único



 Depois da morte de Voldemort, Draco Malfoy casou-se com Virginia Weasley e tiveram uma filha, Victoria Weasley Malfoy. Em uma manha ensolarada de domingo, eles resolveram levar a filha para brincar no parque perto de sua casa, a garota agora já tinha 5 anos.


 


- Papai, papai! Olha o que eu sei fazer, eu vou bem altão no balanço


- Parabéns Vi


 


 Ela correu e abraçou o loiro, a ruiva observava de um banco enquanto lia seu livro sobre algum romance trouxa. Momentos depois o céu ficava escuro novamente, como se ele tivesse voltado mais uma vez. Draco pegou a pequena e correu para perto de Gina, que já estava perto do carro e preparavam-se para voltar para casa, quando tudo aconteceu. Três homens vestidos com capas pretas pegaram Draco, não teve tempo nem de deixar a filha com a mãe, acabou sendo levado para sabe se lá Merlin onde, junto com sua filha. Gin estava atônita, começou a gritar como se todo o mundo dependesse daquele grito, e ninguém aparecia para ajudá-la, as lagrimas escorriam freneticamente pela sua face, gritava e nada, até que foi atrás do pai, que agora trabalhava no Ministério.


 


- PAI! PAPAI!


- Gina, o que aconteceu querida?


- Draco, Vic, homens de capuz, desaparecidos. PAI ME AJUDA PELO AMOR DE MERLIN


- Não, como podem? Não a nossa Vic, coitadinha


- O Draco também é da família, não se esqueça que ele é o pai da sua neta


- Acalme-se Gi, vamos achá-los ok?


 


 5min depois, todos se encontravam na casa dos Weasley, todos estavam aos prantos. Já haviam comunicado todas as autoridades possíveis, esperavam qualquer telefonema, qualquer carta, grito, qualquer coisa pra tê-los de volta. As lagrimas de Virginia escorriam freneticamente, mais e mais, ela estava sentada num canto da sala abraçada aos seus joelhos.


 


- Hey Gi, vamos achá-los ok? Fica calma ruiva


- Brigada Ron, mas não sei se vamos, eles pareciam tão... tão...


- GINA!


- HARRY, MIONE, ELES... ELES OS LEVARAM, OS TIRARAM DE MIM


 


Agora chorava mais ainda, com a chegada dos amigos, sentia-se a pior mulher do mundo. Como pode deixar levá-los sem fazer nada?


 


- Gi, você não podia fazer nada, não é sua culpa


- É sim Harry, minha culpa...


- Nunca mais diga isso


 


 Ele ia continuar um daqueles típicos discursos quando uma carta chegou por uma coruja preta


 


       Virginia, meu amor


 


  Vic e eu estamos bem, só não sei onde estamos, é uma sala escura, muito escura. Não se desespere querida, nós vamos voltar. Acho que são comensais da morte querendo vingança, não sei. Vou sair daqui o mais rápido possível, eu te amo.


 


                                                     Draco


 


 Ela não sabia se ficava feliz, ou chorava mais ainda. O que aqueles merdas de comensais querem? Será que nunca vão os deixar em paz?


 


- Você sabia que isso aconteceria cedo ou tarde...


- RONY, NÃO PIORA AS COISAS OK? EU VOU DAR UM JEITO DE TRAZER O MEU MARIDO E A MINHA FILHA DE VOLTA


- Nós vamos te ajudar filha


- Obrigada mãe


 


 Subiu para o quarto que lhe pertencia naquela casa, deitou-se na cama e começou a pensar: Onde? Onde eles poderiam estar? Só conseguia chorar, e não chegava a nenhuma conclusão. Estava andando de um lado para o outro quando encontrou um cd antigo, era de uma banda trouxa, havia comprado só por uma musica: Leave out all the rest. Colocou para tocar no seu note book, colocou os fones de ouvido e se deixou levar pela música, enquanto suas lagrimas não cessavam, e nem cessariam por um bom tempo. Don't be afraid of taking my beating, I've shared what I'd made. Não importava o quanto teria que lutar, traria sua família de volta, nem que fosse a ultima coisa que fizesse na vida. I'm strong on the surface, not all the way through. I've never been perfect, but neither have you. Sentia saudades de Draco e Vic, eles eram tudo, sua base, sua estrutura, e tudo estava em ruínas agora.


