Mudanças



 


Alguns minutos depois os três aparataram em frente a uma pequena casa que ficava distante o bastante da cidade para não ser notada.


Ficava aos pés de um rochedo, onde se avistava a pequena linha de uma cachoeira, refletida pela lua, que ia dar num riacho que se perdia ao longe junto aos campos verdes. Os três bruxos não sabiam dizer se por magia ou por um simples capricho da natureza, mas o fato era que o chalé estava incrustado em um mar de rosas. Mesmo a noite a visão era de tirar o fôlego, sem contar o aroma inebriante.


Rony se virou para o amigo e o afilhado, com um leve sorriso.


_ Nossa é simplesmente surpreendente!


_ Vamos até lá?


_ Não Harry, eu vou até lá, agradeço a vinda dos dois, mas tenho que ter essa conversa sozinho.


_ Tio, pega leve com ele, eu sei que o passado dos Malfoy com nossa família não foi dos melhores, mas o Scorp gosta mesmo da Rose. Desafiou os pais e deixou a própria casa para ficar com ela. Ele está se esforçando o máximo que pode. E não se esqueça que ele é um grifinório, como todos nós.


_ Eu sei Alvo, pode ficar tranqüilo, que vou deixar minha cabeça dura de lado. E sabe como seu padrinho me sinto orgulhoso do homem que se tornou.


Alvo tinha um sorriso nos lábios, quando puxou o pai para que aparatassem. Sabia que o Tio precisava daquele momento assim como Scorpius.


 


Rony se encaminhou lentamente para a porta da frente, viu que somente a luz da lareira estava acesa e próximo a ela, numa mesa baixa, um jovem loiro, escrevia em um pergaminho. Ele então bateu na porta e viu a expressão de surpresa de Scorpius.


 


Quando a porta foi aberta essa expressão se intensificou.


_ Bem Malfoy eu gostaria de trocar algumas palavras com você.


_ Claro Senhor Weasley, entre, só não repare a bagunça. Nem a simplicidade, a minha casa não é tão confortável quanto a sua, mas estou me esforçando para melhorar.


Rony olhou o genro e apenas sorriu. A casa era sem dúvida simples os móveis eram mais gastos dos que ainda se encontravam na toca, não existiam muitos enfeites, mas tudo emanava com toda certeza, um sentimento que Rony conhecia muito bem: Amor. _ Espero que saiba que não me incomodo com a simplicidade, cresci em meio a ela. O que tenho hoje foi com base em muito trabalho e construído em vários anos. È uma vida confortável, mas sem luxo. Nada comparado ao meio em que você foi criado. Sabe na minha infância, por muitas vezes seu pai fez questão de me lembrar isso. As vestes de segunda mão, os livros usados, o lanche de casa e os suéteres feitos pela minha mãe. Mas aprendemos a dar importância ao que tem valor de verdade, a lealdade, amizade e ao prazer de ser uma família.


_ Pois eu trocaria toda a riqueza dos Malfoy, que alias não é minha, por metade do que tem a família Weasley.


A declaração do garoto chamou a atenção do ruivo, principalmente com a pela firmeza com que a frase foi dita. Scorpius estava de costas para a lareira, aquele era um momento difícil para ele, mas também um momento muito importante. Tinha finalmente a chance de ter uma conversa franca com o pai da mulher que amava. De repente ele se voltou, sabia que era custoso para Rony estar ali, então resolveu se esforçar e tentar facilitar um pouco às coisas.


_ O Senhor gostaria de beber um pouco de Wisky de fogo?


_ Hum.. sim obrigado.


O garoto conjurou a bebida com a varinha e se sentou perto da lareira, o ruivo a sua frente fez o mesmo.


_ Eu não sei se sabe, mas abri mão de minha herança quando assumi o relacionamento com a Rose.


_ Bom, eu gostaria que soubesse que estou disposto a dar uma chance para vocês. É visível que faz a minha filha feliz, mas se algo acontecer a ela, você terá um batalhão de ruivos em seu encalço. Eu também gostaria de me desculpar por algumas das minhas atitudes, as vezes posso ser muito possessivo com relação as mulheres da minha vida. As vezes é difícil acreditar que aquela coisinha ruiva já fala em casamento. Quero que ela seja feliz.


_ Eu a farei feliz, pois somente assim eu estarei feliz. Fique tranqüilo mas saiba Senhor Weasley, também não quero ter que me justificar a todo tempo por ter nascido numa família preconceituosa, eu já fiz minhas escolhas e elas estão bem claras.


Ronald, não pode deixar de admirar o garoto e teve de dar o braço a torcer, ele estava certo.


_ É tudo bem, acho que está certo. Sabe a casa é mesmo impressionante. A Rose, vai amar.


_ É ainda mais lindo na primavera. Eu diria que é o cenário perfeito. Gostaria de conhecer o restante. Algumas partes ainda não foram reformadas, mas da para se ter uma idéia geral de como vai ficar quando eu terminar. Acho que a Rose não vai ficar chateada, se o Senhor conhecer primeiro que ela.


 


O garoto conduziu o futuro sogro aos outros cômodos da casa. A sala dava entrada a um pequeno escritório, na parte de cima haviam 03 quartos dos quais um estava sendo usado por ele, para supresa do ruivo era o menos de todos.


_ Aqui será o nosso quarto, estou trabalhando nele agora, mas os retoques finais a Rose é quem vai cuidar.


Rony entrou no aposento, era claro, arejado e muito maior, tinha um banheiro e um lareira, a vista ia direto para a cachoeira, no lado onde nascia o sol.


_ É lindo, ela vai adorar cada detalhe.


Scorpius não conseguia esconder o sorriso dos lábios, era importante para ele ter a aprovação do mais velho bem como perceber que ele realmente estava gostando do visual.


_ Eu espero que sim, irei trazê-la na semana que vem. Acho que já está apresentável para isso. E também as mulheres tem aquela coisa de arrumar a própria casa. Não quero deixá-la furiosa.


_ Eu sei bem, ela pode ser pavorosa às vezes, é igualzinha a mãe.


Os dois agora estavam rindo falando das mulheres que tanto amavam.


_ Por falar nisso é melhor eu ir, quando Hermione der por minha falta, ficará furiosa. Mas acho que ainda tenho um tempinho, elas estavam todas lá falando do presente, do noivado e do casamento. Ainda é difícil acreditar, ela é ainda uma menina. Não entendo por que você não pode esperar mais alguns anos. Tipo uns dez!


_ Acho que essa não é uma boa sugestão. O senhor teria esperado esse tempo todo?


_ É claro que não, não poderia.


Os dois se encararam sorrindo, e se entendendo.


_ Bom MAlfoy, até o almoço de domingo na toca.


_ Humm.. até.


Scorpius sabia que aquele convite, assim como a visita era uma trégua. Ele não podia estar mais satisfeito com tudo. Rose também ficaria muito feliz com a atitude do pai.


 

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