Capítulo Único



Nota da estória: Personagens da Rowling, história minha. Se você não leu HP, não fará diferença alguma.
Imagem do deviantART, mas editada por mim.



Música



– Eu estou farta, Draco. De verdade, não aguento mais. Eu sou humana, sabe? – Falou uma mulher de aparentemente vinte e cinco anos, alta, magra, de olhos castanhos (que estavam transbordando de lágrimas naquele momento) e cabelos ondulados da mesma cor. 


 


Ela colocava roupas em uma grande mala preta enquanto um outro homem, loiro, de olhos cinzas, alto, magro e aparentando tanta tristeza quanto a outra, jogava as roupas no chão.


 


– Isso não é razão para ir embora, Hermione. Eu... Eu vou melhorar. Não posso ficar sem você. – O loiro disse. Hermione olhou para ele, com raiva.


 


– Tem razão. Você não pode ficar sem a única pessoa que cuida de você quando está bêbado ou se mete em brigas desnecessárias. Mas eu sou sua esposa, e não sua enfermeira, Draco. Eu casei com você porque te amava! – Ela gritou, magoada.


 


Ambos ficaram calados por uns minutos, o silêncio era interrompido pelos soluços de Hermione. Draco sentiu uma sensação vazia em seu estômago. A palavra “amava” ficou na sua cabeça por muito tempo até ele sussurrar, sem saber como encontrou sua voz:


 


– Mione, eu estou tentando.


 


Suas quatro palavras pioraram ainda mais a situação. Hermione soluçou alto e virou-se para sua mala, jogando as roupas com violência. Draco tentou impedi-la, mas ela desviava e tentava mantê-lo longe a socos. A morena teve dificuldade para fechar a mala de tão cheia que estava e suas lágrimas embaçando a visão não facilitava nada.


 


– Não vá! Eu mudei por você. Eu mudarei mais se for preciso, mas não vá! – Draco suplicou, enquanto ele descia as escadas logo atrás de Hermione.


 


Ao chegarem no primeiro andar, Hermione virou-se e olhou para ele, pela primeira vez naquela noite, indiferente.


 


– Não precisa mais se esforçar, Draco. Você não precisa mais mudar seu jeito de ser por mim. – Ela disse.


 


O loiro teve vontade de socar à si mesmo pelas as palavras que ele dissera. Parecia que a cada frase que saía de sua boca, tornava tudo pior. Ele seguiu a mulher até ela sair de casa. Draco ficou parado na soleira da porta, observando-a entrar no carro dela.


 


Draco tinha uma moto que também era uma das razões de brigas do casal – Hermione descobrira que Draco fazia rachas ilegais com aquela moto. Ele queria que ela não a tivesse visto ao entrar no carro, mas era impossível, pois a moto estava estacionada ao lado do automóvel de Hermione. Tornando tudo pior, moto maldita, ele pensou.


 


A morena saiu cantando pneu e parecia que estava levando o coração do loiro junto. Ele sentia-se vazio a cada segundo. Entrou em casa e fechou a porta. Deixou seu copo escorregar até o chão, sentando-se ali. Escondeu seu rosto nas mãos e bateu sua cabeça repetidas vezes na porta.


 


 


Ele parecia sempre magoá-la. Em todas as oportunidades que tinha, sempre parecia escolher o caminho errado, o caminho que ele sabia que levaria à mágoa e sofrimento de Hermione. Ou era ficando até tarde com seus amigos, quando devia estar apoiando a morena em momentos que ela precisava ou era ficando bêbado e chegando tão acabado em casa que não conseguia ao menos chegar à porta; nessas ocasiões, Draco estirava-se no quintal e só acordava no outro dia, na cama em que Hermione provavelmente se esforçara para deixá-lo.


 


E ela sempre ficava ao lado dele, quando o loiro estava sofrendo. Sempre o apoiava quando precisava. Draco sabia que Hermione era a melhor mulher que um homem poderia querer; linda, inteligente, prestativa e amiga. E ela fora sua melhor amiga na faculdade, conhecia-o como ninguém.


 


Quando adolescente, Draco era frio e arrogante. Gostava de humilhar as pessoas sem piedade. Mas então veio Hermione, entrara na escola com quatorze anos de idade. Ela nunca deixava Draco a humilhar, sempre tinha uma resposta na ponta da língua. E, dois anos depois de brigas na escola, ambos pegaram detenção juntos. Foi o bastante para se tornarem amigos. Ela o ajudara a ser uma pessoa melhor. Não demorou muito para os dois estarem namorando. Casaram-se assim que terminaram a faculdade.


