que seus atos trariam para sua vida.

 

Terminou de se vestir, após um longo e demorado banho, os cabelos ainda molhados colados a testa davam-lhe um ar jovial e despreocupado, embora seus olhos demonstrassem todo o frenesi que sentia. Olhou para a cadeira onde estava pendurado o casaco, a última peça que faltava vestir para estar definitivamente pronto, e sentiu algo estranho rugir dentro do seu peito.

 

Engoliu em seco, levando os dedos ao nó da gravata. Era impressão sua ou aquela maldita gravata estava sufocando-o? Definitivamente odiava gravatas!

 

Respirou fundo, tentando acalmar o descompasso do seu coração e andou até a janela. O jardim da Toca estava barulhento e apinhado de gente. Sentiu uma espécie de vertigem e se afastou depressa, recostando-se na cômoda próxima à cama. Passou as mãos nos cabelos num gesto nervoso, para não dizer desesperado.

 

Será que estava fazendo a coisa certa? Questionou-se pela vigésima vez em menos de 15 minutos.

 

Claro que estava fazendo a coisa certa, se fosse sincero admitiria que aquela era a mais sábia decisão da sua vida.

 

Então por que estava tão inseguro e nervoso? Só se lembrava de ter se sentido assim uma vez na vida. Sorriu brevemente lembrando-se da sua primeira vez com Hermione na casa dos pais dela. Ainda sentia um arrepio estranho sempre que pensava naquela noite.

... 

Ele ficou parado segurando a mão dela por um tempo em silêncio. Seus olhos pareciam tentar ler o que os de Hermione queriam dizer.

Se aproximou um pouco receoso e tocou bem de leve os lábios dela com os seus. Hermione sorriu nervosa, e Rony quase não acreditou quando ela o puxou para dentro do quarto, trancando a porta com um feitiço.

...
 

Esfregou uma mão na outra, estavam suadas e frias. Fechou os olhos com força, inspirando o ar com dificuldade.

 

Porra! Estava se portando como uma mulherzinha à beira de um ataque de nervos.

 

Riu pelo nariz, dando-se conta que mulherzinha não era um termo muito adequado para as mulheres com quem convivia.

 

Sua mãe, Gina, e ela eram muito mais fortes e corajosas do que a maioria dos homens que conhecia.

Ela...

 

Fechou os olhos mais uma vez, mas dessa vez de forma suave e sonhadora, deixando seus pensamentos voarem diretamente de encontro a ela... A garota mais brilhante que já conhecera, a mais inteligente, a mais bonita, e a única que fazia seu coração bater tão depressa que sempre tinha medo que ele escapasse pela boa quando ela estava por perto.

 

Hermione certamente estava no antigo quarto de Gina, linda e radiante, confiante e destemida, como sempre fora. Abriu os olhos sentindo gotículas de suar se formarem em sua testa.

 

E se ela desistisse? Se finalmente se desse conta de que ele era apenas mais um Weasley sem nenhum talento especial?

 

“Não seja ridículo Ronald, Hermione já lhe deu provas mais que suficientes do quanto te ama.” Repreendeu a si mesmo, mas não era capaz de conter os impulsos de temer que ela caísse na real e desistisse de tudo.

 

Talvez estivesse apenas arrumando desculpas para o seu nervosismo. Sim, era apenas isso.

 

Ouviu uma batida na porta, e olhou apavorado, certamente era alguém para lhe avisar que ela tinha desistido.

 

- Ron – Harry abriu a porta e enfiou a cabeça para dentro do quarto.

 

Uma contração desagradável da boca do estômago, o fez gemer algo que mais se pareceu com um grunhido do que qualquer outra coisa.

 

– Já está pronto? – Perguntou o moreno, entrando e fechando a porta atrás de si.

 

Rony o encarou pálido, sem se mover.

 

- O que foi cara, ta tudo bem? – Harry se aproximou, preocupado e solidário.

 

- Harry, e se ela disser não?! – Disparou de subido, erguendo os olhos azuis arregalados expressando seu pânico.

 

Harry não foi capaz de conter uma gargalhada.

