Finalmente nós dois - Final

-Até que enfim vocês chegaram! Minha nossa...- Minha mãe falou assim que abrimos a porta.

-Boa tarde mãezinha...- eu falei irônica.

-Boa tarde nada!- ouvimos a voz de Narcisa. - Você está cansado de saber que eu odeio atrasos!- ela apontou o dedo fino  para Scorpius.

-Ora vovó, nos desculpe...- ele sorriu e de surpresa a pegou no colo.

-Me larga Scorpius! Olha o respeito moleque!- ela gritava enquanto ele a carregava para a sala, todos riam da cena.

-Ora vovozinha, a senhora precisa relaxar mais sabia?- ele falou ainda sorrindo a girou e depois a colocou no chão. Ela deu um tapa na cabeça dele.

-Ah Ciça...- eu falei - Não bate assim no meu bebê...- eu acariciei a cebeça dele, Scorpius fez um bico enorme e me abraçou. o silêncio reinou na sala.

-Tudo bem, o que exatamente significa isso?- Brenda perguntou.

-Hã? Isso o que? - eu perguntei de volta.

-Isso...-ela fez o dedo girar em direção a nós...

-Ah, sim...- Eu senti que começava a ficar vermelha.

-Isso...-Scorpius ergueu a cabeça e me abraçou mais forte - Significa que temos uma ótima notícia...

-Ai Merlin, não digam que finalmente vocês se acertaram? - Melanie falou. Juro que os olhos dela estavam cheios de lágrimas...

-Bem, não só nos acertamos, como...

-Espera Scorpius...- eu o interrompi. Ele me olhou incrédulo.

-O que foi?

-Sophie...

-O que tem ela?

-Ela não está aqui!- eu falei.

-Ah! Pois é... Cade a minha filha?- ele questionou a mãe.

-Sophie está na casa ao lado, brincando com a filha dos Mazins...

-Filha de quem?- eu perguntei.

-A família Mazins Rose...-Narcisa falou.

-Nunca ouvi falar...

-Isso é porque você nunca ficou aqui por mais de cinco minutos...-Lucius falou. - Eles chegaram da Alemanha a alguns meses, são bruxos, e a filha mais nova deles Sarah eu acho, é da idade de Sophie...

-Ah, que legal...- eu falei - Mas não podemos falar nada antes...

Mas eu não terminei a frase. Sophie entrou naquele momento, vermelha como um pimentão, e seu cabelo por algo que ninguém sabia o q era, tambêm estava vermelho. Atrás dela vinha uma garotinha pequena e magra com cabelos loiros e olhos azuis.

-Sophie, espere...

-Não Sarah. Sinto muito, mas não vai rolar...- Sophie respondeu irritada. Depois se virou para nós.- Oi mãe, oi pai... Preciso da varinha emprestada.

-Oi... Filha, o que houve com você?- eu perguntei. Ela respirou fundo.

-Depois eu explico, agora por Merlin me empresta essa varinha...

-Não vou te emprestar a varinha...E porque seu cabelo esta ruivo?- ela me ignorou.

-Papai?

-Sinto muito Sophie, mas você não tem...

-Ok. Não vão me emprestar? Tudo bem, quem precisa de varinha?

Ela virou e saiu do mesmo jeito que entrou, com Sarah correndo atrás dela.

-Alguém entendeu alguma coisa?- Scorpius perguntou.

-Não... - todo mundo respondeu ao mesmo tempo. Continuamos olhando para a porta em silêncio. Nem Richard tinha nada para dizer... Ficamos parados por alguns minutos, e Sophie voltou. Sem a Sarah.

Ela se jogou em uma poltrona, que só naquele momento eu havia reparado. Era igual a do Sr.Malfoy, mas rosa. Achei estranho.

-Pode nos dizer agora o que foi isso?- Minha mãe perguntou.

-Ah, desculpa vovó, mas ele pediu...- ela falou.

-Ele quem, pediu o que Sophie?- eu perguntei.

-Miguel Mezin...

-Ah, os filhos deles já voltaram da escola?-Narcisa falou com um sorriso. - Eu estava anciosa para conhecer os mais velhos...

