Capítulo Único



Abriu os olhos de supetão. Um breu dominava o lugar onde estava. Correu os olhos de um lado para o outro agitado, desesperado. Não sentia o peso que o seu corpo deveria fazer sobre si mesmo. Só sentia seus olhos vagando em meio à escuridão como se buscasse um sinal, um indício de qualquer coisa. Precisava encontrar algo, saber onde estava, o que estava acontecendo. Mas só se notava o par de olhos agoniados e inquietos em meio à escuridão. Eles tremiam e giravam numa velocidade que, por um momento, ele pensou que pudessem se desgrudar do que quer que estivesse os segurando.


Sentiu lágrimas brotarem deles. Sentiu a sua visão se anuviar por conta delas. Piscava-os freneticamente tentado se livrar das malditas lágrimas que surgiam dos cantos dos seus olhos sem que ele pudesse controlá-las.


E aquele sentimento de impotência o dominava. Dominava seus olhos desesperados e incansáveis. Dominava suas lágrimas teimosas e incessantes. A impotência. A vontade de se lutar quando já se foi vencido.

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