Um novo morador...



Hermione estava deitada no sofá, assistindo a uma comédia romântica típica de sessão da tarde. Draco encontrava-se deitado em sua barriga, recebendo cafunés da dona. O pequenino mascote suspirava de tempos em tempos, adorando aquilo.


 


Quando a campainha tocou, a morena pensou em ignorar, fingindo não haver ninguém em casa. Todavia, era responsável demais para agir tão descompromissadamente...


 


Surpreendeu-se ao encontrar Draco do lado de fora. Surpreendeu-se mais ainda por encontrar o loiro com uma mala nas mãos e uma mochila nas costas...


 


- Preciso de um lugar para ficar. – disse, dando à morena uma sensação de deja vú – Sério. Tô correndo risco de vida! – acrescentou, desesperado.


 


- Ninguém sofre ‘risco de vida’. – a morena corrigiu, sem perceber – É risco de morte. Se correr risco de vida, o máximo que pode acontecer é você viver, seu tapado!


 


Draco piscou algumas vezes, confuso.


 


- Enfim. – disse, sério – Posso ficar?


 


- Você não tem um apartamento? – ela perguntou, sem entender.


 


- Eu alugava um quarto. – disse, pacientemente – Mas... – nervosismo - ... Mas a Astoria... Fiz a burrice de levá-la lá. – disse, amaldiçoando-se a si mesmo – E depois que eu terminei, ela simplesmente não pára de aparecer. Fica armando escândalos, dizendo que temos que voltar e tudo o mais. É... sinistro! – confessou – Chega a dar medo!


 


Hermione tentou conter o riso.


 


- Já procurei outro lugar, mas o único que encontrei só vai vagar em quinze dias! – explicou – Enquanto isso, não tenho onde ficar.


 


- E por que escolheu o meu apartamento? – a morena queria entender. Os braços cruzados contra o peito, uma sobrancelha erguida.


 


Draco respirou fundo.


 


- Não tenho mais amigos da época de Hogwarts. – disse, sendo prático – Blaise e Pansy foram os únicos que me restaram, mas ele tá fazendo um curso na Bélgica e ela mora com a irmã da Astória! – disse, nervoso – Não quero que ela me ache de jeito nenhum.


 


Hermione agora ria sem se conter.


 


- Pensei em Jorge, mas a Kate... – um arrepio percorreu por seu corpo, e o loiro negou com a cabeça.


 


Hermione compreendeu. Afinal, o relacionamento do ruivo com a garota fora o responsável por levar Fred a morar com a grifinória...


 


- Não quero atrapalhar. –o sonserino explicou – Nina mora com o Peter, também não rola. Suzie mora com os pais. Fred... mora com você! – disse, dando de ombros – Então, só me resta você! – explicou, os olhos brilhando, intensificando o olhar de cachorrinho pidão – Você já abrigou um. Pode abrigar outro? – perguntou, ansioso.


 


Hermione respirou fundo. Sabia que aquilo seria difícil. Fred não gostaria nada daquilo. Mas também não poderia deixar o rapaz ao relento...


 


- Prometo me comportar! – Draco disse, como se lesse os pensamentos da morena – Não vou criar problemas para você e o Fred. Juro! – cruzou os dedos, prometendo.


 


- Draco, é que...


 


O pequeno cãozinho começou a latir. Hermione abaixou-se e o pegou no colo, sorrindo.


 


- Não estou falando com você, amor, é com ele... – explicou, voltando-se para o loiro.


 


Notou que ele a fitava, incrédulo. Arregalou os olhos, sentindo-se, culpada.


 


- Me desculpa! – pediu, sem graça – Draco, me desculpa, mas...


 


O pequeno mascote voltou a latir, abanando o rabinho, animado. Hermione mandou-o ficar quieto. Já estava com bastantes problemas...


 


- Você? – o loiro disse, pasmo – Você pôs o meu nome no seu cachorro?! – questionou, irritando-se.


 


- Fred pôs! – disse, defendendo-se – Quer dizer... Ai, Merlin... – desesperou-se – Ele me deu o Draco depois daquela noite no ‘Ladies’ club’. – explicou – Pra fazermos as pazes. Mas quando perguntei o nome... – um sorriso amarelo – Entenda, ele estava com ciúmes de você. – disse, sem jeito – Foi o jeito dele extravasar a raiva.


 


- Humph, sei... – o sonserino murmurou, zangado.


 


- Melhor do que lhe dar chocolates batizados. – a morena explicou – Você sabe que ele e Jorge têm essa mania besta.


 


Draco pesou e assentiu.


 


- Meu nome num cachorro. – disse, pesaroso – Só o Weasley mesmo!


 


Hermione não soube o que dizer.


 


- Bom, depois dessa... – resolveu se aproveitar da situação - ... o mínimo que você pode fazer é me oferecer abrigo.


 


E entrou no apartamento, sem esperar convite.


 


Hermione estremeceu. Fred não gostaria nada daquilo quando voltasse da loja...