-Garanto que não está perdendo nada vovó...- ela respirou fundo, passou as mãos no cabelo, pareceu perceber que seu cabelo ainda estava ruivo. Bufou. - Ai que vontade de matar aquele garoto!

-Filha, explica o que aconteceu, sua vó disse que você estava brincando com a Sarah...-Scorpius sentou ao lado dela.

-Brincando? Ai minha nossa, quantos anos vocês acham que eu tenho? Eu estava apresentando algumas coisinhas básicas do mundo trouxa para a Sarah, quando o Miguel apareceu. Ele jogou minhas revistas para o alto e falou que não queria a irmazinha dele lendo coisas de trouxa. Perguntou quem eu era e a Sarah toda assustada respondeu "essa é Sophie" ai ele me olhou de cima abaixo e falou "Sophie o que?" Claro que eu não ia deixar barato. Levantei a cabeça e falei "Sophie Granger Weasley" ele riu e falou "Tinha que ser, amante de trouxas... Nunca tinha visto uma Weasley loira" ai eu falei " Pois é, que surpresa." No tom mais irônico que eu tinha. Ele não gostou e disse que eu merecia ter a cor tradicional da minha família e me deixou TODA vermelha. Eu consegui faze-lo tirar a pigmentação do corpo, mas o cabelo continuou. Eu vim pedir a varinha e ninguém me emprestou, eu voltei lá e fiz ele ficar todo azul, usando apenas as minhas mãos e um pequeno feitiço NVBL...

Enquanto falava tudo isso muito rápido, vimos Sophie sem perceber desfazer o feitiço do cabelo e voltar a ficar loira. Com as mãos.

-Que foi gente?- ela perguntou. Estava todo mundo olhando pra ela.

-Sophie, quando você aprendeu a fazer magia com as mãos? - Minha mãe perguntou.

-Ah...Isso...Bem, foi mais ou menos no final de abril, mas fala sério vovó, o que tem de difícil nisso?

-Sophie, eu conheço bruxos que até hoje não conseguem fazer isso...

-E quem te ensinou a fazer feitiços NVBL?

-Os livros mamãe... Ai gente, por Merlin!!! Olha só para nossa família. Todos aqui são OS MELHORES em alguma área. Não esperavam que eu fosse uma burra, esperavam?

-Bem, na verdade seria no mínimo...Decepcionante, caso isso acontecesse...- Lucius opinou - Mas em todo caso, vocês queriam nos dar uma notícia, não é? -ele olhou para Scorpius e eu.

-Sim.- Scorpius falou - Eu e Rose, Vamos...

-Nos casar.- eu terminei a frase.

Todo mundo começou a aplaudir e (os mais novos) a gritar, Sophie pulou em meu colo e gritava em uníssono com os berros de aleluia de Richard.

Almoçamos em total clima de comemoração, e até a hora da viajem na segunda, ainda estavamos comemorando.  Sophie estava tão anciosa para reencontrar as amigas, que quando chegamos na casa em Paris ela esqueceu que iamos "finalmente" nos casar. Correu para falar com Kim, Katrina e Dora, usando o tal uniforme que de alguma forma estava mais curto em todas elas. As meninas ficaram encantadas com o pai de Sophie, e ela se derretia em elogios a ele. Juro que pensei que elas fossem morrer quando Scorpius entregou o cartão de crédito na mão de Sophie.

-Amiga, seu pai é maluco?

-Não! Ele é apenas o melhor pai do mundo...- ela dizia o tempo todo.  Scorpius e eu estavamos em clima de lua-de-mel. Literalmente. Aproveitavamos cada segundo sozinhos para nos agarrarmos e... Bem, fazer coisas que casais loucamente apaixonados fazem. Na quarta feira fomos ao cartório onde Sophie havia sido registrada, e ela deixou de ser uma "GW" para ser uma "GWM" o nome havia ficado enorme, mas causava um impacto na sociedade bruxa. Ela estava tão feliz, que nada era capaz de abala-la. Sophie tentava nos convencer o tempo toda a deixa-la levar ao menos uma amiga na viajem para Roma. No final, o argumento dela era " Se eu tiver uma compania e um guia turístico, vocês teram mais tempo livres!" e então ela venceu. Mas Scorpius pediu que ao menos fosse uma amiga bruxa. Sophie elegeu Sarah. Quando finalmente voltamos para Londres na sexta a noite, Sophie estava exausta. Ela e as amigas cairam na cama assim que chegamos. Ah, sim. Todas elas vieram para o aniversário de Sophie que finalmente havia chegado. Nove anos.