 


Porém, Draco dava muitas mancadas. O garoto frio e arrogante dera lugar ao encrenqueiro e rebelde.


 


Hermione não aguentou mais.


 


(...)


 


Suas lágrimas não ajudavam a visão da pista. Sorte que a estrada estava deserta. Hermione pensava em ir para a casa de seus pais, em Manchester. Seria uma longa viagem, mas ela gostava disso; daria tempo para pensar.


 


A morena sentia seu coração encolher a cada segundo que ela ficava longe Draco. Lembrou-se das várias vezes que ele a deixou sozinha para ficar com seus amigos, bêbado, brigando com alguém por uma razão idiota ou em cima daquela moto, naquele racha ilegal estúpido. Trincou os dentes, mas ao mesmo tempo também vieram as lembranças felizes... Aquela detenção em que eles se conheceram melhor, o pedido de namoro, ele a defendendo de seus amigos idiotas que achavam que ela estava dando uma lavagem cerebral em Draco e decidiram fazer uma vingança que, no final, dera errado – ela riu com essa lembrança –, a primeira vez dos dois, o casamento...


 


Hermione ainda amava Draco. Mas estava cheia de tirá-lo das brigas e de cuidar dele quando estava bêbado sem receber nada em troca. Não havia mais carinho, pois Draco mal parava em casa. Eles estavam a ponto de serem os mesmos inimigos de onze anos atrás. Ela sabia que sairia muito mais machucada se isso acontecesse.


 


Porém, foi quase impossível fazer duas lembranças, uma agradável e outra ruim, saírem da sua cabeça naquele momento.


 


“Corra, Mione! Eles estão vindo!” Um Draco de dezessete anos corria junto a uma Hermione risonha, que mal se aguentava em pé de tantas gargalhadas.


 


“Eu vou morrer!” Ela brincou, gargalhando e tentando ficar quieta.


 


Ambos viraram um corredor e entraram numa sala que só depois eles foram descobrir que era o auditório. A sorte é que estava vazio.


 


O zelador e a coordenadora passaram correndo diretamente pelo auditório, sem sequer pensar que o casal poderia ter se escondido ali.


 


Assim que os adultos passaram, Draco e Hermione caíram na gargalhada.


 


“Ai, acho que nunca corri tanto na minha vida” Ela disse, estabilizando a respiração.


 


“Eu acho que nunca ri tanto na minha vida” Ele rebateu, olhando pra ela com um grande sorriso.


 


Hermione olhou para ele, sorrindo também. Ela sabia o motivo dos risos de Draco, e com certeza não era só por fugir do zelador e da coordenadora.


 


“Obrigado” Ele sussurrou, depois de um tempo em silêncio. Ela sorriu mais largamente. O sinal de aula que marcava o fim do almoço tocou.


 


Foi naquele dia que Draco pediu Hermione em namoro.


 


A lembrança fez a Hermione adulta rir, mas mais lágrimas correram por sua face também. Ela queria voltar no tempo, para aquele tempo feliz e sem preocupações que eles tinham. Em que a única coisa realmente preocupante era se manter fora da sala da diretoria.


 


“Você é só um garoto mimado e sem coração. Não merece minha atenção” Hermione, com quatorze anos, disse para Draco, semanas depois de entrar no novo colégio.


 


“Como se eu precisasse. Você é só mais uma, Granger. E pode apostar, até o fim desse ano você será minha como todas as outras” Draco falou, decidido.


 


Ele tentara realmente fazer de Hermione sua namorada, mas era só uma aposta. Uma aposta em que ele perdera e o sacrifício era namorá-la. Mas ela percebeu isso e deu o troco. Draco e seus amigos nunca mais fizeram uma aposta daquelas.


 


Hermione falou boas verdades para Draco na frente de todos. Praticamente humilhou o garoto. Mas tudo o que ela dissera era verdade. A mais pura verdade.


 


“Eu já entendi exatamente como você é, Malfoy” Ela dissera, no meio do pátio, com várias pessoas em volta, olhando o grande show. “Você só quer atenção. Afinal, teu pai te despreza e tua mãe só quer saber de luxo. Nunca se importaram com o filho. Se não tem atenção em casa, quer atenção na escola. O problema é que você faz isso da forma errada. Não é humilhando e achando que é melhor que todo mundo que você irá conseguir. Você é frio, mimado, arrogante e grosso. É por isso que as pessoas se afastam de você. Você acha que seus amigos estão aí porque querem? Não. Eles estão aí por medo. Medo de serem humilhados por você igualzinho as outras pessoas. Mas eles não perceberam que, sozinho, você não fará nada. Eu não tenho medo de você” Ela riu, como se zombasse da idéia, mas ficou séria no mesmo minuto. “Eu tenho pena”.


