Conto O1- A fome incontrolável



Primeiro ano de Hogwarts.


 


       Lá estava Rony em sua cama, sem sono e com fome. Olhava para um lado, olhava para o outro. Seu estômago roncava muito, sua raiva do Malfoy crescia..Aquele papagaio de uma figa me paga! Ah, se paga!Calma Rony, se concentra! A professora McGonagall te prende na masmorra do Snape se você não fizer a redação... Ah, que fome! SE CONCENTRA RONY!


       - Rony? – Harry perguntou, sentando na cama e colocando os óculos para enxergar o amigo, que no momento se encontrava pálido e com olheiras até as maçãs do rosto.


       - Harry! – A luz da esperança iluminou o olhar do Weasley. – Você sabe que é melhor amigo, não é? Sabe que não vivo sem você, né? – A voz de Rony foi se elevando, até Harry interromper antes do amigo começar a berrar.


       - Que foi agora? – Harry sussurrou, levantando o rosto para observar o que Rony aprontava, o pergaminho estava em branco.


       - Tem algum feitiço de comida por ai?


Após alguns segundos pensando, Harry negou com a cabeça.


       - Sinto muito.... Mas ontem ouvi Hermione comentar sobre um feitiço que chama comida.. nem lembro direito. – Harry coçava a cabeça enquanto falava, sem ter muita certeza do que saia de sua boca.


       - Sério? – Rony berrou, fazendo Neville pular da cama com o susto.


       - Hã? Hein? O que eu perdi? – Ele esfregava a mão no rosto.


       - Nada, Neville, volte a dormir. – Harry incentivou o amigo, mas o desespero de Rony falou muito alto.


       - Neville, sabe de algum feitiço que chame comida?


       - Não... mas o meu avô sabia. – Ele se espreguiçou e depois coçou os olhos.


       - E tem como chamar seu avô aqui? – Agora foi Rony que coçou a cabeça. Existe uma possibilidade.. Com a fome que tenho levanto até defunto.. Basta saber o feitiço.


       - Provavelmente não. – O que é que o Rony tem na cabeça para querer levantar defunto? Neville se perguntava, olhando para o nada.


       - Que droga! – Rony murmurou, levantando da cama e desarrumando cabelo com as duas mãos. – Vamos ter de ir ao quarto das meninas.


       - O QUE? – Harry e Neville gritaram ao mesmo tempo.


       - Você ficou louco? Ali é área restrita para gente! – Neville sibilou de olhos arregalados.


       - Ele tem razão, Rony. A última vez que entramos em área restrita... Você sabe bem o que tinha lá! – Harry se deu conta da presença de Neville e deixou de lado a parte do cachorro de três cabeças.


       - Ah, então você tem algo melhor? – Rony fitava Harry de um jeito assustador. A aparência de Rony lembrava um vampiro faminto... o que Harry fez? Balançou a cabeça de forma negativa, claro!


*  *  *


Harry, Rony, Hermione e Neville se encontravam na masmorra do professor Snape. A professora McGonagall teve sua sala queimada semana passada, Fred e Jorge haviam acidentalmente queimado a sala tentando forjar notas, mas conseguiram fazer a culpa ir para casa sonserina.


       - Ao total, creio eu.. – A professora McGonagall falava, pensativa, enquanto andava de um lado para o outro. O professor Snape apenas observava. - São trinta pontos a menos para Grifinória. Eu daria mais dez, mas cheguei a tempo de ver a senhorita Granger fechar a porta na cara dos três. – A professora lançou um olhar amedrontador nos alunos. Hermione suspirou, aliviada. – Um minuto. – Hermione congelou novamente. – Onde está o senhor Weasley? – Quando Hermione desceu o olhar, congelou novamente. O mesmo aconteceu com Harry e Neville.


       - Rony, acorda. – Harry sibilou.


       - Desculpe, senhor Potter? – A professora observou o garoto. Mas Snape desceu o olhar para fitar o chão quando.


       - Professora McGonagall, eu achei o senhor Weasley. – Ele murmurou em seu típico tom de voz fantasmagórico.


       - Onde ele está? – A Professora olhou para trás.


       - Olhe para baixo. – No momento em que Snape pronunciou essas palavras: Neville caiu na risada, Hermione abaixou a cabeça, sinalizando um “não” e Harry paralisou.


       Rony estava de quatro mordendo a manta negra de veludo da professora. Detalhe: Estava rosnando.


 


Ao longe, dentre todos os quartos e cômodos das casas e do próprio castelo, pode se ouvir o grito:


       - RONALD WEASLEY!

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