No sábado as três da tarde, a casa estava cheia de crianças que corriam de um lado para o outro e pulavam na piscina. As famílias Malfoy, Weasley, Potter e Black estavam ali, a maioria sentada nas sombras das enormes árvores que cercavam o jardim. Eu podia jurar que todas as crianças da escola estavam ali, e claro, Brian também. Sophie estava radiante. O painel da "Bela e a Fera" estava embaixo da cobertura, com um bolo enorme de três andares, e uma mesa de doces tão grande que parecia que iria desabar. Parecia que a família toda havia se reunido para fazer as vontades de Sophie, e a nossa nova casa colaborou bastante. Quando as seis eu chamei todos para cantar "parabéns" pensei que teria um descanço. Ledo engano. Depois do bolo chegaram os animadores e a piscina foi fechada. As crianças trocaram de roupa em uma velocidade incrível graças aos dez vestiários que haviam ali em baixo. Sério, essa era a casa mais exagerada do mundo. A piscina criou um tampo xadres, e quando as brincadeiras terminaram e o dia escureceu, Sophie apareceu em uma réplica exata do vestido de Bela, bem no meio da pista de dança (que era a piscina a exatas duas horas, e Brian dançou com ela uma música que eu nunca havia escutado na vida. Lily estava quase tão radiante quanto Sophie, e então eu entendi de quem haviam sido todas aquelas idéias exageradas. Imaginem o que Lily iria fazer na festa de dezessete anos de Sophie? E pensar nisso me deu um aperto no peito. Minha garotinha estava crescendo... Eu me sentei ao lado da enorme pilha de presentes que havia ali, e fiquei a observando dançar com os amigos. Sophie era a criança mais linda do mundo... Eu estava feliz...Scorpius me abraçou por trás.

-Amor, o que acha de irmos dormir no seu apartamento hoje?

-Dormir lá? Porque?

-Aqui esta muito cheio e barulhento...Eu quero dormir no silêncio...- ele disse.

-Scorpius, temos visitas em casa, não podemos fujir assim, no meio da noite...-eu sorri.

-Não vamos fujir. Minha mãe disse que olha as crianças...- ele rebateu.

-Mas Scorpius, e se acontecer algo a elas? Não é certo...

-Minha mãe, sua mãe, minha avó e sua avó. O que acha?- ele falou sorrindo.

-Tudo bem... Mas só se elas toparem ficar, porque...

-Elas já toparam amor...-ele sorriu.

-Você é um manipulador Malfoy! - eu sorri maliciosa.

-Podemos sair qando você quiser...

-Vamos esperar ao menos os convidados irem embora, é nossa obrigação...- ele fez um bico.

-Mas...

-Não tem um mais amor...Sinto muito...- eu me levantei, e fui falar com algumas pessoas. Quando finalmente conseguimos sair de la e ir para meu apartamento, eram meia noite. Estavamos tão cansados, que caimos na cama e apagamos. Na manhã seguinte rimos daquilo. Ficamos nos amando até o meio dia, quando Scorpius "lembrou" que tinha alguma coisa para fazer.

-Ah amor... Não tem como ficarmos mais um pouco? Vamos apreveitar que...

-Não da Rose. Os rapazes vão me matar! Estou mais do que atrasado...

-Não vai nem me contar o que é? -eu perguntou.

-Sinto muito, não posso...

Ele tomou banho, se vestiu, me deu um beijo e aparatou. Fiquei com cara de boba sentada na cama. Abri meu antigo armário, e esqueci que minhas coisas não estavam mais ali. Peguei a pequena mala no canto do quarto e rumei para o banho. Era engraçado. Todos os móveis estavam exatamente no mesmo lugar. Porém não haviam roupas, toalhas e sinal de moradia. E estavamos fora a apenas uma semana. Estranho como a palavra "lar" só tem sentido quando se esta com quem ama, não importa onde, só precisa ser amada... Depois que tomei banho e estava me preparando para ir embora, a campanhia tocou. Achei estranho, todo mundo sabia que eu não morava mais ali. Abri a porta.