 


Hermione lembrou que, depois daquilo, Draco ficou isolado de todos. Aquilo realmente mexera com ele porque ele tinha consciência de tudo aquilo. Dos pais o desprezando, da carência de atenção, dos seus maiores defeitos, dos amigos terem medo dele. Ele sabia de tudo isso.


 


Hermione chorou mais. Suas lágrimas eram tantas que ela baixou a cabeça, encostando-a no volante e soluçou.


 


Ela ouviu uma buzina.


 


Levantou a cabeça no mesmo instante e arregalou os olhos. Duas grandes luzes esbranquiçadas vinham na direção da morena.


 


Um caminhão.


 


Ela desviou o mais rápido que pudera. Achou que estava a salvo.


 


Mas não estava.


 


O carro de Hermione entrou no acostamento, desceu uma pequena vala e bateu numa árvore.


 


O caminhoneiro parou, desceu e foi ver a motorista.


 


Ela estava desmaiada e alguns filetes de sangue escoriam pelo seu braço e têmpora. As lágrimas ainda estavam em seu rosto.


 


(...)


 


– O quê? Hã... É, é minha esposa. – Draco falava, desnorteado, no telefone. – Atropelada? Mas... Claro, irei, sim.


 


Ele ainda não entendia o que Hermione estava fazendo no hospital, mas Draco tinha uma sensação ruim. Pegou a chave da moto e saiu de casa, tendo dificuldade em trancar a porta. Parecia que ele tinha levado uma bola de basquete no corpo. Saiu correndo até a moto e não demorou três segundos para estar cantando pneu até o hospital.


 


Assim que chegou, correu para a recepção. Uma senhora gorda, morena e aparentemente simpática estava atrás do balcão.


 


– Procuro por Hermione Malfoy, me disseram que ela foi internada aqui... – Draco começou a falar, alarmado. A ficha finalmente tinha caído.


 


– Oh, sim. Ela não pode receber visitas agora, pois acabou de ir para a emergência. Mas você pode esperar aqui que logo, logo virá um médico lhe atender. – A senhora falou, sorrindo para ele.


 


– Mas eu quero saber o que aconteceu com a minha mulher! – Ele urrou. A recepcionista não se abalou, devia estar acostumada àquele tipo de reação.


 


– Certo. Ela sofreu um acidente. Desviou de um caminhão e bateu numa árvore. O próprio motorista do caminhão parou para socorrê-la. Se não fosse por ele, provavelmente ela só seria encontrada amanhã de manhã. – Ela explicou, agora séria. Draco assentiu.


 


– Mas ela está bem agora, não está? – Ele perguntou, sentindo seu coração diminuir com o pensamento de Hermione morta.


 


– A árvore bateu no lado do carona, não chegou a machucá-la. Mas ela se cortou com os vidros do carro que quebraram e caíram nela e, bem, também teve o impacto...


 


– Eu quero saber se ela está bem ou não! – Draco gritou, interrompendo a senhora.


 


– Está fora de risco de morte. – Draco respirou aliviado com a frase da mulher.


 


Depois de tratar da documentação, ele sentou-se em uma das cadeiras da sala de espera. Olhou em volta, vendo as pessoas ali. Não é um ambiente muito bom de vir, pensou Draco, no que diabos Hermione estava pensando? A resposta veio quase que automaticamente.


 


A culpa é minha.


 


Ele esperou por mais uma hora até um homem alto, negro e magro apareceu.


 


– Parentes da sra. Malfoy. – Ele disse. Draco levantou-se num pulo.


 


– Sou eu. – Ele respondeu.


 


O homem assentiu e pediu para Draco seguí-lo. O caminho foi silencioso e eles foram até o consultório do médio. Assim que os dois estavam sentados, o médico começou a falar.


 


– Você é o que da sra. Malfoy? – Ele perguntou. Draco olhou para uma plaquinha de alumínio que dizia “dr. Simas Finnegan”.


 


– Marido. – Mas Draco pensou na briga que tiveram mais cedo e não teve tanta certeza da sua resposta.


 


– Certo... – Dr. Simas olhou em um papel e falou para Draco. – Bem, sua esposa não está seriamente machucada. Os vidros do lado do carona e da frente quebraram e acabaram cortando-a. E com o impacto do acidente ela bateu a cabeça, mas também não é muito grave. Só terá uma senhora dor de cabeça quando acordar. – O médico riu, tentando amenizar o clima. Draco continuou sério.


 


– Quando poderei vê-la? – O loiro perguntou.


