Hermione



Senti minhas costas baterem contra a parede enquanto os lábios dele largavam os meus e iam em direção ao meu pescoço.


Ainda não conseguia acreditar que estava dentro do armário de vassouras beijando o meu melhor amigo e, o pior de tudo, estou gostando disso.


E pensar que quando esse dia começou tudo parecia extremamente normal, mas, aos poucos, as coisas foram ficando estranhas. Lembro exatamente quando foi que isso aconteceu.


 


*Flash Back*


Eu estava sentada em frente a lareira do salão comunal e lia um livro que peguei na biblioteca há algumas semanas. O buraco do retrato da mulher gorda se abriu e levantei a cabeça para ver quem estava chegando, era Harry, meu melhor amigo. Ele sorriu e foi se sentar ao meu lado.


- Ainda não entendo como é que você consegue ficar aqui dentro lendo esse livro – revirou os olhos e suspirou pesadamente – É o primeiro dia das férias de natal, estão todos lá fora aproveitado a neve.


- Eu gosto de ficar aqui sozinha lendo, isso me distrai – expliquei – E não estou com vontade de ir para a neve. Estava gripada há algumas semanas e posso ter um recaída se ficar no frio.


- Já faz mais de um mês que você teve gripe Mione! - lembrou – Tenho certeza de que você vai ficar ótima.


- De qualquer maneira não quero arriscar – completei – Quem sabe na semana que vem.


- Tudo bem Mione! - acabou concordando por fim – Não precisamos ir para a neve. O que acha de irmos até a cozinha pegar um pouco de chocolate quente.


- Já percebi que você não vai parar de encher a minha paciência até eu sair daqui, não é mesmo? - coloquei o marcador na página que estava lendo e fechei o livro.


- Você está certa! - ele deu um sorriso maroto – E você pode tornar isso uma tarefa fácil ou difícil.


- Está certo! - disse, por fim, me levantando – Só me deixe ir até o meu quarto pegar um casaco e um cachecol.


- Demore o tempo que precisar! - respondeu.


Dei um pequeno sorriso antes de subir as escadas que levavam ao dormitório feminino.


Em menos de cinco minutos eu voltei para o salão comunal. Harry estava sentando em uma das poltronas, mas, assim que me viu, se levantou imediatamente.


- Acho que agora nós podemos ir! - disse – E rápido. Para não dar tempo de você mudar de idéia.


Não pude deixar de rir do comentário dele.


No momento em que estávamos saindo, Rony entrou no local parecendo estar com bastante pressa.


- Finalmente achei vocês dois! - falou depois que recuperou o folego – Vamos logo, tem muita coisa para fazermos até hoje de noite.


- O que vai ter hoje a noite? - eu e Harry perguntamos ao mesmo tempo.


- Esqueci que vocês ainda não estavam sabendo! - comentou, colocando a mão na testa – Vamos fazer uma festa aqui no salão comunal, para comemorarmos o final do ano.


- Uma festa aqui no salão comunal? - gritei um pouco mais alto do que estava pretendendo – Até parece que o professores vão nos deixar fazer isso.


- E eles não precisam ficar sabendo – respondeu como se fosse a coisa mais obvia do mundo – Além disso, estamos de férias, não tem muitos alunos no castelo.


- Mesmo estando de férias, isso daqui é uma escola – lembrei – Tem regras.


- Ninguém vai descobrir Mione! - Rony garantiu – Pode confiar.


- Pode ser mesmo muito legal Mione! - foi a vez do meu outro melhor amigo falar – Estamos estudando muito por causa dos N.I.E.M's, merecemos um momento de diversão.


Os dois ficaram me olhando atentamente esperando que eu respondesse alguma coisa. Eles não me deixavam escolha. Sinceramente, era impossível dizer não.


- Tudo bem! - acabei dizendo, por fim – Pode ser mesmo bom. Mas eu quero ajudar a organizar, para ter certeza de que não vai ter nada ilegal.


Mas, é claro, que alguma coisa me dizia que esse meu desejo não iria se realizar.


- Perfeito! - Rony disse, muito feliz – Vocês dois vão até a cozinha pegar algumas comidas com os elfos domésticos enquanto eu vou chamar os convidados.


Já estava escuro do lado de fora quando os convidados começaram a chegar. Tinham muito mais pessoas do que eu imaginava que teria. Todos os alunos da Grifinória que permaneceram em Hogwarts no natal estavam lá, também alguns alunos da Corvinal, Lufa-lufa e, até, da Sonserina, até Fred e Jorge Weasley apareceram.


