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Ele era lindo, lindo. E não percebia isso. Enquanto dançava pulava no lado, ele não tinha idéia do que aquele sorriso fazia. Iluminava e aquecia como o sol gostoso das quatro ou cinco horas, quase se pondo.


Aquecia o meu coração e remexia a minha alma.


 


Eu não podia.


 


Ele brilhava, cintilava mesmo fora do sol. E o sol dele era o mesmo meu sol, por mais que não parecesse muito. E ele não sabia que brilhava. Por mais que brincasse, risse e falasse, eu sentia que ele não sabia o tamanho da nobreza do espírito dele. Ele era como um anjo e um cavaleiro arturiano ao mesmo tempo. Impossível.


 


Doía. Doía olhar para ele e saber que eu nunca seria tão bela, ou não inteligente, ou tão nobre quanto ele. Sentia-me um pontinho ao lado de seu pavonesco esplendor. E assim eu sabia que nunca seria compatível a ele. Nunca.


 


E ainda assim ele me escolheu.


 


Dentre todas as garotas perfeitas do mundo e do colégio, ele me escolheu. E me perseguiu, me reclamou, me exigiu como direito dele. Um dia o chamei de arrogante e ele riu.


“O meu amor por você me dá certos direitos, Lily. Tive de esperar um longo tempo para que meu sentimento ficasse grande o suficiente para que me sentisse no direito de te exigir para mim. E agora eu te tenho.”


 


Lílian somente vivia dentro de mim até então. E começou a ressurgir como uma semente que brota depois do inverno. Era assim que eu me sentia. Minha felicidade tinha a cara e a cor do amor de James Potter. E eu fui para ela de cabeça.


 


Nunca mais voltei.

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