 


– Acredito que só amanhã. Trataremos dela e acho que com os remédios ela irá dormir por um bom tempo. Ligaremos para o senhor assim que ela acordar. – O médico falou, enquanto levantava-se.


 


(...)


 


Hermione acordou quatro horas depois de Draco sair do hospital. Estava tudo escuro, ela estava sozinha e com uma enorme dor de cabeça. Tudo parecia rodar e ela quase dormia por causa dos remédios. Olhou em volta e quis sair daquela cama, mas seu corpo parecia travado. Ela lembrava-se do acidente, do caminhão, da briga e tudo o mais. E sabia que não poderia levantar daquela cama até que um médico a liberasse disso.


 


Hermione se perguntou se eles ligaram para Draco ou para seus pais. Ela torcia para que tivessem ligado para seu marido porque se fosse para seus pais, ela bem sabia que sua mãe faria um escândalo. A morena passou a mão na nuca e deu falta de uma coisa.


 


Procurou por todo o seu pescoço a corrente de prata com um pingente de coração que Draco lhe dera no dia seguinte ao pedido de namoro. Sua avó havia deixado para sua mãe, mas a sra. Malfoy não usava a corrente porque era simples demais. Não daria falta daquilo.


 


Hermione quis esmurrar o primeiro enfermeiro ou enfermeira que entrasse naquele quarto. Como ousam me tirar aquilo? Eu nunca tirei a corrente desde que Draco a pôs no meu pescoço, e só por causa de um acidente idiota eles somem com a jóia? Ela pensou, indignada.


 


Nessa hora a porta abriu e uma mulher entrou no quarto. A luz que entrou no quarto quando a mulher abriu a porta iluminou Hermione por poucos segundos, mas foi o bastante para a mulher vê-la.


 


– Oh! Já acordada querida? – Ela perguntou.


 


– É. Cadê minha corrente? – Hermione perguntou, direta e rispidamente.


 


– Todos os seus pertences estão numa sacola naquele armário ali. – Ela apontou para um pequeno criado-mudo de duas portas, azul-claro e branco na frente da cama da morena.


 


Hermione sentiu-se mais calma e assentiu.


 


– Bem, já que você já está acordada, tenho que ligar para seu marido, não é? Ele está bem preocupado. – A mulher riu. Andou até a cama de Hermione e ela percebeu que a enfermeira carregava saquinho com uma caixinha na mão. – Mas, antes disso, tenho que lhe dar o remédio. O doutor já imaginava que você acordaria a essa hora, sabe? Por causa do comprimido para...


 


A mulher continuou a tagarelar, mas Hermione não prestou atenção. Ele está bem preocupado, a frase rondava a cabeça de Hermione. Draco está preocupado comigo? Um pequeno sorriso apareceu em seu rosto, mas a enfermeira não percebeu.


 


– Aqui, querida. – A mulher lhe entregou um comprimido e um copo d’água. Enquanto Hermione engolia o remédio, a enfermeira saía do quarto dizendo que ia ligar para o “seu marido, querida”.


 


Hermione simpatizou com aquela enfermeira.


 


(...)


 


Draco não dormira. Estava deitado no sofá, ao lado do telefone, esperando-o tocar. Meu Deus, será que essa garota não acorda nunca? Ele pensou, ansioso. Foi para a cozinha e tomou mais uma xícara de café puro, para ficar acordado. Draco ouviu o toque do telefone o cuspiu todo o gole de café que tinha tomado. Limpando a boca com a barra da jaqueta de couro que ainda usava, atendeu ao telefone.


 


– Sr. Malfoy, estamos ligando para informar que a sra. Malfoy já acordou. Se o senhor quiser... – Ele reconheceu a voz da recepcionista, mas não a deixou terminar.


 


– ‘To indo. – Ele disse, desligando o telefone e já pegando a chaves da moto.


 


A sorte é que ainda era de madrugada, as ruas estavam quase vazias e Draco chegou rápido ao hospital. Correu para a recepção.


 


– Onde ela está? – Ele perguntou à senhora atrás da mesa.


 


– Terceiro andar, quarto 310. – Ela respondeu, sorrindo.


 


Draco correu para o elevador. Parou um médico para perguntar onde era o quarto 310 e correu para a porta que o médico tinha apontado. Toda a sua ansiedade desapareceu assim que ele parou diante da porta. O que iria falar depois da briga que tiveram? E ele não poderia entrar correndo e fazendo estardalhaço porque Hermione acabara de sofrer um acidente, ela precisava descansar. Draco respirou fundo e abriu a porta.


 


Uma enfermeira estava andando em direção da mesma e deixou Draco e Hermione sozinhos. Quando a mulher saiu, Hermione olhou para ele.


