Tudo Aquilo Que me Faltava



Ela se culpou.


Lembrou-se do ultimo encontro dos dois e praguejou mentalmente.


Idiota.


Um olhar profundo, um sorriso e ela retribui com frieza. Sua frieza característica.


Claro, ela havia lido aquele recado. “Estou indo viajar, me perdoe, eu te amo”.


Mas, a culpa era dele, não?Ele que parecia gostar dela e saia com outras. Ela apenas lhe tratou daquele jeito porque estava chateada.


E ela odiava quando aquilo acontecia. Fazia o que achava certo e depois se culpava por sua atitude.


Naquele dia havia acontecido à mesma coisa. Ele estava sentado ali sozinho, e ela não falou com ele. Ele parecia estar esperando alguém. E qual o problema de ir falar com ele, de qualquer maneira?Você podia ir até lá apenas como amiga, mesmo não sendo isso o que você quer ser dele. O que custava apenas cumprimenta-lo e sair?Você não quer apenas olhar naqueles olhos castanhos de novo?


É melhor eu parar com isso senão vou enlouquecer. Ela pensou mais uma vez e terminou de se arrumar.


Luna Lovegood se olhou no espelho e se perguntou qual era a droga do problema que ela tinha. Por que ela insistia em agir daquele jeito?O que lhe impedia de se aproximar dele?


Todos os dias ela tinha uma desculpa diferente. Quando agia, nem parecia que era ela quem estava agindo. Sentia-se tola, idiota, covarde.


Por que tinha coragem de ser excêntrica daquele jeito, mas não tinha coragem de ir puxar uma simples conversa com um garoto que ela gosta desde os 14 anos de idade?


Resolveu terminar de se arrumar. Colocou uma fita roxa nos cabelos loiros sujos e saiu do dormitório.


Bom, aquele era o momento. Hora de agir. Hora de parar de bancar a pré-adolescente boba e insegura e agir como uma quase mulher de 17 anos que ela era agora.


Depois de controlar a respiração algumas vezes, ela se forçou a sair da sala comunal e se dirigiu ao Salão Principal para o café da manhã.


Enquanto caminhava, ela olhou em volta para localizá-lo, sempre fazia isso. O encontrou mais rapidamente do que das ultimas vezes. Lá estava ele, junto de Simas Finnegan. Dino Thomas conversava alegremente com Simas, e quando Luna se aproximou ele ergueu o olhar e sorriu daquela maneira meio torta e meio misteriosa que ele fazia.


-O - oi Dino. - gaguejou Luna.


-Bom dia Luna. – sorriu Dino.


Ela lhe sorriu de volta e se dirigiu para sua mesa.


-Apropósito, Luna – falou Dino alto, quando Luna começou a se afastar – você esta muito bonita essa manhã.


Ignorando os olhares chocados das pessoas que haviam escutado o comentário de Dino, Luna sorriu. Apesar de se punir demais, ela sentiu que tudo aquilo podia valer a pena.

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