 Uma semana havia se passado, e nada. Todos esperavam por qualquer noticia, sinal de vida, mas nada. Gina não comia, não bebia nada, e provavelmente nem dormia.


 


- Você precisa comer querida


- Como posso pensar em comer quando meu marido e minha filha estão desaparecidos?


- Você precisa estar forte pra quando eles voltarem


- Isso não vai funcionar comigo, quando der fome eu como


 


 Duas semanas e três dias, e com um estrondo Vic apareceu correndo pela casa, sabe se lá da onde surgiu, mas estava lá.


 


- VIC? VIC! Filha vem aqui


- Mãe, fala pra eles trazerem o papai também


- Cadê seu pai?


- Ele ficou, falaram que ele que tinha que pagar pelo que fez, eu não merecia


 


 Novamente, não sabia se ficava feliz por ter a filha de volta, ou se chorava por não ter o seu amor, que nesse momento deveria estar recebendo varias maldiçoes sem poder reagir. Chorou mais uma vez. Mesmo com a filha de volta, sua vida não fazia sentido, não conseguia nem ficar perto da filha mais, a saudade do Draco a dilacerava por dentro, não o fazia por mal, não sabia mais o que fazer. Trancou-se mais uma vez no quarto, e aquela música que todos já estavam acostumados a ouvir tocou mais uma vez. Não queria pensar na hipótese dele estar morto, mas depois de tanto tempo, era impossível não considerar tal possibilidade. When my time comes forget the wrong that I've done. Isso só estava acontecendo por causa daquela maldita tatuagem. Help me leave behind some reasons to be missed. Mas ele lutou contra tudo e todos para estar ao seu lado, não podia culpá-lo, não quando ele foi o melhor homem da sua vida. Don't resent me, and when you're feeling empty keep me in your memory. Estava difícil admitir, mas achava que nessa hora, ele já não compartilhava mais o mesmo mundo que ela. Leave out all the rest. Pela primeira vez desde o seqüestro, adormecera, aos prantos, com a imagem do loiro em sua mente.


 


 Cinco meses se passaram, e Gina lembrava a cada misero dia do seu marido, ninguém poderia imaginar o quanto foi difícil ter que seguir em frente. Mantinha na memória a imagem de um loiro sorridente, que brincava com a filha e a esposa na sala de estar de sua mansão. O homem que mais a surpreendeu em todo universo, o homem que mostrou ter caráter, o homem que largou tudo pra ficar com seu grande amor, o homem que a faz levantar todos os dias para cuidar da filha que tiveram. O homem que mostrou o significado da vida, quando ela já havia desistido de viver. E ninguém, absolutamente ninguém fazia idéia disso.


 Todas as manhãs Gin ia para casa do irmão Rony, levar Vic para brincar com a prima Marie, mas nesta manhã de sábado, 6 meses que não via o seu Draco, resolveu que ficaria em casa. A filha que entendia e via o estado que a mãe se encontrava não fez nada contra, ficou abraçada a mãe no sofá.


 


- Ele prometeu que iria voltar mamãe, fica calma, ele cumpre as promessas que faz


- Eu bem que queria acreditar pequena, bem que queria


- Ele vai voltar, eu sei


- Acho que você deveria aceitar a realidade Vic, o seu pai...


- Disse que ia voltar, e voltou


 


 Gin estava paralisada, um sorriso bobo formou-se no canto dos lábios. Não acreditava que ele estava de volta. ELE VOLTOU. ELE VOLTOU. Sentia vontade de gritar isso aos quatro cantos do mundo, mas contentou-se em dar um longo abraço e um beijo.


 


- Pai, você voltou


- Eu prometi pequena, e eu cumpro promessas, certo?