 

- Não seja patético Rony.

 

- Não ria de mim, Potter – esbravejou indignado com a insensibilidade do melhor amigo.

 

- Rony, eu realmente não acredito que ainda tenha alguma dúvida do que a Hermione sente por você. – Disse Harry sério, sentando na cama.

 

- Bem... er... eu acho assustador ela ter me escolhido, entende?!

 

- Essas coisas não se escolhem, Rony! - Argumentou Harry com sabedoria.

 

- Er... eu sei... eu sei... Maldição, Harry, eu lembro que você também estava apavorado no dia do seu casamento, então não venha me dizer que não tenho motivos para estar em pânico – Disse exasperado, andando de um lado para outro.

 

- É, eu estava apavorado sim – Harry riu com a lembrança – É uma sensação única, acredite, vai sentir falta dela um dia.

 

Rony grunhiu como se sentisse dor.

 

- Hermione é maravilhosa, perfeita, é muito mais do que eu mereço.

 

- Ah! Não! Uma crise de insegurança hoje, não!

 

- Harry, e se eu tropeçar? – Perguntou apavorado com a ideia. – E se eu gaguejar na hora dos votos? – Sacudiu o amigo pelos ombros, tentando fazê-lo entender seus temores.

 

- Cara, deixa de ser paranóico. E vamos logo, está todo mundo esperando. Desse jeito a Mione é que vai ter que te esperar no altar.

 

Rony soltou os ombros de Harry, seu olhar suplicante perdido em algo que apenas ele era capaz de enxergar.

 

Talvez tivesse se imaginando tropeçando enquanto andava até o altar entre as fileiras de cadeiras que estavam dispostas no jardim.

 

- Quer segurar minha mão? – Brincou Harry vendo o amigo mover a cabeça lentamente e fixar os olhos no seu rosto.

 

- Vai se ferrar, Harry! – Respirou fundo e deu dois passos até a porta.

 

- Vamos – incentivou Harry abrindo a porta.

Rony estufou o peito, buscando toda a sua coragem grifinória.

 

- É agora ou nunca!

 

Harry sorriu, acenando afirmativamente com a cabeça, enquanto os dois se dirigiam para o jardim da Toca, todo decorado com orquídeas e violetas, as flores preferidas da noiva.

 

Quando Rony viu Hermione caminhar lentamente em sua direção, vestida no mais lindo e exuberante vestido de noivas que ele já vira na vida, e seus olhos castanhos brilhando de uma forma que ele não se lembrava de já ter visto, soube que sua vida começava naquele momento!

 

Ficou imóvel, sentindo os olhos de Hermione fixos nos seus, o fitando com tamanha intensidade que teve a sensação de que os via pela primeira vez e que o mundo havia parado.

 

 

 

Havia um brilho inconfundível nos olhos azul cobalto. Um brilho que só existia quando ela o olhava. 

Um brilho que pertencia apenas a Hermione Granger, o primeiro e grande amor da vida de Ronald Weasley.

 

 

 

.........

N/B por Viviane Barreda

Ownnn... Ron inseguro é a coisa mais fofa do mundo... A insegurança dele nos emociona, e ela é elevada a um grau muito mais alto quando se trata da Mione...

E o diálogo com o Harry, seu amigo/irmão, não poderia ter sido aplicado em melhor situação, acredito que depois da Hermione, só o Harry consegue lidar com o Ron. Ou vocês pensam que ele é o Garoto que Sobreviveu por que cargas d’água? Hehehe

Nos deixem saber o que acharam dessa expectativa do Ron através dos seus comentários, na página da fic!!

Mil Bjs,

Vivi

............

N/A: Sei que a one é bastante simples, mas sempre gosto de ficar imaginando esses momentos normais da vida de Ron e Hermione após o fim da guerra.

Para ler a continuação desta fic, acesse: Depois da cerimônia http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=37032

Agradecimentos a Viviane Barreda pela betagem.

Aguardo os comments no menu da Fic! Obrigada a todos que leram :)

Beijos.

Dieimi Somers

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.