 

-Lily? Brenda? Nora? Mãe?- conforme elas entravam com sorrisos e bolsas, eu me espantava. - Tia Gina? Tia Luna? Ok, o que está acontecendo aqui?

-Porque?- perguntou minha mãe.-Viemos visitá-la...

-Me visitar aqui? Sendo que ontem estavam todas comigo?

-Ora! Largue mão de ser desconfiada Rose!- disse Brenda e sua barriga que estava bem maior que a de Lily.

-Gente, a culpa não é minha, vocês aparecem aqui do além, no meio da tarde, sabendo que eu não moro mais aqui?

-Hum...Ok. Nós viemos te fazer uma despedida de solteira surpresa.- disse tia Luna acabando com o mistério.

-Despedida de solteira? Estão loucas? Eu ainda nem marquei a data do casamento...

-É, mas você vai morar com o Scorpius quando voltar da viagem, o que significa que vão ter uma vida de casados.- disse Lily. - E ninguém aqui te deu o direito de discutir. Cale-se e curta a festa.- ela sorriu.

Ficamos algum tempo conversando (basicamente eu e Nora ouviamos conselhos sobre a vida de casada) e depois Lily decidiu que era a hora da brincadeira.

-Vamos fazer ao contrário Rose, cada vez que você errar um presente, ao invés de deixarmos você feia, vamos te deixar bonita.

-Porque?- eu não entendi.

-Porque sim.

-Ok.

O primeiro presente tinha um pacote macio, mas parecia ser duro. Eu resolvi chutar.

-É um pote de mantimento?

-Não Rose!- Lily gargalhou - é um sapato de zebra...- ela respondeu. Realmente, a embalagem era macia, a caixa do sapato dura, e o sapato perfeito.Lily se levantou e passou base em todo o meu rosto.

Eu errei praticamente todos os presentes (mas pensem comigo, tinha de tudo! era lingerie, brinquedos eróticos, camisolas, fantasias sexuais, eu jamais acertaria que a minha mãe me deu uma calcinha comestível!) e no final da brincadeira, eu estava completamente maquiada e com um penteado no cabelo.

-Desfila pra gente Ro!- disse Brenda. Eu levantei para desfilar na brincadeira.- Não! Troque de roupa primeiro...

-Mas...Eu não tenho mais nada aqui...

-Nós trouxemos.- disse tia Gina. Ela me deu um saco que parecia conter um vestido. E era exatamente isso. Um vestido de noiva.

-Esse...Vestido...Eu...- levei a mão a boca. Era o vestido que eu havia visto em Paris. Scorpius não me deixou encomenda-lo, porque não saia do meu pé.- Como vocês descobriram?

-Não fomos nós, foi Sophie. Ela viu que você havia gostado do vestido, e como Scorpius não desgrudava de você, não pode encomendar. Ele chegou duas horas depois de vocês na sexta feira, na minha casa, claro.- disse minha mãe.

Eu não contei até dois, comecei a me despir (sim, no meio da sala) e elas me ajudaram a colocar o vestido. Eu andei de um lado a outro na sala, ela aplaudiam e fazia reverências. Brenda foi ao banheiro, e quando voltou anunciou que precisava ir embora.      

-Ah! Mas já? Poxa...- eu falei. Olhei no relógio, eram quatro e meia -Brenda, eu sei que o Rich não está em casa... Fica mais um pouco....

-Não dá, eu vou jantar com os pais "mega simpáticos" do Rich hoje. Tenho que me preparar piscicologicamente, e você Lily, prometeu fazer a minha maquiagem. Te espero lá em casa em 15 minutos.

E ela aparatou. Legal, além de ir embora, ela levaria Lily...

-Fala sério Ly, não acredito...- eu me virei para falar com ela, mas a sala atrás de mim estava vazia. - Mãe? Tia Gina? Lily? - Eu chamei, mas elas não estavam mais lá. Que raios estava acontecendo?