- Draco, meu amor, que saudades. Você não imagina como foi esses meses longe de você


- Vamos conversar depois ok?


 


 Disse meio sério, encarando a pequena que estava em seu colo.


 


- Filha, não quer ligar pra vovó e contar a novidade?


- Não mãe, vamos fazer surpresa


- Hãn?


- Hoje, o jantar, dã


- Ah sim, o jantar. Draquinho, nós íamos jantar na casa da mamãe hoje, você pode aparecer lá, aposto que vão amar ver você


- Pela primeira vez na vida


- Para seu bobo, minha família gosta de você, só não sabe demonstrar


- Papai, vou brincar com aquela boneca que você me deu, lembra?


- A sua preferida


- Sim, vou lá brincar, depois eu volto ta bom?


- Pode ir querida


 


 Gina virou-se séria para Draco, com um olhar meio tristonho


 


- Ela não brinca com essa boneca desde...


- O dia em que fui seqüestrado


- Onde você tava? O que fizeram? Onde ficou por esses seis meses?


- Depois de terem devolvido a Vic, me levaram para o Alasca


- ALASCA?


- Sim. Eram comensais como imaginei, eles me acorrentaram numa masmorra, e todo dia iam lá e – suspiro – lançavam alguns feitiços


- Que tipo de feitiços?


- Maldiçoes imperdoáveis


- DRACO!


- Gin, eu sofri tanto, e só estou aqui graças a ajuda do Snape


- O que o Snape tem a ver com isso?


- Durante a guerra ele serviu os dois lados, e depois que ele morreu, os comensais tinham umas missões, tipo matar ou torturar pessoas, e o Snape fazia parte dessas missões


- Não acredito


- Ele estava na minha missão, não que eu fosse torturar alguém, eu era o torturado.


 


 Gina ficava cada vez mais pálida e contorcia-se a cada fala do marido


 


- Eu fiquei sobre a maldição crucio por uns dois dias.. Eles vinham e voltavam, até que decidiram por um fim nisso


- E o cachorro do Snape fez isso com você?


- No começo sim, mas quando eles iriam me matar. – pausa pra outro suspiro – Bom, ele me ajudou a escapar, deixou um negocio holográfico, algo trouxa, no lugar, parecia comigo, mas era só uma sombra


- Continua amor


- Ai eu fiquei me escondendo por uns tempos, até eles serem mortos


- Eles quem?


- Os 7 comensais que restaram


- Estão todos mortos?


- Fiz questão de acompanhar cada velório, de longe claro


- Draco, eu senti tanto a sua falta


- E acha que eu não né? Quase morri nesses seis meses


- Nunca mais me deixe sozinha ok? NUNCA


- Se depender de mim, morreremos juntos, mas tipo assim, quando tivermos uns 98 anos


- Bobo, eu te amo


- Eu te amo mais Virginia Weasley


 


 Era inacreditável, sua vida fazia sentido novamente, mal podia esperar pelo jantar na casa de Molly. Todos aqueles dias de sofrimento, finalmente acabaram.


 


- Querido, não vai se arrumar, são quase oito horas já


- Tudo bem. – disse contrariado e rolando os olhos


- HEY! São meus pais, eles me deram muito apoio ok?


- Eu sei linda, mas é que planejava ficar com você essa noite, a sós


- E você vai ficar, e teremos muitas noites ainda amor, MUITAS


 


 Era nove e meia, a ruiva entrara na casa dos pais cantarolando uma canção espanhola, com um sorriso no canto dos lábios.


 


- Viu passarinho verde hoje Gi?


- Acho que ta mais pra passarinho loiro platinado


- O QUE?


- Draco, vem amor. – praticamente berrou puxando o marido para a mesa


- Cara, nunca pensei que diria isso um dia, mas fico feliz em te ver Malfoy


- Eu também Rony


- Ah querido, você finalmente esta de volta, vem cá para eu te dar um abraço


 


 E seguiu assim por uns longos minutos, nunca imaginaria se sentir assim, mas Draco estava feliz ao lado daquela família, da sua família.

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