Prólogo



Controvérsia


por: Nand Person. ; beta: Tina Sodré


 


Prólogo


 


Apostas. Ela tinha certo problema com apostas. Não era algo que pudesse controlar, é claro. Logo ela que nunca fora dona de auto controle, tsc. Não que isso fosse um defeito também. Não o era. Pelo menos, ela não o achava. Quero dizer, todo mundo na vida já apostou alguma coisa. O problema é que ela não se contentava com 'uma coisa'. Ela apenas gostava de sentir o gostinho da vitória. Era bom porque ela sempre vencia.


No entanto, ela não parecia convicta no que estava prestes a apostar.


Não que se importasse realmente com a consequencia – que sempre tem – na proposta dada por suas amigas. Era irrelevante. E ao mesmo tempo em que lhe dava um certo frio na barriga de medo – muito medo – lhe dava um gosto para fazê-la.


Curiosidade, apenas.


- Um mês – Lily Evans, sua melhor amiga, disse o prazo. Ela suspirou, tomando capuccino. Talvez estivesse mesmo se metendo no pior desafio que já encontrara na vida – e realmente estava – no entanto, ela queria. O que há de mal? Era uma aposta.


- Se não conseguir...


- O que é praticamente verdade – ela cortou Dorcas com um olhar mortífero.


- Se não conseguir – continuou, dando de ombros – vai limpar o meu quarto –apontou para si – e o da Lils...


- Por um mês – Lily completou, rindo.


Ela já até podia ouvir a cabeça das duas amigas trabalhando furiosamente na idéia de deixar o quarto uma completa bagunça.


- E eu só tenho que...? – ela murmurou, levantando a sobrancelha.


- Conquistar ele – Lily apontou com a cabeça o garoto encima da moto, na frente do colégio, pelo vidro da cafeteria. Marlene suspirou novamente, analisando-o. O 'ele' tinha quase dois metros de altura e quase oitenta quilos de pura massa muscular. Olhos azuis intensos, cabelos bagunçados propositalmente. O garoto mais cobiçado de Londres. Só isso.


- O que é impossível – Marlene sussurrou, voltando-se para as garotas.


- Não é, não – Dorcas balançou o dedo que tamborilava pela tampa do café expresso. – Ele já quis sair com você. Umas três vezes, se não me engano.


- Cinco – Lily corrigiu, sorrindo.


- Há séculos atrás, você quer dizer – Marlene jogou o cabelo para trás.


- Você tem chances, sabe que tem, Lene.


Marlene revirou os olhos cor de mel, frustrada.


- Certo, quando eu for eleita a próxima mulher melancia.


Dorcas cuspiu café, rindo.


- Ele não é bem assim, Lene.


- Ah, não! – Marlene sorriu mesmo que não conseguisse ver graça. – Vejamos só, ele é popular, gostoso e quase perfeito se ele não tivesse a maniazinha besta de ficar com qualquer menina no raio de três metros. Quero dizer, você faz idéia de quantas meninas ele já ficou por aqui? – ela balançou o indicador. – E, ah é, como pude esquecer?, ele só fica com... – respirou fundo, fechando os olhos – com... aquelas vadias. E, ah, nossa!, eu NÃO VOU SER VADIA E MUITO MENOS ENTRAR NA LISTA DELE!


-Nós sabemos disso – Dorcas disse, ainda passando o guardanapo na mesa que tinha sujado. – Mas, querida, você está contando as coisas do outro lado.


Marlene e Lily levantaram a olharam confusas para a loira. Ela riu.


- Ele – apontou para o garoto na moto novamente, cercado do grupinho seleto, na calçada da escola – é que vai entrar na sua – apontou para Marlene, que ergueu as sobrancelhas. – lista, querida.


- Como?


Dorcas se debuçou na mesa e as duas se aproximaram rapidamente.


- Fácil. – ela sussurrou – Ele não fica com tantas garotas para depois jogá-las fora? – as duas assentiram, curiosas – Agora vai ser ao contrário. Você vai conquistá-lo e...


- Jogá-lo fora – Marlene e Lily responderam, com um sorriso malicioso.


- Exatamente. E nem se preocupem com o que ele acha. Vocês sabem, ele não tem sentimento mesmo. – Dorcas deu de ombros – É só uma questão de ferir o orgulho dele.


- Oh, yeah – Marlene sussurrou, encostando-se no banco. Agora a proposta nem parecia tão mal assim. Se ela realmente se esforçasse, até conseguiria. Quero dizer, não deve ser tão difícil conquistar um cara que vai atrás de qualquer rabo de saia curto. Podia até ser levado como uma brincadeira.


- Sabe, estou gostando disso – Lily murmurou, olhando pela janela de vidro. – Quero dizer, até parece que as garotas, ou seja, nós, estamos nos levantando contra o poder deles, ou o que quer que eles tenham que atraem todas essas garotas acerebradas.


As três olharam o grupo de nove pessoas, que conversavam animadamente do outro lado da rua. Sirius parecia contar algo muito engraçado que chamava a atenção de todas as Tifanny's e Britanny's que estavam por lá. E além dele, estavam mais dois garotos igualmente bonitos e populares, cada um com uma garota pendurada no ombro. James Potter e Remus Lupin.


Marlene revirou os olhos, quando uma garota loira se agarrou com Sirius dando gritinhos histéricos. Patético. E quase engasgou quando a mesma dispensou ao garoto um beijo desesperado demais, que o próprio retribuiu prontamente.


Seria fácil. Oh, sim, uma verdadeira aposta. Quero dizer, ele só precisa de uma garota e ela só precisa conquistá-lo. Marlene McKinnon sabia como atrair homens assim. Yeah, facílimo.


Ela piscou, sorrindo, se virando lentamente para a ruiva e loira a sua frente. Lily e Dorcas queriam aquilo, Marlene lhe daria. O prazer de machucar o orgulho dos Marotos. Afinal ela só estaria fazendo o que qualquer garota queria, só que com outros fins e propósitos.


- É claro – ela apertou a mão das duas – que eu aceito.


E que a aposta valesse, então.





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