Eu tentei tirar o vestido sozinha, mas não conseguia encontrar o fecho. Girei no mesmo lugar por um bom tempo, bufei. Que Dro-Ga! Eu fui para o quarto, não tinha nada meu lá. Minha bolsa (com meu celular e minha varinha) tinha sumido tamém. Legal, eu estava sozinha no meu apartamento vazio, vestida de noiva, sem varinha, sem celular, e não podia aparatar. Seria lindo descer e chamar um taxi vestida de noiva... Elas estão aprontando uma com a minha cara... Me joguei na cara, e acho que dormi. Acordei com a campanhia tocando. Era meu pai.

-Nossa Rose, você está linda...- ele disse. Meu pai estava de smoking.

-Pai? O que faz aqui, e porque está vestido desse jeito?

-Porque... Bem, Rose, Eu pensei que você fosse mais inteligente filha...

-Mais inteligente? Porque? Eu sou inteligente! - eu falei fazendo birra e dando passagem para ele entrar.

-Rose, a essa altura do dia eu pensei que você estaria no mínimo desconfiada...- meu pai tinha uma cara meio decepcionada.

-Papai, o que está realmente acontecendo?- eu perguntei cruzando os braços.

-Minha garotinha vai se casar...- ele falou.

-Ah, claro papai, mas...- e então caiu a minha ficha. O vestido, a festa, o sumiço de todo mundo, os trajes do papai... Era isso. - Estão me fazendo um casamento surpresa?- eu quase gritei.

-Pois é, depois de quase um dia inteiro, você juntou dois mais dois. Agora temos que ir, você já esta atrasada a quarenta minutos, como diz sua mãe, vai ficar deselegante...

-Atrasada? Como atrasada? Eu nem sabia de nada! - eu falei correndo para o espelho da sala, minha maquiagem estava intacta. Tenho certeza que Lily apelou para magia.

-Filha, não estrague tudo ok? A idéa era que você descobriria só quando chegasse lá, mas eu apostei com o Malfoy que você perceberia tudo até as cinco da tarde, então finja que já havia percebido. - disse meu pai sorrindo e me pegando pelo braço. Antes que eu pudesse piscar, haviamos aparatado. Era a minha nova casa, e o enorme jardim estava repleto de cadeiras , um tapete vermelho se estendia até o altar que era em cima da pscina. O tampo xadrez havia se tornado transparente, e luzes coloridas se movimentavam suaves lá em baixo. O sol começava a se pôr no horizonte, e Scorpius sorria para mim do altar, e ao lado dele estavam Richard e Andrews, no lado oposto estavam Brenda e Lily. Eu sorri para elas enquanto entrava com meu pai. Estava feliz por está ali. Scorpius estava perfeito em um smoking branco com detalhes prateados. Olhamos um paro o outro durante toda a fala do reverendo, e nossos olhares faziam promesas silênciosas. Quando ele chamou as alianças, Sophie apareceu com um vestido de dama vinho e dourado. Linda. Ela sorria radiante, e nos entregou as alianças, eu me segurava para não chorar. Chegou a hora dos votos.

-Rose Jane Granger Weasley, eu esperei por nove anos para poder dizer livremente que você é a mulher da minha vida. Eu quero você ao meu lado pra sempre. Te amo.- ele sorriu.

-Scorpius Lucius Malfoy, eu esperei por muito tempo para confiar em você novamente, e eu espero que nada nunca possa nos separar. Eu amo você.- eu sorri e mordi o lábio. Scorpius me puxou para um beijo antes do reverendo assim mandar.

-Um pouco apressados vocês, não? -Ele falou sorrindo. Eu apenas apertei mais o abraço. - Bem, eu vos declaro marido e mulher.

Todos riram. Abraçamos, beijamos e comprimentamos muitas pessoas. Eu estava cansada, e queria muito roubar uma daquelas taças de hidromel que estavam servindo. Sophie passou por nós.

-Filha! Não vai falar com agente?- eu perguntei estranhando. - Você está linda!

-É, eu sei. A senhora também está, graças a mim . Não que alguém tenha se importadado em me comunicar antes. - ela olhou de cara feia para o pai.