- O que os seus irmãos estão fazendo aqui? - perguntei ao Rony – Eles abandonaram Hogwarts quando estavam no último ano deles.


- Até parece que poderia ter uma festa ser a presença do Fred e do Jorge – começou a rir como se eu fosse completamente maluca – Mas não se preocupe Mione, eles vão embora assim que a festa acabar, os professores não vão descobrir.


Eu e Harry pegamos algumas garrafas de suco de abóbora, mas percebi que tinham algumas bebidas alcoólicas em cima da mesa. Até conseguia imaginar quem foi que trouxe.


A festa continuou rolando sem, aparentemente nenhum problema (coloquei um feitiço silencioso em volta do salão comunal para que o barulho da música não ecoasse pelo castelo, é claro). Já devia ser quase meia-noite quando...


- O que acham de brincarmos de sete minutos no paraíso? - alguém sugeriu, não sei, exatamente, quem,


- É uma ótima idéia! - Rony pareceu bastante animado nesse momento – Será que alguém pode arranjar uma garrafa vazia.


- Já estou providenciando isso maninho – Fred disse antes de virar o resto do conteúdo de uma das garrafas de Wisky de fogo.


- E eu vou fazer um feitiço para que a garrafa sempre caia virada em um homem e uma mulher – foi a vez de Jorge falar – Assim não tem um perigo de dois homens ou duas mulheres terem que ficar trancados no armário por sete minutos.


- É mesmo uma boa idéia! - Rony fez uma careta, provavelmente estava pensando na cena – Ninguém aqui iria querer isso.


Todos foram se sentar em frente a lareira, que estava completamente acesa mesmo depois de horas por causa de um feitiço. Eu continuei sentada em uma das poltronas perto da janela e ninguém parecia ter se importado com isso, exceto o Harry.


- Mione! - ele se sentou no braço da poltrona, ao meu lado – Você não vai jogar junto com todo mundo?


- Para falar a verdade eu prefiro ficar aqui só observando! - expliquei – Acho que sete minutos paraíso um jogo muito idiota.


- Mas Mione, vai ser divertido, todos aqui somos amigos – lembrou – E você não vai ser obrigada a fazer nada que não queira – sussurrou esse final bem perto do meu ouvido, fazendo com que eu ficasse totalmente arrepiada.


- Simplesmente não entendo como é que você consegue me convencer tão facilmente – suspirei pesadamente antes de me levantar.


É por que você me ama! - dei um tapa de leve no braço dele, que sorriu. Eu caminhei em direção a roda.


- Acho que já podemos começar – Rony falou enquanto olhava, atentamente, para a amiga – Vai ser muito simples. As duas pessoas que a garrafa apontar vão para o armário de vassouras e ficaram lá dentro por sete minutos.


Comecei a olhar todos o garotos que estavam lá. Decididamente, não quero ir para dentro de um armário junto com Fred ou Jorge. Neville é muito gente boa, mas não seria a minha primeira opção; muito menos Simas nem Dino; também tinham os garotos de outras casas, mas esses eu mal conhecia. Acho que só me restam Rony ou Harry.


E, quanto a isso, tenho outro problema. Rony sempre teve uma quedinha por mim e pode tentar alguma coisa dentro do armário. Então, com o Harry seria menos arriscado, ele nunca faria nada que ela não quisesse.


- Eu vou girar a garrafa agora! - Rony avisou – Todos preparados!


A garrafa começou a girar com força total e foi diminuindo de velocidade a medida do tempo, até que parou, apontando para: Simas e Lilá.


- Vamos! - Lilá o puxou em direção ao armário, deu para ver que ele estava extremamente vermelho.


Todos ficaram em silêncio durante o tempo em que os dois passaram dentro do armário. Até que o alarme que Jorge conjurou tocou, indicando que os sete minutos já tinham passado.


- Pronto! - Rony gritou – Vocês dois já podem sair.


Simas e Lilá saíram de lá e cada um foi para um canto do salão comunal.


Então, a garrafa foi girada, mais uma vez. E, dessa vez estava apontando na direção do Dino e da Gina.


- De maneira nenhuma! - Fred gritou antes que os dois pudessem se levantar – A Gina não vai para o armário junto com ele.


- A gente só está aqui jogando, Fred – ela lembrou – E você não pode mandar em mim, já tenho 16 anos, logo vou ser maior de idade.


Não pude deixar de rir nesse momento. Acho que os garotos Weasleys ainda acham que a irmã tem cinco anos de idade.