 


– Oi. – Ela disse, sorrindo fracamente.


 


Aquilo pareceu quebrar o transe do loiro. Ele saiu correndo e abraçou Hermione. Dane-se que ela precisa descansar! Ele pensou.


 


– Nunca mais faça isso comigo, entendeu Hermione? – Ele perguntou no seu ouvido, com a voz carregada.


 


– Ei, eu não morri. E, ai, Draco. Cuidado, eu ainda estou machucada. – Ela fez uma careta e o loiro se afastou, olhando para ela.


 


– Como está se sentindo? Você está bem, não está? Cuidaram bem de você? Me diga se eles não cuidaram porque...


 


– Draco, pare. Eu estou bem e todos me trataram muito bem, tá? Não foi nada muito grave, não se preocupe. Logo eu estarei em casa e... – Ela deixou a frase no ar.


 


Não podia voltar. Eles tinham brigado. Ou melhor, Hermione tinha brigado com Draco. Ela virou o rosto, olhando para a janela no lado oposto do rosto dele.


 


– E eu estarei cuidando de você. Por favor, Hermione, eu irei mudar, prometo. Só não vá embora. – Draco pediu.


 


Ele se arrependia de ter falar aquelas palavras para ela. Soava tão estúpido a cada segundo! Ele não sabia se teria a oportunidade de mais uma segunda chance. Talvez Hermione não perdoasse Draco dessa vez.


 


Ela não queria realmente deixá-lo. E ele disse iria mudar... Apesar de já ter dito isso uma três vezes. Mas ela o amava, não podia separar-se dele. Ela sofreria também.


 


– Eu odiaria ir embora. – Hermione disse, sorrindo mais. Draco riu e a beijou.


 


Mais uma vez Hermione mudaria Draco. E pela primeira vez Draco cumpria a promessa que fez a Hermione.


 


Fim.


 


 


 


 


 


– Isso foi tão lindo! – Exclamou uma menina com longos cachos castanhos e olhos cinzas que veio correndo até dois adultos, segurando um pequeno caderno. – Não acredito que vocês passaram por isso!


 


Draco e Hermione olharam-se, achando a idéia de escrever a história deles a melhor coisa do mundo. Ambos sorriram. Tinham se ajudado ao escrever, cada um colocando seus pensamentos e o que acontecera naquele dia. Hermione tivera a idéia de escrever a história daquele dia logo na manhã em que voltou para a casa. Draco concordara e até dera o título. Misunderstood, a música preferida dos dois.


 


Agora eles olhavam Rose, a filha deles, sorrir com os olhos brilhando.


 


– Mas é verdade. Escrevemos isso no dia seguinte ao meu acidente. – Uma Hermione de trinta e oito anos disse. Draco a abraçou pela cintura.


 


– Que bom que você perdoou o pai, mãe. Se não eu não existia. – A menina falou, com uma careta.


 


– Viu, Mione? Mais um ponto positivo para você ter me perdoado. – Draco falou, rindo. Hermione mostrou a língua para ele. Eles se beijaram, mas foram interrompidos pela menina.


 


– Pronto, vai começar a sessão água com açúcar. – Rose rolou os olhos e seus pais olharam pra ela. – Erm... Eu posso ficar com o livro? Sabem, só pra ler de novo.


 


– Claro! – Hermione respondeu, sorrindo.


 


– Valeu! – Rose correu para a sala. Eles ouviram o barulho de algo caindo no chão e tinham certeza que era sua filha. Desastrada do jeito que era... – Eu ‘to bem! – Ela gritou.


 


– Eu sou um gênio. – A morena brincou, virando-se para o marido.


 


– Claro que é. – Ele riu e a beijou, sem interrupções dessa vez.



xxx

N/A:
Eu tento, juro que tento fazer um final triste, mas nunca consigo. Que merda.
Enfim, se gostaram, comentem. Se não... Bom, comenta também e aponta os erros, que eu melhoro quando escrever outro história, tá? :)
Luna V.


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Comentários (1)

  • Minerva Lestrange

    Owoooonn, q linds! AMEI! Na boa... Não faz final triste, é tão lindo quando os dois ficam juntos e vocês conseguem descrever os sentimentos do Draco *-*E essa Rose desastrada?! Adoreii.Sabe o que eu acho, vc bem que podia transformar isso em uma long, tipo,  com as brigas deles, tudo que eles passaram mesmo, não apenas em resumo... Ia ser tão legal! Ai, vou parar de tagarelar. Você escreve muito bem e essa musica... Nossa, adoro! Bjo 

    2012-04-21
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