-Porque está dizendo isso filha?

-Pergunte a ele. Eu estou ocupada tentando descobrir porque exatamente ainda não serviram as tortinhas de abóbora.- ela saiu andando.

-Scorpius?- eu apenas ergui uma sobrancelha. Ele suspirou.

-Bem... É que antes de viajar, eu deixei tudo "organizado" para fazerem nosso casamento surpresa, mas... Eu esqueci de avisar a Sophie, e ela se sentiu excluida.

-Ah! Porque fez isso amor, você sabe o quanto ela gosta de organizar festas.

-É, eu sei. Na sexta-feira quando ela descobriu, ficou uma fera, porque ainda não haviam escolhido o seu vestido nem o dela, e alguém teve a idéa de deixar o seu pai contratar o bife. Nunca vi Sophie tão parecida com a sua avó. Ela andava de um lado para o outro resmungando "Deixam tudo em cima da hora" e "Parece que tem uma ameba no lugar do cérebro" e " Da próxima vez eu mato meu pai!", foi assustador.

-Ah! deixe de ser bobo, nossa filhinha não é assustadora! E nunca deixa a vovó Molly ouvir você dizendo que ela é resmungona...- eu sorri.   

Ficamos mais um pouco na festa e depois Scorpius me levou para nossa lua de mel. Passamos uma semana incrível no caribe, e quando voltamos eu estava radiante e bronzeada. Sophie fez Scorpius prometer que a levaria ao caribe nas férias de natal. Nossas férias em Roma estavam perfeitas. Sophie e Sara se divertiam tanto durante o dia, que nunca estavam acordadas a noite. Minha filha deu um esticão que me deixou surpresa, ela estava grande e linda. Scorpius gastou uma fortuna para comprar roupas que não deixassem as pernas de Sophie amostra...

-Ro, você não quer parar de comer um pouco?- Scorpius me olhava com cara de pena.

-Parar?- eu falei de boca cheia -Porque?

-Porque você está meio que... no quinto prato de macarronada...

-Eu pago Scorpius! Se o seu problema é o dinheiro, eu pago!- eu gritei com ele.

-Rose, não é isso... É só porque estou com medo que você passe...- antes dele terminar a frase, eu vomitei em cima dele.- Mal. - ele falou.

-Desculpa...- eu disse - Estou um pouco enjoada...

-Tudo bem... -ele falou, chamou um garçom e um faxineiro para limpar, pagou a conta (que devia ter ficado bem cara) e me levou para uma rua atrás do restaurante.   

Com um aceno da varinha, ele limpou minha roupa e a dele, e aparatou comigo direto para o quarto do hotel. Eu corri para o banheiro.

-Ro... Você está bem?- ele perguntava na porta- Fala comigo, amor...

-Estou... -Eu respondi com a voz entrecortada e zonza. Foi a primeira noite que dormi direto. Na manhã seguinte, nada era capaz de me tirar da cama. Sophie queria que Scorpius me levasse ao médico, mas eu queria só dormir. No dia seguinte era aniversário do tio Harry, e eu prometi que iria. Despachei Scorpius pra rua com as meninas e apaguei. Quando eu abri os olhos, senti a cabeça girar, tentei levantar e tombei na cama, meu estomago roncou. Eu olhei para o telefone na mesninha...

-Alô, é da recepção?

-Sim sra. Malfoy.

-Bem, eu gostaria de pedir a...- eu olhei o relógio, eram quatro da tarde.- Um lanche.

-Ah, claro. Na gaveta ao lado da sua cama se encontra o cardápio, basta escolher e digitar nos números do telefone.

-Ah, sim, obrigada...- eu desliguei e peguei o cardápio, conforme eu lia, minha boca se enchia d'água. Comecei a apertar os botões. Croassant, Raviolli, pudim de leite, chocolate, sorvete, batata frita, frango... Quando o mordomo chegou com a bandeja, eu sorri. Sentei na cama e comi tudo com tanta vontade, que esqueci que estava passando mal. Quando Scorpius abriu a porta, ele me olhou como se eu fosse de outro mundo.

-O que é tudo isso mamãe?-Sophie perguntou aparecendo por trás dele.

