Capítulo 8



                Trocando olhares de vez em quando, Percy seguiu viajem ao lado de Hermione na carruagem puxada pelos testrálios invisíveis. Depois de alguns minutos, a carruagem parou e os dois desceram em silêncio. Percy ficou chocado com o tamanho do castelo que era Hogwarts e comentou:
                - Wow! Isto é uma escola?
                - De magia – respondeu Hermione – tem grandes diferenças das escolas normais. – ela riu.
                Sorrindo e encantado, Percy seguiu atrás de Hermione para a entrada do castelo. Ao passar pela porta, ela guiou-o para um salão enorme com quatro mesas retangulares dispostas em seu interior.
                - Este é o Grande Salão. Aqui, somos divididos em quatro casas: Sonserina, Corvinal, Grifinória e Lufa-lufa. Cada mesa corresponde a uma casa. A da Grifinória, que é a nossa, é aquela na ponta esquerda. – ela apontou para a mesa. – É melhor irmos nos sentar, o diretor já vai começar a falar.
                Acentindo, Percy a seguiu até a mesa, onde eles sentaram lado a lado de frente para Ronny, que reaparecera, porém, ainda encarava Percy como se ele fosse algum tipo de seqüestrador lunático.
                Do outro lado do salão, havia outra mesa retangular de frente para as demais. Pelo que Percy deduziu, aqueles sentados lá deviam ser os professores, pois ele avistou Lupin junto a eles. Um homem com barbas e cabelos brancos até a cintura, levantou-se e começou a falar:
                - Meus caros alunos! Bem vindos a mais um ano em Hogwarts! Este ano, nossa escola vai sediar um dos maiores eventos do nosso mundo! O Torneio Tribruxo! Esse torneio envolve mais duas escolas. O Instituto de Magia Durmstrang e a Escola de Magia Beauxbatons!
                Nesse momento, um bando de garotos certamente mais velhos do que Percy entraram no salão com uma coreografia esquisita. Depois da encenação, eles sentaram-se na mesa do lado oposto onde Percy estava. Logo em seguida, um grupo de garotas, todas vestidas com roupas azuis, entrou saltitando pelas portas duplas do salão e foi se juntar aos outros alunos da mesa oposta a de Percy. Enquanto isso, Percy reparou em um homem esquisito sentado atrás da mesa de onde o outro homem (que Percy supôs que fosse o diretor) havia se levantado. Ele estava encapuzado e não parecia muito satisfeito. O diretor continuou falando:
                -Esses torneios são perigosos e podem ser mortais se os escolhidos não forem espertos e cuidadosos o suficiente! Não se inscreva levianamente! A gloria eterna é o que espera aquele que vencer o Torneio Tribruxo! Uma vez escolhido, não poderá desistir! Para assegurar que não haverá nenhum acidente fatal durante o torneio, meu velho amigo Bartô Crouch trouxe uma coisa para nos ajudar a escolher nossos campeões! O Cálice de Fogo!
                Nesse momento, um homem com um bigode estranho mostrou o maior cálice que Percy já tinha visto. Ele tinha, no mínimo, um metro e meio de altura e, de dentro dele, saiam chamas azuis. O diretor prosseguiu com a fala:
                - Quem quiser se candidatar ao torneio só precisa escrever seu nome em um pedaço de pergaminho e depositá-lo no Cálice até a meia-noite de sexta-feira! E que fique bem claro: o escolhido estará sozinho! E acreditem quando eu digo que estas competições não são para covardes! Ah! Já ia me esquecendo! Só poderão se candidatar alunos maiores de 17 anos para evitarmos acidentes indesejados! – dois garotos sentados ao lado de Ronny começaram a vaiar e gritar coisas como “Isso é ridículo! É ridículo!” - Aquele que vencer o torneio, poderá levar para sua Casa a taça! Taça Tribruxo!
                Nesse momento, bem no meio do salão, um grande e reluzente troféu apareceu do nada e todos os alunos aplaudiram imediatamente, acompanhados de muitos gritos.
                - Falaremos mais sobre isso depois, - concluiu o diretor - agora vamos comer!
                Quando o diretor terminou de falar, para a surpresa de Percy, um enorme banquete surgiu na mesa a sua frente, deixando-o completamente tonto com tantos odores e sabores que ele poderia experimentar.
                - Uau!
                Hermione riu: - Magia tem seu lado bom.
                Ele a olhou sorrindo por alguns segundos, depois voltou seus olhos para a farta mesa a sua frente. Não sabia por quanto tempo ia ficar preso aquele corpo, então resolveu aproveitar. Encheu seu prato com os mais variados tipos de comida. Experimentou quantos sucos foi capaz. Ao terminar, sentia-se mais pesado do que um gigante.
                - Nossa, Harry! Você está bem? Geralmente nem toca na comida! – disse um garoto a uma certa distância de Percy.