- Mas ainda não é maior de idade – foi Jorge quem falou agora – E não pode ir entrando no armário com qualquer um. Pode ficar mal falada.


- O Dino não é qualquer um, vocês o conhecem há anos – deu para perceber que ela estava muito irritada com a atitude dos irmãos – E ele também é meu ex-namorado.


- Deixem ela ir logo para esse armário – Harry resolveu intervir – Ou então vocês vão ficar discutindo sobre isso a noite toda a não vai adiantar nada.


- Muito obrigada Harry! - ela se levantou e foi em direção ao armário. Dino fez o mesmo, sem olhar nenhuma vez para os Weasleys.


- Você também devia ter nos apoiado Harry! - Fred reclamou – Afinal, ela já foi sua namorada e deveria protegê-la.


- Você falou certo, ela é minha ex-namorada – completou – Eu quero que ela seja feliz.


Não sei por que, mas fique imensamente feliz ao ouví-lo falando que não tem mais nada com a Gina e não pretende ter novamente.


Jorge apontou a própria varinha para o cronômetro que marcava o tempo, fazendo com que ele tocasse com menos de dois minutos.


- Acabou o tempo! - disse, bastante animado.


Gina saiu, bastante irritada, de mãos dadas com Dino.


- Vocês são mesmo impossíveis! - falou virada para os irmãos – Ninguém merece ter irmãos como vocês – completou antes de subir as escadas.


Os três fizeram menção de se levantarem em irem atrás da irmã.


- Vocês nem pensem em ir até lá em cima atrapalhar a Gina – dessa vez eu tive que me intrometer, se tivesse irmãos não iria querer que eles fossem assim comigo – Vamos continuar a jogar.


Foi então que tudo aconteceu rápido demais. Em um minuto a garrafa estava girando e, no minuto seguinte ela tinha parado. E estava apontando para mim e para o Harry.


Vamos lá então!- ele estendeu a mão para mim.


Fomos até o armário e alguém fechou a porta atrás de nós. Estava completamente escuro, mas eu conseguia ver o contorno de Harry.


- Eu imagino que você está decepcionado agora! - falei, depois de alguns segundos de silêncio.


- E por que eu estaria decepcionado? - mesmo eu não estando vendo o seu rosto, sabia que ele estava com uma expressão de dúvida.


- Esse é um jogo de sete minutos no paraíso – lembrei – Tenho certeza de que ninguém quer vir para um armário junto com a melhor amiga.


Percebi que estava mais perto de mim agora e colocou uma das mãos sob o meu ombro e a outra na minha cintura.


- E quem falou que eu não queria estar aqui com você – seu rosto estava há centímetros do meu – Fiquei com os dedo cruzados para que fossemos escolhidos para virmos juntos.


Enquanto ele falava, senti o cheiro, inconfundível de Wisky de de fogo.


- Você andou bebendo? - resolvi perguntar.


- Só bebi um copo de Wisky de fogo – retirou do meu ombro e começou a mexer no meu cabelo – Não deu para ficar bêbado.


Antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa. Harry me beijou. No inicio, não tive reação nenhuma, mas depois acabei correspondendo o contato e ele acabou se afastando.


- O que foi? - perguntei imediatamente. Será que eu fiz alguma coisa errada?


- Acho que eu esperei por isso a noite toda – sussurrou no meu ouvido e mordeu o lobulo da minha orelha, levemente – Mas, se você não quiser, é só falar que eu paro.


Eu não disse nada, ao invés disso, o beijei. Tenho a impressão de que essa vai ser uma longa noite.


*Fim do Flash Back*


 


Foi assim que chagamos a essa situação. E a cada segundo que passa os beijo vão ficando mais intensos e o armário está cada vez mais quente.


- Harry! - gemi um pouco mais alto do que estava planejando.


Ele me deu mais um selinho e ficou brincando de roçar o seu nariz no meu. Podia sentir o seu hálito quente sob o meu rosto.


- Ainda não acredito que estou aqui com você – a respiração de Harry estava ofegante - Parece até um sonho.


E então, voltamos a nos beijar. Nós nem tínhamos visto o tempo passar. Podiam passar horas.


- Já acabou o tempo! - Rony gritou do outro lado da porta – Podem sair.


- Vamos logo Harry! - avisei, tentando afastá-lo, inutilmente – Já passaram os sete minutos.


- Espera! - continuou a me beijar, parecia que não iria parar tão cedo – Está bastante confortável aqui.