-Eu...Fiquei....Com...Fome?- eu disse. Tinha uma colher de sorvete repleta de calda de caramelo indo em direção a minha boca.

-Rose, você estava passando mal! Não era para estar comendo tudu isso!

-Err...- eu não sabia o que dizer. Olhei ao redor, a cena era mesmo assustadora, parecia que eu estava comento tudo que era oferecido no serviço de quarto.- Me desculpe?

-Não precisa se desculpar por comer amor, eu só não quero que você...- e antes que ele terminasse a frase, eu sai correndo para o banheiro. - Passe mal. - eu o ouvi dizer - Meninas, vão para o quarto, e arrumem as malas, vamos voltar cedo amanhã para Londres.

-Ok, papai...- ouvi Sophie responder. Quando eu sai do banheiro, uns vinte minutos depois, não tinha nada em cima da cama. Scorpius estava sentado nela.

-Como você está?

-Eu... Estou bem... Me desculpe, acho que estou com alguma infecção alimentar...-eu sentei ao lado dele.

-Tudo bem amor, quer ir ao médico?

-Não... Eu só quero dormir...

-Então vem cá...- ele abriu um largo sorriso. Eu me arrastei até ele, o abracei, Scorpius cheirou meu cabelo, beijou meu pescoço...- Rose? Rose?

É minha gente, eu dormi.

**

-Nossa, vocês chegaram cedo...- meu pai disse assim que aparatamos. Eu cambaleei.

-O que fi filha?- perguntou minha mãe.

-Nada, eu não tenho andado muito disposta, só isso...

-Hum... Então, venham, a família já está toda lá no Jardim.- disse minha mãe. - Sua avó fez pudim de rim para seu tio Harry.

Minha boca encheu d'água outra vez. Eu andei que nem um balaço em direção ao jardim.

-Rose! Você está linda minha cara- disse Richard.

-Obrigada!- eu respondi. Quero experimentar um certo Pudim...- eu dei um beijo na minha avó, Sophie havia ido até a casa de Sarah. Eu sentei e comecei a comer imediatamente. Scorpius me olhava com uma cara estranha.

-Que foi? - eu perguntei com a boca cheia. A Narcisa torceu o bico.

-Ro, lembra que você está... Se recuperando...- ele disse em voz baixa.

-Ah! Não liga pra isso...- eu falei, agora ja tinha engolido. - Pai, me passa a tigela de Pure? Essas batatas estão divinas...

Meu pai deixou o garfo cair, Hugo cuspiu o suco que estava na boca, minha mãe parou o garfo no ar.

-O que foi gente?- Não fui eu que perguntei, foi Scorpius.

-Scorpius... Você disse que a Rose não tem passado bem... O que exatamente aconteceu?- minha mãe perguntou. A atenção de todos agora estava voltada para mim.

-Bem, ela comeu macarronada, e depois passou mal, e depois...

-Mal como? Sentiu dor?

-Ela... Bem... Ela...

-Vomitei. Eu vomitei mamãe. Porque a pergunta?

-Ai minha nossa.- disse Hugo.

-Passa Harry! Ha! Eu te avisei! - disse meu pai. Tio Harry tirou uma bolsinha de moedas do bolso e entregou ao meu pai contrariado.

-Posso saber o que está acontecendo?- eu perguntei.

-Rose, filha... Você não lembra?

-Não lembro o que mamãe?

-Da outra vez... Que você ficou assim...

-Outra vez? Eu nunca tive uma infecção alimentar antes...

-Isso, não é uma infecção Rose. - ela abriu um sorriso - Você está...

-GRÁVIDA!- Lily gritou do outro lado da mesa. -Ro, você está gravida!

-Estou?- eu arregalei meus olhos. Minhas regras não estavam atrasadas... Mas eu estava com um apitite incrível... Olhei para Scorpius. Ele estava me olhando, vermelho.

-Será? - Perguntou Melaine - Oh! Vou ser vovó outra vez!- ela sorria alegre. Todos na mesa começaram a comemorar. Gritavam parabéns, e sorriam. Eu ainda estava parada, e Scorpius ainda me olhava abobalhado.