                - Ah! Sim, estou bem sim! – respondeu, tentando não deixar furo.
                O garoto sorriu para ele e voltou seus olhos para o próprio prato. Hermione cutucou Percy com o pé por baixo da mesa. Ele a encarou.
                - Vamos! – disse ela abaixando a voz – Precisamos conversar antes que os outros voltem.
                Ela levantou e indicou com a cabeça o caminho para a saída. Percy a seguiu. Atrás dele, Ronny os acompanhava ainda emburrado.
                Eles caminharam pelo castelo, subindo escadas... Opa! Uma delas se mexeu! Ela mudou de posição! Percy olhou apavorado para Hermione, que percebendo seu olhar, falou:
                - Ah, sim! As escadas também são mágicas aqui. Elas mudam de lugar de vez em quando. Cuidado para não se perder e acabar entrando onde não deve. – Ela sorriu.
                - “Cuidado para não se perder e acabar entrando onde não deve.” – debochou Ronny.
                Hermione revirou os olhos enquanto Percy ria.
                Eles chegaram a um quadro onde havia uma mulher pintada que se mexia. Percy não fez perguntas, a resposta era obvia: os quadros também eram mágicos. Será que havia alguma coisa naquele lugar que não fosse mágica?
                - Senha, por favor? – disse a mulher do quadro. Legal, os quadros falavam.
                - Cabeça de Dragão – disse Hermione.
                 A mulher acentiu e o quadro abriu-se, revelando uma passagem secreta. A sala do outro lado estava vazia. Hermione virou-se para Percy:
                - Esta é a Sala Comunal da Grifinória. – eles entraram – Lá em cima – ela apontou para uma escada de mármore que levava aos andares mais altos – são os dormitórios. Suas... quer dizer... as coisas do Harry já estão no dormitório dos meninos. Em frente à porta do dormitório, há outra escada. Nunca tente subir até lá. É onde fica o dormitório das meninas e a escada é protegida magicamente. Ela meio que detecta meninos quando eles tentam subir e age por contra própria para não deixá-los passar. O dormitório dos meninos não tem nenhuma proteção porque Dumbledore acha as meninas mais comportadas.
                - Dum o que?
                - Dumbledore, seu idiota. O diretor. – corrigiu-o Ronny irritado.
                Hermione fuzilou-o com os olhos. Ele a encarou. Dava até pra ver os raiozinhos, que saiam dos olhos deles, chocando-se no ar.
                - Vou deixar o casalzinho em paz! – resmungou Ronny aos berros enquanto subia as escadas para o dormitório.
                - Ele é sempre assim? – perguntou Percy envergonhado.
                - Não – suspirou Hermione indo sentar-se no sofá que ficava de frente para uma lareira que agora estava apagada.
                Percy sentou-se ao seu lado. Hermione tirou uma varinha do bolso e, murmurando alguma cosia que Percy não entendeu, apontou-a para a lareira que foi tomada pelas chamas.
                - Você precisa falar com o Ronny, Percy. Ele vai ter que aceitá-lo! Não é culpa sua o que aconteceu! – ela olhou-o com esperança.
                - E o que eu vou dizer, Hermione? “Olá, Ronny! Meu nome é Percy Jackson e eu acho que troquei de corpo com seu melhor amigo! Talvez ele até esteja morto por minha causa agora!” – resmungou Percy irritado.
                Hermione encarou-o por alguns segundos. Depois, virou o rosto para olhar a lareira. Os dois ficaram olhando o fogo em silêncio e não dava para saber quanto tempo havia se passado. Segundos? Minutos? Talvez, até horas. Finalmente, quebrando o silêncio, Percy disse:
                - Desculpe. Não foi isso que eu quis dizer, eu só...
                Ele a olhou e só agora percebeu que ela estava chorando. “Percy, seu idiota!! Tinha que abrir a boca?!”.
                - Tudo bem. Você tem razão... – ela disse baixinho olhando-o.
                “Merda, Percy!”
                - Bom... vou me deitar. Já está tarde e as aulas começam amanhã cedo. – ela disse limpando as lágrimas que não conseguia conter.
                Com um triste sorriso forçado no rosto, Hermione dirigiu-se ao dormitório das meninas, deixando Percy ali sentado achando-se o maior idiota do mundo.

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Comentários (1)

  • Luh Broekhart

    Priscilla eu vou te matar guria!!!! Onde já se viu matar o fungo mor do coração? Olha o castigo de Deus... HAUHUAHSAUSHAS Mas então... É bom mesmo que o Percy se ache o maior idiota do mundo, porque é EXATAMENTE o que ele é u_u Vê se posta mais dois essa semanaaaaaaaaaaaa... Beijos para ti sua chata u_u

    2011-04-17
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