- Mas tem várias pessoas lá fora nos esperando – tentei lembrá-lo, mas acho que não estava ouvindo nada do que eu falava – Vamos estregar o jogo de todo mundo.


- Tenho certeza de que Fred e Jorge vão arranja outra coisa para todo mundo fazer – garantiu – Pode ficar tranqüila quanto a isso.


Harry continuou a me empurrar contra a parede. Acho que estava tentando diminuir mais ainda a distancia entre nós dois, se é que isso era possível.


- Não acha que é estranho estarmos aqui, dentro desse armário de vassouras? - resolvi questioná-lo, percebi que ele tinha começado a rir – O que foi?


- Confesso que não é o lugar mais confortável do mundo – falou – Mas, pelo menos temos mais privacidade que no salão comunal.


Agora ele estava desabotoando a minha blusa e começou a roçar o dedo na pela da minha barriga Nem precisa dizer que eu estava totalmente arrepiada.


E, foi nesse momento que alguém bateu na porta.


- Isso é! - completou – Quando não tem ninguém nos interrompendo a cada minuto que passa.


- Pessoal, era só para ficar ai por sete minutos – nosso amigo gritou, mais uma vez – E já se passaram dez minutos.


- Acho melhor nos sairmos! - avisei – Tenho certeza que se formos para uma poltrona perto da janela, ninguém vai nem reparar que estamos lá.


- Se vocês não saírem nos próximos três minutos eu vou arrombar essa porta – ameaçou.


Abri a porta e puxei Harry junto comigo. Percebi que todos estavam olhando para nós dois.


- Já saímos de lá! - falei – Vocês já podem continuar a jogar.


- Está vendo Rony, eu falei para você não ficar batendo na porta toda hora – Fred falou, dando um tapinha nas costas do irmão mais novo.


- É mesmo Rony, você interrompeu o amasso dos dois! - o outro irmão completou.


- Calem a boca vocês dois! - Rony foi se sentar novamente, percebi que suas orelhas estavam vermelhas.


- Vou buscar uma bebida para nós! - Harry deu um beijo na minha bochecha – Espera aqui que eu já volto.


Fiquei vendo eles girarem a garrafa mais uma vez, dessa vez os escolhidos foram Rony e Luna. Não pude deixar de sorrir com isso, até que os dois formavam um casal fofinho, quem sabe assim o Rony se cura da paixonite que tem por mim.


- Aqui está Mione! - Harry voltou me entregando um copo que estava na sua mão – Vamos para perto da janela.


Concordei com a cabeça ante de segui-lo. Ele se sentou em uma poltrona enquanto eu olhava, pela primeira vez, o conteúdo do meu copo.


- Isso é Wisky de fogo? - fiz uma careta sem para de olhar para aquela bebida.


- É sim! - concordou com a cabeça – Mas é só um copo, não tem problema. Eu não vou tentar te embebedar.


Sorri antes de tomar um gole. O líquido desceu queimado a minha garganta, mas a sensação foi maravilhosa.


- Agora vem até aqui! - ele puxou para sentar no seu colo e me deu um selinho – Eu teria te convidado para irmos até o meu quarto, mas o Dino e a Gina já estão lá.


- E tenho que lembrar de agradecer os dois depois – percebi que ele se sentiu ofendido, então tratei logo de me corrigir – Não por nada, mas as pessoas poderiam falar de nós dois por causa disso.


- Você sabe que eu não te forçaria a fazer nada – colou a sua testa na minha – Eu te respeito muito para não ser um cachorro com você.


- Sei disso! - não pude deixar de sorrir com esse comentário – É por isso que eu adoro você.


Passamos o resto da festa nos beijando e bebendo Wisky de fogo. Devemos ter acabado com uma garrafa inteira sozinhos e estava começando a me sentir um pouco “alegre”, mas posso afirmar que não estava bêbada. Quando percebemos o salão comunal estava vazio, com exceção de nós dois.


- Acho melhor irmos embora também! - sugeri – Amanhã eu estava pretendendo levantar cedo para ir estudar na biblioteca.


- Não acredito nisso Mione, estamos de férias, não é para estudar – ele falou rindo – Você precisa relaxar mais


- Tudo bem, não vou tocar nos livros até o natal – levantei as mãos em sinal de rendição – Está satisfeito?


- Sim! - concordou com a cabeça – O que acha de passarmos o dia inteiro juntos amanhã.


- Acho uma ótima idéia! - dei um selinho nele.


Ainda continuamos nos beijando por mais dez minutos antes de cada um subir para o seu dormitório.

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