-Posso saber qual é o motivo de tanta festa sem mim?- Perguntou Sophie. Meu pa levantou correndo da mesa e foi abraça-la.

-Quem é você e o que fez com a minha netinha?- ele perguntou.

-Ah! Não brinque vovô, eu não cresci tanto assim...- ela dizia já correndo para abraçar todos os membros da família.

-Parabéns Vovô Harry! - ela disse sorrindo - Sua festa está mesmo boa, as pessoas estam sorrindo e... Mamãe? Está passando mal de novo?- ela me olhou finalmente.

-Não, na verdade eu estou bem... Acho...- eu respondi.

-Então porque essa cara? E o papai? Parece que acabou de ver um dementador...

-Nós estamos assimilando...- eu respondi com a voz fraca.

-Ro, me promete que me chama pra ir a sua primeira ultra?- Lily perguntou chegando por trás.

-Ultra? Pra que minha mãe vai fazer uma Ultra?- Sophie ergueu uma sobrancelha.

-Porque eu estou...

-Grávida.- Foi Scorpius quem terminou a frase dessa vez. Eu o olhei, na verdade eu estava com medo. Não sabia qual seria a reação dele, e um filme de nove anos passou pela minha cabeça. Mas para meu alívio, Scorpius sorria. Sophie correu até nós.

-Grávida? É sério mãe?- os olhos dela brilhavam.

-Acho que sim minha pequena...

-Ai! Minha nossa, que máximo. Eu A-D-O-R-E-I essa notícia! Tomara que seja menina!

-Claro que não! Vai ser o meu garotão. Eu já tenho uma filha menina para pagar por todos os meus pecados.- Scorpius disse.

-Ro, já parou pra pensar que nossos bebês nascem em Dezembro, e o seu vai ser de março?- disse Brenda animada.

-Na verdade a ficha ainda não caiu, então tecnicamente eu não pensei em nada ainda...- eu respondi.

-Mãe! Isso significa que eu vou ter três bebês pra cuidar ao mesmo tempo?- Sophie perguntou.

-E também significa que você vai ter três festas de aniversários seguidas para organizar, pra sempre!- disse Lily.

Lucius chamou a atenção com a taça de vinho.

-Eu gostaria de dizer, que estou muito feliz Rose, e que vou adorar ter mais um bisneto. E também quero acrescentar, que eu jamais escolheria outra pessoa para ser a mãe dos herdeiros Malfoy.- ele sorriu pra mim.

-É sim minha pequena rosa, fico feliz que você tenha conseguido trazer o perdão para a sua vida. E que nos tenha permitido fazer parte dela.- disse Narcisa.

-Ah, claro... E por ter nos ensinado, que não importa a casa que frequentamos em Hogwarts, ou de onde vem a nossa família, o importante é que um elo de amor, sempre é capaz de nos unir...- Draco disse sorrindo também. Percebi que papai e tio Harry sorriam de volta em resposta. Eu mordi o lábio, e senti meus olhos arderem.

-E eu...- começou Hugo - Desejo que você maninha, seja muito feliz com a sua família. Ah, também desejo que você sinta vontade de comer pastel de quiabo as quatro da manhã outra vez...- ele riu zombeteiro. Minha boca encheu d'água. O mais engraçado, é que eu, Lily e Brenda dissemos ao mesmo tempo:

-Amor... To com desejo...- e os ouvimos resmungar e olhar feio para Hugo que sorria na cadeira.

Eu não podia estar mais feliz, minha vida estava completa. No final do dia, quando voltamos para casa, Scorpius me disse uma coisa que jamais vou esquecer.

-Rose, não é engraçado que nós tenhamos passado metade de nossas vidas brigando, um contra o outro...

-É... Sempre foi "Eu X Você"...- eu sorri.

-E agora finalmente deixamos o amor falar mais alto... Finalmente somos Você e Eu. Criamos um Nós perfeito.

-Sim, temos um "nós" perfeito. Pra sempre...

-Pra sempre.- ele sussurrou em meu ouvido. Eu não podia querer outra coisa. Havia finalmente dado sentido a minha vida. Estava feliz, estava completa. Tudo era perfeito...

 

                         Fim!

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