 


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Hermione jamais admitiria, ainda mais perto de Fred, mas morar com Draco Malfoy tinha suas vantagens...


 


O loiro a ajudava com a casa. Jamais pensou que ele pudesse fazer serviços domésticos, mas Draco aparentemente queria compensar pelo fato de estar morando temporariamente ali.


 


Para completar, o loiro ainda ajudava Hermione, em seus momentos de folga, claro, a escrever seu livro. Hermione ficava cada dia mais impressionada com a inteligência dele. Draco tinha extrema facilidade para o preparo de poções e conhecia certos atalhos que nem mesmo ela sabia. O loiro explicara-lhe que aprendera tudo com o padrinho, Severo Snape.


 


Fred quem não gostava de nada daquilo. Detestava chegar em casa acompanhado do loiro. Ter que dividir o mesmo ambiente com ele... Antigamente, chegar em casa era prazeroso, pois sabia que encontraria a morena e ele tinha toda a liberdade para agarrá-la e a beijar em qualquer canto do apartamento que dividiam. Agora...


 


- Hermione, por Merlin! – Fred reclamara, na terceira noite – Faz três dias que não dormimos juntos! – disse, nervoso – Eu não sou de ferro, sabia?!


 


A morena entendia bem a ansiedade dele, pois ela mesma sentia falta dos toques e carinhos do ruivo. Porém, tinham que se controlar quando Draco estava em casa.


 


O mais difícil para ela, o mais engraçado, na opinião de Fred, era ver Hermione brincar com Draco. A morena não podia dizer o nome que ambos olhavam, mascote e sonserino.


 


O loiro ainda se irritava algumas vezes, mas também acabara por gostar do pequeno animal.


 


No sétimo dia do loiro no apartamento, porém, houve o primeiro momento de constrangimento. Fred encontrava-se na loja e Hermione havia ido ao beco, pois queria comprar uns livros.


 


Quando voltara para casa, porém, a morena acabou por encontrar o loiro sentado em seu sofá. Assistindo TV. Apenas de toalha...


 


Draco correra para o quarto para vestir uma roupa, enquanto a morena tentava desviar os olhos do corpo definido do rapaz. Porém, apressado e destrambelhado como só, Draco tropeçou no braço do sofá, sua toalha caindo ao seu lado...


 


Hermione levou as mãos aos olhos, mas não fora rápida o suficiente. Ouviu o rapaz pedir perdão e bater com a porta do quarto. Ele usava o quarto de Fred, que estava ocupando o da morena nesses dias.


 


A grifinória jamais esqueceria que o bumbum de Draco era realmente melhor do que Fred. E que o membro dele...


 


Decidiram não contar nada para o ruivo, afinal, não queriam brigas. Decidiram que aquele seria um segredo deles. Fim da estória.


 


No décimo dia, porém, Fred não pôde deixar de lado seu ciúmes. Esperando a morena ir dormir, entrou em seu antigo quarto, sentou-se em sua antiga cama, sério.


 


- Temos um problema. – disse, vendo o loiro se sentar, pois este estivera deitado lendo um livro sobre feitiços rápidos de cura.


 


Draco apoiou o livro sobre a mesinha de cabeceira, e escutou.


 


- Confio em você. Sei que mudou. – o ruivo dizia – Mas eu... – fechou os punhos – Essa sua proximidade com a Hermione. – preferiu dizer – Está me deixando louco! – exclamou – Sei que vocês têm coisas em comum, sei que vocês estão se dando bem e tal. Que ela até saiu com você pra te ajudar a comprar alguns móveis pro apartamento novo... Mas, cara. – explodiu – Eu gosto dela. – disse, sério – Quero que você entenda isso. Tô deixando bem claro, Malfoy. – usou o sobrenome, para dizer que aquilo era importante – Ela é minha! – enfatizou cada palavra – Minha, tá me entendendo?


 


Draco sorriu, assentindo.


 


- Relaxa, Weasley. – o loiro sorriu, maroto – Não sou de roubar mulher de amigo meu. – explicou – Tá na cara que você tá de quatro por ela. – deu de ombros – Tranquilo, qualquer um que conhecesse ela também ficaria. Eu fiquei! – assentiu, vendo as narinas de Fred se alargarem, os nós dos dedos dele ficarem mais brancos conforme ele apertava mais ainda os punhos fechados – Mas eu entendo que você gosta dela e que ela gosta de você. Porque também é obvio que ela é doida por você. Só um idiota não percebe isso. – riu – Sou carta fora do baralho, já entendi. Não precisa se preocupar.


 


Fred gostou de ouvir aquilo. Relaxou um pouco.


 


- Só espero que você não seja idiota a ponto de perdê-la. – o sonserino comentou, debochado – Por que sabe como é... Se tiver dando mole...


 


Fred puxou o rapaz pela camisa, dando-lhe uma gravata, mas de brincadeira.


 


- Pode deixar. – disse, vendo o loiro se desvencilhar, rindo – Sei cuidar do que é meu...


 


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